tag:blogger.com,1999:blog-8296628810049296832024-02-25T21:13:24.321+00:00 FORTALEZA DA SOLIDÃOBem-vindos. Neste blogue estuda-se Heroilogia, a ciência dos super-heróis. Aqui encontram: Prontuários detalhados de personagens * Biografias de autores * Resenhas alargadas de filmes e obras de referência * Historiais de editoras*
Sempre numa linguagem acessível tanto a eruditos como a leigos da 9ª Arte.
Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.comBlogger166125tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-46173866422413938592024-02-05T19:13:00.000+00:002024-02-05T19:13:40.751+00:00RETROSPETIVA: «MULHER-MARAVILHA»<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6Tg6Kcu6okSrwsguX0bhOmanGly8s97P-GhFE2sx3E8z6BDRXTc08Psfgou-r2MKI5fIK3-0RgrDU_k5JIz0nxZT48RDAyWdX2e0Me2jeRET39i33_uqNDdBOFqAj-fwBznrIQOYhCTU6BDWkmTfTx49cnRWYciCDbU5I0lImL0yA2R72AY0excJH-ui5/s4096/WW1.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4096" data-original-width="2764" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6Tg6Kcu6okSrwsguX0bhOmanGly8s97P-GhFE2sx3E8z6BDRXTc08Psfgou-r2MKI5fIK3-0RgrDU_k5JIz0nxZT48RDAyWdX2e0Me2jeRET39i33_uqNDdBOFqAj-fwBznrIQOYhCTU6BDWkmTfTx49cnRWYciCDbU5I0lImL0yA2R72AY0excJH-ui5/w432-h640/WW1.jpeg" width="432" /></a></div></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> Para acabar com a mãe de todas as guerras instigada por Ares, a princesa guerreira das Amazonas troca o seu paraíso secreto pelo caótico Mundo dos Homens. Ao mesmo tempo que ilumina corações e mentes com o esplendor da Verdade, Diana terá de dissipar as sombras que ocultam o seu destino.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Título original:</b><i> Wonder Woman</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Ano:</b><i style="font-weight: bold;"> </i>2017</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>País: </b>Estados Unidos da América</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Duração: </b>141 minutos</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Género: </b>Drama / Ação / Fantasia / Super-heróis</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Produção: </b>Warner Bros. Pictures, DC Films e Atlas Entertainment</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Realização: </b>Patty Jenkins</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Argumento: </b>Allan Heinberg, Jason Fuchs e Zack Snyder</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Distribuição: </b>Warner Bros. Pictures</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Elenco:</b> Gal Gadot (Diana Prince / Mulher-Maravilha); Chris Pine (Steve Trevor); Robin Wright (Antíope); Danny Huston (General Erich Ludendorff); David Thewlis ( Patrick Morgan / Ares); Connie Nielsen (Rainha Hipólita); Elena Anaya (Doutora Isabel Maru); Lucy Davis (Etta Candy);Ewen Bremner (Charlie); Eugene Brave Rock (Chefe); Saïd Taghmaoui (Sameer)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Orçamento: </b>149 milhões de dólares</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Receitas globais: </b>824 milhões de dólares</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Anatomia de um épico pós-feminista</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Malgrado a sua magna importância na mitologia da DC, a Mulher-Maravilha foi a última integrante da Trindade a transitar para o celuloide. Enquanto Batman e Super-Homem acumulavam décadas de acertos e fracassos no segmento audiovisual, a Princesa Amazona só ganhou visibilidade em 1975, com a série televisiva estrelada pela ex-Miss América Lynda Carter.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Inúmeras tentativas frustradas de adaptar a Mulher-Maravilha ao cinema deixaram muitos fãs conformados com a ideia de que esse seria um daqueles filmes sempre prestes a ser feito, mas que nunca sairia da gaveta. Habituada a superar as mais duras provações na banda desenhada, Diana fez também o caminho das pedras para chegar ao grade ecrã.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Com muitos avanços e recuos à mistura, o desenvolvimento da primeira longa-metragem da Mulher-Maravilha demorou mais de uma década. Os primeiros planos nesse sentido remontam a 1996, quando Ivan Reitman - cineasta eslovaco celebrizado por <i>Ghostbusters</i> - foi contratado como produtor e possível realizador.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Deixado a aboborar durante meia dúzia de anos, em 2001 o projeto passou para as mãos do produtor Joel Silver. Na esperança de ter Sandra Bullock no papel principal, Silver incumbiu Todd Alcott de escrever o argumento. Lucy Lawless, a atriz neozelandesa que por aqueles dias emprestava o corpo a outra princesa guerreira (Xena), também foi considerada.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnvwVhzgH-3Z1W9QnM80l3iXVgB1SpdUejA-OIWMQQkRzKuiXeC-Aws3Gqp9Kyq5dH4aJM2xBYY1BAHy8iD9L6Vy9tZv_EKldX-w-sZ8x85Q1NVkmav5wq1gYsU3K6OMUFRTsyGhLNHiUg_0ZLFTb5K75i-sY1Bn951zLQdXBIa8zARoxAzhZXrYj7CEMH/s740/WW1.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="740" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnvwVhzgH-3Z1W9QnM80l3iXVgB1SpdUejA-OIWMQQkRzKuiXeC-Aws3Gqp9Kyq5dH4aJM2xBYY1BAHy8iD9L6Vy9tZv_EKldX-w-sZ8x85Q1NVkmav5wq1gYsU3K6OMUFRTsyGhLNHiUg_0ZLFTb5K75i-sY1Bn951zLQdXBIa8zARoxAzhZXrYj7CEMH/w640-h320/WW1.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sandra Bullock confirmou os contactos - e o interesse - <br />para dar vida à Mulher-Maravilha no cinema.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Já sem Reitman a bordo, em março de 2005 a Warner Bros. subiu ao leme determinada em levar o projeto a bom porto. Patty Jenkins, que, dois anos antes, conquistara o público e a crítica com <i>Monster</i> - a produção independente que valeu o Óscar a Charlize Theron - foi a realizadora escolhida. Uma inesperada gravidez impediu-a, porém, de abraçar esse novo desafio.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Joss Whedon, que acabara de dirigir o seu primeiro filme (<i>Serenity</i>), tornou-se o novo timoneiro de uma nau à deriva. O enredo proposto por Whedon incluía Steve Trevor como narrador e uma violenta escaramuça entre Diana e a Rainha Hipólita, motivada pela decisão da princesa de trocar Temiscira pelo Mundo dos Homens. Apesar de nenhuma atriz ter sido oficialmente escalada para o papel, Kate Beckinsale e Angelina Jolie encabeçavam a lista de favoritas do estúdio.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nas vésperas de Whedon abandonar o projeto, na primavera de 2007, a Warner Bros. e a Silver Pictures compraram um argumento escrito a meias por Matthew Jennison e Brent Strickland. Ambientada na II Guerra Mundial, a trama impressionou os executivos da Silver, ainda que, na verdade, tudo não tenha passado de um expediente para conservar os direitos da Mulher-Maravilha.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Quase em simultâneo, a Warner Bros. deu luz verde ao desenvolvimento de uma película baseada na Liga da Justiça. <i>Justice League Mortal </i>seria dirigido por George Miller (<i>Mad Max</i>) e contaria com a participação da Mulher-Maravilha, interpretada pela modelo australiana Megan Gale. Atrasos na produção e preocupações orçamentais ditaram, todavia, o seu cancelamento.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5P-KpfC7e7BDziw6J8CleL6hcMC1hYqu3r9nTpz2_3UmuE9K35uzF7Cc2ZVbwo0vSe2CqQgnP6AYyqW6nrwJdg3WqDGIORqFEEyN_cBVXPrb5Sz6pO9zxoktL9if-YB4N72oYHPuwlmByqejwZURjUN-UCedpjylYZezjO1nEtiEcvh4bDSVEXh_xD5P2/s612/WW2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="612" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5P-KpfC7e7BDziw6J8CleL6hcMC1hYqu3r9nTpz2_3UmuE9K35uzF7Cc2ZVbwo0vSe2CqQgnP6AYyqW6nrwJdg3WqDGIORqFEEyN_cBVXPrb5Sz6pO9zxoktL9if-YB4N72oYHPuwlmByqejwZURjUN-UCedpjylYZezjO1nEtiEcvh4bDSVEXh_xD5P2/w640-h398/WW2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Fotos promocionais de Megan Cale como Mulher-Maravilha em<i> Justice League Morta</i>l.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Novamente em ponto morto, o filme da Mulher-Maravilha teve, por fim, ordem para avançar em 2010. Em resposta ao sucesso da recente franquia cinemática da Marvel, a Warner Bros. anunciou que a Princesa Amazona era, em conjunto com Flash e Aquaman, uma das três personagens da DC sinalizadas como prioritárias para uma adaptação ao grande ecrã.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À procura de uma visão feminina para o projeto, a Warner sondou várias realizadoras, incidindo a escolha sobre ninguém menos do que Patty Jenkins - que assim se tornaria a primeira mulher a dirigir o filme de uma super-heroína. Funcionando como uma prequela da participação da Mulher-Maravilha em <i>Batman versus Superman: Dawn of Justice</i> (2016), o enredo teria a I Guerra Mundial como pano de fundo e referenciaria tanto as histórias clássicas da autoria de William Moulton Marston como a aclamada fase pós-Crise de George Pérez.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Gal Gadot, ex-Miss Israel cuja carreira na representação começara com <i>Fast & Furious </i>(2009), foi a escolha pessoal - e muito contestada - de Zack Snyder para Mulher-Maravilha. Desde que fora confirmada a participação de Diana em <i>Batman versus Superman</i> que muitos fãs sonhavam ver Alexandra Daddario como princesa das Amazonas. Ao recusar explicar o motivo da sua escolha, Snyder endossou teorias conspiratórias que atribuíram a escalação de Gadot à influência do poderoso lóbi judaico.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBcg0bzyPB5d6NSIeENtCMkR4ijuUD7DIRExqsNj7sA9_ZsjKI9b-HKvTb7S4Bs6jnr_VzbdMUFVtAqiem4DPWUAfJQkD-cOaBLVQYfTseJ3KsXHb9gcYBK6ObqnGOPe9aL5c_Spql24v-fA1s_USwH-3lqZNA3ipw2g6juh864GrdDWdAf70McUnQ7Cf-/s1200/ww3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="956" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBcg0bzyPB5d6NSIeENtCMkR4ijuUD7DIRExqsNj7sA9_ZsjKI9b-HKvTb7S4Bs6jnr_VzbdMUFVtAqiem4DPWUAfJQkD-cOaBLVQYfTseJ3KsXHb9gcYBK6ObqnGOPe9aL5c_Spql24v-fA1s_USwH-3lqZNA3ipw2g6juh864GrdDWdAf70McUnQ7Cf-/w510-h640/ww3.jpg" width="510" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Gal Gadot, Miss Israel 2004, foi a eleita para interpretar a Princesa Amazona.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A fotografia principal do filme começou a 21 de novembro de 2015, com as filmagens realizadas em França, Itália e Inglaterra a ficarem concluídas em 9 de maio de 2016, data de nascimento de William Moulton Marston.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i>Wonder Woman</i> fez a sua antestreia no Pantages Theatre de Los Angeles a 26 de maio de 2017, uma semana antes de chegar às salas de cinema de todo o mundo. Apesar do rotundo sucesso de bilheteira (encerrou o Top 10 das produções mais lucrativas daquele ano) e das loas da crítica (eleito o melhor filme de 2017 pelo American Film Institute), não escapou à controvérsia.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Seguindo o exemplo libanês, vários países árabes, como a Argélia e a Tunísia, boicotaram a exibição de <i>Wonder Woman</i>, em protesto contra a escolha de uma ex-soldado israelita para protagonista. Em 2014, Gal Gadot declarara publicamente o seu apoio às ações militares de Israel na Faixa de Gaza, sendo acusada de sionismo pelos partidários da causa palestiniana.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na frente doméstica, a polémica foi aditivada pelas sessões exclusivas para mulheres, organizadas em Austin, a capital texana. A chuva de protestos contra a discriminação dos homens sequer salpicou, porém, um épico pós-feminista em que a heroicidade e a vilania são unissexo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEAgE1srU0uPK5Oic879f7SBH4cir682V0o-uJhcFU_8HjH5un99O0n_IdXLUFcjO_tY0fZODQ3_eTnVHLXftRvAYfJSR3ch_yAf4TZ8g7jbFrNOtOO4hBHpbYTmwCYKqteQ3J6NhPPR4C3sxpJjauKV8UnMhgLs3-YNedrCXtvumiii_CDxtubYnCRAMF/s1024/ww4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="703" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEAgE1srU0uPK5Oic879f7SBH4cir682V0o-uJhcFU_8HjH5un99O0n_IdXLUFcjO_tY0fZODQ3_eTnVHLXftRvAYfJSR3ch_yAf4TZ8g7jbFrNOtOO4hBHpbYTmwCYKqteQ3J6NhPPR4C3sxpJjauKV8UnMhgLs3-YNedrCXtvumiii_CDxtubYnCRAMF/w440-h640/ww4.jpg" width="440" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Foi longa e árdua a jornada de Diana até chegar às salas de cinema.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Enredo</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A trabalhar como restauradora de obras de arte no Museu do Louvre, em Paris, Diana é surpreendida pela entrega de uma fotografia antiga enviada por Bruce Wayne. O retrato desbotado em que ela posa entre um grupo de homens durante a I Guerra Mundial é o seu passaporte para uma viagem ao passado.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Muitos séculos atrás, Diana, a irrequieta filha da Rainha Hipólita, cresce alegremente na ilha escondida de Temiscira, lar das Amazonas. Essa raça de ferozes guerreiras foi criada pelos deuses olimpianos para proteger a Humanidade.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Certa noite, Hipólita deixa a pequena Diana fascinada com a história de como Ares, o deus da guerra, sentia ciúmes dos humanos e orquestrou a sua destruição. Quando os outros deuses porfiaram esforços para impedi-lo, Ares matou-os sem dó nem piedade. Também ele mortalmente ferido, Zeus usou o último resquício do seu imenso poder para derrotar Ares. Antes de perecer, Zeus preparou as Amazonas para o inevitável regresso do seu vingativo filho, e agraciou-as com uma arma infalível chamada Matadora de Deuses.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Pressionada pela sua irmã Antíope, Hipólita concorda relutantemente que Diana seja treinada para ser uma guerreira. As Amazonas depressa percebem o extraordinário potencial da sua princesa, enquanto esta se questiona sobre qual será o seu verdadeiro destino.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnLp36iL5bEc_bEzwJvqR8XW_0flSossnHUYrODgFC1NJztsRALt0HNtl3N-oC3vEofg7tuGtIqf3dHfE-JP576zMJbsosEUbey1pbZ86OqrQXaKH1Wy_xMAvndZClZPyXwHyyjCpZZX2h_GKiAwOUyloozleOGlj7wF4Zt2vdXDFLfBNfPD9nxIfkACNI/s473/ww5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="266" data-original-width="473" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnLp36iL5bEc_bEzwJvqR8XW_0flSossnHUYrODgFC1NJztsRALt0HNtl3N-oC3vEofg7tuGtIqf3dHfE-JP576zMJbsosEUbey1pbZ86OqrQXaKH1Wy_xMAvndZClZPyXwHyyjCpZZX2h_GKiAwOUyloozleOGlj7wF4Zt2vdXDFLfBNfPD9nxIfkACNI/w640-h360/ww5.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>À medida que Diana cresce, a ilha vai-lhe ficando estreita.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Avançando para 1918, Diana salva o Capitão Steve Trevor de morrer afogado quando este, aos comandos de um avião roubado aos alemães, se despenha na costa de Temiscira. Ato contínuo, a ilha é invadida pelos marinheiros alemães que perseguiam Steve.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na sangrenta batalha que se segue, as Amazonas, mesmo sofrendo pesadas baixas, desbaratam os invasores. Antíope, por sua vez, sacrifica-se para salvar Diana de uma bala perdida.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mais tarde, atado pelo Laço de Héstia, que compele qualquer um a falar verdade, Steve Trevor revela que uma grande guerra devasta o mundo exterior e que ele é um espião Aliado. Na sua posse tem um caderno de anotações roubado à química-chefe dos alemães. Sob as ordens do General Erich Ludendorff, a Doutora Maru desenvolveu uma fórmula mais letal do gás mostarda, capaz de dissolver as máscaras antigás.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O horripilante relato de Steve deixa Diana profundamente angustiada. Convicta de que Ares está por trás da carnificina, a princesa das Amazonas, desafiando a vontade materna, parte para o Mundo dos Homens, acompanhada por Steve e armada com a espada Matadora de Deuses. Seja qual for o seu desfecho, mãe e filha sabem que aquela será uma viagem sem retorno.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXopqPjMb1cET7XH6MG6IafYYk0UgIE60O82vxeprNYCRDjORV6hCpfAKUldJykxisfcq6o5qbb7mG9hoGEa_bANWQylqtvPxRncy2utmYi-UVcPn7cCGIcULugE5gTgtzqJ9Kq4X_2lgvW60No2sQ28jmS3L1g_AW9rqVWO2PWg5wiuWp1IA4VhywJMwX/s960/ww6.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="960" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXopqPjMb1cET7XH6MG6IafYYk0UgIE60O82vxeprNYCRDjORV6hCpfAKUldJykxisfcq6o5qbb7mG9hoGEa_bANWQylqtvPxRncy2utmYi-UVcPn7cCGIcULugE5gTgtzqJ9Kq4X_2lgvW60No2sQ28jmS3L1g_AW9rqVWO2PWg5wiuWp1IA4VhywJMwX/w640-h386/ww6.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Steve Trevor foi o primeiro homem a pisar Temiscira.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Em Londres, Diana e Steve entregam o caderno de Maru ao Conselho Supremo da Guerra, onde <i>Sir</i> Patrick Morgan, um ardoroso pacifista, tenta sem sucesso negociar um armistício com a Alemanha. Ao traduzir os apontamentos de Maru, Diana descobre que os alemães planeiam soltar o novo gás mostarda na Frente Ocidental.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao arrepio das ordens diretas do seu comandante e com o financiamento secreto de <i>Sir</i> Patrick, Steve recruta o espião argelino Sameer, o atirador escocês Charlie e o Chefe Napi, um contrabandista blackfoot. Juntamente com Diana, formam o grupo de desajustados que irá auxiliar Steve na sua arriscada missão de sabotagem no laboratório do terror de Maru.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Chegado à Bélgica, o grupo é impedido de prosseguir a sua jornada devido ao intenso fogo alemão. Num ímpeto, Diana avança sozinha pela Terra de Ninguém e, para assombro de todos, destrói a trincheira inimiga.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Depois de libertarem Veld, uma pequena vila ocupada pelos alemães, o grupo comemora brevemente, sendo o momento eternizado numa chapa fotográfica. Nessa mesma noite, enquanto dançam sob uma chuva de minúsculos flocos de neve, Diana e Steve apaixonam-se.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIvGI0A25fxRYCU4QGW-w6fYNZtaphP7F2gvfI4xwdVSLHjQpPZYG2viHuI7GwfmIaIlwQCPWbKFf5sLtXqYmeOSItZMddyK997zrYlTwLOgoywKOnLhhvZQ-8B4lSZf1KnHgxj1YIf7PNc6zxSCWHK407Uot5MzCapglI396yRtxntli5kMln2nar2Sgx/s1296/ww7.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="730" data-original-width="1296" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIvGI0A25fxRYCU4QGW-w6fYNZtaphP7F2gvfI4xwdVSLHjQpPZYG2viHuI7GwfmIaIlwQCPWbKFf5sLtXqYmeOSItZMddyK997zrYlTwLOgoywKOnLhhvZQ-8B4lSZf1KnHgxj1YIf7PNc6zxSCWHK407Uot5MzCapglI396yRtxntli5kMln2nar2Sgx/w640-h360/ww7.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Retrato para a posteridade.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">No dia seguinte, Steve é informado do baile de gala que se irá realizar no Alto Comando Alemão, a poucos quilómetros da vila. Steve e Diana infiltram-se separadamente na festa, com objetivos diferentes. Diana pretende matar Ludendorff, mas é impedida por Steve, receoso de que isso comprometa a sua missão primária: localizar e destruir o gás.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ludendorff escapa em meio à confusão e ordena a libertação do gás sobre Veld, matando todos os seus habitantes. Culpando Steve pelo massacre, Diana persegue Ludendorff até ao aeródromo onde um bombardeiro alemão com destino a Londres está ser carregado com o gás.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Diana encurrala Ludendorff, mas fica confusa quando a morte do general não põe fim à guerra. <i>Sir</i> Patrick entra em cena e revela ser o disfarce humano de Ares. O deus da guerra admite ter influenciado subtilmente os homens, mas foram eles que, mercê da sua natureza corrupta e violenta, decidiram matar-se uns aos outros.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Diana golpeia Ares com a Matadora de Deuses, mas o vilão quebra a lâmina sem esforço. Divertido com a perplexidade de Diana, Ares revela que, como filha de Zeus e Hipólita, é ela, e não a espada, a verdadeira Matadora de Deuses.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdVgdbzBeZodIpZu7J0QReazqxfCFsE-GeGLN2RZttih73jxdYG0FMlMGyosIPLTPI73TAoG8pyji1sFNeQ2BQQJRZrJS-seXrP-mC9-TOsBQNjp823yrIyaOxiG7Lp94-2N8LtAfkclqbX5aucQG58MngjCEy_nuOTwj1QGNxOgzgKESCdfltcfK94V40/s1920/ww8.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1920" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdVgdbzBeZodIpZu7J0QReazqxfCFsE-GeGLN2RZttih73jxdYG0FMlMGyosIPLTPI73TAoG8pyji1sFNeQ2BQQJRZrJS-seXrP-mC9-TOsBQNjp823yrIyaOxiG7Lp94-2N8LtAfkclqbX5aucQG58MngjCEy_nuOTwj1QGNxOgzgKESCdfltcfK94V40/w640-h266/ww8.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Ares regressou da morte e trouxe o Inferno com ele.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao mesmo tempo que Diana e Ares retomam a sua contenda, Steve e a sua equipa destroem o laboratório de Maru. Depois de sequestrar o bombardeiro com a carga mortífera, Steve fá-lo explodir a uma altitude segura. No solo, Diana testemunha, impotente, o martírio do homem que ama.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ares procura manipular a raiva e a dor de Diana, instigando-a a matar Maru, mas a Princesa Amazona já passou tempo suficiente no Mundo dos Homens para saber que existe bondade no coração humano. Poupando a vida a Maru, Diana redireciona o raio de Ares, matando-o para sempre. Mais tarde nessa noite, soldados e civis comemoram em conjunto o fim da mãe de todas as guerras.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">De volta ao presente, Diana envia um <i>email</i> a Bruce Wayne, agradecendo-lhe a fotografia. O espectro da guerra volta a pairar sobre o Mundo dos Homens, mas a princesa das Amazonas será sempre uma Embaixadora da Paz.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><i>Trailer</i></b></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/I6Gj8Fvukk4?si=FqZUeeaXmGXsVZhy" width="480"></iframe><div><br /></div><div><b>Curiosidades</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A grande batalha na praia que opõe as Amazonas aos marinheiros alemães no encalço de Steve Trevor demorou duas semanas a ser rodada e envolveu duas unidades de filmagem equipadas com seis câmaras. As tomadas de cena eram composições digitais de dois locais distintos: um com grandes falésias brancas, outro com um areal extenso o suficiente para acomodar a ação. Matthew Jensen, o diretor de fotografia, afirmou que, além de filmar um cenário visual tão complexo devido à profusão de câmaras, atores e figurantes, o maior desafio passou por manter a iluminação consistente ao longo de tantos dias, e com várias alterações meteorológicas à mistura;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Interpretadas por supermodelos e atletas de alta competição de diversas nacionalidades (nenhuma delas grega), algumas das Amazonas usam um tecido cor de pele sobre um dos lados do peito. Trata-se de uma referência à forma como essa lendária casta de guerreiras era tradicionalmente retratada na arte clássica. Fontes antigas afirmam que as Amazonas amputavam ou queimavam o seio do lado dominante, de modo a melhorar o seu desempenho em combate, especialmente quando usavam arco e flechas. O seu nome deriva, aliás, do vocábulo grego "a-mazos", que significa "sem peito";</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrIu4Q43GW0azKs4QEnRxTC6fmgizr4X60w8ULezIvT7SD2yYiLqhbOvNRWOx9Y36XwcHqTOorGQZr1rdi1UsBzMwfSl7Qf2-5TEAULmarGwD3Fht1CFRVY4bqViqxz6Co-zH9Qbd7mh4bcaMR8_CjlsGa3yQrgMvuIrhzpIBqcSp-3DruCRCRRnwrWeFz/s600/Brooke%20Ence%20%20CrossFit.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="387" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrIu4Q43GW0azKs4QEnRxTC6fmgizr4X60w8ULezIvT7SD2yYiLqhbOvNRWOx9Y36XwcHqTOorGQZr1rdi1UsBzMwfSl7Qf2-5TEAULmarGwD3Fht1CFRVY4bqViqxz6Co-zH9Qbd7mh4bcaMR8_CjlsGa3yQrgMvuIrhzpIBqcSp-3DruCRCRRnwrWeFz/s16000/Brooke%20Ence%20%20CrossFit.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Brooke Ence, referência mundial de Crossfit, <br />deu corpo a uma Amazona.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Após ser salvo dos alemães por Diana e suas irmãs de armas, Steve Trevor refere-se sarcasticamente ao lar das Amazonas como Ilha Paraíso. Era esse o nome original da ilha na banda desenhada e, também, na série televisiva da Mulher-Maravilha. No pós-Crise, quando George Pérez recontou a origem da Princesa Amazona, a Ilha Paraíso foi rebatizada de Temiscira, em tributo à mitologia helénica;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O General Erich Ludendorff foi uma personagem real e de má memória para os soldados inimigos. Valendo-se da sua condição de comandante supremo das forças alemãs durante a I Guerra Mundial, autorizou o uso do famigerado gás mostarda, um agente corrosivo capaz de derreter tecidos moles e que, dependendo do grau de exposição, podia causar cegueira temporária ou permanente, danos duradouros nos pulmões e, no limite, uma morte excruciante. Após o Armistício, Ludendorff, como tantos outros ex-combatentes germânicos, sentiu-se traído pela classe política e apoiou o golpe fracassado de Adolf Hitler em Munique, mas distanciou-se do futuro chanceler muito antes do Partido Nazi alcançar o poder;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O relógio que Steve Trevor usa é um relógio de bolso adaptado com um estojo de couro para ser usado no pulso. Geralmente presos numa corrente, os relógios de bolso eram os mais comuns na época, mas provaram-se impraticáveis na linha da frente. Uma vez que o tempo era fundamental para coordenar ações em grande escala, como ataques de infantaria apoiados por barragens de artilharia, os soldados passaram a usar os relógios nos pulsos. No final da guerra, a moda espalhou-se entre os civis, tornando os relógios de bolso acessórios obsoletos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A escolha da atriz espanhola Elena Anaya para interpretar a Doutora Maru (uma mulher desfigurada que esconde as cicatrizes com uma prótese plástica) foi uma homenagem de Patty Jenkins à sua atuação em <i>A Pele Onde Eu Vivo</i> (2011), de Pedro Almodóvar. Uma das mais antigas adversárias da Mulher-Maravilha na banda desenhada, Maru surgiu no início de 1942, no rescaldo do ataque a Pearl Harbor, como uma princesa japonesa que chefiava o departamento de armas químicas dos nazis, sendo por isso alcunhada de Doutora Veneno;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTQJuEt_9p7U1fNsuWQW9a-BPLrRs64D-SC4-0VHqgHsOeuwnAJeT0g7HjELAtRm2_o7bbV2sFbe6_tMOXiaEAH3iGMqQ40TjGb7eTgXgWCtXSym9jv6f9ppIUq4VcujCe5mZ1wj0xscL3Y2ZJmrFoY_3l8fcIvVdPs1NSY6TERKpuBXIQB9R1LF5E0xgR/s232/ww9.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="217" data-original-width="232" height="374" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTQJuEt_9p7U1fNsuWQW9a-BPLrRs64D-SC4-0VHqgHsOeuwnAJeT0g7HjELAtRm2_o7bbV2sFbe6_tMOXiaEAH3iGMqQ40TjGb7eTgXgWCtXSym9jv6f9ppIUq4VcujCe5mZ1wj0xscL3Y2ZJmrFoY_3l8fcIvVdPs1NSY6TERKpuBXIQB9R1LF5E0xgR/w400-h374/ww9.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Doutora Veneno é uma das mais antigas <br />adversárias da Mulher-Maravilha.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Melhor amiga e companheira de aventuras da Mulher-Maravilha, Etta Candy foi criada, tal como a própria Diana, por William Moulton Marston e H.G. Peter. Apesar de ter sido várias vezes reinventada desde a Idade de Ouro, foi quase sempre retratada como uma mulher alegre, anafada e afoita. Descontando a mudança de nacionalidade (de americana passou a inglesa), a sua congénere cinematográfica evoca a aparência e maneirismos da personagem original;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Patty Jenkins, uma grande admiradora da série televisiva da Mulher-Maravilha, convidou Lynda Carter e Lyle Wagoner (o Steve Trevor original) a participarem no filme, mas ambos foram impedidos de aceder ao pedido da realizadora, devido aos seus compromissos profissionais. Ignora-se que papéis teria Jenkins em mente, mas muitos fãs sonhavam com uma Rainha Hipólita interpretada por Lynda Carter;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Sucedendo no papel a Cathy Lee Crosby e Lynda Carter, Gal Gadot foi a terceira atriz (e a primeira não americana) a emprestar corpo à Mulher-Maravilha. Apesar do treino intensivo a que se sujeitou durante nove meses e que lhe acrescentou quase oito quilos de massa muscular, Gal não mereceu a aprovação de muitos fãs, desagradados com o seu corpo demasiado esguio. Quando foram necessárias refilmagens, Gal, grávida do seu segundo filho, insistiu em fazer ela própria as cenas mais arriscadas;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzMlajhEIZoGhdxBy2P_YRWHLxv5HqX8vDzRQGTacasvJF8uqk4OPA8XDNmv2_FzOBMTz8TUpUzYUUUQCvkQnjo5Rn9IWhea9nJXcDkcM4VVuNsHwtAGEBcoTpBwMddscHkCE-NuByetKYzwP_9r7L7Woh1eDCwgwWBNsV9BHSwtJwSb9FX2vVdqx0DXDN/s532/ww10.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzMlajhEIZoGhdxBy2P_YRWHLxv5HqX8vDzRQGTacasvJF8uqk4OPA8XDNmv2_FzOBMTz8TUpUzYUUUQCvkQnjo5Rn9IWhea9nJXcDkcM4VVuNsHwtAGEBcoTpBwMddscHkCE-NuByetKYzwP_9r7L7Woh1eDCwgwWBNsV9BHSwtJwSb9FX2vVdqx0DXDN/s16000/ww10.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Cathy Lee Crosby (1974) e Lynda Carter (1975-79) foram<br />as primeiras Mulheres-Maravilha de carne e osso.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No início de 2021, Zack Snyder compartilhou na suas redes sociais uma imagem conceptual que mostrava Diana durante a Guerra da Crimeia (1853-1856). Além de ter sido o primeiro conflito bélico a ser fotografado (e um dos primeiros a ser telegrafado), a Guerra da Crimeia foi, pela sua escala continental, uma espécie de prelúdio da I Guerra Mundial. A imagem em questão mostrava Diana segurando uma lança e três cabeças decapitadas, sugerindo que a história idealizada por Snyder teria sido muito mais sombria;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na cena extra incluída na versão DVD e Blu-ray, Etta Candy, Sameer, Charlie e o Chefe voltam a reunir-se logo após o Armistício, com vista à preparação de uma missão secreta envolvendo uma Caixa Materna. A cadeia de eventos por eles colocada em marcha culminaria, séculos mais tarde, na formação da Liga da Justiça para impedir a invasão da Terra pelas hordas de Darkseid;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Perto do final do filme, Diana descobre, enfim, a sua verdadeira origem e propósito. A princesa das Amazonas é o fruto da união transgressora da Rainha Hipólita com Zeus, fazendo de Ares seu meio-irmão. Esta relação familiar remete para a versão moderna da Mulher-Maravilha apresentada na fase Novos 52, mas sem qualquer substrato comum com a mitologia grega. Na história clássica, Hipólita era filha de Ares e, portanto, neta de Zeus (sendo Diana sua bisneta).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Veredito: 80%</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não era de estranhar o ambiente de receosa expectativa que rodeava a estreia da primeira longa-metragem da Mulher-Maravilha. O fogo cerrado da crítica sobre <i>Batman versus Superman</i> e <i>Esquadrão</i> <i>Suicida</i> parecia ter ferido de morte a incipiente franquia cinematográfica da DC. Como Atlas, Diana foi, pois, chamada a carregar nos ombros o peso, não do mundo, mas de todo um universo expandido.</div><div style="text-align: justify;">Ciente da enormidade da tarefa, a realizadora Patty Jenkins tomou a decisão sensata de optar por um caminho simples. <i>Mulher-Maravilha</i> é uma história clássica de origem, estruturada para apresentar ao grande público a campeã da Verdade e do feminismo criada por William Moulton Marston, no já distante ano de 1941.</div><div style="text-align: justify;">Na sua narrativa leve e divertida, intercalada por empolgantes cenas de ação, são óbvias as influências de <i>Superman</i> (1978). Acresce ainda um bónus raro nas atuais produções do género: apesar da referência inicial a <i>Batman versus Superman</i>, não é necessário ter assistido aos filmes anteriores da franquia para compreender a história.</div><div style="text-align: justify;">Essa combinação - simplicidade narrativa e apelo emocional - confere à película uma aura de cinema antigo, que se distancia do tom sombrio dos seus antecessores, resgatando graciosamente o Universo Estendido da DC da pátina do cinismo e da desesperança.</div><div style="text-align: justify;">No cômputo geral, <i>Mulher-Maravilha </i>é uma obra bem balanceada. Até as cenas de luta, que geralmente se estendem por longos e fastidiosos minutos de CGI e câmara lenta, acontecem no tempo certo. Em vez de ser a atração principal, a pirotecnia digital serve apenas como uma ferramenta.</div><div style="text-align: justify;">Embora coberto de virtudes, o filme tem também os seus pecadilhos, desde logo a caracterização dos vilões. Ares é o gatilho para a transformação de Diana em Mulher-Maravilha, mas a sua revelação ocorre tardiamente e não surpreende (quase) ninguém. Rasos como pires, o General Ludendorff e a Doutora Maru são praticamente caricaturas vilanescas. Esta última podia perfeitamente ter sido substituída por um cientista genérico, já que a sua função na trama se resume a criar o gás.</div><div style="text-align: justify;">Apesar dos pesares, <i>Mulher-Maravilha</i> é o filme que a DC precisava, que os fãs pediam e que Diana merecia. A sua mensagem simples, calorosa e universal, relembra-nos que os heróis e heroínas servem para nos inspirar, não para deprimir-nos. Para isso já basta o mundo contingente dos homens e mulheres comuns.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifeQLVKcfjTXaLvc8sMxB5wMP4iJ8UHD2_vExTZbop3ytgSUUGPs9b23ucv_luAuxzhsx2I2WLS887M3gh1IcQNhXKUQcXF8GROJClwNWsZW2L-4WoMBqsK_x4kT2lHylrTSFop4SpH3jtk8RUjIc9py_gir3g3I3DPHPkqTMRcPtyYxnWnzjh_OGav0Gw/s2000/ww11.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1587" data-original-width="2000" height="509" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifeQLVKcfjTXaLvc8sMxB5wMP4iJ8UHD2_vExTZbop3ytgSUUGPs9b23ucv_luAuxzhsx2I2WLS887M3gh1IcQNhXKUQcXF8GROJClwNWsZW2L-4WoMBqsK_x4kT2lHylrTSFop4SpH3jtk8RUjIc9py_gir3g3I3DPHPkqTMRcPtyYxnWnzjh_OGav0Gw/w640-h509/ww11.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Mulher-Maravilha reergueu sozinha o Universo Estendido da DC.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da língua portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">*Artigos sobre William Moulton Marston e a fase de George Pérez disponíveis para leitura complementar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-67353912757694707812023-09-20T17:33:00.008+01:002023-09-21T18:19:20.630+01:00ETERNOS: BOB KANE (1915-1998)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih-821V3gSjn6ulva7XyhidZnsJwvMLQ5uEiAx15_DclaX5tfDYBcHF-aJm0o8neGEVMxWtCVmrJIYgqR2DSXEkAgtUUszfkjdCvH8IX5WMCZXL7jeJddP4E-JM6BPZ7HFyUJ3rsilitZAmeeBUOaXZpYLLTTjyaKfUvxP0jDCjHZiAkCxfHiXEqjcarUc/s612/Kane%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="612" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih-821V3gSjn6ulva7XyhidZnsJwvMLQ5uEiAx15_DclaX5tfDYBcHF-aJm0o8neGEVMxWtCVmrJIYgqR2DSXEkAgtUUszfkjdCvH8IX5WMCZXL7jeJddP4E-JM6BPZ7HFyUJ3rsilitZAmeeBUOaXZpYLLTTjyaKfUvxP0jDCjHZiAkCxfHiXEqjcarUc/w640-h640/Kane%201.jpg" width="640" /></a></div> <div style="text-align: justify;"> Imortalizou-se como autor único do Batman mantendo o seu parceiro criativo perpetuamente na penumbra. Apesar da sua imensurável importância para a cultura popular, tem o seu legado contestado. Visionário ou charlatão, o criador plástico do Maior Detetive do Mundo é ainda um enigma por resolver.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde a sua estreia, já lá vão quase 85 anos, Batman conquistou os corações e as mentes de sucessivas gerações, sendo a sua popularidade transversal a todas elas. Surgido nos anos terminais da Grande Depressão, o Cruzado Encapuzado foi a resposta ao desejo de justiça de todos quantos sofriam com a dor da perda.</div><div style="text-align: justify;">Do cinema aos jogos de vídeo, Batman foi adaptado a todos os segmentos culturais, tornando-se um ícone global e uma das franquias mais lucrativas de sempre. Muitos consideram, no entanto, que o maior vilão da história do Cavaleiro das Trevas não é o Joker, tão-pouco Ra's al Ghul, mas sim o seu próprio criador.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de ter dado ao mundo um dos seus maiores heróis, Bob Kane teve uma relação difícil com a verdade e com a ética. Colecionou polémicas aguerridas e recusou sempre dividir os louros da sua maior criação, tornando-se assim uma das figuras mais incompreendidas da 9ª Arte. Alguns dos seus detratores vão ainda mais longe, colando-lhe o selo pesado de fraude.</div><div style="text-align: justify;">Essa perceção negativa relativamente a um dos maiores titãs da indústria dos <i>comics</i> assenta, parcialmente, em equívocos e ideias feitas. Todas as histórias têm dois lados, e esta não foge à regra. Importa, por isso, reexaminar o legado de Bob Kane com a lupa da objetividade. Exatamente como faria o Maior Detetive do Mundo: um delicado exercício de arqueologia forense que permita à História julgar um indivíduo e não a sua caricatura.</div><div style="text-align: justify;">Nova-iorquino de gema, Bob Kane nasceu no Bronx a 24 de outubro de 1915, Mas esse não era o seu nome batismal. Primogénito de um casal de imigrantes judeus asquenazes originários da Europa Oriental, na sua certidão de nascimento começou por constar Robert Khan.</div><div style="text-align: justify;">O salário do pai, tipógrafo no jornal <i>New York Daily News,</i> proporcionava uma vida confortável à família. Ao contrário de muitas crianças daquela época, Bob teve, por isso, uma infância tranquila e sem privações.</div><div style="text-align: justify;">Ainda petiz, Bob descobriu o fascínio pelo desenho e, ao longo de toda a vida, descrever-se-ia como uma rabiscador. Inseparável dos seus lápis de carvão, gostava de desenhar em folhas de papel, panfletos e até em caixas de cereais.</div><div style="text-align: justify;">Com apenas dez anos, Bob encontrou a sua vocação profissional: queria ser cartunista. O pai, que conhecia bem a realidade desse ofício, trazia para casa os suplementos dominicais do jornal, para que o filho pudesse decalcar as tiras e outras ilustrações.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTu8_x-JZSsaBEERwoFTkVjR9UDI23PzGWybGfhKaXJWBJYDJx19Cxkb-pmq6Z2jBSHW-myNmEtc1mSjbCxJVmXZejGgpqodRroSDIAl-_5PldHt3BPtsbsP-jwVZK2TK-AcwXcjdJ7YP4PzjWO3x9uSXCM6X24CAbUZKbVsyYcwlowGB68eeQMFEOcntv/s640/1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="442" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTu8_x-JZSsaBEERwoFTkVjR9UDI23PzGWybGfhKaXJWBJYDJx19Cxkb-pmq6Z2jBSHW-myNmEtc1mSjbCxJVmXZejGgpqodRroSDIAl-_5PldHt3BPtsbsP-jwVZK2TK-AcwXcjdJ7YP4PzjWO3x9uSXCM6X24CAbUZKbVsyYcwlowGB68eeQMFEOcntv/w442-h640/1.jpg" width="442" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os suplementos dominicais do <i>New York Daily News </i><br />levaram Bob Kane a querer ser cartunista.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sempre encorajado pelos pais, o pequeno Bob continuou afincadamente a aperfeiçoar o seu talento. Sonhava poder, um dia, ganhar a vida a rabiscar. Mal sabia ele que um desses rabiscos o imortalizaria no imaginário popular.</div><div style="text-align: justify;">Por vezes, o pai de Bob levava, também, alguns dos desenhos do filho para os cartunistas do jornal avaliarem. Os artistas davam opiniões, dicas e, sobretudo, incentivos. Todos lhe auguravam uma carreira promissora a trabalhar com o lápis.</div><div style="text-align: justify;">Mais ainda depois de Bob ter ficado em segundo lugar num campeonato interestadual de desenho. O objetivo da competição era descobrir quem desenhava melhor as tiras <i>Just Kids</i>, da autoria de Gene Byrne. Bob tinha então quinze anos e, pouco tempo depois, começou a vender as suas próprias bandas desenhadas. Uma delas rendeu-lhe os primeiros cinco dólares - quantia apreciável para a época - da imensa fortuna que acumularia ao longo da vida.</div><div style="text-align: justify;">Por essa altura já Bob estudava no DeWitt Clinton - o maior liceu dos EUA, famoso pelo seu edifício em forma de H -, onde contraiu estreita amizade com outra futura luminária da 9ª Arte: Will Eisner. Seria, aliás, pela mão do criador de Spirit que Bob daria, anos mais tarde, os primeiros passos na indústria dos <i>comics</i>.</div><div style="text-align: justify;">A par do desenho, Bob tinha no cinema outra das suas paixões. Influenciado por ambas, decidiu que queria, afinal, trabalhar no campo da animação. Em 1934, logo após ter concluído o ensino secundário, Bob foi estagiar para os Estúdios Max Fleischer, que tinham em Betty Boop e Popeye os seus ativos mais valiosos. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU2h5dM5dpQl25ov5wiZdqhiIFfmU7n1gh-RjaekjoAcDhKq43cX8EXXh1sZ55dXV-cpShCoz4jWRbvm9oSJDefwObr58rYWXFlQcYbKhYNmCyLGZwoQTWR1ZKJcUerQaPYNgs-8k-p3HJi83sG8BmzTk4cZw97ZAsV4r-LBlRmGZOEcUp5yVBdcMuS3kE/s850/2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="478" data-original-width="850" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU2h5dM5dpQl25ov5wiZdqhiIFfmU7n1gh-RjaekjoAcDhKq43cX8EXXh1sZ55dXV-cpShCoz4jWRbvm9oSJDefwObr58rYWXFlQcYbKhYNmCyLGZwoQTWR1ZKJcUerQaPYNgs-8k-p3HJi83sG8BmzTk4cZw97ZAsV4r-LBlRmGZOEcUp5yVBdcMuS3kE/w640-h360/2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Bob Kane conseguiu o primeiro emprego nos Estúdios Fleischer, <br />os mesmos que, em 1943, produziram a primeira animação do Super-Homem.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos dois anos imediatos, a vida correu-lhe de feição: ao emprego de sonho Bob somou uma bolsa de estudo. Foi graças a ela que pôde estudar Arte na Cooper Union, uma prestigiada universidade privada de Manhattan, conhecida por privilegiar a criatividade dos seus alunos em detrimento da técnica. Ironicamente, Bob Kane ganharia reputação de ser mestre na técnica de se apropriar de ideias de outrem...</div><div style="text-align: justify;">Pensando em reforçar a sua imagem como artista, tão-logo atingiu a maioridade Bob contratou um advogado para alterar legalmente o seu nome. O exótico Robert Khan deu assim lugar ao mais familiar Bob Kane. Essa mudança de identidade denota, por outro lado, o pouco apego de Bob à sua herança judaica - de resto, raramente mencionada na sua autobiografia.</div><div style="text-align: justify;">Bob Kane ingressou no mundo dos quadradinhos em 1936. Como ilustrador <i>freelancer</i> da Fiction House, ainda nesse ano teve a sua primeira arte publicada, no terceiro número da revista <i>Wow, What a</i> <i>Magazine!</i>. Embora tenha colaborado em outros projetos, o seu maior contributo para a editora de Sheena, a Rainha da Selva foi <i>Hiram Hick</i>, série cómica por ele desenhada e arte-finalizada.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisr4T4DAq2MTCk3Q6_umiZj3xpLlLMpvNUakVR653yFOQgQLFpOOYwYLTNq_oq4mnB7ZdIxXnwYq3WCsJ3pEguJfQjF_3Yjvf3Gi-c7NVgXYC8MiZNCLXZ1qARbVjtGg9us1HA7V4z1b8O_D8d-d71e8HpdoJ4bvbaThKpluqPc_o2aNsQb7ebdnf8sML0/s1302/3.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="628" data-original-width="1302" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisr4T4DAq2MTCk3Q6_umiZj3xpLlLMpvNUakVR653yFOQgQLFpOOYwYLTNq_oq4mnB7ZdIxXnwYq3WCsJ3pEguJfQjF_3Yjvf3Gi-c7NVgXYC8MiZNCLXZ1qARbVjtGg9us1HA7V4z1b8O_D8d-d71e8HpdoJ4bvbaThKpluqPc_o2aNsQb7ebdnf8sML0/w640-h308/3.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Hiram Hick </i>foi o primeiro trabalho profissional de Bob Kane.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando, em 1937, Will Eisner se associou a Jerry Iger para fundar um dos primeiros estúdios que forneciam material às editoras que se aventuravam a publicar histórias aos quadradinhos, Bob Kane aceitou de bom grado o convite do amigo para reforçar a equipa de artistas residentes.</div><div style="text-align: justify;">Durante essa fase, o seu trabalho mais notável foi<i> Peter Pupp</i>. Não obstante ser apenas mais uma série protagonizada por animais antropomórficos, destacava-se das demais pelo tom sombrio. Ao serviço da Eisner & Iger, Bob produziu também material para as duas empresas que dariam origem à DC Comics.</div><div style="text-align: justify;">Paralelamente a tudo isto, Bob tinha uma vida social muito preenchida. Era <i>habitué</i> em festas, e foi numa delas que conheceu Bill Finger, seu futuro parceiro criativo. Apesar das personalidades contrastantes dos dois jovens (Bob era extrovertido, Bill ensimesmado), unia-os a paixão pelos quadradinhos e pelos filmes.</div><div style="text-align: justify;">Finger era, por aqueles dias, um vendedor de sapatos com aspirações literárias, ao passo que Bob era o eterno rabiscador que precisava de alguém que lhe escrevesse as histórias. Os dois tornaram-se amigos e Bob prometeu a Bill um emprego como argumentista. Do casamento criativo de ambos nasceria um dos maiores totens da cultura popular do século XX. Mas, também, uma controvérsia que ainda hoje faz correr rios de prosa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDJZoZ4bJQnuum7oGPtP2YCuvsXknRwgUvZ2Bq3Ty6cpQO-0CQNkxoehh8MOszbZZPIoRpvMYCIGkKXD3q8vpI2LSMXqySpry9vTVlu_64APImS0JXXuvI7EFq39b_7efqDurNJrRFODqb2VleyJvvq19RHJHMPjHoBSySAUB4qIJMKEGiwnYeW29svHPT/s720/Finger.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="558" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDJZoZ4bJQnuum7oGPtP2YCuvsXknRwgUvZ2Bq3Ty6cpQO-0CQNkxoehh8MOszbZZPIoRpvMYCIGkKXD3q8vpI2LSMXqySpry9vTVlu_64APImS0JXXuvI7EFq39b_7efqDurNJrRFODqb2VleyJvvq19RHJHMPjHoBSySAUB4qIJMKEGiwnYeW29svHPT/w310-h400/Finger.jpg" width="310" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em Bill Finger Bob Kane encontrou<br /> o seu parceiro criativo de excelência. Juntos, criariam um ícone global. <br />Mas apenas um ficaria para a História</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 1939, o editor-chefe da National Comics Publications, Vincent Sullivan, procurava uma nova personagem capaz de reproduzir o grandioso sucesso comercial alcançado pelo Super-Homem no ano anterior. Bob Kane chamou a si a difícil missão de, durante um fim de semana, criar outro justiceiro fantasiado capaz de alavancar as vendas da editora.</div><div style="text-align: justify;">Depois de passar a noite acordado a rabiscar freneticamente, Bob criou o Bat-Man (era esta a grafia original), muito diferente, contudo, do Homem-Morcego que todos conhecemos. Em vez do traje cinzento com capa e capuz negros, o Bat-Man vestia de vermelho, usava uma mascarilha e tinha um par de asas rígidas acopladas às costas. Este último elemento estético referenciava o ornitóptero de Leonardo da Vinci. Nesse momento primordial, Bob ponderou crismar a sua criação de Birdman (Homem-Pássaro), mas depois teve uma ideia melhor.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de os morcegos o deixarem apavorado, Bob era fascinado por eles. O medo que esses animais noctívagos habitualmente despertam nas pessoas inspirou-o a criar uma personagem capaz de intimidar criminosos com a sua silhueta ameaçadora.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiAbkDI_9KJxypYIPmtEIn0kr0gOSSdeU01nYkwLrEY4xcXYJEgMQB_AeKf_hdhIxQyuqy0rx-fv08ToJsFoHr0BR3xrhxX_gvvsvwZugeT2qRb1k0WPB2FlQJu8dqiNB0CMcXxChteoFOn6XEphZ5FzpXQmsLRulG6ikeUrDfiMFT7VgzJeqEnxKqiLif/s760/Bat1.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="751" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiAbkDI_9KJxypYIPmtEIn0kr0gOSSdeU01nYkwLrEY4xcXYJEgMQB_AeKf_hdhIxQyuqy0rx-fv08ToJsFoHr0BR3xrhxX_gvvsvwZugeT2qRb1k0WPB2FlQJu8dqiNB0CMcXxChteoFOn6XEphZ5FzpXQmsLRulG6ikeUrDfiMFT7VgzJeqEnxKqiLif/w632-h640/Bat1.webp" width="632" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Bat-Man de Bob Kane era muito diferente do Batman que todos conhecemos.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bob intuiu, porém, que o seu Bat-Man era ainda uma pedra bruta, à espera de ser burilada. Nada melhor, portanto, do que pedir sugestões ao seu amigo Bill Finger - que, entretanto, começara a trabalhar como seu escritor-fantasma.</div><div style="text-align: justify;">Influenciado, fundamentalmente, pelo Zorro de Douglas Fairbanks e pelo filme mudo <i>The Bat</i> (1926), Finger reformulou por completo o visual do Batman. De uma penada, transformou-o num detetive científico como Sherlock Holmes, descartando o vigilante alado idealizado por Bob Kane. Finger deu ainda ao Homem-Morcego uma identidade civil e uma cidade para morar - Bruce Wayne e Gotham City, respetivamente.</div><div style="text-align: justify;">Sucede que, além de o Batman ser uma espécie de monstro de Frankenstein costurado quase inteiramente a partir de ideias preexistentes, a sua primeira aventura é um despudorado plágio. Publicado em <i>Detective Comics</i> #27, de maio de 1939, <i>O Caso da Sociedade Química</i>, saído da pena de Bill Finger, foi decalcado de <i>Partners of Peril</i>, um conto do Sombra dado ao prelo três anos antes. Ambas as histórias acompanham a investigação motivada pelas misteriosas mortes de poderosas figuras da indústria química.</div><div style="text-align: justify;">Ao parecer estético contemporâneo, tal cópia renderia um processo judicial com vitória garantida para os detentores dos direitos do plagiado. Mas, para sorte dos plagiadores, isso nunca aconteceu. Talvez porque, em bom rigor, o Batman foi, depois do Besouro Verde e do Detetive Fantasma, o último espécime de uma série de imitadores do Sombra. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj16fzQXHV7OFYQFfDaGtobGq5G_Mj28AHet0-uwpeFd_hboXYWlVNHsUBUo_mCSQKzBqUrLuQtTwTKghmSjpGf5BXUDHYTRF1d3RgoGVAQOvz-nLgsMEvBBEIEE_TCN59o7qGt1XudB92rDAQ49l3WKnUZpcvFJXD8dk8Lvogn1k2Uke8A4g2-uU4QjlZD/s960/partners-of-peril_98my.960.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="822" data-original-width="960" height="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj16fzQXHV7OFYQFfDaGtobGq5G_Mj28AHet0-uwpeFd_hboXYWlVNHsUBUo_mCSQKzBqUrLuQtTwTKghmSjpGf5BXUDHYTRF1d3RgoGVAQOvz-nLgsMEvBBEIEE_TCN59o7qGt1XudB92rDAQ49l3WKnUZpcvFJXD8dk8Lvogn1k2Uke8A4g2-uU4QjlZD/w640-h548/partners-of-peril_98my.960.webp" width="640" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMGwxQVk-jUSDk8WOBKDP_guc6DPWyHl2bObkc2N-Tfv-gisL-Aa_qdE3xakB2E976MUsyA0agGWoPPITltptWQRSN40T2ONx4FBPK95WjTzEo7cLhpvpERd5yORnVG7Q4DSaFxE_cjtJ7WRnpkIWPYLF4tuySNJR3j5eaS1C7uFu8aG0tMhVPshxHMhaW/s1256/detective-comics-27_bmtq.960.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1256" data-original-width="880" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMGwxQVk-jUSDk8WOBKDP_guc6DPWyHl2bObkc2N-Tfv-gisL-Aa_qdE3xakB2E976MUsyA0agGWoPPITltptWQRSN40T2ONx4FBPK95WjTzEo7cLhpvpERd5yORnVG7Q4DSaFxE_cjtJ7WRnpkIWPYLF4tuySNJR3j5eaS1C7uFu8aG0tMhVPshxHMhaW/w448-h640/detective-comics-27_bmtq.960.webp" width="448" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A primeira história do Batman foi tirada a papel química de um conto do Sombra.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De todo o modo percebe-se o que levou Bob Kane e Bill Finger a lançarem mão de tal subterfúgio: precisavam de uma história que vendesse o Batman. Condicionado na sua criatividade pelo prazo apertado, Finger reescreveu uma história bem-sucedida, ajustando-a à medida do seu novo protagonista. Nem Bob nem Bill, parceiros neste crime quase perfeito, alguma vez negaram o plágio - que, por sinal, não foi caso único no percurso editorial do Cavaleiro das Trevas.</div><div style="text-align: justify;">Com efeito, também a origem do Batman, revelada em <i>Detective Comics</i> #33 (novembro de 1939), teve muitos dos quadros e painéis retirados do livro infantil <i>Junior G-Men</i>, ilustrado por Henry Vallely. Até o morcego que entra repentinamente pela janela da mansão Wayne imita uma cena de <i>Popular Detective</i> #2 (dezembro de 1934). Por sua vez, a imagem de encerramento foi decalcada de um desenho de Tarzan feito por Hal Foster.</div><div style="text-align: justify;">Como se tudo isso não bastasse, o juramento de Bruce Wayne reproduz, quase <i>ipsis verbis</i>, o juramento solene do Fantasma. Enquanto a personagem que Lee Falk idealizou em 1936 jurava, sobre o crânio do assassino do seu pai, dedicar a vida à aniquilação da pirataria, da cobiça e da crueldade em todas as suas formas, Batman jurava vingar a morte dos pais dedicando o resto da vida a combater o crime.</div><div style="text-align: justify;">Como se sabe, nada disto impediu que o Batman se tornasse a nova mina de ouro da DC, passando inclusivamente a disputar ao Super-Homem o estatuto de figura de proa da editora. Menos de um ano volvido sobre a sua estreia em <i>Detective Comics</i>, o Cruzado Encapuzado ganhou revista própria e um ajudante adolescente. Robin, o Menino Prodígio, serviu para expandir a audiência das histórias do Batman, cativando as crianças que não se identificavam com o taciturno guardião de Gotham City.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbQW9BxWnSIE655-_eEO_ytGawTOV9EkFBtr85xWmAPUwBAqk3AgC5hgs_UYAsSVDzC3AAAAklteiSrcQiI2XIq0NSNR1B4j4q3tZtN9kDHigTSNxsDMNW3JpJbOpA7oAoYKpMNhcWR6kTVrfWddU-nXwcEkK9pegFgn4Xn7S9Hp--x100Fbm-TPiDi_jK/s1391/Batman_1.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1391" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbQW9BxWnSIE655-_eEO_ytGawTOV9EkFBtr85xWmAPUwBAqk3AgC5hgs_UYAsSVDzC3AAAAklteiSrcQiI2XIq0NSNR1B4j4q3tZtN9kDHigTSNxsDMNW3JpJbOpA7oAoYKpMNhcWR6kTVrfWddU-nXwcEkK9pegFgn4Xn7S9Hp--x100Fbm-TPiDi_jK/w460-h640/Batman_1.webp" width="460" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Depois do Super-Homem, Batman foi o segundo super-herói a ter a sua própria revista. <br />Robin ajudou-o a caçar bandidos e a prender leitores de palmo e meio.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Animado pelo crescente sucesso da sua personagem, Bob Kane foi um dos raríssimos profissionais dos quadradinhos a ter a clarividência de, assessorado pelo advogado do pai, negociar um contrato que lhe renderia fama e fortuna. Além de bastante lucrativo, o acordo incluía uma cláusula que o consagrava, a título perpétuo, como autor único do Batman.</div><div style="text-align: justify;">Como foi isto possível? A resposta é simples. Bob Kane nunca encarou Bill Finger como um sócio, mas sim como um empregado. Era igualmente essa a perceção da DC, que sempre tivera em Bob o seu único interlocutor em todo o processo negocial. Finger, ademais, preferiu ficar na penumbra a ter de voltar a vender sapatos para ganhar a vida.</div><div style="text-align: justify;">Assim sendo, quando a DC começou a requisitar mais histórias do Batman do que Kane conseguia desenhar, a solução passou pela contratação de artistas fantasmas. A partir de um estúdio instalado no edifício do <i>New York Times,</i> Dick Sprang, George Roussos, Jerry Robinson e tantos outros emprestavam secretamente o seu traço ao Homem-Morcego. Nenhum deles foi no entanto alguma vez creditado, levando os leitores a acreditar ser Bob Kane a única pessoa por detrás do seu herói favorito.</div><div style="text-align: justify;">A partir de 1943, Bob Kane passou a dedicar-se por inteiro às tiras do Batman. Apesar disso, era a sua assinatura estilizada que continuava a surgir em todas as histórias do Cruzado Encapuzado publicadas nas revistas da DC. Situação impensável nos dias que correm, mas importa lembrar que, naquela época, as regras era muito diferentes. Direitos de autor e vínculos contratuais eram conceitos estranhos numa indústria dominada por gente pouco recomendável. A própria DC, por exemplo, foi fundada por ex-contrabandistas de álcool durante a Lei Seca...</div><div style="text-align: justify;">Acresce ainda o facto de que, para todos os efeitos, os artistas fantasmas de Bob Kane eram seus funcionários. Em razão dessa circunstância, Kane pôde continuar a colher todos os louros, ao ponto de se tornar quase tão famoso como o próprio Batman.</div><div style="text-align: justify;">A ética profissional de Bob Kane voltaria, entretanto, a ser colocada em xeque num episódio que envolveu os criadores do Super-Homem. Na viragem da década de 40, quando Jerry Siegel e Joe Shuster resolveram processar a DC na esperança de recuperarem os direitos da sua personagem, convidaram Kane a juntar-se a eles. Em vez disso, ele usou essa informação para renegociar o seu próprio contrato com a Editora das Lendas.</div><div style="text-align: justify;">Perante a renitência da DC em aceitar os novos termos, Bob Kane alegou ter assinado o contrato original quando ainda era menor de idade. Apesar de se tratar de uma absoluta falsidade (em 1939 Kane tinha 24 anos), contou com a cumplicidade dos pais e com o misterioso sumiço da sua certidão de nascimento para lograr os seus intentos.</div><div style="text-align: justify;">Ainda hoje considerado um dos melhores contratos do setor, o novo acordo celebrado por Bob Kane garantia-lhe direitos de revisão e uma melhor percentagem dos lucros decorrentes do licenciamento do Batman. Foi graças a esta audaciosa jogada que, nas décadas seguintes, Kane acumulou uma fortuna estimada em dez milhões de dólares.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4y1dAzuWGaIL9k_eZohJ3lE3YH-Z2B9KYWNI0OP-oHpwbLkhpFLa2MYToVyZ81l0v3-ia6w-p2ZvDHehiQU56vOTm3tsNdrXJtEsiksO3DdCN3-wv6XHltPAki-6kCs7r0FX6bA3uas8Ui443LpIuDpHspCuykpbsHXi8zKNVyF9kellLPuxzGwPs2Xjn/s640/Bob%20Kane.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="512" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4y1dAzuWGaIL9k_eZohJ3lE3YH-Z2B9KYWNI0OP-oHpwbLkhpFLa2MYToVyZ81l0v3-ia6w-p2ZvDHehiQU56vOTm3tsNdrXJtEsiksO3DdCN3-wv6XHltPAki-6kCs7r0FX6bA3uas8Ui443LpIuDpHspCuykpbsHXi8zKNVyF9kellLPuxzGwPs2Xjn/w512-h640/Bob%20Kane.jpg" width="512" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Uma modelo fantasiada de Mulher-Gato posa para Bob Kane. <br />Para o mundo, ele era o único criador do Batman.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A pantomima perdurou até 1965, quando Bill Finger, na qualidade de orador convidado numa das primeiras convenções de quadradinhos, revelou publicamente as suas múltiplas contribuições para a conceção do Batman e respetiva mitologia. Bob Kane, que até aí tinha tido por hábito resguardar-se das críticas sob um manto de fleuma, reagiu com inesperada violência.</div><div style="text-align: justify;">Numa carta aberta com várias páginas, reafirmou ser ele o único criador do Batman e, carregando nas tintas, acusou Bill Finger de mentir. Mas nada seria como dantes. Nos bastidores editoriais, a surdina foi ficando cada vez mais ruidosa, com muitos profissionais dos quadradinhos a corroborarem as palavras de Finger.</div><div style="text-align: justify;">Quando a polémica estalou, já Bob Kane tinha trocado, há vários anos, Nova Iorque por Los Angeles, e os quadradinhos pela televisão. Em 1965, aceitara colaborar com a série em ação real do Batman. Apesar de se tratar de um programa cómico, Kane apreciava genuinamente o formato porque sempre considerou ridículo o conceito de super-herói.</div><div style="text-align: justify;">Na Cidade dos Anjos, Bob Kane conseguiu realizar também o sue velho sonho de criar um desenho animado. <i>Courageous Cat and Minute Mouse</i> - um gato e um rato antropomórficos que, juntos, combatiam o crime - parodiavam as aventuras do Duo Dinâmico. À boleia do sucesso desse seu primeiro projeto televisivo, Kane criou outra série animada intitulada <i>Cool McCool</i>, a qual acompanhava as trapalhadas de um agente secreto inepto.</div><div style="text-align: justify;"><i>Bon vivant, </i>Kane apreciava os prazeres mundanos e a companhia de celebridades, como Sammy Davis Jr. ou Muhammad Ali. Sentia-se como peixe na água nas glamorosas festas de Hollywood e não parecia sentir saudades de Nova Iorque ou da sua vida anterior.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5te9QvOkVUN3pfVCDIMFHMzOEljd80xwtgRZ06tQ5iVOnh3CUA17g9ck3LLUHbmwNBG0wSyVGNAvjb0ReRVtx1oZArKkb6ZMlDg3Zhjr3KSz0yNpVzuvMK5tsU3ai00MgXK-R_Zh5VcmwmbIXcizD2ffnxg9PmaVuH4qHQUcLIhcP4nTfNH3Tv2oYtcra/s748/Couragous_Cat_and_Minute_Mouse_Cover.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="748" data-original-width="614" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5te9QvOkVUN3pfVCDIMFHMzOEljd80xwtgRZ06tQ5iVOnh3CUA17g9ck3LLUHbmwNBG0wSyVGNAvjb0ReRVtx1oZArKkb6ZMlDg3Zhjr3KSz0yNpVzuvMK5tsU3ai00MgXK-R_Zh5VcmwmbIXcizD2ffnxg9PmaVuH4qHQUcLIhcP4nTfNH3Tv2oYtcra/w525-h640/Couragous_Cat_and_Minute_Mouse_Cover.webp" width="525" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Entre 1960 e 1962, foram para o ar 130 episódios de <i>Courageous Cat and Minute Mouse</i>,<br /> paródias de Batman e Robin.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A partir do final da década de 60, quando a DC reviu por fim a sua linha editorial, creditando os verdadeiros artistas das histórias do Batman, Bob Kane passou a ser apenas discretamente mencionado como criador da personagem,</div><div style="text-align: justify;">Mercê desse novo <i>status quo</i>, Bob Kane atravessou a década seguinte em relativo ostracismo. Dedicando-se agora às Belas Artes, expunha os seus quadros em galerias e museus da Costa Oeste. Apesar de visualmente apelativas, parte dessas obras foram na verdade pintadas por artistas fantasmas. Por causa disso, alguns dos críticos que escrutinaram o trabalho de Kane não hesitaram em expô-lo como charlatão.</div><div style="text-align: justify;">A reputação de Bob Kane foi ainda mais beliscada pela morte de Bill Finger na mais abjeta pobreza. Acusado de ter negligenciado o amigo e parceiro criativo, Kane, então com 59 anos, antecipou a reforma e saiu de cena. Mas nem por isso caiu nos alçapões da História para onde atirou tantos dos que com ele colaboraram.</div><div style="text-align: justify;">Bob Kane voltou a atrair os holofotes mediáticos em 1989. No ano em que se celebrava o cinquentenário do Cruzado Encapuzado, Kane lançou (com a ajuda, está bem de ver, de um escritor fantasma) a sua autobiografia sugestivamente intitulada<i> Batman and Me. </i>Numa das entrevistas em que se desdobrou para promover a obra, teve um rebate de consciência e reconheceu, <i>urbi et orbi</i>, a tremenda injustiça a que sujeitara Bill Finger. Um pequeno atro de contrição que os mais cínicos interpretaram como um golpe de marketing.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Xx6QfAL2G54qPvy7AxBPib9CPr-LQBCgVCAYygf0FoBnpmZBd8VSYixITouKw6JAGNuwYOMDrTWE1VXDOTlKuVubiZ19V_TzZcVTOmQI5_EOGKZrYviOHgjn05cKDcQfOgVoVqYa1U-cVSCVvOJYvxagP_kuEzXvhvAvFx0o19F1oBPYnzaw5ox2JUq7/s594/batman-and-me1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="455" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Xx6QfAL2G54qPvy7AxBPib9CPr-LQBCgVCAYygf0FoBnpmZBd8VSYixITouKw6JAGNuwYOMDrTWE1VXDOTlKuVubiZ19V_TzZcVTOmQI5_EOGKZrYviOHgjn05cKDcQfOgVoVqYa1U-cVSCVvOJYvxagP_kuEzXvhvAvFx0o19F1oBPYnzaw5ox2JUq7/w490-h640/batman-and-me1.jpg" width="490" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em 1989, Bob Kane lançou o primeiro volume da sua autobiografia. <br />O segundo, intitulado <i>Batman and Me - The Saga Continues</i>, seria lançado em 1996.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda em 1989, Bob Kane colaborou como consultor no filme <i>Batman</i>, de Tim Burton. Problemas de saúde impediram-no de fazer a pequena participação prevista na película, mas é da sua autoria o desenho do morcego gigante que o cartunista do <i>Gotham Gazette</i> mostra a Alexander Knox. </div><div style="text-align: justify;">Reabilitado perante os seus pares, nos últimos anos de vida Bob Kane foi por eles cumulado de honrarias. Depois de ter sido introduzido no Jack Kirby Hall of Fame em 1994, dois anos mais tarde passou a figurar também no Will Eisner Comic Book Hall of Fame.</div><div style="text-align: justify;">Bob Kane faleceu, de causas naturais, no dia 3 de novembro de 1998, menos de um mês depois de ter completado 83 anos. Foi sepultado num cemitério de Hollywood Hills e a sua lápide perpetua-o como autor único do Batman. </div><div style="text-align: justify;">Visionário aos olhos de alguns, charlatão aos olhos de muitos, Bob Kane continua a ser uma figura controversa. Não por acaso, o único vilão do Batman que ele comprovadamente criou sozinho foi o Duas-Caras. Dificilmente haverá melhor alegoria para a ambiguidade moral daquele que, mesmo com o legado maculado pelo oportunismo e falta de escrúpulos, foi um dos maiores vultos da 9ª Arte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYL7pm1PUQTatLqjMokoygzB_4TU6LSvfBGPLgQ-T_eLlIS8z-9vt2_jvl28SMy-vRvQclI7nqmBCrcDS5R7DXvEO6QGvipdpyyGDebEGeH5NN-EmH2vOOBgT3xAPrRpo8-19wqIfWdMIX9n19sPw6yvn6X4xwiO140omA31X2eJhFZILO1XRVBzD5U_d8/s1280/l%C3%A1pide.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="833" data-original-width="1280" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYL7pm1PUQTatLqjMokoygzB_4TU6LSvfBGPLgQ-T_eLlIS8z-9vt2_jvl28SMy-vRvQclI7nqmBCrcDS5R7DXvEO6QGvipdpyyGDebEGeH5NN-EmH2vOOBgT3xAPrRpo8-19wqIfWdMIX9n19sPw6yvn6X4xwiO140omA31X2eJhFZILO1XRVBzD5U_d8/w640-h416/l%C3%A1pide.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Na lápide de Bob Kane pode ler-se que Batman foi uma criação da "mão de Deus". <br />Onde foi que já ouvimos isto?</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da língua portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Textos sobre Bill Finger, Jerry Robinson, Dick Sprang, Joker e Robin disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-38312089835582268742023-06-23T17:33:00.005+01:002023-09-06T16:53:00.582+01:00HERÓIS EM AÇÃO: DOUTOR ESTRANHO <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqmLDoCtZof1QBwPGV63xPW0E9KeHN8gq0KGoHUDDv_Cf9oldRJi2FxFmhHHqnhyheXFgyuODcCDwPAZoDsKUOn7sac6yaORV8gQCZKL6BwQHSp4ICxPN-EWu5LgZqp330_6q_N9Vs3Hw9P5oUwMhzTjtp7kSi8Qgk7Lkky7LtuuhKgBCm5JhGwuWNzg/s800/Strange%206.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="534" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqmLDoCtZof1QBwPGV63xPW0E9KeHN8gq0KGoHUDDv_Cf9oldRJi2FxFmhHHqnhyheXFgyuODcCDwPAZoDsKUOn7sac6yaORV8gQCZKL6BwQHSp4ICxPN-EWu5LgZqp330_6q_N9Vs3Hw9P5oUwMhzTjtp7kSi8Qgk7Lkky7LtuuhKgBCm5JhGwuWNzg/w428-h640/Strange%206.jpg" width="428" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> Antes de perder tudo num golpe do destino, Stephen Strange somava fama, fortuna e soberba. O seu doloroso despertar interior começou no fundo do poço e culminou no topo do mundo. No místico Tibete, fronteira entre os mundos físico e espiritual, estudou as artes arcanas e, como Feiticeiro Supremo, encontrou novo propósito de vida.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> Doctor Strange</div><div style="text-align: justify;"><b>Editora:</b> Marvel Comics</div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores: </b>Stan Lee & Steve Ditko</div><div style="text-align: justify;"><b>Primeira aparição: </b><i>Strange Tales</i> #110 (abril de 1963)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil: </b>Stephen Vincent Strange</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie:</b> Humano</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Filadélfia, Pensilvânia</div><div style="text-align: justify;"><b>Parente conhecidos: </b>Eugene e Beverly Strange (pais, falecidos); Victor Strange / Khiron (irmão, presumivelmente falecido); Donna Strange (irmã, falecida); Clea (esposa); Umar e Orini (sogros)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação: </b>Outrora um dos mais renomados neurocirurgiões do mundo, Stephen Strange desdobra-se atualmente entre as funções de Feiticeiro Supremo, aventureiro e consultor do Oculto.</div><div style="text-align: justify;"><b>Base de operações: </b>Sanctum Sanctorum, Greenwich Village (Nova Iorque)</div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações:</b> Fundador e líder de <i>facto</i> dos Defensores.</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis:</b> Dormammu </div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Após décadas de estudo intensivo das artes místicas, o Doutor Estranho é um dos mais poderosos magos de todo o Multiverso Marvel. Transmutação da matéria, consciência cósmica, projeção astral ou abertura de portais interdimensionais são apenas alguns dos seus truques mais aparatosos. Diz-se ainda que seria capaz de matar um homem com um simples gesticular das mãos e, sozinho, já levou Galactus ao tapete.</div><div style="text-align: justify;">Agamotto, Hoggoth e Oshtur, a tríade de divindades extradimensionais conhecidas com os Vishanti, são os principais patronos mágicos do Feiticeiro Supremo. É canalizando a energia virtualmente ilimitada dessas e de outras entidades metafísicas, como os Principados ou a Octossência, que o Doutor Estranho executa um repertório quase infinito de feitiços, encantamentos e sortilégios. Em razão dessa sinergia espiritual, ele é sempre tão poderoso quanto o deus por ele invocado.</div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6moSbyaQpML5AT5RG-D5UgFa0biVVb8AnArXKeDrt2MJN_cPRQmJNvLliaheZ8A9PehYMJVHl9gKy0Izj5PxuwLOp5aMh_kSdI1SSi0iwSNeyLU_ntShXOhMQguf5Q-xHg09InoYm3Gg76IfNnYTVZ2Gmp7lU-7b7uHtFFbxfGeXyhc8RCsWm_B2LUl1C/s464/Vishanti.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6moSbyaQpML5AT5RG-D5UgFa0biVVb8AnArXKeDrt2MJN_cPRQmJNvLliaheZ8A9PehYMJVHl9gKy0Izj5PxuwLOp5aMh_kSdI1SSi0iwSNeyLU_ntShXOhMQguf5Q-xHg09InoYm3Gg76IfNnYTVZ2Gmp7lU-7b7uHtFFbxfGeXyhc8RCsWm_B2LUl1C/s16000/Vishanti.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os Vishanti assumem diferentes disfarces porque<br /> as suas verdadeiras formas seriam incompreensíveis para os humanos.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;">Algumas dessas entidades são tradicionalmente invocadas para efeitos específicos: Ikonn para projetar ilusões; Serafim para proteção mística; Agamotto para revelar a Verdade; Cyttorak para restringir adversários; Cinnibus para dissipar a escuridão, etc.</div><div style="text-align: justify;">Aparentemente, a substância dos reinos místicos é, por vezes, invocada em vez dos seres que os governam. Um bom exemplo é quando o Doutor Estranho manipula as Chamas de Faltine da Dimensão Negra, lar do seu arqui-inimigo Dormammu. Graças a esse subterfúgio, o Feiticeiro Supremo consegue invocar entidades malignas sem ficar à mercê delas. Este não é, no entanto, um exercício isento de perigos.</div><div style="text-align: justify;">Seguindo os ensinamentos do seu mestre - o enigmático Ancião -, o Doutor Estranho consegue também executar feitiços menos elaborados manipulando apenas a energia mística ambiente. Com recurso a ela pode, entre muitas outras coisas, lançar rajadas ectoplasmáticas, comunicar telepaticamente ou erguer campos de força.</div><div style="text-align: justify;">O Doutor Estranho tem ainda à sua disposição uma panóplia de relíquias e artefactos místicos, na qual pontificam o Olho de Agamotto e o Manto da Levitação.</div><div style="text-align: justify;">Assim como o Mjolnir, o Olho de Agamotto só pode ser usado por aqueles que provarem ser dignos. Além de potenciar os talentos psíquicos do Doutor Estranho, a sua luz trespassa todo o engano e é anátema para demónios e outras criaturas funestas.</div><div style="text-align: justify;">Existe, ademais, um forte vínculo entre o Olho de Agamotto e o Orbe de Agamotto, outro dos instrumentos místicos ao dispor do Doutor Estranho. Um e outro dotam o seu usuário de clarividência, mas o alcance do segundo é muito superior. Espécie de bola de cristal hiperpoderosa, o Orbe permite a perceção nítida de qualquer lugar em qualquer dimensão ou reino do Multiverso, tendo como principal função monitorizar potenciais ameaças externas à Terra. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_bd20b84o_e1eEwCisxM-y24fHdTRXcF2BKJrnvCEJFnYiGaxl-hvyWwBeurU3gqg4M0vWdDjfVGZE9PT2AJGuZ1ql1GUJX9jQ9cc7lXfD5jo94ikzeVmF6kMoRwdVL4MccQfJqkmtp9vD-vOcLQ9M_xx38j2rbjHLiqdXAhjs5VX9tD7N2XigndyIboT/s602/Olho.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="296" data-original-width="602" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_bd20b84o_e1eEwCisxM-y24fHdTRXcF2BKJrnvCEJFnYiGaxl-hvyWwBeurU3gqg4M0vWdDjfVGZE9PT2AJGuZ1ql1GUJX9jQ9cc7lXfD5jo94ikzeVmF6kMoRwdVL4MccQfJqkmtp9vD-vOcLQ9M_xx38j2rbjHLiqdXAhjs5VX9tD7N2XigndyIboT/w640-h314/Olho.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Inspirado no Olho que Tudo Vê de Buda, o Olho de Agamotto<br /> é autoconsciente e só pode ser usado para magia benigna.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Construído no local de sacrifícios pagãos, o Sanctum Sanctorum, residência e base de operações do Doutor Estranho, é um ponto focal para energias sobrenaturais. Na sua biblioteca repousam centenas de tomos esotéricos, incluindo o Livro de Vishanti. Trata-se do repositório indestrutível de todos os feitiços de Magia Branca e do conhecimento arcano acumulado por diferentes gerações de magos. Stephen Strange tornou-se seu fiel depositário quando, após a morte do Ancião, foi arvorado a Feiticeiro Supremo.</div><div style="text-align: justify;">Complementarmente ao estudo das artes místicas, Stephen Strange foi também iniciado pelos monges tibetanos nas artes marciais, que continua a praticar regularmente com Wong. Lutador habilidoso, o seu estilo já foi elogiado pelo próprio Mestre do Kung Fu. O Doutor Estranho exibe igualmente notável destreza no manuseamento de espadas, lanças e outras armas magicamente criadas por ele.</div><div style="text-align: justify;">Seja a batalha física ou espiritual, o Doutor Estranho será sempre um formidável guerreiro do Bem contra o Mal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas: </b>A despeito do incomensurável poder subjacente à sua condição de Feiticeiro Supremo, Stephen Strange ainda é apenas um homem. Desse fator humano decorrem tanto limitações físicas quanto metafísicas.</div><div style="text-align: justify;">Durante as frequentes incursões do Doutor Estranho no plano astral, por exemplo, o seu corpo físico permanece num espécie de transe inerte. Nesse estado em tudo semelhante à morte, Strange fica vulnerável a ataques de qualquer tipo. Se deles resultarem ferimentos fatais, ele ficará para sempre preso num limbo incorpóreo.</div><div style="text-align: justify;">O mesmo sucederá caso Strange permaneça mais do que 24 horas na sua forma etérea. Ultrapassado esse limiar crítico, o seu corpo físico começará a deteriorar-se a um ritmo acelerado podendo, no limite, culminar na sua morte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFE_ljGS2PKPcAXBebfUf5D9Gl5wyTRnyHKXuDCWXjPM4K6y7BvMuE-w6rsUOiNR2hAmZd-nGgrkORdNAtXcIoM3NploEgFFKgUzEatOUqFndbiXXtFtAFfhCCgAbes2KtAbWXvEGcvO7UDXq7wgeDX4ro1r_UYILBVVoiIXJlctAs4qzXt1kY2bTa5KVM/s1062/Astral.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1062" data-original-width="744" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFE_ljGS2PKPcAXBebfUf5D9Gl5wyTRnyHKXuDCWXjPM4K6y7BvMuE-w6rsUOiNR2hAmZd-nGgrkORdNAtXcIoM3NploEgFFKgUzEatOUqFndbiXXtFtAFfhCCgAbes2KtAbWXvEGcvO7UDXq7wgeDX4ro1r_UYILBVVoiIXJlctAs4qzXt1kY2bTa5KVM/w448-h640/Astral.webp" width="448" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A projeção astral comporta<br /> consideráveis riscos para o corpo físico do Doutor Estranho.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Outra brecha passível de ser explorada pelos inimigos do Doutor Estranho é a sua elevada dependência relativamente a encantamentos recitados, gestos ritualísticos e artefactos místicos. Como já referido, os seus feitiços mais poderosos extraem energia de entidades divinas invocadas verbalmente e, quase sempre, com a ajuda de amuletos. O Doutor Estranho ficará contudo impedido de conjurá-los se for amordaçado, manietado e/ou privado do acesso ao seu arsenal arcano. </div><div style="text-align: justify;">Algo que também acontecerá se ele perder os favores dos seus patronos sobrenaturais. Sem o poder insondável de Vishanti, Agamotto ou Cyttorak, o Doutor Estranho seria incapaz de se bater em paridade de armas com adversários como Dormammu, Pesadelo ou Mefisto.</div><div style="text-align: justify;">A Alta Magia, por sua vez, cobra sempre um proporcional preço físico aos seus usuários, e o Feiticeiro Supremo não foge à regra. Travar batalhas místicas, particularmente no plano astral ou em outras dimensões, requer um esforço enorme. Do qual podem resultar desde tonturas momentâneas a comas prolongados.</div><div style="text-align: justify;">Apesar do seu passado ligado à prática da Medicina, o Doutor Estranho, ironicamente, não consegue duplicar magicamente nada criado pela Ciência. Alguns indícios sugerem ainda que os seus encantamentos e sortilégios perdem eficácia contra seres mecânicos. Robôs, androides e outras máquinas demonstram ter, em geral, uma elevada resistência, quando não imunidade, à sua magia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Misticismo psicadélico</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De todos os ilustres moradores da Casa das Ideias surgidos na primeira metade da década de 60, contam-se pelos dedos de uma só mão aqueles em cuja conceção Jack Kirby não esteve, direta ou indiretamente, envolvido. A par do Homem-Aranha, o Doutor Estranho foi outra das notáveis exceções à regra. Tanto o Escalador de Paredes como o Mestre das Artes Místicas tiveram assinatura de Stan Lee e Steve Ditko.</div><div style="text-align: justify;">Quase todas as criações de Stan Lee procuravam, em última análise, renovar grandes mitos da cultura popular originados em géneros diversos: na origem do Quarteto Fantástico esteve a ficção científica; Thor saiu diretamente da mitologia nórdica; e o Homem de Ferro, nas suas primícias, referenciava as histórias de espionagem.</div><div style="text-align: justify;">Até à entrada em cena do Doutor Estranho, a magia e a feitiçaria tinham estado praticamente ausentes do Universo Marvel. Como era seu apanágio, Stan Lee mais não fez do que reinterpretar, de forma inovadora, conceitos preexistentes. No caso específico do Feiticeiro Supremo, Lee foi beber inspiração a um folhetim radiofónico que fizera as suas delícias na infância. <i>Chandu, o Mago</i> - um dos programas do género mais populares e duradouros dos anos 30 - narrava as aventuras de um mágico que usava os seus poderes místicos para defender a Humanidade de forças maléficas de origem sobrenatural.</div><div style="text-align: justify;">A aparência do Doutor Estranho, por outro lado, foi baseada na de Vincent Price. Presença assídua nos filmes de terror dos anos 50 e 60, Price representava amiúde bruxos, vampiros e quejandos. O nome completo do Doutor Estranho - Stephen Vincent Strange - é, de resto, uma homenagem ao saudoso ator conhecido pelo bigode estiloso e olhar penetrante.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhTXDHfjtxTFYueLZqytMp6Hs1zhM1x9jkoWu7qcyfXi1PUyrrrs-HpriUqcbDcVsvStHbvHE6PQZXDV5LpSENmhtU8Nh2ATI-Ecmz3aXKpKk5Ko53GjlJX4GuHcD3UKdCsO05O02A_z7Uuo39Q3-2AyMDmit_Ay1T-F1P7eQfTITL2lzxwuP7uPfI1Aro9" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="587" data-original-width="900" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhTXDHfjtxTFYueLZqytMp6Hs1zhM1x9jkoWu7qcyfXi1PUyrrrs-HpriUqcbDcVsvStHbvHE6PQZXDV5LpSENmhtU8Nh2ATI-Ecmz3aXKpKk5Ko53GjlJX4GuHcD3UKdCsO05O02A_z7Uuo39Q3-2AyMDmit_Ay1T-F1P7eQfTITL2lzxwuP7uPfI1Aro9=w400-h260" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O mágico Chandu e o multifacetado ator Vincent Price (em baixo)<br /> foram as principais inspirações do Doutor Estranho.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH0PdHcMsE500WgDzpZsYJRRXvKHIM3Dfyeh-heUG5v1iDVbdCtKGOfdtq07X4bY91WYnZBzrxN45LIZGuTIHoYxnliwvPwtv0Thq_uZFT9DxyXgaqsh5AMmSuEOyX-394Sp8CSf2ycd13mYQMaKz7Cn7P8Djyg7-wr4e6S1lWc9U4sinF9CZebk06Ft6Y/s630/Price.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="630" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH0PdHcMsE500WgDzpZsYJRRXvKHIM3Dfyeh-heUG5v1iDVbdCtKGOfdtq07X4bY91WYnZBzrxN45LIZGuTIHoYxnliwvPwtv0Thq_uZFT9DxyXgaqsh5AMmSuEOyX-394Sp8CSf2ycd13mYQMaKz7Cn7P8Djyg7-wr4e6S1lWc9U4sinF9CZebk06Ft6Y/w400-h318/Price.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas para além dessas influências iniciais, o Doutor Estranho adquiriu uma personalidade e uma riqueza muito próprias, superiores às da personagem que o tinha inspirado. Para isso foi fundamental a participação de Steve Ditko, seu criador plástico e o artista que Stan Lee escolhia sempre que queria orquestrar uma história sob o signo do mistério e do<i> suspense</i>. Por aqueles dias, Lee e Ditko já tinham dado ao prelo dezenas de historietas desse tipo, na sua maioria publicadas em <i>Strange Tales.</i> Em razão disso, num primeiro momento Ditko sugeriu que o novo herói fosse batizado de Mister Strange, nome que Lee rejeitou dadas as semelhanças com o já existente Mister Fantastic.</div><div style="text-align: justify;">Renomeado Doutor Estranho, o novo mestre das artes arcanas fez a sua primeira aparição em<i> Strange</i> <i>Tales</i> #110, com data de abril de 1963. Em apenas cinco páginas, os leitores ficaram a conhecer um feiticeiro que nada tinha a ver com os tradicionais prestidigitadores de cartola, varinha mágica e truques baratos. O Doutor Estranho era misterioso, parco em palavras e vestia paramentos asiáticos, que deixavam adivinhar uma possível origem no Extremo Oriente. Tinha, também, pouco em comum com os super-heróis convencionais, apesar de partilhar a revista com um deles.</div><div style="text-align: justify;">As aparições subsequentes do Doutor Estranho em <i>Strange Tales</i> acrescentaram novas camadas dramáticas à personagem, atraindo a atenção e o louvor dos leitores. Em resposta ao crescente interesse relativamente ao passado de Stephen Strange, Lee e Ditko revelaram por fim a sua origem, no 115º número da revista que continuava a ter o Tocha Humana como atração principal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXt-JjStzvZSM9JMoFgM8riUePye93EFX_08uC5eHYkTge7AGxMNgDEFVHditvyUbC2bNdr9Eg5MEVIome6W-NVBjUDrzYvsio9nhQyIvU8C82K3s7PcyzRYR8SsD6BTrZHVR71caWcaF8yFe-BD-Z2qDv-VYeLW0BShwlw37it6x3PNvkzG1ZwEgkt-hd/s1280/TALES.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXt-JjStzvZSM9JMoFgM8riUePye93EFX_08uC5eHYkTge7AGxMNgDEFVHditvyUbC2bNdr9Eg5MEVIome6W-NVBjUDrzYvsio9nhQyIvU8C82K3s7PcyzRYR8SsD6BTrZHVR71caWcaF8yFe-BD-Z2qDv-VYeLW0BShwlw37it6x3PNvkzG1ZwEgkt-hd/w640-h360/TALES.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Há exatos 60 anos, o Doutor Estranho fazia a sua estreia em <i>Strange Tales</i> #110, <br />revista que tinha o Tocha Humana como astro principal.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentre as possíveis influências para a origem do Doutor Estranho, a mais óbvia é a do Lama Verde. Personagem obscura com raízes fincadas na literatura <i>pulp</i> que, na Idade de Ouro, foi transposta aos quadradinhos pela Prize Comics. Jethro Dumont, um milionário nova-iorquino, passou uma longa temporada no Tibete a estudar para ser um lama (guru budista), aprendendo muitos segredos místicos no processo. Quando, por fim, regressou aos EUA, usou os seus talentos e ensinamentos no combate ao crime. Saltam à vista as semelhanças entre a sua história e a do Doutor Estranho (<i>vide</i> texto seguinte).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieU9I1q7oeni2fwBgmWd73ENgserlz5cpnRjRZ3tG9_c42v5dcXQ8bh_oUQtCmkLwNcbC9uufj09UJHicHMER-hFHxpYHbVxasGm5HknxSVDcKa-Dm5ylBye4h5Ty57v9cwjk8W8nrB4LP-3gth7zuqafJfwBJHKoVCPGlShtzAN2DwzRkEXtk7KvKjSFh/s1825/LAMA.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1459" data-original-width="1825" height="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieU9I1q7oeni2fwBgmWd73ENgserlz5cpnRjRZ3tG9_c42v5dcXQ8bh_oUQtCmkLwNcbC9uufj09UJHicHMER-hFHxpYHbVxasGm5HknxSVDcKa-Dm5ylBye4h5Ty57v9cwjk8W8nrB4LP-3gth7zuqafJfwBJHKoVCPGlShtzAN2DwzRkEXtk7KvKjSFh/w640-h512/LAMA.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A origem do Doutor Estranho tem vários pontos em comum com a do Lama Verde.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde as primeiras aventuras do Doutor Estranho condensadas em menos de uma dezena de páginas e em que se alternavam casos típicos, como o de uma casa assombrada, com duelos místicos com o Barão Mordo, a série foi crescendo paulatinamente em complexidade e sofisticação. Até chegar a uma fase de autêntico delírio ácido dos sentidos, pautada por excursões a mundos diferentes do nosso, próximos do onírico e do surrealista.</div><div style="text-align: justify;">Por conta desse viés psicadélico, muitos leitores chegaram a tomar Stan Lee por um verdadeiro iniciado no esoterismo, somando-se a suspeita de que Ditko seria viciado em alucinogénicos. Nada disto tinha, no entanto, qualquer fundamento. Os dois autores tinham-se limitado a dar largas às suas pródigas imaginações, criando inadvertidamente um ícone da contracultura e dos movimentos New Age.</div><div style="text-align: justify;">Apenas um ano após o seu debute, o Doutor Estranho viveu a sua primeira grande saga, publicada nos números 126 e 127 de <i>Strange Tales</i>. Demonstrando um enorme salto qualitativo, o arco em questão acrescentou duas personagens-chave à mitologia do Feiticeiro Supremo: Dormammu e a sua sobrinha Clea. Enquanto o primeiro de pronto substituiu o Barão Mordo como némesis do Doutor Estranho, a segunda com o tempo viria a tornar-se discípula, amante e, por fim, esposa de Stephen Strange.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiQSyoRNlmjzb8iJgetjbtNPyvubWbjvkAElMnhVGKyLScD68jTdsh7rP-SmuBzVJSFk0m_Rnut0ywLXW0PDgnzwieox5nGNPZNGg-vnyaXW3BZjCnJGxQETddcl1PAb9mJs2C4vPzv3O9jo2FfpEL5J1miI2P7KcHh065Fm_EduffzrDSABPubVsKEyFSn" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="1381" data-original-width="929" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiQSyoRNlmjzb8iJgetjbtNPyvubWbjvkAElMnhVGKyLScD68jTdsh7rP-SmuBzVJSFk0m_Rnut0ywLXW0PDgnzwieox5nGNPZNGg-vnyaXW3BZjCnJGxQETddcl1PAb9mJs2C4vPzv3O9jo2FfpEL5J1miI2P7KcHh065Fm_EduffzrDSABPubVsKEyFSn=w429-h640" width="429" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>As paisagens psicadélicas desenhadas por Steve Ditko eram<br /> um espetáculo visual para os leitores e um pesadelo lisérgico para os coloristas.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">A fase seminal do Doutor Estranho, assinada por Lee e Ditko, prosseguiria ainda até meados de 1966, quando o artista abandonou a série e a Casa das Ideias. Mesmo órfão da arte psicadélica de Ditko, o Feiticeiro Supremo ganharia, pouco tempo depois, revista própria. Para celebrar essa conquista, Roy Thomas e Dan Atkins, dois dos principais representantes de uma nova geração de autores da Marvel, levaram a cabo uma reconstrução muito pormenorizada do mito, atualizando e expandindo a origem do Doutor Estranho.</div><div style="text-align: justify;">Com os normais altos e baixos, a revista regular do Doutor Estranho continuou a chegar às bancas americanas até 1996. Ao longo das décadas foram muitos os grandes nomes da 9ª Arte que passaram pelas suas páginas, entre os quais cabe destacar as duplas Steve Englehart / Frank Brunner e Roger Stern / Marshall Rogers e, ainda, os inúmeros episódios da série desenhados pelo decano da luz e da sombra, Gene Colan.</div><div style="text-align: justify;">Durante todos esse tempo, o Doutor Estranho foi o maior expoente de feitiçaria do Universo Marvel, para além de ter servido de catalisador à formação dos Defensores (ver<i> Miscelânea</i>). Após o cancelamento da sua revista mensal, o Feiticeiro Supremo passaria os anos terminais do século XX como convidado especial noutras séries. A exemplo de Nick Fury e do Surfista Prateado, por essa altura já se tinha convertido naquele tipo de ícone fundamental na estrutura do Universo Marvel, mas sem um título seu onde pudesse continuar a evoluir. Já neste século, o impulso dado pelas múltiplas participações do Doutor Estranho no MCU provou-se insuficiente para recuperar a sua tração comercial nos quadradinhos. Todas as recentes tentativas de relançamento de uma série própria do Feiticeiro Supremo foram malsucedidas, reforçando assim o seu estatuto de coadjuvante de luxo em títulos alheios. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEib8NwQEerkiP18n-tIYxjB86ltvxolpYpnZA-B-uFVckB-c2MiUo38JhueqWaLlu57nyrRFEEoYDTmCGzbkWho0ee9jA4C8NR2eYeOu-v5n1XV5zFD4pDa4naP_4nyrwcpAIEYdfY3Sjp8FMr6805Jd0jVGkpbVbTMes2EFebEr1ITcbvNygka0LJ-Abuz" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="1538" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEib8NwQEerkiP18n-tIYxjB86ltvxolpYpnZA-B-uFVckB-c2MiUo38JhueqWaLlu57nyrRFEEoYDTmCGzbkWho0ee9jA4C8NR2eYeOu-v5n1XV5zFD4pDa4naP_4nyrwcpAIEYdfY3Sjp8FMr6805Jd0jVGkpbVbTMes2EFebEr1ITcbvNygka0LJ-Abuz=w416-h640" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em 1996, o último número de <i>Doctor Strange, Sorcerer Supreme </i><br />marcou também o fim de uma era de esplendor.</b></span></td></tr></tbody></table> </div><div style="text-align: left;"><b>Renascimento espiritual</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Antes de ser o Feiticeiro Supremo, Stephen Strange foi o cirurgião supremo. Mas, nessa sua qualidade inicial, Strange salvava apenas as vidas daqueles que podiam pagar pelos seus serviços. Nada no seu caráter cínico e egocêntrico prenunciava, pois, a missão sagrada que viria a abraçar: ser o guardião espiritual da Terra contra ameaças sobrenaturais.</div><div style="text-align: justify;">Primeiro dos três filhos de um modesto casal nova-iorquino, Stephen Strange nasceu em 1930, durante as férias dos pais em Filadélfia. A sua vocação precoce para a Medicina manifestou-se ainda na infância. Com apenas onze anos, Stephen improvisou talas para a perna partida da irmã mais nova e um garrote para estancar a hemorragia resultante da fratura exposta.</div><div style="text-align: justify;">Aluno brilhante, Strange, ainda nos seus verdes anos, especializou-se em Neurocirurgia na Universidade de Columbia antes de ser admitido no Hospital Presbiteriano de Nova Iorque. Onde, por conta do seu prodigioso talento, rapidamente alcançou notoriedade internacional. O seu êxito profissional teve, todavia, como reverso a húbris e a insensibilidade social.</div><div style="text-align: justify;">Insulado numa bolha de privilégio, Strange não demonstrava um módico de empatia pelos seus pacientes, a quem cobrava sempre honorários exorbitantes. A sua crença no valor do altruísmo fora fortemente abalada, anos antes, pela sua incapacidade de salvar a irmã de morrer afogada. Para preencher esse seu vazio emocional, Strange vivia obcecado pelos bens materiais e pelos prazeres mundanos.</div><div style="text-align: justify;">Uma noite, enquanto acelerava no seu bólide desportivo, Strange sofreu um terrível acidente que lhe mudaria para sempre a vida. Apesar de ter sobrevivido, teve os ossos e os nervos das mãos severamente danificados. Incapaz de realizar cirurgias e demasiado orgulhoso para aceitar as funções de consultor, Strange calcorreou o mundo em busca de uma cura.</div><div style="text-align: justify;">Depois de ter malbaratado a sua fortuna em tratamentos inúteis, Strange regressou a Nova Iorque apenas para sofrer novo rombo na dignidade. Sozinho e sem dinheiro, passou a viver nas ruas como um vagabundo.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmzqZm-36EJRFKyqMZso1se_ZjjDAC8UnS5Mnw6q2ECnAYDgJ_B1VDqoEircM3MOtTbopamt3qTsWxzxDRfcvz4-9pdwGy1Ieo3eh1Y2Rzn2AZDZWab1xP-N98D6JggJWO9DY12z9mMp0YK6HdzxoIU-GwVUgTWTyEtmU49zdSTxhRXFDwlcMRyKha93wz/s1024/1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="666" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmzqZm-36EJRFKyqMZso1se_ZjjDAC8UnS5Mnw6q2ECnAYDgJ_B1VDqoEircM3MOtTbopamt3qTsWxzxDRfcvz4-9pdwGy1Ieo3eh1Y2Rzn2AZDZWab1xP-N98D6JggJWO9DY12z9mMp0YK6HdzxoIU-GwVUgTWTyEtmU49zdSTxhRXFDwlcMRyKha93wz/s16000/1.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O destino encarregou-se de dar uma lição de humildade a Stephen Strange.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Certa noite, num bar junto às docas, ouviu dois marinheiros conversarem acerca de um misterioso eremita no Tibete capaz de curar qualquer maleita. Um sábio milagreiro, sem nome nem idade, conhecido apenas como Ancião. </div><div style="text-align: justify;">Animado por uma esperança desesperada, Strange desfez-se do resto dos seus pertences e viajou para o Tibete. O Ancião, intuindo o egoísmo do recém-chegado, recusou porém ajudá-lo. Acreditando estar na presença de um charlatão, Strange aprestou-se a partir, mas foi impedido de fazê-lo por uma violenta tempestade de neve.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto esperava que a tempestade passasse, Strange testemunhou, incrédulo, um ataque místico lançado contra o Ancião. E mais incrédulo ficou ao descobrir que o mesmo fora lançado pelo principal discípulo do guru, o sinistro Barão Mordo.</div><div style="text-align: justify;">Embora ciente da traição de Mordo, o Ancião ficou comovido por Strange ter arriscado a vida para avisá-lo e ofereceu-se para iniciá-lo nas artes místicas. Strange aceitou e à medida que as semanas se transformavam em meses e os meses em anos, a sua vida foi ganhando um novo e profundo sentido.</div><div style="text-align: justify;">A meta de Strange passou a ser a evolução espiritual, num incessante - e, por vezes, doloroso - despertar interior. No topo do mundo, entre o éter e a materialidade, alcançou a clarividência que lhe permitia enxergar para além da realidade física percecionada pelos sentidos humanos.</div><div style="text-align: justify;">De regresso a Nova Iorque acompanhado por Wong (seu amigo e valete), Stephen Strange instalou-se no Sanctum Sanctorum, para, como Doutor Estranho, passar a travar as batalhas esotéricas que apenas poderiam ser vencidas pelo Feiticeiro Supremo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3vGwzbkInShPOm9whD_xa6KCaRTU0UHvBovI0pjH2nFv3Vu1w4NXo1F-SP6pHprL7BwB_pop--qxZYFkuDEcKUPUTd2mQZ4H0E3x4eWNjsVjEthCXpx2j7o3KxCth_VgAckt4lT1Cp62y8zDfQxfZffRDVnQOzAg-ZHEy0kOTYYnxbFMcjAYdLJcPKrbF/s758/Strange%203.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="758" data-original-width="628" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3vGwzbkInShPOm9whD_xa6KCaRTU0UHvBovI0pjH2nFv3Vu1w4NXo1F-SP6pHprL7BwB_pop--qxZYFkuDEcKUPUTd2mQZ4H0E3x4eWNjsVjEthCXpx2j7o3KxCth_VgAckt4lT1Cp62y8zDfQxfZffRDVnQOzAg-ZHEy0kOTYYnxbFMcjAYdLJcPKrbF/w530-h640/Strange%203.jpg" width="530" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Renascido espiritualmente, Stephen Strange sucedeu ao Ancião como Feiticeiro Supremo.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: left;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b><i>Sanctum Sanctorum </i>é a tradução latina da expressão bíblica "Santo dos Santos", referenciando tradicionalmente o lugar mais sagrado do Tabernáculo, onde apenas o Sumo Sacerdote de Israel podia adentrar. Foi este o nome simbolicamente escolhido por Stan Lee e Steve Ditko - ambos de ascendência judaica - para a mansão geminada de três andares que serve de residência e base de operações ao Doutor Estranho. Com corredores labirínticos e portas que dão acesso a outras dimensões, o Sanctum Sanctorum é protegido de invasões místicas pelo Selo de Vishanti. Quem já o visitou garante que o seu interior é muito maior do que aparenta ser visto de fora; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Sito no coração de Greenwich Village, o bairro boémio de Nova Iorque, o Sanctum Sanctorum está associado a um endereço verdadeiro, que pode inclusivamente ser encontrado no Google Maps. No mundo real, o número 177A de Bleecker Street corresponde ao apartamento que Roy Thomas e Gary Friedrich - à época escribas de <i>Doctor Strange</i> - dividiram na segunda metade da década de 60;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgcsWQ6mO-D6Ze2ZfSpn8An4pwr-OHdEjQUUV3eO6YjKjTeJRR8w3HSLioxIIIeTS4AxT1zlnuNfiw7DCETrNlavGBvowpQVP5quDAv19lPjRX4wMEarvARRepTjGBes5ZvuXPZuevb7cRtyEuOkukMpZr7IxHjpMHtjaSQfE9eZmZ13u3zJbnaRzREyuaE" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="423" data-original-width="250" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgcsWQ6mO-D6Ze2ZfSpn8An4pwr-OHdEjQUUV3eO6YjKjTeJRR8w3HSLioxIIIeTS4AxT1zlnuNfiw7DCETrNlavGBvowpQVP5quDAv19lPjRX4wMEarvARRepTjGBes5ZvuXPZuevb7cRtyEuOkukMpZr7IxHjpMHtjaSQfE9eZmZ13u3zJbnaRzREyuaE=w379-h640" width="379" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Com o seu interior a ser constantemente reconfigurado, <br />o Sanctum Sanctorum desafia as leis da física e do espaço.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Quase todos os feitiços executados pelo Doutor Estranho envolvem posições especiais das mãos. Alguns desses gestos ritualísticos aparentam ter sido baseados no Mudra do Budismo e de outras religiões asiáticas. O mais comum deles é a <i>mano cornuta</i> ("chifres" feitos dobrando os dois dedos internos para baixo), muito semelhante, de resto, ao gesto que o Homem-Aranha - outra criação da dupla Lee/Ditko - costuma fazer quando lança as suas teias sintéticas;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Desconhece-se a real extensão das lesões nas mãos de Stephen Strange causadas pelo acidente de viação que lhe mudou para sempre as agulhas do destino. São tantos os escritores que as descrevem como incapacitantes como aqueles que garantem ser os surtos de ego de Strange a impedi-lo de retomar a atividade cirúrgica;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Doutor Estranho foi o primeiro a descobrir que o uniforme negro do Homem-Aranha era na verdade um simbionte alienígena cujo controlo sobre o seu hospedeiro aumentava à medida que o vínculo entre ambos era reforçado. Por algum motivo insondável, Strange guardou no entanto segredo acerca da verdadeira natureza do traje e do perigo que ele representava;</div><div style="text-align: justify;">*Incapaz de enfrentar sozinho uma horda de demónios extradimensionais conhecidos como Imortais, o Doutor Estranho cooptou Hulk e Namor a ajudá-lo. Dessa aliança pontual nasceram os Defensores, aos quais se juntaria pouco tempo depois o Surfista Prateado. À primeira vista um aglomerado de heróis aleatórios sem nada em comum, o grupo reunia-se apenas quando necessário. A sua especialidade, conforme o nome indica, era defender a Terra de ameaças místicas e sobrenaturais; </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiKNQQ6aK6ysc-PWqOemsKDfn5iPgBL6Zzy6VkpKtiAivdlAMPDHKh_ERobg_rqs4ilGLD_PhYV1563BSLGzKTj8KTuUdvhn-MjyKRqQ0Qbfp_6_YwA23l0M1PVE-RT88qGhe20PawlSjC06XbzNS6hvB0X9I4ZXWB_rZUQMYdyuX5J0VE8i3DkdeoWPrdJ" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="1171" data-original-width="1047" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiKNQQ6aK6ysc-PWqOemsKDfn5iPgBL6Zzy6VkpKtiAivdlAMPDHKh_ERobg_rqs4ilGLD_PhYV1563BSLGzKTj8KTuUdvhn-MjyKRqQ0Qbfp_6_YwA23l0M1PVE-RT88qGhe20PawlSjC06XbzNS6hvB0X9I4ZXWB_rZUQMYdyuX5J0VE8i3DkdeoWPrdJ=w358-h400" width="358" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os Defensores foram sempre menores do que a soma das partes.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Stephen Strange é tecnicamente imortal. Numa história publicada em outubro de 1974, no quarto número de <i>Doctor Strange</i>, o Feiticeiro Supremo travou uma desesperada batalha contra a Morte dentro do Olho de Agamotto. Ao evocar os ensinamentos do Ancião, de que a morte é apenas outra etapa da vida, o Doutor Estranho parou subitamente de lutar, possibilitando, desse modo, a vitória da sua adversária. Em resultado da sua rendição à Morte, Strange parou de envelhecer desde então. Significando isto que, podendo ser morto por causas exógenas, o Doutor Estranho nunca sucumbirá aos efeitos da passagem do tempo;</div><div style="text-align: justify;">*Face à queda das vendas da revista mensal do Doutor Estranho, no início de 1969 a Marvel decidiu dotar a personagem de um visual mais super-heroico. Para esse efeito, foi adicionada uma máscara azul ao traje (ligeiramente retocado) do Feiticeiro Supremo. A justificação para a mudança de <i>look</i> foi, contudo, outra: depois de ter tido a sua identidade usurpada por Asmodeus, Strange ficou preso em outra dimensão, e a única forma de conseguir escapar era ocultando o seu rosto;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjdt93pEb_XoV82ETrUbCM-INFFi7O8ZNlgfz_JagUMevWz1Ysgidur-i7nCchbFIfcTVv7g8HgdB7ZtMV-eAmO3N1l8ta1lInFAS6Dj0DP5mBRYGzTIucSv1BYYNJWOD4SE1WWnwSOMu7NMSFCaq8JNeqkL_m71ysc1iMDEDKF9tnFZiRzlP4qbXeq1F4Q" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="513" data-original-width="900" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjdt93pEb_XoV82ETrUbCM-INFFi7O8ZNlgfz_JagUMevWz1Ysgidur-i7nCchbFIfcTVv7g8HgdB7ZtMV-eAmO3N1l8ta1lInFAS6Dj0DP5mBRYGzTIucSv1BYYNJWOD4SE1WWnwSOMu7NMSFCaq8JNeqkL_m71ysc1iMDEDKF9tnFZiRzlP4qbXeq1F4Q=w400-h228" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A fase mascarada do Feiticeiro Supremo <br />serviu para disfarçar a queda nas vendas da sua revista.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No Universo Amálgama, o Doutor Estranho foi combinado com o Senhor Destino e o Professor X, dando origem ao sorumbático Doutor Mistério (Doctor Strangefate). Por ser o único ciente da verdadeira natureza daquela dimensão paralela, era ele o principal empecilho à demanda de Acesso pela separação dos universos Marvel e DC;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>As viagens psicadélicas do Doutor Estranho através de outras dimensões inspiraram a capa do álbum <i>A</i> <i>Saucerful Of Secrets,</i> lançado pelos Pink Floyd em junho de 1968. O Feiticeiro Supremo é igualmente mencionado na canção <i>Cymbaline</i> incluída no álbum <i>More </i>que a mesma banda produziu no mês seguinte;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Doutor Estranho surge em 38º lugar na lista dos cem melhores heróis dos quadradinhos do<i> site</i> IGN, ao passo que a ComicBook.com o classificou em 35º no seu Top 50 dos super-heróis mais importantes de todos os tempos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Benedict Cumberbatch não foi o primeiro ator a interpretar o Doutor Estranho. Essa honra pertenceu, em 1978, a Peter Hooten, num telefilme do Feiticeiro Supremo produzido pela Universal e transmitido pela CBS. Na trama, recheada de licenças poéticas, Stephen Strange era um psiquiatra fascinado pelo Oculto escolhido pelo Ancião para enfrentar a perversa Morgan Le Fay. O filme deveria ter servido de episódio-piloto de uma série que nunca saiu do papel.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijzKDw8W3zuUISCCu4bSziwpuxhgGQlRzNbAYjJOpQesYoKyS3-lYQSAy3eUxBKTzPTlUrPCdQGRQ2kNEbQj0QTKq2qzcuoqauI-8uQxjE0Bd3vRY3KdXi-DvBTw_SOUSZfWgBpSsR3bNItSB3QZvdyLDwNnM2sB2LAd35qoRk7LE4WFftw-Ao7eXQgQbi/s1120/3.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="1120" height="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijzKDw8W3zuUISCCu4bSziwpuxhgGQlRzNbAYjJOpQesYoKyS3-lYQSAy3eUxBKTzPTlUrPCdQGRQ2kNEbQj0QTKq2qzcuoqauI-8uQxjE0Bd3vRY3KdXi-DvBTw_SOUSZfWgBpSsR3bNItSB3QZvdyLDwNnM2sB2LAd35qoRk7LE4WFftw-Ao7eXQgQbi/w640-h332/3.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Peter Hooten (esq). encarnou o Doutor Estranho quase 40 anos<br /> antes de Benedict Cumberbatch assumir o papel, em 2016.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Perfil de Steve Ditko disponível para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><p></p><p><b><br /></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div> <br /><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-13800497716850119112023-04-01T12:59:00.001+01:002023-04-01T12:59:13.107+01:00RETROSPETIVA: «X-MEN 2»<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSwz_5Gs_KqZkZl5on_2pL3-7uGdrhKAsFW0waTLSYMkxIVhw8F2dMPCZtO4fvRRilblBmiFbCMXIaddrzKg7jX9E_sfVZ_nrWwduE1QFJTZMe035nKeb3RM2rZ6SvEBeQob6O_7ORrhCoGDFVh0DfhZqxekV-zv2o_MV8jsKB4wT9sPiwmM0jz4AZew/s1426/X2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1426" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSwz_5Gs_KqZkZl5on_2pL3-7uGdrhKAsFW0waTLSYMkxIVhw8F2dMPCZtO4fvRRilblBmiFbCMXIaddrzKg7jX9E_sfVZ_nrWwduE1QFJTZMe035nKeb3RM2rZ6SvEBeQob6O_7ORrhCoGDFVh0DfhZqxekV-zv2o_MV8jsKB4wT9sPiwmM0jz4AZew/w448-h640/X2.jpg" width="448" /></a></div></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"> Com a histeria antimutante ao rubro, um militar extremista põe em marcha o seu plano genocida para purificar a Humanidade. Perfila-se o espectro de uma guerra racial e, em nome da sobrevivência, os Filhos do Átomo formam uma frente unida contra o mundo que os teme e odeia. Será a paz uma miragem?</div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original:</b> <i>X2: X-Men United </i></div><div style="text-align: justify;"><b>Ano: </b>2003</div><div style="text-align: justify;"><b>País: </b>Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Duração: </b> 134 minutos</div><div style="text-align: justify;"><b>Género: </b>Drama / Ação / Super-heróis</div><div style="text-align: justify;"><b>Produção: </b>The 20th Century Fox,<b> </b>Marvel Enterprises, The Donner's Company e Bad Hat Harry Productions</div><div style="text-align: justify;"><b>Realização:</b> Bryan Singer</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento: </b>Zak Penn, David Hayter e Bryan Singer</div><div style="text-align: justify;"><b>Distribuição: </b>20th Century Fox</div><div style="text-align: justify;"><b>Elenco: </b>Patrick Stewart (Professor Charles Xavier); Hugh Jackman (Logan/Wolverine); Halle Berry (Ororo Munroe/Tempestade); Ian MacKellen (Eric Lehnsherr/Magneto); Famke Janssen (Jean Grey); James Marsden (Scott Summers/Ciclope); Brian Cox (Coronel William Stryker); Alan Cumming (Kurt Wagner/Noturno); Anna Paquin (Marie/Vampira); Rebecca Romijn (Raven Darkholme/Mística);Shawn Ashmore (Bobby Drake/Homem de Gelo); Aaron Stanford (John Allerdyce/Pyro); Bruce Davison (Senador Robert Kelly); Kelly Hu (Yuriko Oyama/ Lady Letal)</div><div style="text-align: justify;"><b>Orçamento: </b>125 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b>Receitas globais: </b>407,7 milhões de dólares</div><div><b><br /></b></div><div><b>Anatomia de uma sequela superior</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">O sucesso financeiro e as críticas positivas de <i>X-Men</i> convenceram a 20th Century Fox a avançar de imediato com uma sequência, quase duplicando-lhe o orçamento. Seguindo o velho mantra desportivo de que em equipa ganhadora não se mexe, tanto o realizador como o elenco tiveram os seus contratos prolongados (e, em alguns casos, melhorados).</div><div style="text-align: justify;">Logo a partir de novembro de 2000, coincidindo com o lançamento de <i>X-Men</i> em VHS e DVD, Bryan Singer começou a pesquisar várias sagas emblemáticas dos Filhos do Átomo com vista a uma adaptação. Singer desejava apresentar a perspetiva humana relativamente ao fenómeno mutante, o tipo de raiva e temor que alimenta agendas extremistas. Nenhum dos inimigos clássicos dos X-Men, correspondia, contudo, ao perfil do antagonista que o realizador tinha em mente.</div><div style="text-align: justify;">Ao mesmo tempo que David Hayter e Zak Penn eram contratados para escrever argumentos separados, o produtor Avi Arad anunciou novembro de 2002 como data prevista para a chegada do novo filme aos cinemas. Singer, por seu turno, estava inclinado a adaptar a saga da Fénix Negra. Sentindo que o universo da franquia não estava ainda suficientemente estabelecido para elevá-la ao patamar cósmico, Penn dissuadiu Singer dessa intenção. Sugerindo, em alternativa,<i> God Loves, Man Kills</i> (Deus Ama, o Homem Mata), também ela assinada por Chris Claremont. Ao constatar que o reverendo Stryker era exatamente o tipo de vilão que procurava, Singer avalizou a escolha.</div><div style="text-align: justify;">O rascunho inicial do enredo combinava elementos retirados dos argumentos de Hayter e Penn. Anjo, Fera e Sapo surgiam na história, mas foram excluídos devido ao excessivo número de personagens mutantes. Assim como os Sentinelas e a Sala do Perigo, embora neste caso por razões orçamentais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9-m7QhgawcLN4DB37TE5RAdsQ5reUvXaapVNq8iCX7F-JfkanpG33GbB6lrKY0wf-VxIyRz8n151gVZIMDlr0F9ky34f4YJuNwkyL-vArcx0--TXUn9EFJ4KAYMkkl-bWsg5EccVyJTMPA8lCCiFbNkM4skWmm31bXSqgCL2ldkHCd6McdwbP3BND2g/s351/DR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="283" data-original-width="351" height="516" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9-m7QhgawcLN4DB37TE5RAdsQ5reUvXaapVNq8iCX7F-JfkanpG33GbB6lrKY0wf-VxIyRz8n151gVZIMDlr0F9ky34f4YJuNwkyL-vArcx0--TXUn9EFJ4KAYMkkl-bWsg5EccVyJTMPA8lCCiFbNkM4skWmm31bXSqgCL2ldkHCd6McdwbP3BND2g/w640-h516/DR.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Arte conceptual não utilizada da Sala do Perigo.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de Halle Berry ter arrecadado o Óscar de Melhor Atriz pelo seu desempenho em <i>Monster's Ball</i> (2001), Dan Harris e Michael Dougherty foram contratados para reescrever o argumento, a fim de conceder mais tempo de ecrã a Tempestade. </div><div style="text-align: justify;">Embora menos tumultuosa do que a do primeiro filme, a rodagem de <i>X-Men 2</i> ficou novamente marcada pelo comportamento errático de Bryan Singer. Um dos episódios mais graves aconteceu quando Tom DeSanto, produtor-executivo e cocriador da franquia, encontrou o realizador e vários dos seus assistentes sob forte influência de narcóticos. Receando pela segurança dos atores, DeSanto ordenou a imediata suspensão das filmagens, o que espoletou uma violenta altercação com Singer. Segundo alguns relatos, os dois homens chegaram quase a vias de facto.</div><div style="text-align: justify;">Ignorando os avisos de DeSanto, Singer resolveu prosseguir com os trabalhos, filmando uma cena em que Wolverine executava uma perigosa acrobacia numa das asas do Pássaro Negro. Como a cena em questão estava programada para o dia seguinte, o duplo de Hugh Jackman estava ausente do <i>set</i>, e foi o próprio ator a interpretá-la, acabando por sofrer ferimentos leves.</div><div style="text-align: justify;">Liderado por Halle Berry, o restante elenco, ainda fantasiado, confrontou Bryan Singer. No calor da azeda discussão que se seguiu, o realizador ameaçou dispensar Berry ou qualquer um que abordasse em público a sua dependência de substâncias. Os ânimos só serenaram quando DeSanto voltou a intervir, apelando ao profissionalismo de todos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_NK2bhIoffFVWPZrH5dSP9tHIgr-eGhVssdbNhIodlLrgyIIYafRvU4z1yu1mW7v92XspK9iPccF6vRMtNfg4gmB8yX7-DUypBDUmaGaT7o-SvvZ3sH0ofMj5KeXxSwm-j-HwU2l_7JxGUtXRnCttNV9aRZjFBrKbgm-KwhpXze-t7VysLTPxLS0nMQ/s2000/Oscar.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1334" data-original-width="2000" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_NK2bhIoffFVWPZrH5dSP9tHIgr-eGhVssdbNhIodlLrgyIIYafRvU4z1yu1mW7v92XspK9iPccF6vRMtNfg4gmB8yX7-DUypBDUmaGaT7o-SvvZ3sH0ofMj5KeXxSwm-j-HwU2l_7JxGUtXRnCttNV9aRZjFBrKbgm-KwhpXze-t7VysLTPxLS0nMQ/w640-h426/Oscar.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A recém-oscarizada Halle Berry liderou a revolta contra Bryan Singer.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com início a 17 de junho de 2002, em Vancouver, as filmagens terminaram cinco meses depois, obrigando ao adiamento da estreia para o ano seguinte. Foram usados mais de 67 cenários em 38 localizações diferentes, algumas das quais se revelaram problemáticas. Durante as gravações em Kananaskis, na província canadiana de Alberta, por exemplo, a produção foi surpreendida pela escassez de neve naquela época do ano. A solução passou então pelo uso de neve falsa.</div><div style="text-align: justify;">As filmagens já iam a meio quando Bryan Singer informou Famke Janssen que Jean Grey sacrificaria a própria vida no final da história, mas que seria ressuscitada no terceiro capítulo da saga. Ideia bem acolhida pela atriz neerlandesa, que chegara a filmar uma cena alternativa em que Jean ficava temporariamente cega em resultado do seu confronto com Ciclope no Lago Alkali.</div><div style="text-align: justify;">À antestreia londrina duas semanas antes, seguiu-se, a 2 de maio de 2003, a estreia simultânea de <i>X-Men 2 </i>em 3741 salas de cinema nos EUA e Canadá. Antes mesmo de começar a faturar, o filme garantiu assim entrada direta para o <i>Livro Guiness dos Recordes</i> com o maior lançamento de sempre. A esta proeza juntou-se uma outra: <i>X-Men 2 </i>foi um dos primeiros cinco filmes a ultrapassar os 200 milhões de dólares em receitas de bilheteira.</div><div style="text-align: justify;">Bem recebido pela crítica, <i>X-Men 2</i> foi indicado para múltiplos prémios, tendo conquistado o Saturn Award para melhor filme de ficção científica, além de uma menção honrosa atribuída pela Political Film Society, nas categorias de Direitos Humanos e Paz. </div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b>Enredo</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">A Casa Branca é espetacularmente invadida por um mutante teleportador de aparência demoníaca. Acantonado na Sala Oval, o Presidente dos EUA é salvo no último instante por um agente do Serviço Secreto. Antes de desaparecer em pleno ar, o misterioso atacante deixa uma faca cravada com uma mensagem: "Liberdade mutante agora!".</div><div style="text-align: justify;">Num ápice, o incidente desperta a histeria antimutante e o impulso farisaico dos extremistas. Enquanto a imprensa exercita a gramático do medo, um pouco por todo o país irrompem protestos a exigir medidas drásticas para conter a ameaça à segurança nacional. No Congresso, um coro de vozes exaltadas defende a Lei de Registo dos Mutantes. O espectro de uma guerra racial insinua-se no horizonte carregado de nuvens negras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOqK0rlfKuIhC1_qgWwlgPr6U7f74CZyw3WnASuOKWgiP4CKozyd9deVQmkJaeWTxKmroD_q2CTHp-UAD8Zfp_UEPL3eqyqIjlK4rx8P8mHioQ1hzek6XZri9Iegy8DvNNqE681W_7GhamYG2N8sqSJod_gAvBobAu1_wonfgmZhoONSUvRjji3TrG4g/s1280/Noturno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOqK0rlfKuIhC1_qgWwlgPr6U7f74CZyw3WnASuOKWgiP4CKozyd9deVQmkJaeWTxKmroD_q2CTHp-UAD8Zfp_UEPL3eqyqIjlK4rx8P8mHioQ1hzek6XZri9Iegy8DvNNqE681W_7GhamYG2N8sqSJod_gAvBobAu1_wonfgmZhoONSUvRjji3TrG4g/w640-h360/Noturno.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O ataque de Noturno à Casa Branca acicatou o sentimento antimutante.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alheio a tudo isto, Wolverine explora uma instalação militar abandonada próxima de uma barragem, no Lago Alkali. Procura pistas que o ajudem a decifrar o intrincado mistério que obscurece o seu passado, mas encontra apenas um labirinto de corredores povoados por fantasmas.</div><div style="text-align: justify;">Durante uma visita de estudo a um museu organizada pelo Instituto Xavier, a Ciclope não passa despercebida a falta de concentração de Jean Grey. Esta justifica-a com os sonhos perturbadores que a vêm atormentando, e com a crescente dificuldade em controlar os seus poderes telepáticos.</div><div style="text-align: justify;">Numa esplanada ali perto, Pyro reage violentamente às provocações de um grupo de arruaceiros. Quando a situação está prestes a escalar, todos os circunstantes humanos ficam subitamente petrificados como estátuas. Depois de repreender os seus pupilos e apagar o incidente da memória das testemunhas, o Professor X dá a visita por terminada.</div><div style="text-align: justify;">Na Casa Branca, o coronel William Stryker, um ex-cientista militar com uma agenda secreta, convence o Presidente de que o Instituto Xavier alberga um centro de treino para terroristas mutantes. Apesar das objeções levantadas pelo senador Kelly (na verdade, Mística disfarçada), o Presidente autoriza uma rusga à escola.</div><div style="text-align: justify;">Mais tarde, Stryker visita Magneto na prisão de plástico que ele próprio projetou. Sob o efeito de uma substância injetável, o Mestre do Magnetismo fornece informação detalhada sobre o funcionamento de Cérebro, o supercomputador instalado no Instituto Xavier.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCLgDsdn0IZX7vdMH-b7LzJN7E5xRlLiymMnFcfNGt45BVNN9vNuu-7eDwnBG5Ub5NrWPEBeUmYd093mwzP7o5ZsJdn48TKLwC-vcBJ5FVwQ4ACC-U49cSnSYyxCeGadTdjddH2_mzc3uYHgS1KZqsck_0UFjeo9PBi4ygq14C36y69UTKMS_-S8kdaQ/s632/Stryker.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="632" height="486" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCLgDsdn0IZX7vdMH-b7LzJN7E5xRlLiymMnFcfNGt45BVNN9vNuu-7eDwnBG5Ub5NrWPEBeUmYd093mwzP7o5ZsJdn48TKLwC-vcBJ5FVwQ4ACC-U49cSnSYyxCeGadTdjddH2_mzc3uYHgS1KZqsck_0UFjeo9PBi4ygq14C36y69UTKMS_-S8kdaQ/w640-h486/Stryker.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O coronel Stryker lidera a contraofensiva humana.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De regresso à mansão Xavier, Wolverine, frustrado pelo fracasso da sua sua viagem ao Canadá, pede ao Professor X que lhe leia a mente. O mentor dos X-Men tem, no entanto, assuntos mais prementes a tratar. Com a ajuda de Cérebro, consegue rastrear o mutante que quase assassinou o Presidente. Tempestade e Jean Grey seguem para Boston a bordo do Pássaro Negro, com a missão de interrogar Noturno.</div><div style="text-align: justify;">Suspeitando do envolvimento de Magneto no ataque à Casa Branca, o Professor X, acompanhado por Ciclope, visita o seu velho amigo na prisão. Ao ler os pensamentos de Eric, Xavier descobre que Stryker lhe conseguiu extorquir informações sensíveis para propósitos nefastos. De súbito, a cela é inundada de gás soporífero enquanto, no exterior, Ciclope é derrubado por Lady Letal, a guarda-costas mutante de Stryker.</div><div style="text-align: justify;">Em Boston, Tempestade e Jean Grey encontram Noturno numa igreja abandonada. Vencida a desconfiança inicial do mutante assustado, ele confessa chamar-se Kurt Wagner e ter sido coagido por Stryker a atacar o Presidente.</div><div style="text-align: justify;">Pela calada da noite, um grupo de operações especiais comandado pelo coronel Stryker toma de assalto o Instituto Xavier. Graças à pronta reação de Wolverine e Homem de Gelo, a maior parte dos alunos consegue escapar pelos túneis subterrâneos, mas um punhado deles acaba capturado.</div><div style="text-align: justify;">Numa erupção de selvageria, Wolverine massacra sem piedade dezenas de soldados. Em meio ao banho de sangue, depara-se com um rosto estranhamente familiar. Igualmente perplexo, Stryker admite ser aquele o último lugar onde esperava encontrar Logan. Wolverine pressente que Stryker é a chave para abrir o seu baú de memórias reprimidas, mas o diálogo entre ambos é bruscamente interrompido pelo Homem de Gelo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjfbJuRmE5qQS384joMFnzSTPsN_B1d2JYr7PHbOT_SRm7j_KcDYOeDZcgqfzTXQOmmBrKhB4VwHkEv7RVY4XUy0pah2uGsFHOU_eH4iCv51Dt7qgxdWDL9W-I8Tev55kCQQ1qYtWIzc0-wzIoeq-cgntrRvg_faHE1jE6caTNFvcgrDYyHqf2PjIB4g/s600/Wolverine.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="600" height="374" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjfbJuRmE5qQS384joMFnzSTPsN_B1d2JYr7PHbOT_SRm7j_KcDYOeDZcgqfzTXQOmmBrKhB4VwHkEv7RVY4XUy0pah2uGsFHOU_eH4iCv51Dt7qgxdWDL9W-I8Tev55kCQQ1qYtWIzc0-wzIoeq-cgntrRvg_faHE1jE6caTNFvcgrDYyHqf2PjIB4g/w640-h374/Wolverine.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Wolverine cede ao seu instinto assassino.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto Stryker e os seus homens invadem a sala onde repousa Cérebro, Wolverine, Homem de Gelo, Pyro e Vampira encetam uma fuga alucinada no bólide desportivo de Ciclope. Em Boston, o grupo faz uma pequena paragem em casa dos pais de Bobby Drake enquanto procuram estabelecer contacto com Tempestade e Jean Grey. Perante o assombro dos pais e a repugnância do irmão, Bobby revela ser um mutante e a verdadeira função do Instituto Xavier para Jovens Sobredotados.</div><div style="text-align: justify;">Longe dali, Mística faz-se passar por Lady Letal para obter acesso ao sistema informático de Stryker. Além de informação detalhada sobre a prisão de Magneto, a mutante das mil caras encontra também esquemas para a construção de uma réplica de Cérebro. Intuindo a ameaça, Mística engendra um plano para libertar o Mestre do Magnetismo.</div><div style="text-align: justify;">Ao preparem-se para voltar à estrada, Wolverine e seus companheiros de viagem são surpreendidos pela polícia no jardim fronteiro da casa da família Drake. Durante a breve escaramuça que se segue, Tempestade e Jean Grey chegam ao local no Pássaro Negro e resgatam rapidamente os seus aliados. </div><div style="text-align: justify;">Nos céus, o Pássaro Negro é intercetado e alvejado por dois caças da Força Aérea Americana. Em voo picado em direção ao solo, a aeronave tem a sua queda fatal amparada por um campo magnético gerado por Magneto.</div><div style="text-align: justify;">Embora a contragosto, os X-Men unem-se a Magneto e Mística para resgatar o Professor X e travar o plano genocida de Stryker. Em nome da sobrevivência da sua espécie, os Filhos do Átomo formam, pela primeira vez, uma frente unida contra o mundo que, mais do que nunca, os teme e odeia.</div><div style="text-align: justify;">Após ler a mente de Noturno, Jean Grey descobre que a base secreta de Stryker fica situada sob a barragem no Lago Alkali. Magneto revela também que Stryker foi o cientista que infundiu o esqueleto de Wolverine com <i>adamantium.</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihHuIbdtWmIXZ2NLtzfJf00FY5XE0FXG9F0rr0Xykj8bE5UQ72ez74Ud8fblcUg_fZfcBXxAmB11NDmFEEl43Ptr0xfxFS0-S_4WoVduV3KBnJSpEiu0IHjev9EOq6BMofc-CKwuBVRd7t-3jbgTJGiwVpObXaEzKj3AtlKN7XaVXJYp6B5KXM6x-wMw/s1920/Magneto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="1920" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihHuIbdtWmIXZ2NLtzfJf00FY5XE0FXG9F0rr0Xykj8bE5UQ72ez74Ud8fblcUg_fZfcBXxAmB11NDmFEEl43Ptr0xfxFS0-S_4WoVduV3KBnJSpEiu0IHjev9EOq6BMofc-CKwuBVRd7t-3jbgTJGiwVpObXaEzKj3AtlKN7XaVXJYp6B5KXM6x-wMw/w640-h274/Magneto.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Mística e Magneto unem-se aos pupilos do Professor X.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">No seu covil subterrâneo, Stryker usa o próprio filho - Jason, um mutante capaz de projetar poderosas ilusões - para controlar a mente do Professor X. Seguindo as instruções de Stryker, Xavier programa a réplica de Cérebro para localizar e exterminar todos os mutantes da Terra.</div><div style="text-align: justify;">Disfarçada de Wolverine, Mística infiltra-se na base e franqueia a entrada aos X-Men e Magneto. Ao mesmo tempo que Mística tenta libertar o Professor X, Jean Grey enfrenta um ainda hipnotizado Ciclope. A refrega do casal liberta Ciclope dos efeitos da droga, mas também causa danos estruturais na barragem, cujas paredes começam a rachar.</div><div style="text-align: justify;">Depois de derrotar Lady Letal num arrepiante duelo de garras metálicas, Wolverine encontra Stryker no laboratório onde foi submetido a experiências científicas desumanas. Stryker implora pela vida prometendo contar tudo o que sabe acerca do passado de Logan, mas este limita-se a deixá-lo para morrer.</div><div style="text-align: justify;">Tempestade e Noturno resgatam os alunos enquanto Mística e Magneto encontram o Professor X na sala do novo Cérebro. Assumindo a forma de uma menina, Mística, instruída por Magneto, usa o filho de Stryker para convencer Xavier a encontrar e matar todos os humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoPKZrfdUwiTtH0GBzww5G9gUsxW1BfGxilX0pvR5xBc7PMXG5imsCQ7-oXRZPEySyU1aepDCtWBVywcM_o-mMi9jyZYsYQZLCIhzlG_qeTiSYEZqmg7b9wfsasb6NuC4oiGh3ScZxYFBL-YzYzftEAvi8uaa5QGyifWGZXY0-icwDUXIIRXa5rp6mPA/s600/Xavier.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoPKZrfdUwiTtH0GBzww5G9gUsxW1BfGxilX0pvR5xBc7PMXG5imsCQ7-oXRZPEySyU1aepDCtWBVywcM_o-mMi9jyZYsYQZLCIhzlG_qeTiSYEZqmg7b9wfsasb6NuC4oiGh3ScZxYFBL-YzYzftEAvi8uaa5QGyifWGZXY0-icwDUXIIRXa5rp6mPA/w640-h360/Xavier.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Professor X é usado como instrumento de destruição de duas espécies.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Magneto e Mística abandonam rapidamente o local no helicóptero de Stryker, levando a bordo um inesperado passageiro: Pyro trocou os X-Men pela Irmandade de Mutantes.</div><div style="text-align: justify;">Com a barragem a ameaçar ruir a qualquer instante, Noturno teleporta-se com Tempestade para a sala do novo Cérebro. Ato contínuo, a Rainha dos Ventos gera uma nevasca que desconcentra Jason, libertando dessa forma Xavier do seu controlo mental.</div><div style="text-align: justify;">Os X-Men embarcam no Pássaro Negro, mas os motores do avião, danificados pelo ataque dos caças, não funcionam. Entretanto, a barragem colapsou e a enorme massa de água engole tudo à sua passagem. Perante o desastre iminente, Jean sai do Pássaro Negro e cria um campo de força telecinético para suster o avanço da água, ao mesmo tempo que reativa os motores da aeronave. Contudo, o esforço é insuportável e, para horror dos seus amigos, Jean é engolida pelas águas e desaparece sem deixar vestígio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLk0bxpF-EvlFAzXod0volvOldn9q_V0V-liFzlaAWAsSf1hdvPf-bCCcShTdgUdq6AM6DuEYutcLqnJptu7LMQYZFfk8H3NEqYdwOiGqKAw2EYZ1Tp9wgbfe62FJYREU_FMAPXEw5g-j9PXuBAQdxBk9EAiMDOy5jAxb7drzzvETaXsQHhDTngCkFIA/s720/Jean.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="358" data-original-width="720" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLk0bxpF-EvlFAzXod0volvOldn9q_V0V-liFzlaAWAsSf1hdvPf-bCCcShTdgUdq6AM6DuEYutcLqnJptu7LMQYZFfk8H3NEqYdwOiGqKAw2EYZ1Tp9wgbfe62FJYREU_FMAPXEw5g-j9PXuBAQdxBk9EAiMDOy5jAxb7drzzvETaXsQHhDTngCkFIA/w640-h318/Jean.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O sacrifício final de Jean Grey salva a vida dos X-Men.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No dia seguinte, quando se prepara para fazer uma comunicação ao país, o Presidente dos EUA tem o seu discurso interrompido pela inesperada visita dos X-Men. Depois de lhe entregar as provas que incriminam Stryker, o Professor X deixa um sério aviso: ou humanos e mutantes trabalham juntos na construção da paz, ou haverá uma guerra de que nenhuma das espécies sairá vencedora.</div><div style="text-align: justify;">No Instituto Xavier reina ainda um clima de profunda consternação pela morte de Jean Grey. Apesar do esforço para regressar à normalidade, o heroico sacrifício de Jean perdurará na memória de todos. </div><div style="text-align: justify;">A milhares de quilómetros de distância, a figura difusa de um pássaro forma-se na superfície espelhada do Lago Alkali... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b><i>Trailer</i></b></div><div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/luHcOYS1HxQ" width="480"></iframe></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Curiosidades</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Principal fonte e esteio do enredo, a aclamada <i>graphic nove</i>l <i>God Loves, Man Kills</i> foi lançada em 1982, mas só adquiriu estatuto canónico após a sua adaptação ao cinema. Na história original, saída da pena de Chris Claremont, William Stryker é um televangelista cristão (assumidamente inspirado no pastor e ativista ultraconservador Jerry Falwell) que considera os mutantes criaturas satânicas. Acolitado pelos Purificadores, uma milícia armada composta pelos seus seguidores mais fanáticos, Stryker lidera uma feroz cruzada antimutante a nível nacional. Tal como no filme, o monge do ódio constrói uma réplica de Cérebro e sequestra o Professor X, com o intuito de usar os seus poderes psíquicos para exterminar todos os mutantes. Confrontados com essa ameaça existencial, os X-Men estabelecem uma aliança temporária com Magneto, ao lado do qual travam uma desesperada luta pela sobrevivência da espécie <i>Homo Superior</i>. Desagradado com as muitas alterações introduzidas pelos argumentistas, Chris Claremont considera o filme uma má adaptação da sua obra;<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguRLtc7s7HwFqjXMJio0eZmOKeCDGvRvU7L3Y55PsNDHBNeEVDxqsjoL_N6nbCJNRP_dcjPfuJrobGx2s5LPwqhl_jtzcaKLeVNWh12T7F1k5MsPUk4tT22QAMoI60I43T1A9rMsXaqz0DeXmzrp5Sp242S2xWR6TYTuGb5fQWvwXvz2CsDvv3xuMAgw/s734/GN.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="734" data-original-width="550" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguRLtc7s7HwFqjXMJio0eZmOKeCDGvRvU7L3Y55PsNDHBNeEVDxqsjoL_N6nbCJNRP_dcjPfuJrobGx2s5LPwqhl_jtzcaKLeVNWh12T7F1k5MsPUk4tT22QAMoI60I43T1A9rMsXaqz0DeXmzrp5Sp242S2xWR6TYTuGb5fQWvwXvz2CsDvv3xuMAgw/w480-h640/GN.jpg" width="480" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A saga foi apresentada aos leitores lusófonos em 1988,</b><br /><b> no número inaugural da coleção </b><i style="font-weight: bold;">Graphic Novel </i><b>lançada pela Abril.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na base da transformação de William Stryker num cientista militar terá estado, muito provavelmente, a preocupação dos produtores de evitar controvérsias religiosas suscetíveis de originar boicotes ao filme. A versão cinematográfica de Stryker combina, de resto, elementos de dois outros inimigos jurados dos mutantes: Professor Andre Thorton (o sádico mentor do programa Arma X) e Henry Peter Gyrich (um austero agente federal). Uma vez que ambos usam óculos na banda desenhada, foi esse o acessório escolhido por Bryan Singer para referenciá-los esteticamente na caracterização de Stryker;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Homossexual e ativista LGBT, Ian McKellen trabalhou afincadamente com os argumentistas para que a cena em que Bobby Drake revela à família a sua condição de mutante invocasse a tantas vezes traumática "saída do armário". Coincidência ou consequência, em 2015 a Marvel reviu a orientação sexual do Homem de Gelo. Após décadas de relações amorosas com mulheres, a personagem é agora assumidamente <i>gay</i>;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Tyler Mane foi convidado a repetir o papel de Dentes-de-Sabre, agora atuando como guarda-costas do Coronel Stryker. Na banda desenhada, essa função é ocupada por uma mulher chamada Anne Reynolds. Depois de discutirem a hipótese de usar Reynolds dotando-a de poderes equivalentes aos de Lady Letal, os argumentistas decidiram-se pela própria. Em resposta às críticas pela falta de ação no filme anterior, Lady Letal recebeu cenas de luta mais longas do que o inicialmente programado; </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAt2FiEqwU6Vu1uWMfHuXKDz8HJ2HYgM-9FPzrzeCapJRxUxXfHsF3joyXLLT9260gVFJzSNSM-R8MCl1G3SGy-GfZFE9HFInPiQFcpwv_ULpIWRKQNwDOCz3_pFa4Z7Q80wNusM67cGfqgu_SlIyxH93N-FzPEyh3wkN3FzmpYhYtv9YUdc2KZThqtA/s768/Letal.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="768" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAt2FiEqwU6Vu1uWMfHuXKDz8HJ2HYgM-9FPzrzeCapJRxUxXfHsF3joyXLLT9260gVFJzSNSM-R8MCl1G3SGy-GfZFE9HFInPiQFcpwv_ULpIWRKQNwDOCz3_pFa4Z7Q80wNusM67cGfqgu_SlIyxH93N-FzPEyh3wkN3FzmpYhYtv9YUdc2KZThqtA/w640-h386/Letal.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Lady Letal tem, tal como Wolverine, garras de <i>adamantium</i> e um fator de cura.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Fora escritos 27 rascunhos da trama. Num deles, mais próximo da história original, Magneto salvava o Professor X e ajudava na fuga dos seus pupilos após a destruição da réplica do Cérebro. A cena foi no entanto alterada a pedido de Bryan Singer, que preferiu realçar a natureza implacável do Mestre do Magnetismo, quando este, ao invés, recalibra a máquina para exterminar todos os humanos. Foi também essa a forma encontrada pelo realizador de conceder maior protagonismo a Tempestade e Noturno no clímax do filme;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A cadeira de rodas personalizada usada pelo Professor X em <i>X-Men </i>(2000) foi comprada por um advogado associado do representante legal de Patrick Stewart. Com a produção em marcha avançada, o estúdio percebeu que já não dispunha desse importantíssimo adereço, e não teve outro remédio se não alugá-lo ao referido causídico, a troco de uma quantia substancial nunca revelada;</div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">*</b><span style="text-align: left;">Construído num antigo armazém da Sears, em tempos idos a maior cadeia de distribuição do mundo, o covil subterrâneo do Coronel Stryker ocupava apenas metade da área disponível. Ainda assim, durante as filmagens o elenco e o <i>staff </i>usavam bicicletas para percorrer a grande distância entre os cenários e os lavabos;</span></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">*</b><span style="text-align: left;">As pessoas "congeladas" pelo Professor X no museu e na Casa Branca foram interpretadas por mimos profissionais. A produção entendeu que eles seriam uma escolha mais adequada para as cenas em questão do que simples figurantes;</span></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">*</b><span style="text-align: left;">A fuga de Magneto de uma cela de plástico transparente é uma homenagem a <i>O Silêncio dos Inocentes</i> (1991), um dos filmes preferidos de Bryan Singer. Brian Cox, por sua vez, interpretara Hannibal Lecter em <i>Caçada</i> <i>ao Amanhecer</i> (1986), tendo sido esse o motivo da sua escolha para o papel de William Stryker;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvOuXoKGRG13RJ_CcMXTIe0G8TALJgbH82kyUOw6rhm168QxdzI_pftBbeGOb59gqC-JRtc56oxHcpb3vXbeoQKgPGbsgi7Nyi8O8Ckjpo632kFYoICv6rR1RncEXPj0iKHcgvUajl30KLXCfkKoAlAE6WOxaSRLI7btivlBozQcu3gJdn3O_vI1tW8w/s2000/Cela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1341" data-original-width="2000" height="430" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvOuXoKGRG13RJ_CcMXTIe0G8TALJgbH82kyUOw6rhm168QxdzI_pftBbeGOb59gqC-JRtc56oxHcpb3vXbeoQKgPGbsgi7Nyi8O8Ckjpo632kFYoICv6rR1RncEXPj0iKHcgvUajl30KLXCfkKoAlAE6WOxaSRLI7btivlBozQcu3gJdn3O_vI1tW8w/w640-h430/Cela.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Singer fez de Magneto o Hannibal Lecter da franquia mutante.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">*</b><span style="text-align: left;">Alan Cumming detestou a experiência de ser dirigido por Bryan Singer, atribuindo ao abuso de substâncias por parte do realizador o ambiente tóxico instalado no <i>set</i>. O assédio moral de que o ator foi constantemente alvo no decurso das filmagens agravou a sua compulsão alimentar, resultando num aumento de peso que lhe prejudicou a saúde. Revoltado com a inércia do estúdio face aos desmandos de Singer, Cumming recusou repetir o papel de Noturno em <i>X-Men 3: O Confronto Final</i> (2006). Ironicamente, Cumming fora uma escolha pessoal de Singer, devido à sua fluência em alemão;</span></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Quando Tempestade e Jean Grey adentram a igreja à procura de Noturno, esta última veste um blusão com um pássaro flamejante estampado nas costas. Trata-se de uma óbvia referência à Fénix, a entidade cósmica que nas histórias clássicas dos X-Men escolheu Jean como sua hospedeira, e cujos poderes se foram subtilmente insinuando ao longo do filme;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>De visita ao <i>set,</i> a irmã de Hugh Jackman concordou em pregar uma partida a Bryan Singer. Usando o figurino completo de Wolverine, interpretou uma das cenas do irmão sem que o realizador desse pela diferença. De acordo com um assistente de Singer, este ter-se-á limitado a comentar distraidamente que Jackman estava a agir de forma algo estranha naquele dia;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A cena final na Mansão Xavier foi gravada no Shepperton Studios, em Londres, simplesmente porque Hugh Jackman estava a filmar <i>Van Helsing</i> (2004) na capital britânica, tendo-lhe sido concedida uma autorização especial para se ausentar apenas por um dia. Uma vez que a caracterização do caçador de vampiros exigia que Jackman usasse o cabelo comprido, o ator teve de usar uma peruca para interpretar Wolverine. É por esse motivo que o cabelo de Logan parece mais alto do que o normal nessa cena.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b>Veredito: 78%</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Na aurora do novo milénio, <i>X-Men</i> cumpriu com louvor a sua espinhosa missão de reabilitar os super-heróis no cinema. A fórmula de sucesso da película passou por apresentar personagens interessantes e propor discussões que permanecem atuais à luz da proliferação de microcausas identitárias. Tal como na banda desenhada, os mutantes foram metáforas perfeitas para os problemas e dilemas das minorias sociais que se sentem oprimidas.</div><div style="text-align: justify;">Novamente sob a batuta de Bryan Singer, <i>X-Men 2</i> assumiu-se como uma produção mais ambiciosa, alcançando um feito raro entre as sequelas: ser superior ao original. Singer é, de resto, um daqueles cineastas que recusa seguir os preceitos de um típico <i>blockbuster </i>estival. Dispondo de um orçamento bem mais generoso do que no primeiro filme, resistiu à tentação de investir nos efeitos especiais, servindo uma trama requentada.</div><div style="text-align: justify;">Salta, de facto, à vista a preocupação de Singer em corrigir os principais defeitos apontados a <i>X-Men</i>, desde logo a falta de grandiosidade. Mas não só. Também as cenas de ação evoluíram para um nível satisfatório, capaz de atrair o espectador casual ávido de uma simples diversão. A cena de abertura, protagonizada por Noturno, é, sem margem para dúvidas, uma das melhores de toda a franquia.</div><div style="text-align: justify;">Contudo, <i>X-Men 2</i> vai muito além de um mero exercício escapista. Ao percorrer novamente uma linha de cumeada por uma amplitude de temas - do preconceito à discriminação, passando pelo radicalismo - , Singer aprofunda o debate aberto no primeiro filme sobre a aceitação das diferenças em sociedades, ironicamente, cada vez mais heterogéneas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZjRdcxIti3sBZIXqfptQJ5OVTk29x9g0d75tMcWzgmPhiRvz7YNWTmTlduuPhAVg7uPt18ln0BHdyFrtyGtn1tjTCVpaeE2AYFOW73pDay5PA32vBNEjaY48PBHDLpAtNCLba2R2WQYFo9vXlI9pCe0sL247XmiPXsBP6BTA5JGJWxBlZ9nrjjDRoFA/s1426/X2.2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1426" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZjRdcxIti3sBZIXqfptQJ5OVTk29x9g0d75tMcWzgmPhiRvz7YNWTmTlduuPhAVg7uPt18ln0BHdyFrtyGtn1tjTCVpaeE2AYFOW73pDay5PA32vBNEjaY48PBHDLpAtNCLba2R2WQYFo9vXlI9pCe0sL247XmiPXsBP6BTA5JGJWxBlZ9nrjjDRoFA/w448-h640/X2.2.jpg" width="448" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O grande número de personagens foi um dos maiores desafios da produção.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A maior virtude de <i>X-Men 2</i> será, porventura, tratar com o devido respeito o material-fonte. O filme consegue, com assinalável competência, cerzir elementos distintos de mais de 40 anos de aventuras publicadas dos Filhos do Átomo. Independentemente do momento cronológico a que pertencem nos <i>comics</i>, personagens e situações são transplantados com sucesso para uma trama coesa permeada pela influência de algumas das obras capitais dos X-Men.</div><div style="text-align: justify;">Outro dos méritos de Singer reside na gestão eficiente de um conjunto tão lato e diversificado de personagens. Todas elas desempenham, em algum momento da trama, uma função relevante. Mesmo Ciclope, cujo reduzido tempo de ecrã acaba por ser compensado pela dramática cena no Lago Alkali.</div><div style="text-align: justify;">Graças a uma alternância equilibrada entre diálogos inteligentes e cenas de luta empolgantes, a ação do filme transcorre fluida. A trama deixa deliberadamente pontas soltas para uma continuação, seduzindo o espectador com uma agradável expectativa.</div><div style="text-align: justify;">O resultado final é brilhante, na medida em que a filosofia crítica e as representações simbólicas de ativismos identitários em nada prejudicam o apelo comercial da película. Uma aula prática para os argumentistas atuais de filmes de super-heróis.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da língua portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Artigos sobre <i>X-Men</i>, Wolverine, Magneto, Mística, Chris Claremont e <i>A Saga da Fénix Negra</i> disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div> </div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-41853354975983765372023-02-14T17:39:00.007+00:002023-02-27T16:52:43.530+00:00CLÁSSICO DA 9ª ARTE: «MORTE EM FAMÍLIA»<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkrGEcqFfCoE-X7-Gb-6r1b7OuSupnh_gwzH_aL9UWJWPHdUgaiaBNUKL3f10-431KiZQXpsC5-UK-tr52mTbIxDYa6DYnO5I7ERzmobFKEcc932xkIfD0UIKUuViX95Wre7MYsMD94Hi__bbFN1B6NfvqzjbAkj_u575YX9cTHoYR5OAbnlZfT_R_vA/s1400/Robin.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1050" data-original-width="1400" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkrGEcqFfCoE-X7-Gb-6r1b7OuSupnh_gwzH_aL9UWJWPHdUgaiaBNUKL3f10-431KiZQXpsC5-UK-tr52mTbIxDYa6DYnO5I7ERzmobFKEcc932xkIfD0UIKUuViX95Wre7MYsMD94Hi__bbFN1B6NfvqzjbAkj_u575YX9cTHoYR5OAbnlZfT_R_vA/w640-h480/Robin.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> 35 anos atrás, uma inédita (e polémica) iniciativa interativa da DC selou o trágico destino do Menino-Prodígio. Impotente para salvar o seu fiel escudeiro da malquerença dos fãs, o Cavaleiro das Trevas, de coração contrito, é assombrado até hoje pelo espectro do seu maior fracasso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original: </b><i>A Death in the Family</i></div><div style="text-align: justify;"><b>Editora:</b> DC</div><div style="text-align: justify;"><b>País: </b>Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Data de publicação: </b>agosto a novembro de 1988</div><div style="text-align: justify;"><b>Títulos abrangidos: </b><i>Batman </i>#426-429</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento:</b> Jim Starlin</div><div style="text-align: justify;"><b>Arte:</b> Jim Aparo e Mike Mignola (capas)</div><div style="text-align: justify;"><b>Protagonistas:</b> Batman, Robin e Joker</div><div style="text-align: justify;"><b>Cenários:</b> Gotham City, Líbano, Etiópia, Nova Iorque</div><div style="text-align: justify;"><b>Edições em português:</b> Em novembro de 1989, precisamente um ano após o lançamento da saga original, a Abril brasileira editou a sua primeira versão em português tropical. Sob o título a <i>Morte de Robin,</i> os quatro capítulos da história foram compilados em <i>DC Especial</i> nº1. A Abril foi, de resto, a única editora que não privilegiou a tradução literal do título em inglês. Todas as reedições posteriores, sob a chancela alternada da Panini e da Eaglemoss, foram tituladas<i> Morte em Família</i>. </div><div style="text-align: justify;">A despeito da sua grada importância na continuidade do Cavaleiro das Trevas, <i>Morte em Família</i>, à semelhança de tantas outras obras capitais da Editora das Lendas, segue inédita em terras lusitanas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBtJ-OmiYcd5tR42vFshsvsCavRSAlVnbB_GeH1RJqHkP607tpPbmAlLB5z82-7lIKfIZY4WG9wFe4xgNkHb_iX8Ju1zXELnhXwJjurB7C9aoMhVGggpaSDieLnsOqc0EG69mOH6dW765XaLZPVUeA-vxolkNJxxT_JNsSzt5XWXcTtX_PprBYFs_dIw/s793/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="793" data-original-width="550" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBtJ-OmiYcd5tR42vFshsvsCavRSAlVnbB_GeH1RJqHkP607tpPbmAlLB5z82-7lIKfIZY4WG9wFe4xgNkHb_iX8Ju1zXELnhXwJjurB7C9aoMhVGggpaSDieLnsOqc0EG69mOH6dW765XaLZPVUeA-vxolkNJxxT_JNsSzt5XWXcTtX_PprBYFs_dIw/w444-h640/A1.jpg" width="444" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A primeira edição em português da saga foi lançada pela Abril em 1989, <br />ano em que se celebrou o cinquentenário do Batman.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Chamada para a morte</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Pajem adolescente do Cavaleiro das Trevas na sua obstinada cruzada contra o crime, Robin foi apresentado aos leitores em abril de 1940, no 38º número de <i>Detective Comics</i>. Vestia então a fantasia de cores garridas Dick Grayson, um pequeno órfão adotado por Bruce Wayne. Criação conjunta de Bob Kane, Bill Finger e Jerry Robinson, o Menino-Prodígio foi introduzido para aumentar o apelo das histórias do Batman junto do público infantil.</div><div style="text-align: justify;">A fórmula resultou e, até ao início dos anos 1980, Robin foi a metade jovial do Duo Dinâmico. Por aqueles dias liderava também os Novos Titãs, saindo aos poucos da sombra do seu mentor. Perante esta evolução, fez-se necessário arranjar-lhe um substituto.</div><div style="text-align: justify;">Jason Todd fez a sua primeira aparição em <i>Batman</i> #357 (março de 1983), nas vésperas de Dick Grayson renunciar às suas funções de adjunto do Homem-Morcego, para a assumir a identidade de Asa Noturna. Com a bênção do antecessor, Jason herdou então o manto de Robin.</div><div style="text-align: justify;">Na sua versão original, a história de Jason Todd era tirada a papel químico da de Dick Grayson. Como este, Jason era filho de acrobatas circenses, tendo sido perfilhado por Bruce Wayne após o assassinato dos seus pais.</div><div style="text-align: justify;">No entendimento da DC, manter o <i>status quo</i> era o mais importante. O Duo Dinâmico tinha de continuar a existir. Mesmo que o novo Robin fosse apenas uma cópia barata do original. Com efeito, o diferencial entre as duas personagens resumia-se à cor do cabelo (Jason era louro natural). </div><div style="text-align: justify;">Sem surpresa, aos olhos de muitos fãs Jason era um usurpador, ainda por cima sem metade do carisma do legítimo titular do cargo. Por mais que Jason se esforçasse, Dick Grayson sairia sempre vencedor daquele jogo de espelhos geracional.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp35tUOqL6oew95h2sbc8tjNg1bxqHqUJ5-_ADRLVh_9DnZ6TY1mHthyVtjD8k-5H_qNJaBlTHM-E_KrV6euFgNiFSBkQYjb2MFI7Jb0HA8dlEjkANFS8RAJ42hX2QuQBiOA6XKOuNG9DMD-rLR8xwC9SSX3OiateFEopFiYoJzKIB_L-_5ySPnAOr0Q/s840/A2.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="840" data-original-width="580" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp35tUOqL6oew95h2sbc8tjNg1bxqHqUJ5-_ADRLVh_9DnZ6TY1mHthyVtjD8k-5H_qNJaBlTHM-E_KrV6euFgNiFSBkQYjb2MFI7Jb0HA8dlEjkANFS8RAJ42hX2QuQBiOA6XKOuNG9DMD-rLR8xwC9SSX3OiateFEopFiYoJzKIB_L-_5ySPnAOr0Q/w442-h640/A2.png" width="442" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jason Todd era originalmente louro.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tudo mudou após a Crise nas Infinitas Terras. Como tantas outras personagens da DC, Jason Todd teve a sua origem recontada na nova continuidade. Em <i>Batman</i> #408 (junho de 1987), foi reintroduzido como um menino de rua que cometia pequenos furtos para sobreviver e que, vez por outra, gostava de fumar um cigarro. Bruce Wayne tentou reabilitá-lo depois de Batman ter surpreendido o rapaz enquanto roubava os pneus do Batmóvel estacionado num beco esconso.</div><div style="text-align: justify;">O novo Jason Todd provou-se, contudo, ainda mais impopular do que o original. A sua têmpera rebelde e impulsiva irritava solenemente os leitores, mas não só. Também Jim Starlin, o novo escritor das histórias do Batman, não escondia a sua aversão pela personagem, evitando usá-la sempre que possível.</div><div style="text-align: justify;">Cientes de que Jason Todd era um problema que precisava ser resolvido, as equipas criativas do Batman começaram a discutir nova reformulação. Starlin, ao invés, defendia abertamente a morte de Jason Todd. Numa surdina cada vez mais ruidosa, outras vozes se lhe juntaram.</div><div style="text-align: justify;">Aproveitando a preparação de uma edição especial destinada a sensibilizar os leitores para a prevenção do VIH/SIDA, Starlin, já com as mortes do Capitão Marvel e de Adam Warlock no currículo, sugeriu que Jason Todd sucumbisse ao vírus. Embora rejeitada, a proposta teve o condão de quebrar definitivamente o tabu em redor de uma possível eliminação do mal-amado Menino-Prodígio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7DiyCASFtgiduZjrhR_06cmCOJYHJxeAY8XjjWMPFiSnBbQjo2MGfIadP3gdHMgu5o_8iGeBfpLJcLxx4qmRAPRuw1gQeX8P8RRLTylmgbYyozc0wC_TF3emIcP2PJ74eBZSNw9lWEolw_kOtN9WXjMZGx0njuYL62_F9jDMzpg3shmS42g-3x4q5pA/s3264/A3.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="2448" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7DiyCASFtgiduZjrhR_06cmCOJYHJxeAY8XjjWMPFiSnBbQjo2MGfIadP3gdHMgu5o_8iGeBfpLJcLxx4qmRAPRuw1gQeX8P8RRLTylmgbYyozc0wC_TF3emIcP2PJ74eBZSNw9lWEolw_kOtN9WXjMZGx0njuYL62_F9jDMzpg3shmS42g-3x4q5pA/w480-h640/A3.webp" width="480" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jim Starlin tinha em Jason Todd um dos seus ódios de estimação.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante uma reunião com a Presidente da DC, Dennis O'Neill, à época editor do Batman, propôs que o destino de Jason Todd fosse decidido pelos leitores através de uma votação telefónica. Ideia inspirada naquele que tinha sido um exemplo pioneiro de televisão interativa. Em 1982, durante um episódio do <i>Saturday Night Live</i>, Eddie Murphy convidara os espectadores a decidirem se ele devia ferver uma lagosta viva ou poupar o pobre crustáceo. Para isso, teriam apenas de ligar para um dos dois números de valor acrescentado disponibilizados para o efeito. O meio milhão de chamadas recebidas excedeu todas as expectativas e, no final, a lagosta foi poupada. </div><div style="text-align: justify;">Intrigada, a Presidente da DC deu luz verde a O'Neill. Que, por sua vez, incumbiu Jim Starlin, recém-contratado à Marvel, de criar uma história com dois finais diferentes: um em que Robin sobrevivia, outro em que morria. Quanto ao potencial algoz do Menino-Prodígio, o Joker prefigurou-se como a escolha natural para todos. Mais a mais porque também fora o Palhaço do Crime a assassinar Jason Todd em <i>The Dark Knight Returns</i> (O Regresso do Cavaleiro das Trevas).</div><div style="text-align: justify;">Importa ter presente que, até então, a única iniciativa interativa da DC se tinha resumido a permitir que os leitores escolhessem o líder da Legião dos Super-Heróis. Por comparação com o que estaria em jogo na votação telefónica, era uma minudência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWLA5Tv42ke4hgeo-Cn-5FUsOhXVxKUZoG_lnKtxoc0Efj6OvMLzXDRnfw-Rar4dC0ZbVgKRiIVnwSxqlwilbbLAAQIFpbGtO0i2LzQUZ8vansUQSHPPWSiG2Mv3os1HZPK0n36r37-IoFKfiOzjd-t3jhR4vIydT3Mz7YxKJQYdC6vJ1bJhtOOw7tqw/s934/A4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="704" data-original-width="934" height="482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWLA5Tv42ke4hgeo-Cn-5FUsOhXVxKUZoG_lnKtxoc0Efj6OvMLzXDRnfw-Rar4dC0ZbVgKRiIVnwSxqlwilbbLAAQIFpbGtO0i2LzQUZ8vansUQSHPPWSiG2Mv3os1HZPK0n36r37-IoFKfiOzjd-t3jhR4vIydT3Mz7YxKJQYdC6vJ1bJhtOOw7tqw/w640-h482/A4.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Eddie Murphy anuncia a votação final no programa que inspirou Dennis O'Neill.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda sem uma clara noção do alcance da saga, os leitores esgotaram os seus dois primeiros capítulos, publicados em <i>Batman</i> #426 e <i>Batman</i> #427. Este último terminava com o Homem-Morcego a carregar o corpo ensanguentado do Menino-Prodígio para fora do armazém que o Joker mandara pelos ares. Ao lado, um anúncio de página inteira rezava assim: "Robin irá morrer porque o Joker quer vingança, mas podes evitá-lo com um telefonema". </div><div style="text-align: justify;">A 15 de setembro de 1988, os dois números de telefone, com um custo associado de 50 cêntimos, foram ativados durante 35 horas. Enquanto a votação decorria, Dennis O'Neill, com os nervos à flor da pele, ia, de hora a hora, verificando a evolução dos resultados. Apesar de ter votado pela sobrevivência de Robin, O'Neill temia que muitos leitores votassem em sentido oposto apenas para ver se a DC respeitaria o veredito fatal.</div><div style="text-align: justify;">No total, foram recebidos 10641 votos, 5343 dos quais favoráveis à morte do Menino-Prodígio - apenas mais 72 do que os contabilizados em prol da sua sobrevivência. De tão tangencial, esta diferença alimentou suspeitas de que os resultados poderiam ter sido falseados. Embora tal nunca tenha sido comprovado, circularam rumores de que um advogado californiano teria programado o seu computador para discar o número fatídico a cada poucos minutos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ugo69v830v_40O17qurp5hnk-sDFQuOmduy_Gd-mN9iinOB29oYch6dnYwgbsuYO3IvzrPto3aYkQ0Sj4nprLmQmivoMOZVJurZehHspBFg5qasWfgsDurLpFLYhGUIunzplk_KKWLik7hSRegn7NV9WwVIC7WVlrfOOc6fvfXlsTOioXP1SK6rz-A/s1269/A5.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1269" data-original-width="920" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ugo69v830v_40O17qurp5hnk-sDFQuOmduy_Gd-mN9iinOB29oYch6dnYwgbsuYO3IvzrPto3aYkQ0Sj4nprLmQmivoMOZVJurZehHspBFg5qasWfgsDurLpFLYhGUIunzplk_KKWLik7hSRegn7NV9WwVIC7WVlrfOOc6fvfXlsTOioXP1SK6rz-A/w464-h640/A5.webp" width="464" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A vida do Menino-Prodígio foi jogada numa votação telefónica.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Teorias conspiratórias à parte, a morte de Jason Todd dividiu os fãs. Foram tantos os que a celebraram como os que a lamentaram. Meses depois do lançamento do capítulo final da saga, as secções de correspondência das revistas do Batman continuavam em ebulição. Dennis O'Neill recebeu dezenas de telefonemas de fãs furiosos, mas também de avós lacrimosas, sem saberem o que dizer aos netos que idolatravam o Menino-Prodígio.</div><div style="text-align: justify;">A exemplo do que, anos depois, sucederia com a morte do Super-Homem, o trágico fim de Robin teve grande ressonância mediática. A Reuters e o <i>USA Today</i> foram dois dos órgãos de comunicação social que lhe deram ampla cobertura. A generalidade dos relatos omitiam, porém, que Jason Todd não era o Menino-Prodígio original.</div><div style="text-align: justify;">Apesar da polémica aguerrida que a envolveu (ou, mais provavelmente, por causa dela), <i>A Death in the</i> <i>Family</i> foi o maior <i>best-seller</i> de 1988. Numa verdadeira corrida contra o tempo, a DC conseguiu lançar o respetivo volume encadernado a tempo do Natal desse ano, impulsionando ainda mais as vendas. </div><div style="text-align: justify;">No ano seguinte, o Cavaleiro das Trevas comemoraria o seu cinquentenário sem a presença do seu fiel escudeiro. Uma ausência de peso lamentada por muitos fãs do Duo Dinâmico.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcsx6Q2aQNrCQf7R3p__C54gFEnOX6HKoRvkm316nfzgoD93_os4YtXPyTdMPOeEGz7QlqcXsZhgoAOPSLP2gRuzXGboHse76SGLfQsTtTODmpUVho8jyxAFErQAMYgfqLRn_IrJ1SDmqxS5bOd0AeoRb6luSNGAsuTECb7ktmShY_wfsXvKTFYsDWLg/s1539/A6.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1539" data-original-width="999" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcsx6Q2aQNrCQf7R3p__C54gFEnOX6HKoRvkm316nfzgoD93_os4YtXPyTdMPOeEGz7QlqcXsZhgoAOPSLP2gRuzXGboHse76SGLfQsTtTODmpUVho8jyxAFErQAMYgfqLRn_IrJ1SDmqxS5bOd0AeoRb6luSNGAsuTECb7ktmShY_wfsXvKTFYsDWLg/w416-h640/A6.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O maior (e mais controverso) <i>best-seller</i> de 1988.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Laços de sangue</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">O Duo Dinâmico vive um momento conturbado. A relação entre Batman e o seu imberbe parceiro vem azedando por causa das ações cada mais mais imprudentes de Robin. O ponto de rutura ocorre quando, durante uma operação de vigilância a uma perigosa quadrilha, o impetuoso Menino-Prodígio avança sozinho. Agastado com a indisciplina do seu pupilo, o Homem-Morcego decide tomar medidas drásticas: Jason Todd é dispensado das suas funções de Robin.</div><div style="text-align: justify;">Em conversa com Alfred, Bruce Wayne atribui a crescente instabilidade emocional de Jason ao facto de ele não ter ainda superado a morte dos pais. Apesar de se recusar a discutir o assunto, Jason visita o bairro onde cresceu, numa zona degradada de Gotham. De passagem pela sua antiga morada, uma vizinha entrega-lhe uma caixa com alguns pertences do pai.</div><div style="text-align: justify;">Entre fotografias e documentos, Jason encontra a sua certidão de nascimento. Ao examiná-la constata que o nome da mãe, embora esborratado, tem um S - e não um C, como em Catherine Todd - como letra inicial. Ultrapassado o choque, Jason conclui que Catherine era afinal sua madrasta, e não a mulher que o trouxera ao mundo. Um segredo familiar que o pai levara para o túmulo.</div><div style="text-align: justify;">Após voltar a vasculhar a papelada, Jason encontra a agenda de contactos do pai. Nela figuram três mulheres cujos nomes começam por S. Decide então investigar a identidade e paradeiro de cada uma delas com a ajuda do Batcomputador.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFFXxTij3_NYElmLkAjNiJhuqP1zZuGp54SJsYjSxNGsau-jv8KE_LRtoCGzZm3kBoELGc6c8gbL9OWeYczjrsAY6ONd-8yJECSyoXSwhpXvUwMG_d4gqi6If7F8_Z0_vOfFCHK0GtAxqqVy-8a4VgtkMHVO4mBYoKMmKECflhGHkd1BAaqxjlcQTbIA/s1089/A7.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1089" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFFXxTij3_NYElmLkAjNiJhuqP1zZuGp54SJsYjSxNGsau-jv8KE_LRtoCGzZm3kBoELGc6c8gbL9OWeYczjrsAY6ONd-8yJECSyoXSwhpXvUwMG_d4gqi6If7F8_Z0_vOfFCHK0GtAxqqVy-8a4VgtkMHVO4mBYoKMmKECflhGHkd1BAaqxjlcQTbIA/w588-h640/A7.webp" width="588" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A imprudência de Robin levava-o a correr riscos desnecessários. </b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto isso, o Joker consegue escapar, uma vez mais, do Asilo Arkham, deixando para trás uma pilha de cadáveres. Batman fica mortificado ao descobrir que o seu némesis obteve um míssil nuclear e que planeia vendê-la a terroristas do Médio Oriente.</div><div style="text-align: justify;">Na Batcaverna, Jason recorre a técnicas forenses para localizar as candidatas a sua mãe biológica. Todas elas se encontram, no entanto, fora dos EUA. Duas vivem atualmente no Líbano, a terceira na Etiópia. Animado pelo desejo de reatar os últimos laços de sangue que lhe restam, Jason foge da Mansão Wayne para embarcar numa demanda que o levará ao outro lado do mundo.</div><div style="text-align: justify;">Recém-chegado ao Líbano, Jason reencontra Bruce Wayne, em missão secreta para impedir que um grupo terrorista local use a bomba nuclear do Joker para destruir Tel Aviv. Assim reunido por um acaso do destino, o Duo Dinâmico consegue gorar esse diabólico plano.</div><div style="text-align: justify;">Sharmin Rosen, uma agente da Mossad destacada no Líbano, é a primeira candidata interrogada por Jason. Contudo, ela nega ter alguma vez estado em Gotham City.</div><div style="text-align: justify;">Perante o desalento de Jason, Bruce concorda em ajudá-lo a entrar em contacto com a segunda candidata. Por coincidência, uma velha conhecida do Batman: a mercenária Lady Shiva. Mas também ela, sob o efeito do soro da verdade, confirma não ser a mulher que procuram. A resposta para o enigma materno poderá estar a um continente de distância.</div><div style="text-align: justify;">Na Etiópia, Jason encontra finalmente a sua mãe: Sheila Haywood, uma médica a prestar serviço humanitário naquele país do Corno de África. Apesar do reencontro emotivo, Sheila esconde segredos sórdidos e está a ser secretamente chantageada pelo Joker. O Palhaço do Crime descobrira que ela deixara Gotham depois de ter realizado abortos clandestinos que resultaram na morte de uma jovem. Em troca do seu silêncio, o vilão exigiu que Sheila lhe entregasse todos os suprimentos médicos armazenados pela sua ONG. A ideia era vender parte do material no mercado negro e substituir o restante pelo seu mortífero gás hilariante.</div><div style="text-align: justify;">Sheila vinha também desviando verbas da agência e, ao descobrir que Jason é Robin, não hesita em entregar o próprio filho ao Joker, para ter os seus crimes acobertados. A traição materna foi ainda mais dolorosa do que a orgia de violência que se seguiu. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0IjrasEdAzF6CyHCank6zPqlO0phkuoRPDsKZmxdMp2vK4sGeEG_2urVG8SKGc7UDfbR1Cj3d2h0jQe7YpbZ79n84Zb7pozMFsMnEouwdWO1qev2fEYDajx6OpnhKeXby4-3PERSEvh1CCU93UTDceUlGLJm_LFhFy_C6k7but23RSWM8ZwjW-MDzzg/s500/A8.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="246" data-original-width="500" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0IjrasEdAzF6CyHCank6zPqlO0phkuoRPDsKZmxdMp2vK4sGeEG_2urVG8SKGc7UDfbR1Cj3d2h0jQe7YpbZ79n84Zb7pozMFsMnEouwdWO1qev2fEYDajx6OpnhKeXby4-3PERSEvh1CCU93UTDceUlGLJm_LFhFy_C6k7but23RSWM8ZwjW-MDzzg/w640-h314/A8.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O emotivo reencontro de Jason Todd com a mãe.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre risadas maníacas, o Palhaço do Crime espanca brutalmente o Menino-Prodígio com um pé-de-cabra, deixando-o inanimado numa poça de sangue. Em seguida, tranca-o juntamente com a mãe no interior de um armazém e aciona uma bomba-relógio. A vida do Menino-Prodígio acaba de entrar em contagem decrescente. </div><div style="text-align: justify;">Ao recobrar a consciência, Jason luta desesperadamente para soltar a mãe. Percebendo que não conseguirá fazê-lo a tempo, lança-se sobre a bomba, amortecendo com o corpo o impacto da explosão.</div><div style="text-align: justify;">Horas mais tarde, Batman depara-se com os corpos estropiados de Jason e Sheila entre os escombros fumegantes do armazém. Jogando uma cartada fatal, Joker acrescentou o assassinato do Menino-Prodígio ao seu baralho de atrocidades.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijID4wZDauCTQTuGw5SHnup-qQ7vX6rhP29MavrwiY4Vvsz0S5RYF9qop_TTxeB7Iq8O58uX9NtpEui8igk9wV6sM5ZApeH00Ycel3sPw5IFodF84pd-0H1wqoK4GAwrmb2v_9p60jP4dfpnzRLSjL5W8zE3_PjANiWYHqRH5GoIU5JWY7Cd6Fk9lRsQ/s1000/A9.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="869" data-original-width="1000" height="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijID4wZDauCTQTuGw5SHnup-qQ7vX6rhP29MavrwiY4Vvsz0S5RYF9qop_TTxeB7Iq8O58uX9NtpEui8igk9wV6sM5ZApeH00Ycel3sPw5IFodF84pd-0H1wqoK4GAwrmb2v_9p60jP4dfpnzRLSjL5W8zE3_PjANiWYHqRH5GoIU5JWY7Cd6Fk9lRsQ/w640-h556/A9.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A brutal vingança do Palhaço do Crime.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Traumatizado pela morte do seu protegido, Bruce Wayne leva os restos mortais de Jason para Gotham. Além de Alfred, ao funeral comparecem apenas o Comissário Gordon e a sua filha Barbara. O Cavaleiro das Trevas culpa-se pelo cruel destino do seu pajem e volta a ser o guardião solitário de Gotham, cuja noite amortalha o seu sofrimento.</div><div style="text-align: justify;">Entretanto, Joker é nomeado embaixador do Irão nas Nações Unidas pelo próprio aiatolá Khomeini. Dias depois, chega a Nova Iorque para participar na Assembleia Geral da ONU. À entrada do edifício, Bruce Wayne é interpelado pelo Super-Homem. Enviado pelo Departamento de Estado americano, o Homem de Aço consegue, a custo, demover o seu velho amigo de atentar contra a vida de um alto dignitário estrangeiro, prevenindo um grave incidente diplomático.</div><div style="text-align: justify;">Graças aos seus contactos de alto nível, Bruce obtém no entanto o estatuto de observador não-oficial que lhe garante acesso à Assembleia Geral. Durante o seu discurso perante os delegados, Joker acusa o mundo de tratar o regime iraniano como uma ameaça quase tão grande como ele próprio. De súbito, o vilão tenta libertar o seu gás tóxico, mas é impedido pelo Super-Homem, que a tudo assistia disfarçado de segurança.</div><div style="text-align: justify;">Com Batman no seu encalço, Joker tem um helicóptero à sua espera. Enquanto ambos lutam a bordo do aparelho, um dos sequazes do Palhaço do Crime dispara uma rajada de metralhadora, atingindo mortalmente o piloto. O helicóptero despenca, desgovernado, em direção ao rio Hudson, mas Batman é salvo pelo Homem de Aço. Apesar dos esforços deste, o corpo do Joker não é encontrado.</div><div style="text-align: justify;">Pesaroso, Batman lamenta que todos os confrontos com o seu arqui-inimigo terminem sem uma solução definitiva. Nunca antes se sentira, porém, tão tentado a ultrapassar a linha vermelha que o separa do Palhaço do Crime.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-kxDzS3JM_vGNlS-e0GoV_nmUPy4o3fKSvSQFeVu2D77ouIv0yX4xfUlPkhUce9KiEclWcnQxcke_k8ds1n8LZVoIG-iRJThJk4lCqcaWIcHxeRVcNt4EO0aoXrKqb6mi5U0ueopXl8ZB8xqO5rdTcvU5GJhQ0hh_DYUrgH2Hn9dI5ZkgXn0_a2zTpQ/s783/Morte%20em%20fam%C3%ADlia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="783" data-original-width="526" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-kxDzS3JM_vGNlS-e0GoV_nmUPy4o3fKSvSQFeVu2D77ouIv0yX4xfUlPkhUce9KiEclWcnQxcke_k8ds1n8LZVoIG-iRJThJk4lCqcaWIcHxeRVcNt4EO0aoXrKqb6mi5U0ueopXl8ZB8xqO5rdTcvU5GJhQ0hh_DYUrgH2Hn9dI5ZkgXn0_a2zTpQ/w430-h640/Morte%20em%20fam%C3%ADlia.jpg" width="430" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dobre a finados pelo Menino-Prodígio.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Apontamentos</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Foi Dick Grayson quem, na origem pré-Crise de Jason Todd publicada em <i>Detective Comics</i> #526 (1983), se prontificou a adotá-lo depois de os pais do rapaz terem sido assassinados pelo Crocodilo. Apesar de Bruce Wayne ter chamado a si essa responsabilidade, é interessante imaginar quão diferente teria sido a vida de Jason se tivesse sido perfilhado pelo Robin original;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Jason Todd tinha apenas 13 anos quando herdou o manto de Robin. O que significa que terá acolitado o Batman por quase três anos, uma vez que foi assassinado nas vésperas de completar o seu 16º aniversário;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em sinal de respeito pelo seu antecessor, quando Jason Todd ocupou a vaga de parceiro do Batman, considerou usar um nome diferente de Robin. Ás Voador (Flying Ace), Gaio Azul (Blue Jay), Cardeal (Cardinal) e Rapaz Dinamite (Kid Dynamite) foram algumas das alternativas sugeridas;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O detetive Harvey Bullock reparou que o novo Robin era mais baixo e mais imaturo do que o original. Quando partilhou as suas suspeitas com o Comissário Gordon, este confirmou que as diferenças também não lhe tinham passado despercebidas. Nenhum deles se atreveu no entanto a interpelar Batman sobre o assunto;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>De todos os Robins, Jason Todd continua a ser o favorito do Joker. Não só porque foi o único que ele conseguiu matar, mas também porque a sua atitude sarcástica divertia genuinamente o Palhaço do Crime;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na Batcaverna existe um pequeno memorial dedicado a Jason Todd, cujo antigo uniforme se encontra permanentemente exposto numa cabina de vidro. Para o Batman, representa um doloroso lembrete do seu maior fracasso; para os outros Robins, um aviso para os perigos da função;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbmHVGTkIqYyqbPsx7qvqy1_HjVurtRMKR5qn7c63hYMFUKhSZi-Bi9gHvMBIshTcb7azGO7Pg6uMyrhE02Q4QVrLUiiFIOtWjOzyKWAE0ZRVTHNModddeHz8UMUQjAZtpwz4NlL0jfS_--2ARtQa4fIgVdVp4FQSs45JMVDl1M8HWX5aCcMxOtRFpSA/s350/A10.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="307" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbmHVGTkIqYyqbPsx7qvqy1_HjVurtRMKR5qn7c63hYMFUKhSZi-Bi9gHvMBIshTcb7azGO7Pg6uMyrhE02Q4QVrLUiiFIOtWjOzyKWAE0ZRVTHNModddeHz8UMUQjAZtpwz4NlL0jfS_--2ARtQa4fIgVdVp4FQSs45JMVDl1M8HWX5aCcMxOtRFpSA/w562-h640/A10.jpg" width="562" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O memorial de Jason Todd na Batcaverna.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A interação entre Batman e Joker nesta história sugere fortemente a possibilidade de o vilão conhecer a verdadeira identidade do herói. Referindo-se ao assassinato de Robin, o Palhaço do Crime diz que "até um louco pode somar dois mais dois". Ainda no mesmo diálogo, Batman refere-se ao seu parceiro como Jason, sendo do conhecimento público que era esse também o nome do pupilo de Bruce Wayne;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Num arrepiante mau presságio, os três últimos dígitos do número de telefone que recebia os votos favoráveis à morte de Robin eram 666. Na Bíblia Sagrada, esse número representa a Besta que encarna o Mal e trará consigo o fim dos tempos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A apenas 15 minutos do encerramento da votação telefónica, a sobrevivência do Menino-Prodígio parecia assegurada por uma vantagem de 38 chamadas. Surpreendentemente, esse resultado seria repentinamente invertido, adensando assim as suspeitas de que o processo poderá ter sido de algum modo adulterado;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Devido às suas representações estereotipadas dos muçulmanos, <i>A Death in the Family</i> foi acusada de cristalizar a islamofobia. Algumas das críticas mais contundentes partiram do ensaísta americano Jack Shaheen que, num estudo de 1991 intitulado <i>Jack Shaheen versus the Comic Book Arab</i>, se insurgiu contra a confusão entre terroristas, muçulmanos e fanáticos religiosos. O autor aponta também uma série de equívocos relacionados com a cultura do Médio Oriente. Desde logo a veste tradicional árabe usada pelo Joker enquanto embaixador do Irão, apesar de este não ser um país árabe. Shaheen considera que estas e outras gafes denunciam uma confrangedora ignorância por parte dos autores da saga;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0SGlwiUzZi0Yz2I2MWqXl-8zhNnNzaP5kWNiGC5LHsX0EdAbNha0Vorn6d606p9Cw0azyLMRVDBrK5dtOVFtdnyTco38WtMRi20I50rBxN8a3zQSKqoKe-YUsfaBmbUftlk9UAd56gvHR7xTtEZpoUL-FmXICIPFJBn66qRRqlgXkIM7mmFMgoGKz6Q/s477/A11.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="209" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0SGlwiUzZi0Yz2I2MWqXl-8zhNnNzaP5kWNiGC5LHsX0EdAbNha0Vorn6d606p9Cw0azyLMRVDBrK5dtOVFtdnyTco38WtMRi20I50rBxN8a3zQSKqoKe-YUsfaBmbUftlk9UAd56gvHR7xTtEZpoUL-FmXICIPFJBn66qRRqlgXkIM7mmFMgoGKz6Q/w280-h640/A11.jpg" width="280" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Joker usa a roupa errada.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O apreciável sucesso comercial de <i>A Death in the Family </i>não impediu que Jim Starlin fosse descartado pouco tempo após o lançamento do seu capítulo final. O departamento de licenciamento da DC ficou furioso com a morte de Robin por causa da enorme quantidade de <i>merchandising </i>com a imagem do Menino-Prodígio que ficaria encalhada. Regressado à Marvel, Starlin escreveu a saga cósmica <i>Infinity Gauntlet</i> (Desafio Infinito) que, ironicamente, ressuscitou outra personagem que ele havia matado: Adam Warlock;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Até 2005, ano da sua ressurreição na saga <i>Under the Hood </i>(Sob o Capuz), Jason Todd integrou o restrito lote de personagens dos <i>comics</i> cujas mortes não foram revertidas. Nessa sua nova iteração, Jason, tomando emprestado o nome original do Joker, criou a persona Capuz Vermelho e passou a agir como um vigilante sanguinário. Continua. no entanto, a ser mais famoso por ter sido o único Menino-Prodígio morto em ação;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de controversa, <i>A Death in the Family</i> figura entre as melhores histórias do Batman selecionadas por diferentes plataformas de entretenimento. No Top 10 da <i>Newsarama</i>, por exemplo, surge classificada em 5º lugar;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Já anteriormente referenciada no filme <i>Batman versus Superman: The Dawn of Justice</i> e na segunda temporada de <i>Titans</i>, em 2020 a morte de Jason Todd deu origem à animação <i>Batman: Death in the Family</i>. Num exercício de interatividade inspirado na votação telefónica dos anos 80, ao espectador foi oferecida a possibilidade de escolher diferentes desfechos para a trama, acompanhando em seguida as ramificações de cada um desses cenários hipotéticos.;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Por muitos anos, a versão alternativa de <i>Batman</i> #428 na qual Jason Todd sobrevivia permaneceu guardada nos arquivos da DC, em Burbank, Califórnia. Em março de 2020, o boletim online <i>DC Daily</i> divulgou finalmente essas páginas inéditas desenhadas por Jim Aparo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnbP7lgecEX-PGtQOqlvjkwEypV95QetpPHF7RETbQKGm-6Z77nYBrSWVkNRZSRkQJu8ri_GlyvimwLNGrfRMOk0VdPE5UdZDTSMhvK5K3_1rFuD6-ZN3yGVbtA_M5ki4kPwwyih87ZCaocn05vnsEvaBtXnq5FPfhrvTSMjyGfUUT7Z6z_0QZo8bw9w/s1354/A12.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1354" data-original-width="920" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnbP7lgecEX-PGtQOqlvjkwEypV95QetpPHF7RETbQKGm-6Z77nYBrSWVkNRZSRkQJu8ri_GlyvimwLNGrfRMOk0VdPE5UdZDTSMhvK5K3_1rFuD6-ZN3yGVbtA_M5ki4kPwwyih87ZCaocn05vnsEvaBtXnq5FPfhrvTSMjyGfUUT7Z6z_0QZo8bw9w/w434-h640/A12.webp" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O que aconteceria se Jason Todd não tivesse morrido?</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Vale a pena ler?</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Jason Todd estava condenado desde o início. De pálida imitação de Dick Grayson a delinquente juvenil, o segundo Robin nunca caiu nas boas graças dos leitores - que, legitimamente, questionavam o discernimento do Batman ao escolhê-lo para seu parceiro. A julgar pela maneira como lhe foram deformando a personalidade, os argumentistas também não morreriam de amores por ele.</div><div style="text-align: justify;">A atitude insolente de Jason, o seu constante desvio do rigoroso código moral do Batman e as inevitáveis comparações com Dick Grayson foram criando cada vez mais anticorpos relativamente à personagem. Quando a DC, qual Pôncio Pilatos, colocou o destino do mal-amado Menino-Prodígio nas mãos dos fãs, foi como distribuir convites para um linchamento popular.</div><div style="text-align: justify;">Historicamente, é fácil perceber a opção de dar aos leitores o poder de influenciarem ativamente o curso de uma narrativa tão importante. À época, a opinião pública americana ainda digeria uma sucessão de escândalos - coroada pelo caso Irão-Contras - que tinham exposto as fraquezas e contradições da política externa dos EUA.</div><div style="text-align: justify;">Ao longo de toda a década de 1980, a cultura pop americana foi, pois, contaminada por um cinismo paranoico potenciado pela Guerra Fria. Obras como <i>Watchmen</i> e <i>O Regresso do Cavaleiro das Trevas</i> são exemplos pontuais dessa tendência, que perduraria até à viragem do século. Por sua vez, <i>Morte em Família</i> reflete inadvertidamente a desastrada abordagem feita pela Administração Reagan às complexas problemáticas do Médio Oriente. Aquelas que, nesta história, Jim Starlin reduz a uma caricatura baseada em equívocos e estereótipos. </div><div style="text-align: justify;">À ausência de nuances geopolíticas soma-se a crueldade do espetáculo montado a propósito do lançamento da saga. Anunciada como um grande evento, a morte de um mancebo de 15 anos foi orquestrada com um nível de visceralidade inaudito e sob os efeitos de um atroz eclipse moral.</div><div style="text-align: justify;">A imagem do Joker a espancar alegremente Robin com um pé-de-cabra ficou para sempre esculpida no subconsciente coletivo. Mesmo passados 35 anos, as repercussões da saga são sentidas de cada vez que alguma das grandes editoras anuncia, com meses de antecedência, o fim de uma personagem importante. <i>Morte em Família</i> não teve apenas impacto nas histórias do Batman, mas em toda a indústria dos <i>comics</i>.</div><div style="text-align: justify;">É, pois, de lamentar que os elementos mais controversos de<i> Morte em Família</i> tenham dominado a discussão acerca do seu enredo. Porque, em essência, trata-se de uma comovente tragédia familiar que realça os erros cruciais no relacionamento entre um pai e o seu filho adotivo. Chega a ser angustiante testemunhar o reforço da ligação emocional entre ambos, sabendo que a mesma não perdurará. Um suspiro de profundidade para uma trama que parece desenrolar-se ao acaso.</div><div style="text-align: justify;">Com efeito, a desnecessária reviravolta que faz do Joker embaixador do Irão só contribui para o desgaste do arco, que poderia encerrar-se sem esse elemento absurdo - mesmo para os padrões do Palhaço do Crime. Ainda que aceitável, o desejo de vingança de Bruce Wayne nunca seria maior do que a dor resultante daquela que, depois da morte dos pais, foi a sua maior perda. A morte de Jason Todd criou mais uma fissura no espírito fragilizado do Batman, evidenciando contornos sombrios que sempre estiveram presentes no herói</div><div style="text-align: justify;">Vista com distanciamento,<i> Morte em Família</i> é um épico falhado. Tinha tudo para ser uma grande história, mas falta-lhe o nível adequado de dramatismo e suspense. Mesmo que o desenlace resulte da escolha do público, o argumento de Jim Starlin denota a inexistência de estudo prévio das consequências dos acontecimentos. Tanto a curto prazo, nas histórias subsequentes à morte do Menino-Prodígio, como a longo prazo, num futuro em que o surgimento de um terceiro Robin era expectável. Como um todo, o arco enferma de incoerência, como se minutos após a divulgação do resultado da votação telefónica que decidiu o destino de Jason Todd, a história completa se tivesse materializado nas bancas.</div><div style="text-align: justify;">Sobra a sempre competente arte de Jim Aparo que, como é seu apanágio, se esmerou na representação das personagens e a transmitir clareza e dinamismo à narrativa visual. Igualmente dignas de nota são as capas desenhadas por Mike Mignola para as edições originais, cuja composição, rica em sombras, inspira uma crescente sensação de pavor e incerteza lúgubre.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRd5eot3v6mqS4pk7M4fjISOJ1RATTdki2nCX6U6opHm_QRdqD7jOR_ozVcPZp3XhHSNSUs25BtcGebrPvyltd3tzw3LHJb-NdbbegPzUXp7pTYXgTQ5USBRZ0oLz109RViN-3QDvwN5Hmx_Gl07ss0NxcLR66hzpdTdGD9uziOHKkS94_dvUIXesBqA/s1000/A14.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="562" data-original-width="1000" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRd5eot3v6mqS4pk7M4fjISOJ1RATTdki2nCX6U6opHm_QRdqD7jOR_ozVcPZp3XhHSNSUs25BtcGebrPvyltd3tzw3LHJb-NdbbegPzUXp7pTYXgTQ5USBRZ0oLz109RViN-3QDvwN5Hmx_Gl07ss0NxcLR66hzpdTdGD9uziOHKkS94_dvUIXesBqA/w640-h360/A14.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jason Todd:<i> bad boy</i> ou bode expiatório?</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da língua portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">*Artigos sobre Robin, Joker, Jim Aparo e Dennis O'Neill disponíveis para leitura complementar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-59262306298039450952022-12-23T17:15:00.000+00:002022-12-23T17:15:30.162+00:00ETERNOS: CARMINE INFANTINO (1925-2013)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjImZGgCbnrT9aOG1YWN4s2O2k2JuNV0D2TlgzLIKIPCBLhL1G2OpQkmU09xNLRo_qcSneBpHIadiqWu-iJiCvIbOs-hSxgROyi62en7Glr3WVt-g1Vu5PeCHVJYll1HpnO4jBiM_OfYjUISiVtGUyrbIMfHija29tMqZa89TuYW8GqRj0jvwVwR-6J4Q/s1580/Carmine%20Infantino.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1222" data-original-width="1580" height="494" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjImZGgCbnrT9aOG1YWN4s2O2k2JuNV0D2TlgzLIKIPCBLhL1G2OpQkmU09xNLRo_qcSneBpHIadiqWu-iJiCvIbOs-hSxgROyi62en7Glr3WVt-g1Vu5PeCHVJYll1HpnO4jBiM_OfYjUISiVtGUyrbIMfHija29tMqZa89TuYW8GqRj0jvwVwR-6J4Q/w640-h494/Carmine%20Infantino.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"> Artista fundamental da Idade de Prata, delineou os contornos dessa nova era de esplendor dos super-heróis revividos pelo seu lápis. Ao leme da DC conjugou grandes talentos e tomou medidas controversas que lhe deslustraram o legado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lançada em outubro de 1956, <i>Showcase</i> #4 apresentou a reconfiguração moderna do Flash e assinalou o início da chamada Idade de Prata dos <i>comics</i>. A capa dessa edição histórica mostrava o Velocista Escarlate a sair, em passo de corrida, de uma tira de filme a preto e branco. O simbolismo da imagem era óbvio: anunciava-se o advento de uma nova geração de super-heróis. Mais dinâmica, otimista e de olhos postos no futuro.</div><div style="text-align: justify;">Tanto a icónica capa como o belíssimo uniforme do novo Flash foram concebidos por Carmine Infantino, artista idiossincrático cujo traço suave e design inteligente ajudaram a definir o estilo visual de toda uma época.</div><div style="text-align: justify;">A despeito de ter (re)criado personagens extremamente populares e de ser figura incontornável na história da 9ª Arte, o nome de Carmine Infantino pouco diz aos fãs atuais de super-heróis catequizados pelas megaproduções dos Estúdios Marvel ou pelas séries da CW. Foi, contudo, do lápis de Infantino que saiu a arquitetura da Idade de Prata, existindo um enlace entre o seu extraordinário percurso profissional e a história da DC. Ao serviço da qual viveu os seus momentos de maior glória mas, também, de maior controvérsia. O que só comprova que por detrás de cada lenda existe sempre um ser humano imperfeito que importa conhecer melhor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGuBoEj2xWVRNGc5ZoIDpHeXFpfb3dBd_nPcNCysEa0isOwimljzzhnyd9zY7mSupC5YFud80oQ6MwNxJrRbO_6ZNy2mqJNL8TRFg8PnaWub0M1OcbAxj0IwO5xJBX1uYqCVg89K7omlCGCDWSPAgVBbpErYd12K0KWfpVG3BGh5TXxZw-K5ACyOHUlA/s356/Showcase4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="356" data-original-width="250" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGuBoEj2xWVRNGc5ZoIDpHeXFpfb3dBd_nPcNCysEa0isOwimljzzhnyd9zY7mSupC5YFud80oQ6MwNxJrRbO_6ZNy2mqJNL8TRFg8PnaWub0M1OcbAxj0IwO5xJBX1uYqCVg89K7omlCGCDWSPAgVBbpErYd12K0KWfpVG3BGh5TXxZw-K5ACyOHUlA/w450-h640/Showcase4.jpg" width="450" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em 1956, Flash foi o arauto de uma nova era.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Carmine Michael Infantino nasceu a 24 de maio de 1925, no modesto apartamento que os seus pais, um casal de ascendência italiana, ocupavam no bairro nova-iorquino do Brooklyn. O seu pai, Pasquale "Patrick" Infantino, era violinista profissional antes de a Grande Depressão o obrigar a reinventar-se como canalizador. Apenas um dos muitos sacrifícios que fez para garantir o sustento da família. Carmine cresceu, por isso, a admirar o homem que lhe deu vida e o impediu de tomar decisões imprudentes.</div><div style="text-align: justify;">Como tantas outras crianças daquela época de provações, o pequeno Carmine começou a trabalhar demasiado cedo. Aos 6 anos de idade já engraxava sapatos na rua com o avô materno; aos 10 levantava-se ainda de madrugada para fazer entregas com o tio, dono de uma mercearia. Biscates que reforçavam o magro orçamento familiar e que, de quando em vez, lhe permitiam comprar uma revista de banda desenhada.</div><div style="text-align: justify;">Nos pouco tempos livres, Carmine gostava de ler a tira de Dick Tracy. Foi com ela que tomou o gosto pelo desenho e, sempre que podia, rabiscava figuras e edifícios. Sonhava ser arquiteto e foi animado por esse desejo que, na entrada para a puberdade, se matriculou na School of Industrial Arts (posteriormente renomeada High School of Art and Design), em Manhattan. Fizesse chuva ou fizesse sol, Carmine atravessava a cidade a pé para assistir às aulas. Acompanhava-o nessa romaria diária Frank Giacoia, seu amigo de infância e seu primeiro parceiro criativo.</div><div style="text-align: justify;">Entre a escola e os biscates, Carmine passava o resto do tempo a tentar encontrar pessoas que trabalhassem nas histórias aos quadradinhos que tanto o fascinavam. Aos 15 anos, fez amizade com Charles Flanders, artista da tira <i>Lone Ranger</i>. Por sugestão de Flanders, Carmine tentou a sua sorte no estúdio de Harry "A" Chesler, um dos muitos que, desde a viragem da década de 30, providenciavam material às editoras que se aventuravam no emergente mercado dos <i>comics</i>.</div><div style="text-align: justify;">Apesar da sua fama de velhaco, Harry Chesler revelou-se deveras atencioso com Carmine. Em vez de simplesmente despachar o jovem diletante, prontificou-se a pagar-lhe um dólar por dia para que ele aprendesse a desenhar com os profissionais do seu estúdio. Ao longo de todo o verão, Carmine aproveitou aquela espécie de estágio remunerado para aprender diferentes técnicas de ilustração e composição.</div><div style="text-align: justify;">Demasiado jovens para cumprirem o serviço militar, Carmine Infantino e Frank Giacoia conseguiram o seu primeiro trabalho nos quadradinhos em 1942. Nesse ano, o primeiro passou a tinta os esboços do segundo para uma história de Jack Frost publicada em <i>USA Comic</i>s #3, um dos títulos com maior tiragem da Timely. Joe Simon, o editor-chefe, ficou impressionado com o resultado final e ofereceu emprego aos dois amigos. Mas apenas um pôde agarrar aquela grande oportunidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorYrWr9pv-2yiRdW1Q3HooiikyikEpCWQiyyZ1CjW2xv79RMzuP60thnESESI8AbvNha6_bIaw_S_llImkuu9gUifQxzYKPt2MJhXJsf09SsqdIxIPHKjo9hrJnQ0QVgBFKkLaW4k6kMMQIaf4P-RL-DTJ94KEIWd6iNexP3gApK0NC_o1C8HJyH7eQ/s1600/U.S.A._Comics_Vol_1_3.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1164" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorYrWr9pv-2yiRdW1Q3HooiikyikEpCWQiyyZ1CjW2xv79RMzuP60thnESESI8AbvNha6_bIaw_S_llImkuu9gUifQxzYKPt2MJhXJsf09SsqdIxIPHKjo9hrJnQ0QVgBFKkLaW4k6kMMQIaf4P-RL-DTJ94KEIWd6iNexP3gApK0NC_o1C8HJyH7eQ/w466-h640/U.S.A._Comics_Vol_1_3.webp" width="466" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Carmine Infantino teve o seu primeiro trabalho profissional<br /> publicado em <i>USA Comics</i> #3 (1942)</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto Frank deixou a escola para começar a trabalhar na Timely, Carmine, então com 16 anos, foi impedido pelo pai de seguir as pisadas do amigo. Apesar das dificuldades económicas, agravadas pelo nascimento de um segundo filho, Patrick Infantino manteve-se irredutível na sua decisão. Para ele, a educação vinha em primeiro lugar. Carmine ficou naturalmente desapontado, mas o tempo encarregou-se de dar razão ao pai.</div><div style="text-align: justify;">Nos anos imediatos, Carmine Infantino e Frank Giacoia continuaram a trabalhar em conjunto, mas já com os papéis invertidos. Era agora o primeiro quem trabalhava com o lápis, cabendo ao segundo arte-finalizar os seus esboços. Além da Timely, onde desenhavam as histórias do Tocha Humana e do Anjo, os dois amigos eram artistas <i>freelancers</i> na Hillman, na Holyoke e no estúdio de Jack Binder (fornecedor de material à Fawcett Comics).</div><div style="text-align: justify;">1947 marcou o início da longa associação de Carmine Infantino com a DC. Em agosto desse ano saiu do prelo<i> Flash Comics</i> #86, que incluía o seu primeiro trabalho para a Editora das Lendas. A história, protagonizada por Johnny Trovoada, marcou a estreia da Canário Negro, cujo ousado visual concebido por Infantino se mantém praticamente inalterado até hoje. Apesar de ter sido criada como coadjuvante, a nova heroína depressa ascendeu a protagonista.</div><div style="text-align: justify;">Antes de dobrar a esquina da década de 1940, Carmine Infantino era já o artista favorito do editor Julius Schwartz, que lhe confiou, entre outras, as histórias do Lanterna Verde (Alan Scott) e da Sociedade da Justiça da América.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB77OWoInr7BH4QwpyiCHvfJ35ztzzp6I_yYlLzaiRbVf6kOClq-aV7Zz2ZlCJ-THdRSduDV3WGQgzq5Y3lYtu4twrtlBVIQFA_zBCz5wQHnviVLRKcg6JELjRZwlH8yc2pUsQbmtWVkwcZAGA4l9plDwwPF4eYRivn5UfM7M6D6UvhwmveaUhz0bTYA/s900/1027_flashcomics86bc.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="877" data-original-width="900" height="624" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB77OWoInr7BH4QwpyiCHvfJ35ztzzp6I_yYlLzaiRbVf6kOClq-aV7Zz2ZlCJ-THdRSduDV3WGQgzq5Y3lYtu4twrtlBVIQFA_zBCz5wQHnviVLRKcg6JELjRZwlH8yc2pUsQbmtWVkwcZAGA4l9plDwwPF4eYRivn5UfM7M6D6UvhwmveaUhz0bTYA/w640-h624/1027_flashcomics86bc.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Canário Negro foi a primeira criação de Carmine Infantino para a DC.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com o declínio dos super-heróis trazido pelo pós-guerra, Carmine Infantino passou a desenhar histórias de faroeste, suspense e ficção científica. Admirador do trabalho de Milton Caniff, os seus protagonistas masculinos invocavam amiúde os da tira <i>Terry e os Piratas</i>. Independentemente do género, o trabalho de Infantino sobressaía sempre pela sua elevada qualidade. Era já apontado com um dos melhores artistas da sua geração.</div><div style="text-align: justify;">Quando, em 1956, Julius Schwartz decidiu apostar no revivalismo dos super-heróis, Carmine Infantino e o escritor Robert Kanigher foram os escolhidos para criar uma nova versão do Flash. Muito diferente do seu antecessor da Idade de Ouro, Barry Allen fez a sua primeira aparição em outubro desse ano, no quarto número de <i>Showcase</i>. E não poderia ter causado melhor impressão junto dos leitores.</div><div style="text-align: justify;">Parecendo saído de um filme de ficção científica, o novo Velocista Escarlate era um expoente de elegância retrofuturista. Funcional e de linhas simples, o seu uniforme, considerado um dos mais bonitos de sempre, transmitia uma sensação de agilidade mesmo quando o herói não estava em movimento. O seu emblema peitoral com um relâmpago estilizado depressa se tornou tão reconhecível como o S do Super-Homem ou o morcego do Batman. Nascia um novo ícone da cultura pop com assinatura de Carmine Infantino.</div><div style="text-align: justify;">Estribado no dinamismo visual de Infantino e nas tramas invulgarmente maduras de Kanigher, o sucesso do novo Flash abriu caminho deslizante para a revitalização do Lanterna Verde e de outros heróis clássicos. Foi o dealbar de uma nova era de esplendor, que os historiadores adequadamente designariam como Idade de Prata. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsy0DLYdUzlJ5FYC0RozYIW3IYY8iGM1vtZgrqN1BwAJimmrJ4_Pnh9j7npGZvGgAjZ05l3AjtxRizYqbsY6ea591-9OLXfscLWhMKQPM-FIH3Li0deNi6sg9H9lzbetZPDNRJlp9Ia_S9ZitASMXaysYAikHbowyaM-fAP3va9lYuEumrKAsz_TD-9A/s1297/02.INFANTINO-Flash-24-25-ASR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="936" data-original-width="1297" height="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsy0DLYdUzlJ5FYC0RozYIW3IYY8iGM1vtZgrqN1BwAJimmrJ4_Pnh9j7npGZvGgAjZ05l3AjtxRizYqbsY6ea591-9OLXfscLWhMKQPM-FIH3Li0deNi6sg9H9lzbetZPDNRJlp9Ia_S9ZitASMXaysYAikHbowyaM-fAP3va9lYuEumrKAsz_TD-9A/w640-h462/02.INFANTINO-Flash-24-25-ASR.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sob o lápis de Infantino, as histórias do Flash eram sempre de alta rotação.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 1958, Infantino foi distinguido com o seu primeiro Alley Award (colecionaria 13 ao longo da carreira) pelo seu trabalho nas histórias do Velocista Escarlate. Sentiu, ainda assim, necessidade de sublimar alguns aspetos da sua arte. Nesse sentido, saudando os ensinamentos paternos, resolveu regressar à escola. Na Art Students League foi apresentado à obra impressionista de Edgar Degas e descobriu todo um novo horizonte de possibilidades. Durante essa fase de aprimoramento, o traço angular - e, por vezes, duro - de Infantino evoluiu gradualmente para um design de linhas finas influenciado pelas ilustrações de Lou Fine, Edd Cartier e outros artistas <i>pulp</i>.</div><div style="text-align: justify;">Infantino continuou a refinar o seu estilo nos anos seguintes até se afirmar definitivamente como um dos melhores artistas da sua geração. Foi já com esse estatuto que, em setembro de 1961, desenhou outro marco importantíssimo na história da DC. Publicada em <i>Flash</i> #123, a história<i> Flash of Two</i> <i>Worlds</i> reintroduziu Jay Garrick e lançou as bases do Multiverso da Editora das Lendas. Curiosamente, a capa - uma das mais reproduzidas na história da 9ª Arte - foi esboçada por Infantino antes de Gardner Fox ter escrito a história. Método que se tornaria recorrente entre ambos, com as capas de Infantino a servirem de mote a ser glosado pelo escriba.</div><div style="text-align: justify;">Alarmado com as fracas vendas da emblemática <i>Detective Comics</i> - sobre a qual impendia a ameaça de cancelamento -, em 1964 Julius Schwartz encarregou John Broome e Carmine Infantino de revitalizarem o Batman. A receita passou pela eliminação dos elementos pueris das histórias e pela modernização do visual do herói. À semelhança do Flash, sob o traço de Infantino o Cavaleiro das Trevas ganhou uma aparência ágil e elegante. De tão identificável que era o seu estilo, Infantino tornou-se o primeiro artista do Batman a não assinar o seu trabalho como Bob Kane - por quem, aliás, nunca escondeu a sua antipatia pessoal.</div><div style="text-align: justify;">A alteração mais notável introduzida por Infantino no traje do Batman consistiu simplesmente na adição de uma elipse amarela ao redor do morcego estampado no peito, que se tornou parte integrante da personagem por mais de quatro décadas. </div><div style="text-align: justify;">No ar a partir de 1966, a série televisiva do Homem-Morcego com Adam West foi a primeira a adotar o novo figurino do herói, contribuindo decisivamente para o seu arreigamento no imaginário coletivo. No ano seguinte, quando os produtores exigiram uma coprotagonista feminina para a terceira temporada, Carmine Infantino criou, a meias com Gardner Fox, a versão definitiva da Batgirl. Por esta altura o artista já tinha ajudado a conceber outras personagens emblemáticas da DC, como Desafiador, Hera Venenosa e Homem-Elástico.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeS3rh2gGUalahAjZYxx12dJ_g2SYgwcMYzNUBFA2FbbNdccqPAvzkamGgp6bIfLCx-V-vOQqDRxM_KRBd2rfAZO0gKTxtfzX-vJ_PxuQ3U-WjZoiqyHoFyCGmqDcQcMiOn6PC1q0MPfgPgxdqb3EjlL5YB-1b713JnCmCQnaHjkaa4kynASh0-AmWag/s2221/b4f24c771d066c9c407260bd9fa31361.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2221" data-original-width="1500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeS3rh2gGUalahAjZYxx12dJ_g2SYgwcMYzNUBFA2FbbNdccqPAvzkamGgp6bIfLCx-V-vOQqDRxM_KRBd2rfAZO0gKTxtfzX-vJ_PxuQ3U-WjZoiqyHoFyCGmqDcQcMiOn6PC1q0MPfgPgxdqb3EjlL5YB-1b713JnCmCQnaHjkaa4kynASh0-AmWag/w432-h640/b4f24c771d066c9c407260bd9fa31361.jpg" width="432" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O novo visual do Batman tornou-se icónico.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Combinando publicidade comercial com Arte Pop, as capas desenhadas por Carmine Infantino possuíam uma jovialidade atraente que se tornou pedra de toque dos títulos da DC na Idade de Prata. Em vez de simplesmente colocarem em evidência uma determinada personagem ou situação, as capas de Infantino contavam pequenas histórias. Algumas quebravam igualmente a chamada quarta parede, com as personagens a interpelarem o público. De entre estas, a mais famosa é, provavelmente, a capa de <i>Flash</i> #163, na qual o Velocista Escarlate implora ao leitor: "Pare! Não deixe passar esta edição! A minha vida depende disso!". </div><div style="text-align: justify;">Em reconhecimento dos méritos de Infantino no campo do design e da composição, em 1967 a DC confiou-lhe a missão de desenhar todas as capas das suas revistas. Em concomitância, a arte interior de Infantino continuava a redefinir a linguagem visual das histórias de super-heróis. Mais notavelmente, a sua técnica de representação do frenético movimento do Flash - uma série de figuras numa enxurrada de linhas de velocidade - ainda hoje serve de modelo para desenhar o herói em ação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrQ-KHtS6ZAytSMKjIwsJJvO2_n5qEW2h3yglxFghTdPd0ugozDIB3AtJGORPPby5YlA7gfeftlFZCCDfjw5aSM7GMY0quwYbtfA3VG4pEWrEJ9Gxcz9tj7YlOah772JXVcOjsPozS76Iv89J0fUUu_5-JBYOesVR8RgMWR1si1bRSrKN13kFnMtMq9A/s597/The_Flash_Vol_1_163.webp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="597" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrQ-KHtS6ZAytSMKjIwsJJvO2_n5qEW2h3yglxFghTdPd0ugozDIB3AtJGORPPby5YlA7gfeftlFZCCDfjw5aSM7GMY0quwYbtfA3VG4pEWrEJ9Gxcz9tj7YlOah772JXVcOjsPozS76Iv89J0fUUu_5-JBYOesVR8RgMWR1si1bRSrKN13kFnMtMq9A/w428-h640/The_Flash_Vol_1_163.webp" width="428" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>As capas de Carmine Infantino eram um espetáculo à parte.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quem também ficou rendido ao talento de Carmine Infantino foi Stan Lee. O então editor-chefe da Marvel aliciou-o a mudar-se para a Casa das Ideais a troco de 22 mil dólares. O que só não aconteceu porque Infantino preferiu aceitar - não sem alguma hesitação, dada a desvantagem salarial - o cargo de diretor de arte da DC. Mal teve, no entanto, tempo para aquecer o lugar.</div><div style="text-align: justify;">Quando, em julho de 1967, a DC foi adquirida pela Kinney National Company (antecessora da Warner Bros.), Carmine Infantino foi surpreendentemente promovido a diretor editorial. No exercício dessas funções chancelou importantes mudanças com vista a reforçar a competitividade da Editora das Lendas num mercado onde a Marvel vinha ditando as regras.</div><div style="text-align: justify;">Ao mesmo tempo que promovia artistas veteranos, como Joe Kubert e Mike Sekowski, a cargos editoriais, Infantino assegurou a contratação de um naipe de novos talentos. Neal Adams, Dennis O'Neill e Dick Giordano foram algumas das estrelas em ascensão trazidas para a DC pela mão do seu novo diretor editorial. Cujo mandato ficou igualmente marcado pelo lançamento de novos títulos e pela reformulação de praticamente todas as figuras de proa da DC. Outra aposta ganha foram as personagens licenciadas: Tarzan e Sombra tiveram o condão de atrair leitores da velha guarda.</div><div style="text-align: justify;">Em 1970, tirando proveito das crescentes fricções entre Stan Lee e Jack Kirby, Carmine Infantino convenceu o Rei a trocar a Marvel pela DC. Nos cinco anos seguintes, Kirby, a quem foi concedida ampla liberdade criativa e outras regalias astrais, desenvolveu diferentes projetos, com destaque para a saga do Quarto Mundo protagonizada pelos Novos Deuses.</div><div style="text-align: justify;">Apetrechada com grandes talentos e guiada pela visão de Infantino, a DC conseguia aos poucos equilibrar o jogo com a Marvel. Respirava-se confiança na Editora das Lendas, mas os ânimos não tardariam a ficar nublados.</div><div style="text-align: justify;">A meteórica ascensão de Carmine Infantino na hierarquia da DC parecia imparável. Em 1971, assumiu as funções de <i>publisher</i> - espécie de diretor executivo -, dando início a um consulado tempestuoso em que, segundo os seus detratores, terá atingido o seu princípio de Peter.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp7uHNGlH9P8sG-uHLC2LXeRe6S-18LwyrC3kN0ecOe_fDGLjOQS5yhf5JlFS0UV-_kxmiTgHV0N_VxGNnk4d4iISvpOKvlVadL3-JYUpWJp2iYnTuwSfmOsIPLrqImy_TcRhCv4BgGt0JOMvxKuwHwQQ9klALnhjFgCYh3m4mPJKruuTb44OWdTPD0g/s600/Carmine-Infantino-600x380.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="600" height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp7uHNGlH9P8sG-uHLC2LXeRe6S-18LwyrC3kN0ecOe_fDGLjOQS5yhf5JlFS0UV-_kxmiTgHV0N_VxGNnk4d4iISvpOKvlVadL3-JYUpWJp2iYnTuwSfmOsIPLrqImy_TcRhCv4BgGt0JOMvxKuwHwQQ9klALnhjFgCYh3m4mPJKruuTb44OWdTPD0g/w640-h406/Carmine-Infantino-600x380.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Carmine Infantino fotografado no seu gabinete em 1973.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O período de Infantino como <i>publisher</i> correspondeu, com efeito, a uma retração das vendas mercê de más decisões de mercado e da competição acirrada - e, por vezes, desleal - da Marvel. O que não impediu as duas editoras de brindarem os leitores com o seu primeiro <i>crossover</i>. </div><div style="text-align: justify;"><div>Apesar de ter escolhido pessoalmente Ross Andru para desenhar o histórico encontro entre o Super-Homem e o Homem-Aranha, Infantino, ao contrário do seu homólogo Stan Lee, não foi um entusiasta dessa iniciativa conjunta. Pouco tempo antes, a DC, por decisão de Infantino, aumentara o preço das suas revistas de 15 para 25 centavos. Subida inicialmente acompanhada pela Marvel, que entretanto baixara para os 20 centavos. </div><div>Em virtude disso, Carmine Infantino ficou para sempre associado à chamada Implosão da DC, o cancelamento massivo de títulos lançados em barda para competir com o abundante material inédito que, desde o início da década de 1970, vinha sendo publicado pela Marvel. Somada ao aumento dos preços em contexto de crise económica, a proliferação de novas séries periódicas - quase sempre estreladas por personagens secundárias - revelou-se um erro estratégico que comprometeu o próprio futuro da Editora das Lendas.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfjHJ4VMAFGxuRR1XzoQ-oNe2H9A9pkpyK-UiuL9J5I4wIaBcC8D_2sEyg6UswJarX2_nms56rihK3WRHWcHn5vKGMs2WeH-_3gUMI3hfD5DKm6wWkscNBSSOhfQNEMlxV1C2JiC6sYPfhIXYv0xunO1UdauVmMULurmEQXucfsZF3JX4ivX4NBKNr6A/s531/1468580.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="531" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfjHJ4VMAFGxuRR1XzoQ-oNe2H9A9pkpyK-UiuL9J5I4wIaBcC8D_2sEyg6UswJarX2_nms56rihK3WRHWcHn5vKGMs2WeH-_3gUMI3hfD5DKm6wWkscNBSSOhfQNEMlxV1C2JiC6sYPfhIXYv0xunO1UdauVmMULurmEQXucfsZF3JX4ivX4NBKNr6A/w482-h640/1468580.jpg" width="482" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Carmine Infantino apadrinhou, a contragosto, o primeiro <i>crossover</i> Marvel/DC.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre as medidas mais controversas tomadas por Carmine Infantino ao leme da DC esteve a demissão de artistas que reivindicavam <i>royalties</i> e outros direitos laborais, substituídos por mão-de-obra filipina muito mais barata. Ironicamente, em 2004 o próprio Infantino processou judicialmente a DC alegando ter sido espoliado dos direitos sobre várias das suas criações para a editora, incluindo o Flash. O processo seria no entanto arquivado quando as suas alegações foram consideradas improcedentes pelo tribunal.</div><div style="text-align: justify;">Durante a pré-produção de <i>Superman</i> e<i> Superman II</i>, Carmine Infantino foi consultor de Mario Puzo na produção dos respetivos enredos. Apesar de o seu contributo ter sido determinante para o sucesso dos filmes, Infantino não foi sequer creditado. Isto depois de ter feito tudo ao seu alcance para boicotar a campanha pelo reconhecimento dos direitos de Jerry Siegel e Joe Shuster que antecedeu a chegada do Homem de Aço aos cinemas.</div><div style="text-align: justify;">À beira da falência devido à má administração, em julho de 1976 a DC demitiu Carmine Infantino. Embora os contornos desta decisão permaneçam até hoje pouco nítidos, sabe-se que não se tratou de um processo amigável. Fazendo jus à sua forte costela italiana, Infantino terá reagido intempestivamente, jurando que nunca mais voltaria a trabalhar para a empresa.</div><div style="text-align: justify;">Após a sua saída da Editora das Lendas, Infantino procurou, em vão, novo cargo executivo. Decidiu então regressar às origens, tornando-se artista<i> freelancer</i> da Warren Publishing e da Marvel. O ponto alto da sua passagem pela Casa das Ideias aconteceu quando desenhou <i>Star Wars,</i> título que ajudou a transformar no maior campeão de vendas do mercado. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIe9l8G4ayyVwCS-5YDbU2-KM9TFRVFLhStRfXV0SlU3McDZHyVQRWWyEBaY8kbVM78beNuT67TQsf2iY_X6nPt4fd7Jt4nxEF4R2Mkn6OZLVtOVk0gnJjfmjYeXmUT-wfJnorxEnJ_8BBMVxWl_dzK_kb-AKN4jjNfvts8-0MuIOGdpHuTmwosl9Y5A/s931/STAR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="931" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIe9l8G4ayyVwCS-5YDbU2-KM9TFRVFLhStRfXV0SlU3McDZHyVQRWWyEBaY8kbVM78beNuT67TQsf2iY_X6nPt4fd7Jt4nxEF4R2Mkn6OZLVtOVk0gnJjfmjYeXmUT-wfJnorxEnJ_8BBMVxWl_dzK_kb-AKN4jjNfvts8-0MuIOGdpHuTmwosl9Y5A/w412-h640/STAR.jpg" width="412" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Na Marvel, Infantino fez de <i>Star Wars</i> um <i>best-seller</i>. </b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Contra todas as expectativas, Carmine Infantino regressou à DC em 1981. Reassumindo, nesse mesmo ano, a série mensal do Flash, à qual continuou a emprestar o seu traço até ao cancelamento nas vésperas da Crise nas Infinitas Terras. <i>The Daring New Adventures of Supergirl</i> e <i>V</i> (título mensal vinculado à série televisiva homónima) foram outros dos projetos em que deixou a sua impressão digital durante essa segunda passagem pela Editora das Lendas. </div><div style="text-align: justify;">Antes de se aposentar, a meio da década de 1990, Carmine Infantino rendeu Marshall Rogers na tira diária do Batman e lecionou na prestigiada School of Visual Arts. Alçado ao patamar de lenda viva dos quadradinhos, continuou a atrair os holofotes mediáticos por via das suas aparições regulares em convenções de fãs, onde participava em conferências e vendia exemplares autografados da sua autobiografia intitulada <i>The</i> <i>Amazing World</i> <i>of Carmine Infantino</i>. </div><div style="text-align: justify;">O dia 4 de abril de 2013 foi o último que Carmine Infantino viu nascer. A poucas semanas de cumprir o seu 88º aniversário, o artista faleceu, de causas naturais, no seu apartamento em Manhattan. O homem que um dia sonhou ser arquiteto levou consigo a memória descritiva da Idade de Prata. Criou personagens que ainda hoje são amadas e elaborou o estilo visual da narrativa gráfica para as gerações vindouras. Apesar das controvérsias, o seu prestígio na comunidade artística saiu incólume. Desde 2000 que o nome de Carmine Infantino figura no Jack Kirby Hall of Fame que imortaliza outros grandes vultos da 9ª Arte. Homenagem merecida a quem teve na genialidade a fonte e o esteio da sua exuberante obra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3MWYZaPO-dRchgHZOrmV6YEc2zMe1H-LcFR0Q-fb_3YvbozlLdCdVCVtx9mz2O1ZtKFhS9X7qS5Pr_TjudW79ZLPWOpy7C5iXjK4Wls1Wh4nu9v4qwQ_9kOFq06iiueHPgu3r7eRyqc80q4nuL1qq2afJol94NeudW3FlhmA8KxQBmOkRqjDakcsBA/s707/Bio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="707" height="544" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3MWYZaPO-dRchgHZOrmV6YEc2zMe1H-LcFR0Q-fb_3YvbozlLdCdVCVtx9mz2O1ZtKFhS9X7qS5Pr_TjudW79ZLPWOpy7C5iXjK4Wls1Wh4nu9v4qwQ_9kOFq06iiueHPgu3r7eRyqc80q4nuL1qq2afJol94NeudW3FlhmA8KxQBmOkRqjDakcsBA/w640-h544/Bio.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Lançada em 2001, a autobiografia de Carmine Infantino é o testemunho de diferentes épocas.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">*Artigos sobre Gardner Fox, Neal Adams, Dennis O'Neill, Timely Comics, <i>Super-Homem contra Homem-Aranha</i> e Batgirl disponíveis para leitura complementar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-2357113127213426802022-10-31T17:37:00.001+00:002022-11-04T16:10:35.390+00:00HERÓIS EM AÇÃO: WOLVERINE<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB7KMRoAEAJXUGqGyZkNxExFVoW8aCw1OssZtNHlghZ3Lzb5fUxIJIGN75WgO_quRP3UkC6MvmyZornvhqkCdsQDRK5HzYugJnx4qMKEOkHmlwPhBfvfo58LklO2mHLzTl6fNz0fIIJ_2VFErW-euzDcDet3rKqmZmugvCRMF2REIfLJ0qSOPHeJ1Kug/s640/Wolverine.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="461" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB7KMRoAEAJXUGqGyZkNxExFVoW8aCw1OssZtNHlghZ3Lzb5fUxIJIGN75WgO_quRP3UkC6MvmyZornvhqkCdsQDRK5HzYugJnx4qMKEOkHmlwPhBfvfo58LklO2mHLzTl6fNz0fIIJ_2VFErW-euzDcDet3rKqmZmugvCRMF2REIfLJ0qSOPHeJ1Kug/w462-h640/Wolverine.jpg" width="462" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> De todos os animais selvagens, o mais perigoso é o homem sem passado. O de Logan foi-lhe roubado por aqueles que o transformaram numa arma viva e difícil de matar. Fera acuada com alma de samurai, ele é o melhor no que faz. Mas o que ele faz não é bonito de se ver.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> Wolverine</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Editora: </b>Marvel Comics</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Criadores:</b> Roy Thomas (nome e conceito), Len Wein (história) e John Romita Sr. (arte conceptual)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Estreia: </b><i>The</i><b> </b><i>Incredible Hulk </i>#180 (outubro de 1974)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Identidade civil: </b>James Howlett (vulgo Logan)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Espécie:</b> Mutante</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Cold Lake, na província canadiana de Alberta.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Thomas Logan (pai, falecido); Elizabeth Howlett (mãe, falecida); John Howlett (padrasto, falecido); Dog Logan (meio-irmão paterno); John Howlett Jr. (meio-irmão materno, presumivelmente falecido); Laura Kinney / X-23 (filha por doação genética); Itsu (esposa, falecida); Akihiro/Daken (filho)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Ocupação: </b>Homem dos mil ofícios, Logan já foi mineiro, samurai, soldado, mercenário, espião, barman e até instrutor na Escola Xavier para Jovens Sobredotados.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Base de operações: </b>Tradicionalmente, a Mansão X, quartel-general dos X-Men localizado em Salem Center, na periferia de Nova Iorque. Quando age à margem da equipa, o seu espírito errante pode levá-lo a qualquer parte do globo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Afiliações:</b> Apesar da sua reputação de lobo solitário, Wolverine gosta de andar em alcateia. Antes de se associar aos X-Men, com os quais mantém a sua ligação mais conhecida e duradoura, fez parte do Clã Yashida, do Programa Arma X e do Departamento H.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Némesis: </b>Dentes-de-Sabre</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Wolverine é um mutante com múltiplos aprimoramentos naturais e artificiais na sua fisiologia. Consistindo num processo natural de cicatrização acelerada, o seu poder principal é commumente designado fator de cura. Graças a ele, os ossos e tecidos moles do seu corpo, quando danificados, regeneram-se a uma velocidade muito superior ao normal. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Adicionalmente, o fator de cura de Wolverine confere-lhe uma elevadíssima eficiência metabólica que aumenta a sua resistência a drogas e venenos. Ele pode, ainda assim, sentir os efeitos imediatos de tais substâncias, se administradas em grandes quantidades. Certa vez, a SHIELD conseguiu mantê-lo sedado durante vários dias bombeando ininterruptamente doses cavalares de um potente anestésico na sua corrente sanguínea.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Sem o seu milagroso fator de cura, Wolverine não teria sobrevivido ao procedimento cirúrgico experimental que infundiu, a nível molecular, o seu esqueleto com adamantium, tornando-o virtualmente indestrutível. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao induzir um constante rejuvenescimento celular, o fator de cura de Wolverine retarda também, de forma drástica, o seu processo de envelhecimento. Apesar de ter vindo ao mundo no último quartel do século XIX, Logan conserva a aparência e a vitalidade de um homem de meia-idade no seu auge físico.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O fator de cura de Wolverine não suprime no entanto o sofrimento físico resultante dos ferimentos e traumas que lhe são infligidos. Mesmo após a cicatrização dos mesmos, ele afirma sentir dores fantasmas ao longo de semanas ou até meses.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A velocidade a que Wolverine consegue curar-se varia, aparentemente, consoante a extensão e gravidade das respetivas lesões. Quanto maior for o perigo de vida, mais rápido é o processo de regeneração. Mas nem sempre foi assim.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Originalmente, o fator de cura só era eficaz em pequenas lesões e requeria sempre a mesma quantidade de tempo para atuar. Com o passar dos anos, porém, a sua ação foi sendo maximizada, ao ponto de Wolverine poder agora regenerar, em questão de minutos, órgãos danificados e membros amputados. No limite, ele pode reconstituir-se depois de ter sido esquartejado e/ou incinerado. Matá-lo tornou-se missão quase impossível.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghwXMyI18emodP9n-ImRtiaXMhqGa6d5_AuTZskfSaYsw8xjIOTPgGy0zzM2oCUce2fUuysk6ACi06HRX0j7Ke99i3GujEUPXt5xmYTk9phRFZXj3w6yS8sXrao6xyy657tefy7pT-jkiE45LonEdNpFq_K5tOCuzJ-WW93f9KhHG181OChjIP99qnWw/s1279/W1.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1279" data-original-width="815" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghwXMyI18emodP9n-ImRtiaXMhqGa6d5_AuTZskfSaYsw8xjIOTPgGy0zzM2oCUce2fUuysk6ACi06HRX0j7Ke99i3GujEUPXt5xmYTk9phRFZXj3w6yS8sXrao6xyy657tefy7pT-jkiE45LonEdNpFq_K5tOCuzJ-WW93f9KhHG181OChjIP99qnWw/w408-h640/W1.webp" width="408" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O fator de cura mutante de Wolverine<br /> permite-lhe sobreviver a ferimentos potencialmente fatais.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;">Devido à sinergia do seu fator de cura com os escudos psiónicos de alto nível implantados pelo Professor Xavier, a mente de Wolverine é quase inexpugnável a sondagens e agressões telepáticas. Derrubar essas defesas constitui tarefa árdua, mesmo para os telepatas mais poderosos.</div><div class="separator" style="clear: both;">O fator de cura de Wolverine afeta igualmente vários dos seus atributos físicos, aumentando-os para níveis sobre-humanos. Dotado de sentidos hiperaguçados, ele consegue ver com clareza a grandes distâncias, identificar alvos pelo cheiro e até ouvir batimentos cardíacos. Habilidades que fazem de Wolverine um dos melhores rastreadores do mundo. De tão apurado, o seu olfato permite-lhe, ademais, reconhecer transmorfos, mesmo quando estes assumem a aparência de outrem.</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Contrariamente ao inicialmente sugerido, as garras retráteis de Wolverine (3 em cada mão, medindo cada uma exatos 30 cm) não são implantes biónicos aplicados pelo Programa Arma X. Antes de Logan ter tido o seu esqueleto reforçado com adamantium, as suas garras eram excrescências ósseas extremamente densas, que lhe permitiam cortar e perfurar facilmente a carne dos seus adversários. Dada a ausência de orifícios naturais para o efeito, desembainhá-las implica sempre rasgar a pele das mãos. Processo doloroso mitigado pelo fator de cura e pelos picos de adrenalina.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Atualmente revestidas com adamantium, as garras de Wolverine, inquebráveis como cada osso no seu corpo, podem cortar qualquer material sólido, incluindo metais, madeira e algumas variedades de pedra. As únicas exceções conhecidas são o próprio adamantium e a liga de vibranium e protoadamantium de que é feito o escudo do Capitão América. No entanto, a capacidade de Wolverine para cortar completamente uma substância depende tanto da espessura da mesma como da força que ele consegue exercer. Levando em conta que Logan consegue levantar aproximadamente meia tonelada, poucos são os materiais capazes de resistir às suas violentas arremetidas.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ainda que Wolverine prefira, quase sempre, usá-las para fins ofensivos, as suas garras possuem diferentes utilidades: bloquear ataques, desviar projéteis ou escalar estruturas são algumas delas. Não raro, Logan usa-as também para intimidar inimigos ou como instrumentos de persuasão em interrogatórios.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwiQjlQpXcYSEcpAxYKQgu3bfg6Tns6Z9kaiIuOSLA6nGbHSQNLDy2qRpjYqo9IDdcTK0R5oosySFs7v-FwbQPvXnemkQlaXoTQktsMniCz0sIZm_CaxWtBbXvdeb_tc2dqgjuNFg4NwiUAzl9ZIpxWLGvIBJ4L-5fCAS4mr5AJNfLR-NoH0Y-VU4Zug/s720/w2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwiQjlQpXcYSEcpAxYKQgu3bfg6Tns6Z9kaiIuOSLA6nGbHSQNLDy2qRpjYqo9IDdcTK0R5oosySFs7v-FwbQPvXnemkQlaXoTQktsMniCz0sIZm_CaxWtBbXvdeb_tc2dqgjuNFg4NwiUAzl9ZIpxWLGvIBJ4L-5fCAS4mr5AJNfLR-NoH0Y-VU4Zug/w444-h640/w2.jpg" width="444" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>De osso ou metal, as garras <br /> causam sempre dor ao próprio Wolverine.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Durante a sua longa estada no país do Sol Nascente, Logan tornou-se proficiente em múltiplas artes marciais e no manejo de espadas e outras armas brancas. Lutador exímio, possui ainda amplo conhecimento do corpo humano e dos pontos de pressão suscetíveis de incapacitarem os seus adversários. Sem nunca dar uma luta por perdida, o seu lema é "antes quebrar que torcer".</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Quando em combate, Wolverine é por vezes tomado por uma fúria assassina que traz à tona o seu lado animalesco. Nesse estado irracional, ele ataca ainda com maior ferocidade, estraçalhando os seus alvos das maneiras mais horríveis. Apesar da sua aparente facilidade em tirar vidas, Logan odeia ceder aos seus instintos homicidas, os quais procura reprimir aderindo ao draconiano código de honra dos antigos samurais.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Em contraste com esta sua natureza brutal, Wolverine demonstra uma enorme empatia pelos animais, com os quais consegue mesmo comunicar a um nível básico. Fruto das muitas viagens que fez pelo mundo, é também um profundo conhecedor de culturas estrangeiras, mormente da japonesa, sendo fluente em dezenas de idiomas e dialetos indígenas.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Devido ao treino recebido durante a sua colaboração com o Departamento H e outras agências governamentais, Wolverine é também um assassino altamente eficiente e um especialista em operações furtivas. Por tudo isto, ele é o melhor no que faz. Mas o que ele faz não é bonito de se ver.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzIPGFR65s5tGl8c9Xt8PvqUFQa3IKbGWMWZCc4m-sHgZK94Z9gyWAyPpXFHQg-R3-FktcBNvic3P5R4JAZqZQ5RNrtSWtKUzWPTAbypnS0qod8x4RGWn3Vqp-6f_VxKeNmQLFfwx_0qZAbzfPEkYpbzKoNdqUUdP2TmMiiAStePUvD0DYMlUSLRRamA/s640/W3.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="640" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzIPGFR65s5tGl8c9Xt8PvqUFQa3IKbGWMWZCc4m-sHgZK94Z9gyWAyPpXFHQg-R3-FktcBNvic3P5R4JAZqZQ5RNrtSWtKUzWPTAbypnS0qod8x4RGWn3Vqp-6f_VxKeNmQLFfwx_0qZAbzfPEkYpbzKoNdqUUdP2TmMiiAStePUvD0DYMlUSLRRamA/w640-h440/W3.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O escudo do Capitão América é uma das raras coisas <br />que as garras afiadas de Wolverine não conseguem cortar.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Fraquezas:</b> Nos chamados Protocolos Xavier, planos de contingência elaborados pelo Professor X para neutralizar os mutantes mais poderosos caso eles se tornem ameaças, teoriza-se que a decapitação poderá ser a forma mais eficaz de matar Wolverine.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Separar a cabeça do corpo impediria o cérebro de Logan de enviar sinais para os tecidos destruídos, inibindo assim a ação do seu fator de cura. Devido ao seu esqueleto inquebrável, tal só seria no entanto possível se o golpe fosse desferido pela lâmina mística da espada Muramasa.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Forjada, quase um século atrás, por um lendário ferreiro japonês do mesmo nome, a espada Muramasa é capaz de cortar qualquer coisa - inclusive adamantium - ao nível molecular. Por também lhe anular o fator de cura, o próprio Wolverine já admitiu ser ela a única arma capaz de matá-lo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Não obstante ser um excelente nadador, Wolverine tem a sua flutuabilidade reduzida pelo peso extra (aproximadamente 45 kg) que o adamantium acrescenta ao seu corpo. Em razão disso, o afogamento constitui uma alternativa mais simples do que a decapitação.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Com efeito, mesmo conseguindo suster a respiração debaixo de água por largos minutos, a privação de oxigénio no cérebro de Wolverine acabaria por induzir a morte celular. Nesse cenário, o seu fator de cura serviria apenas para prolongar-lhe a agonia.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A presença de metal no organismo de Wolverine, torna-o também extremamente vulnerável a ataques magnéticos. Ninguém soube explorar melhor essa sua fraqueza do que Magneto quando lhe arrancou o esqueleto de adamantium, quase matando-o no processo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O próprio adamantium pode, de resto, virar-se contra Wolverine. Se o seu fator de cura falhar ou for desabilitado por tempo suficiente, o envenenamento causado pelo metal poderá custar-lhe a vida. É, pois, caso para dizer que aquilo que o mata também o torna mais forte.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpLvjaeAplSOXCKxqihNZYvRkqfVZGt8zF4PlaAkiKxPyTdVKsZAKENyCDKltzDvUznjjzvdDrjQZrR5jSu8_D-Ue0zdKqhDztmzxZAS4qxX3HzvjlAQW5A-EWJv1yyvRbzLEB_ZFCkrt7QAWSHCznhdHcnyVcTYtjHBidhP4N3xzzJuqN97nriVHr4g/s1366/Wolverine_Vol_5_6_Textless.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="900" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpLvjaeAplSOXCKxqihNZYvRkqfVZGt8zF4PlaAkiKxPyTdVKsZAKENyCDKltzDvUznjjzvdDrjQZrR5jSu8_D-Ue0zdKqhDztmzxZAS4qxX3HzvjlAQW5A-EWJv1yyvRbzLEB_ZFCkrt7QAWSHCznhdHcnyVcTYtjHBidhP4N3xzzJuqN97nriVHr4g/w422-h640/Wolverine_Vol_5_6_Textless.webp" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Afogamento é um dos métodos mais simples de matar Wolverine.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Animal feroz</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">No início dos anos 1970, os super-heróis estavam novamente em alta no Canadá, cuja indústria dos <i>comics</i> colapsara no pós-guerra. Ansioso por explorar o gigantesco mercado do Grande Vizinho do Norte, Roy Thomas, editor-chefe da Marvel, incumbiu Len Wein, argumentista do Hulk, de criar um coadjuvante canadiano para uma história do Golias Esmeralda.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Thomas tinha em mente uma personagem cuja baixa estatura seria inversamente proporcional à sua ferocidade. Características correspondentes a dois dos mamíferos mais comuns na fauna canadiana: o texugo (badger) e o glutão (wolverine). Devido à proximidade fonética com wolf (lobo), a escolha de Thomas incidiu sobre o segundo. Curiosamente, menos de uma década depois Mike Baron criaria, para a defunta Capital Comics, um pastiche de Wolverine chamado Badger.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjovULrbmzaIojssikQfXhZFiXDvn_EpoPRzzHYqJWlDvZJEJDPhpHZaOuZk623oS8C6sib4YmGpwst3QKeIIk-azmD8gJ1UlZ2hCXFHZytglq6RQmeQpkR1FaZ5RnSdn63ADV-NP2_BA6fHnclg4XGxudwi8FEygNJybVSXEgpcfDIDdP7d051d9z1ow/s600/depositphotos_79003314-stock-photo-wild-wolverine-sitting.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjovULrbmzaIojssikQfXhZFiXDvn_EpoPRzzHYqJWlDvZJEJDPhpHZaOuZk623oS8C6sib4YmGpwst3QKeIIk-azmD8gJ1UlZ2hCXFHZytglq6RQmeQpkR1FaZ5RnSdn63ADV-NP2_BA6fHnclg4XGxudwi8FEygNJybVSXEgpcfDIDdP7d051d9z1ow/w640-h426/depositphotos_79003314-stock-photo-wild-wolverine-sitting.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Pequeno e feroz, o glutão é também conhecido como carcaju.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Chamado a conceber o visual de Wolverine, John Romita, diretor artístico da Marvel, apetrechou-o com garras retráteis, originalmente acopladas às luvas do seu uniforme. Embora tenha feito a sua primeira aparição no último painel de <i>The Incredible Hulk</i> #180, foi só no número seguinte que os leitores viram Wolverine em ação. À primeira vista, tratava-se apenas de outra personagem genérica sem história de fundo. Ninguém - nem os próprios autores - poderia, pois, imaginar o fulgurante destino que lhe estava reservado.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao longo da história em questão, Wolverine gabava-se constantemente da letalidade das suas garras de adamantium, que quase ninguém sabia o que era (ver <i>Miscelânea</i>). Ademais, a palavra "mutante" era ainda estranha ao vocabulário de muitos leitores, pelo que esta sua primeira aparição foi insuficiente para classificá-lo como herói ou vilão. Essa ambiguidade moral seria, aliás, uma das chaves para o vindouro sucesso de Wolverine.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUdIAv3KxNsOMVJFAr0eo4Xh-eWUWLPeWQq6vvBB44iOiTmS1TZ8I5rR6nsFg1mo9zXHHnvOjgURILYab5DbQntR3if64nJWuIs9DsfkiVENxQ290kFQbdDdBuSHXrKvQuA_Acyh5AgPnQojFNNl7-NCENTAE3uHHH1gpcfvH0DY2hph1FLh3rwgxjw/s400/wolverine-sketch-romita-2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="289" data-original-width="400" height="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUdIAv3KxNsOMVJFAr0eo4Xh-eWUWLPeWQq6vvBB44iOiTmS1TZ8I5rR6nsFg1mo9zXHHnvOjgURILYab5DbQntR3if64nJWuIs9DsfkiVENxQ290kFQbdDdBuSHXrKvQuA_Acyh5AgPnQojFNNl7-NCENTAE3uHHH1gpcfvH0DY2hph1FLh3rwgxjw/w640-h462/wolverine-sketch-romita-2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Alguns dos esboços iniciais de John Romita para o visual de Wolverine.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Perante a reação positiva dos fãs, Roy Thomas acelerou o relançamento dos X-Men, que vinha preparando já há algum tempo. A hipotética inclusão de Wolverine na nova formação internacional da equipa era agora ponto assente.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Wolverine só voltaria, assim, a dar um ar da sua graça em <i>Giant Size X-Men</i> #1, edição histórica que, em maio de 1975, apresentou ao mundo a iteração moderna dos Filhos do Átomo. Apesar de a arte interior ter ficado a cargo de Dave Cockrum, foi o veterano Gil Kane quem desenhou a respetiva capa. Descontente com a máscara que Romita criara para Wolverine, Kane tomou a liberdade de modificá-la, ampliando-lhe as hastes laterais. Visual distinto que, tal como o penteado diabólico de Logan, se tornaria uma das imagens de marca da personagem.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Apesar da estreia auspiciosa na revista do Hulk, Wolverine foi inicialmente ofuscado pelos outros X-Men. Arrogante e truculento, gerava tensões no grupo e estava longe de ser benquisto pelos leitores. O próprio escriba de <i>Uncanny X-Men</i>, Chris Claremont, antipatizava com Logan e chegou mesmo a ponderar eliminá-lo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiflFdKEI_anqryLRETeMU8NAfimKqsLDdVZmSfwyD6nuytmJh4iHQuLTe5JJHFKnrcRajdaueEZNCvUdf-mqvfpM9MucW2UXTgOVyXgw8uiiJULcACcNMAnQCuAcX_Bvg7XJywapW-LQCHKBHQaIqbu3hkUC0feCAGlIX9OZ922pwbREfCc-DeG0pUog/s2800/clean.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2800" data-original-width="1808" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiflFdKEI_anqryLRETeMU8NAfimKqsLDdVZmSfwyD6nuytmJh4iHQuLTe5JJHFKnrcRajdaueEZNCvUdf-mqvfpM9MucW2UXTgOVyXgw8uiiJULcACcNMAnQCuAcX_Bvg7XJywapW-LQCHKBHQaIqbu3hkUC0feCAGlIX9OZ922pwbREfCc-DeG0pUog/w414-h640/clean.jpg" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O regresso de Wolverine em <i>Giant Size X-Men</i> #1 (1975).</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Tudo mudaria, porém, com a chegada de John Byrne. Também ele nascido na Terra do Xarope de Ácer, Byrne bateu-se pela continuidade do seu compatriota, modelando a sua versão de Wolverine no ator Paul D'Amato no filme <i>Slap Shot</i> (1977). Isto apesar de ter sido Dave Cockrum o primeiro a desenhar Logan desmascarado, apresentando-o como um homem de meia-idade hirsuto e de olhar penetrante.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Sob o virtuoso lápis de Byrne (que era, também, coargumentista), Wolverine passou de mal-amado a coqueluche. A sua crescente importância nos X-Men exigia que fosse levantado o véu que ainda cobria a sua origem. Se a proposta de Claremont tivesse vingado, Wolverine seria um filhote de glutão transformado em humano por meio da bioengenharia do Alto Evolucionário. Uma bizarria que mereceu a rejeição epidérmica do próprio Stan Lee.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Antes de trocar a Marvel pela DC, a meio da década de 80, Byrne criou um novo uniforme para Wolverine, em tons de castanho e laranja, e apresentou a sua própria origem da personagem. Nesta versão (nunca publicada), Wolverine era o filho de Dentes-de-Sabre e o seu esqueleto fora revestido com adamantium porque o fator de cura mutante não funcionava nos seus ossos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJlGSzlOqu2j5r8ipxh4iWbMupjCG33SKjn-6PTevjiKsVlfgESA6UjRFPipNRX-vHNY9fWKKu3X6rHSInSsSbl3o2wuOT2ejRNO0Kk265NmtjusHR4IZZqFTlYbBJ9MnKwk6tO--Oxt_Gi_HPu9flO__cmN9TkXgfkv0wOrooa82lXZ7csvlP0q_jPQ/s1500/Paul%20D%20Amato.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="844" data-original-width="1500" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJlGSzlOqu2j5r8ipxh4iWbMupjCG33SKjn-6PTevjiKsVlfgESA6UjRFPipNRX-vHNY9fWKKu3X6rHSInSsSbl3o2wuOT2ejRNO0Kk265NmtjusHR4IZZqFTlYbBJ9MnKwk6tO--Oxt_Gi_HPu9flO__cmN9TkXgfkv0wOrooa82lXZ7csvlP0q_jPQ/w640-h360/Paul%20D%20Amato.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Paul D'Amato serviu de modelo ao Wolverine de John Byrne.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Em 1988, já depois de ter protagonizado duas aclamadas minisséries ambientadas no Japão, Wolverine tornou-se o primeiro mutante a ter a sua própria revista mensal. A reboque da sua popularidade, na década seguinte multiplicar-se-iam os títulos estrelados pelos X-Men e seus derivados. Um autêntico <i>boom </i>de mutantes que teve o seu culminar mediático com a chegada dos X-Men ao cinema em 2000.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Wolverine teve, por fim, o seu passado revelado em <i>Origin</i>, minissérie lançada em 2001 que revisitava os verdes anos do mais famoso dos X-Men, trazendo à luz factos surpreendentes.(ver texto seguinte).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Se é verdade que Wolverine deve boa parte do seu sucesso aos X-Men, a recíproca não é menos verdadeira. Chris Claremont sempre definiu Wolverine como uma personagem universal e atemporal, a encarnação moderna do aventureiro arquetípico que existiu em todas as épocas e lugares. Ao enlaçar a história de Logan com a do Japão feudal, Claremont transformou-o num samurai fracassado para quem a honra é tudo, ao mesmo tempo que deseja secretamente uma morte graciosa. Tantas vezes marcado para morrer, Wolverine é no entanto difícil de matar e promete andar por cá ainda por muitos e bons anos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihJq0N5flZFvKnwDoarFxmQAwgxGT1vom8dX395ehoONZepkw-C0oTVFYGzyWQk6syID6nhxqesu83kKjKiWVx-wkzCgz8D1YHZrcP1NzUa6LkEO1hPXGIYvYiAmA6yynCUHuyFvTyNa9KugljtxQrpE4Be9iHm4BoeWe6LYm7WBP-quBewwWPXUv8oA/s983/Wolverine_Vol_2_1.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="983" data-original-width="640" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihJq0N5flZFvKnwDoarFxmQAwgxGT1vom8dX395ehoONZepkw-C0oTVFYGzyWQk6syID6nhxqesu83kKjKiWVx-wkzCgz8D1YHZrcP1NzUa6LkEO1hPXGIYvYiAmA6yynCUHuyFvTyNa9KugljtxQrpE4Be9iHm4BoeWe6LYm7WBP-quBewwWPXUv8oA/w416-h640/Wolverine_Vol_2_1.webp" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Wolverine foi o primeiro mutante a ter revista própria, em 1988.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Memórias mutiladas</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Marcado por tragédias, traições e manipulações, o passado de Wolverine é ainda um quebra-cabeças incompleto onde ele tenta, a custo, encaixar as suas memórias mutiladas. Sem registo conhecido da sua data de nascimento e com a longevidade expandida pelo seu fator de cura mutante, ninguém sabe ao certo há quanto tempo caminha ele pelo mundo. Apenas que os seus passos deixam sempre um rasto de sangue e morte.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Durante muito tempo conhecido apenas como Logan, sabe-se agora que James Howlett é o nome batismal de Wolverine. Cuja misteriosa vida terá principiado algures na penúltima década do século XIX em Cold Lake, na província canadiana de Alberta.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Apesar de ter sido perfilhado em bebé por John Howlett, um abastado proprietário agrícola, James é na verdade o filho ilegítimo da sua esposa Elizabeth com Thomas Logan, o caseiro da herdade familiar. Frágil e com várias alergias, o pequeno James passou os primeiros anos de vida trancafiado em casa. À saúde precária somava-se a indiferença da mãe, ainda emocionalmente devastada pela morte súbita do primogénito.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Certo dia, uma menina irlandesa chamada Rose foi trazida para ser amiga e cuidadora de James. Os dois logo se tornaram inseparáveis, oferecendo também a sua amizade ao outro filho de Thomas Logan, conhecido simplesmente como Cão (presumivelmente, o futuro Dentes-de-Sabre).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTmuOtMHes29Cvz9RQksouXblPn0d65aaOLAYUNA-6nMwSa12HgB8Ij2JuAy_f-gPUMmuPe32lrX43YOfzV5pmYzpq0oDkfkav_NlIVKDvduBnUhX_T8XWFrD3BT4X-JCiw8VEJdULCE1gszF4L3ftZL4QEzmcA1WkWlWqPd4Fg0XMZn36m2ceEXLlQ/s475/screenshot_20210519-102003_marvel-unlimited.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="385" data-original-width="475" height="518" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTmuOtMHes29Cvz9RQksouXblPn0d65aaOLAYUNA-6nMwSa12HgB8Ij2JuAy_f-gPUMmuPe32lrX43YOfzV5pmYzpq0oDkfkav_NlIVKDvduBnUhX_T8XWFrD3BT4X-JCiw8VEJdULCE1gszF4L3ftZL4QEzmcA1WkWlWqPd4Fg0XMZn36m2ceEXLlQ/w640-h518/screenshot_20210519-102003_marvel-unlimited.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dias felizes do pequeno James Howlett.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">As três crianças cresceram juntas até ao dia em que o Cão, ressentido pelos abusos do seu pai alcoólico, tentou violar Rose. Na esteira desse incidente, Thomas Logan e o filho foram expulsos da herdade. Antes de partir, Logan, tentou, porém, forçar Elizabeth a acompanhá-lo. Da violenta refrega que se seguiu resultou a morte de John Howlett, baleado à queima-roupa por Logan.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O choque de testemunhar o assassínio do pai desencadeou a primeira manifestação dos poderes mutantes de James. Com a fúria a revirar-lhe as entranhas, o rapaz, qual fera selvagem, usou as garras que lhe afloraram das mãos para estraçalhar Logan e desfigurar o rosto do Cão.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Profundamente transtornada, Elizabeth usou a arma do ex-amante para tirar a própria vida e acrescentar mais uma conta ao rosário de desgraças que seria a vida de James.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Depois de uma fuga alucinada que os levou até à Colúmbia Britânica, James e Rose instalaram-se numa pedreira, na esperança de lá poderem viver em paz. Sabendo que a polícia andava no encalço de James, Rose rebatizou-o de Logan. Já os colegas de James, divertidos com a obstinação com que ele escavava, alcunharam-no de Wolverine.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Anos mais tarde, quando o Cão reapareceu para ajustar contas, Logan enfrentou-o, acabando por ferir mortalmente Rose com as suas garras. Com o remorso aninhado na alma, Logan abandonou o acampamento e passou uma longa temporada no deserto a viver entre os lobos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A partir daqui, tudo se torna nubloso. Logan possui várias memórias do período que se seguiu ao seu regresso à civilização - entre elas, a vida como samurai ao serviço do Clã Yashida, no Japão - , ignorando, todavia, se as mesmas são reais ou se lhe foram implantadas durante a sua participação forçada no Programa Arma X.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Logo após a II Guerra Mundial - em que terá combatido pelos Aliados - , Logan foi usado como cobaia nesse projeto militar ultrassecreto do Governo canadiano, que tinha como propósito a criação do assassino perfeito. Submetido a um complexo recondicionamento mental, Logan recebeu memórias falsas e teve o seu esqueleto recoberto com adamantium.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHZW3ENoaBCj6R8o3MCxcDUFbQu2H-3gkIR3ut6Uc93ydJO8Iy8NjBiVrJd-7v4sezS3GYLk9P9qCl1oyJXPsP4JC-1Eprq6TyvG44R16nUba7vQZICE_uPGX2WZS1p7Ti2tg8dNpTtpUs538YQMCOw7Ymrd9UaotTlTP730c5beI4BU575XJLp24Xjw/s869/Arma%20x.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="869" data-original-width="700" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHZW3ENoaBCj6R8o3MCxcDUFbQu2H-3gkIR3ut6Uc93ydJO8Iy8NjBiVrJd-7v4sezS3GYLk9P9qCl1oyJXPsP4JC-1Eprq6TyvG44R16nUba7vQZICE_uPGX2WZS1p7Ti2tg8dNpTtpUs538YQMCOw7Ymrd9UaotTlTP730c5beI4BU575XJLp24Xjw/w516-h640/Arma%20x.webp" width="516" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Programa Arma X transformou Wolverine no assassino perfeito.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Quando, por fim, logrou evadir-se do seu cativeiro, Logan foi recrutado pelo Departamento H, agência federal responsável pela monitorização das atividades meta-humanas em solo canadiano. Na sua primeira missão oficial, Wolverine foi mobilizado para travar a destruição causada pelo Hulk.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Apesar de Logan quase não ter sobrevivido ao confronto com o Gigante Verde, as suas capacidades impressionaram o Professor Charles Xavier. Recrutado para os X-Men - exilados, como ele, da raça humana - Wolverine, ultrapassadas as desconfianças mútuas, encontrou neles a sua nova família. Pela qual já tantas vezes provou estar disposto a matar e a morrer.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>Devido à sua pequena estatura (mede apenas 1,60m), Wolverine é habitualmente alvo de chacota tanto por parte de amigos como de inimigos. Ironicamente, a sua alcunha mais conhecida referencia o Monte Logan. Chris Claremont pensou que seria engraçado batizar o mais baixinho dos X-Men com o nome da montanha mais alta do Canadá. Indiferente à galhofa, Logan continua a provar que, quando se tem um fator de cura e garras afiadas, o tamanho deixa de ser importante;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>350 dólares. Foi essa a irrisória quantia que a criação de Wolverine, um dos mais valiosos ativos da Casa das Ideias, rendeu a Len Wein. Isto porque a Marvel detém automaticamente os direitos de todas as personagens e conceitos publicados sob a sua chancela. No início dos anos 1990, essa cláusula contratual motivou a debandada de muitos dos talentos da editora, alguns dos quais fundariam depois a Image Comics;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">*Adamantium, o metal fictício virtualmente inquebrável que reforça o esqueleto de Wolverine, é uma liga de aço artificial cuja composição química exata é um dos mais bem guardados segredos do Governo americano. Sabe-se apenas que as suas propriedades únicas não o qualificam para nenhum espaço conhecido na Tabela Periódica de Elementos, e que o seu processo de fabrico, mesmo em quantidades reduzidas, é extremamente dispendioso. Conceito desenvolvido por Roy Thomas e Barry Windsor-Smith, o adamantium foi referenciado pela primeira vez em maio de 1969, no 66º número de <i>Avengers</i>;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQv_daC9I1Rox9uBYMbYhhSEoUpUc7xq6tFYElzYdkVgu9BShdqOrRKBvTD-ejjLjJyowOku98bYTnlGDa8om6JjQ79ORk_vZL0CTAKxSSMOo1WCzaIY_I54k6uj5xmBwGZ8ODTSgVwbvzmTxY5vlrkTuqaJbUPBVSbWjg-BNEMiICL_HKjDfutmlw0Q/s1500/phil-saunders-ultronconcepthsmlweb.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="962" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQv_daC9I1Rox9uBYMbYhhSEoUpUc7xq6tFYElzYdkVgu9BShdqOrRKBvTD-ejjLjJyowOku98bYTnlGDa8om6JjQ79ORk_vZL0CTAKxSSMOo1WCzaIY_I54k6uj5xmBwGZ8ODTSgVwbvzmTxY5vlrkTuqaJbUPBVSbWjg-BNEMiICL_HKjDfutmlw0Q/w410-h640/phil-saunders-ultronconcepthsmlweb.jpg" width="410" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Ultron foi o primeiro usuário do adamantium. </b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>Chris Claremont foi missionário da ideia de que Apocalipse seria o responsável pela colocação de adamantium no esqueleto de Wolverine. Quando explorou o passado de Logan no Programa Arma X, Barry Windsor-Smith introduziu, por isso, uma figura misteriosa que atuava nos bastidores e cujas ordens eram obedecidas pelo Professor Truett Hudson. Tratou-se, porém, de um cortesia profissional de Windsor-Smith, a quem o envolvimento de Apocalipse na origem de Wolverine não agradava particularmente;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>De modo a contornar os detetores de metais nos aeroportos e noutras instalações de alta segurança, Logan é portador de um certificado médico informando da sua condição de veterano de guerra com uma placa de platina na cabeça;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>Um estudo realizado em 2013 pela Universidade da Colúmbia Britânica compara o fator de cura mutante de Wolverine à capacidade do axolote regenerar membros perdidos. Os cientistas deram, por isso, o nome de Howlett à nova proteína descoberta em amostras de tecidos desse pequeno anfíbio aparentado com as salamandras;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>Até então inseparável do seu charuto, Wolverine desistiu de fumar quando, em 2001, Joe Quesada foi promovido a editor-chefe da Marvel. Quesada, cujo avô, fumador inveterado, sucumbira a um cancro no pulmão, proibiu os artistas da editora de desenharem cigarros e afins. Na senda desse fundamentalismo antitabágico, algumas capas antigas em que Logan surgia a fumar foram digitalmente retocadas;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>De Badger (First Comics) a Ripclaw (Image), passando por Bloodshot (Valiant), é difícil enumerar todos os pastiches, mais ou menos óbvios, de Wolverine. Também ele foi, no entanto, inspirado numa personagem preexistente: Lobo Cinzento, da Legião dos Super-Heróis. Às inegáveis semelhanças visuais, acresce a circunstância de ambos terem sido infundidos com um metal exótico (zuunium, no caso do seu congénere da DC);</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9aiZh9QWRIq3GQz68ELJVfwB6lDnqSBG1cNCCZsbeS8oOwRM3VdsArLVsB0pB7yHiBhGYAslSEd0aiIfJ7PmT50Bqjb0jkIE94adyVi5KI6qtVaOq20SWqh0hqKJmer-ZWcEdK0QeIjs7fwKDaBOpxtGYt3gMf_X-pHcH1EOTn-73jRtvghN6ypVidg/s1967/EerXvaTXgAUUEQd.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1967" data-original-width="1300" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9aiZh9QWRIq3GQz68ELJVfwB6lDnqSBG1cNCCZsbeS8oOwRM3VdsArLVsB0pB7yHiBhGYAslSEd0aiIfJ7PmT50Bqjb0jkIE94adyVi5KI6qtVaOq20SWqh0hqKJmer-ZWcEdK0QeIjs7fwKDaBOpxtGYt3gMf_X-pHcH1EOTn-73jRtvghN6ypVidg/w422-h640/EerXvaTXgAUUEQd.jpg" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Lobo Cinzento foi criado exatos 10 anos antes de Wolverine.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>No Universo Amálgama, Wolverine foi fundido com Batman, originando o Garra das Trevas (Dark Claw. em inglês). A sua história de fundo combinava igualmente elementos retirados das origens das duas personagens: ainda criança, Logan Wayne testemunhara o assassínio dos seus pais e, em adulto, fora recrutado para o Programa Arma X. Na sua campanha em prol da justiça, Garra das Trevas era adjuvado por uma adolescente chamada Pardal (mescla de Robin e Jubileu) e tinha no sádico Hiena (híbrido Joker / Dentes-de-Sabre) o seu arqui-inimigo;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>Um dos super-heróis mais populares em todo o mundo, em 2008 Wolverine encabeçava a lista das 200 melhores personagens dos <i>comics</i> divulgada pela revista <i>Wizard</i>. Por conta da sua presença maciça nos quadradinhos (12912 aparições registadas até março deste ano), Wolverine é a terceira personagem mais publicada de todos os tempos, atrás apenas de Batman e Super-Homem. Note-se, no entanto, que o histórico de publicação dos dois primeiros classificados teve início no final da década de 1930;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>*</b>Ao lado dos X-Men, Wolverine fez a sua estreia no segmento audiovisual em 1982, num episódio da 2ª temporada de <i>Spider-Man and His Amazing Friends, </i>intitulado "A Fire-Star is Born". Entre 2000 e 2017, foi interpretado no cinema pelo australiano Hugh Jackman, que, a despeito do ceticismo inicial dos fãs, se tornou o ator que durante mais tempo deu vida a um super-herói. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdH_GVvbrEABCCOWLBiWvvvegDHB94mRCF2qt04-9xy7gQrUZS9-XzIWljueYfti0kwP-pY96ASScxu8R2x_TKaziSFCHLI8wirsV5xMc53QKrz2KjMLf7maYlCi3MGxBl5ckVoblPeT90n6UIUh1htTCCs5dPH-T3ky4NAXVVin1-Q__MYhc3X7Wnww/s768/wolverine-hugh-jackman-1024x576-1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="432" data-original-width="768" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdH_GVvbrEABCCOWLBiWvvvegDHB94mRCF2qt04-9xy7gQrUZS9-XzIWljueYfti0kwP-pY96ASScxu8R2x_TKaziSFCHLI8wirsV5xMc53QKrz2KjMLf7maYlCi3MGxBl5ckVoblPeT90n6UIUh1htTCCs5dPH-T3ky4NAXVVin1-Q__MYhc3X7Wnww/w640-h360/wolverine-hugh-jackman-1024x576-1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Hugh Jackman interpretou Wolverine em seis filmes, três dos quais a solo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Artigos sobre Roy Thomas, John Byrne, Dentes-de-Sabre, X-23 e <i>X-Men, o filme </i> disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-45048600687550979142022-09-16T13:00:00.004+01:002022-09-20T17:56:29.496+01:00RETROSPETIVA: «HOMEM-ARANHA 2» <div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJniQKaiD_5ciVwcjcUkFNBGeTYyTWYEJNTX2iUCuHNt0VVy0F6169X_tfIVDuudzEnyHrbV01KUg1yX831LZpGHLBXO_c0UIAwBTmLd87Fxrkvr6sRCSMYSaDJXEaLMbsbl8dMaYBhnXGAtNL-lMAlYEDKiCwdpmPvXu-sZTgokGK9zgjPnVPiM5tDQ/s762/Spidey%20Prime.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="762" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJniQKaiD_5ciVwcjcUkFNBGeTYyTWYEJNTX2iUCuHNt0VVy0F6169X_tfIVDuudzEnyHrbV01KUg1yX831LZpGHLBXO_c0UIAwBTmLd87Fxrkvr6sRCSMYSaDJXEaLMbsbl8dMaYBhnXGAtNL-lMAlYEDKiCwdpmPvXu-sZTgokGK9zgjPnVPiM5tDQ/s16000/Spidey%20Prime.jpg" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div></div><div><div> Fragilizado por uma crise existencial causada pelas tribulações da sua vida dupla, Peter Parker resolve pendurar as teias para enfrentar os seus dramas pessoais. Mas logo percebe que não tem como escapar ao seu destino, quando os tentáculos de um novo inimigo envolvem Nova Iorque num abraço mortal.</div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original:</b><i> Spider-Man 2</i></div><div style="text-align: justify;"><b>Ano: </b> 2004</div><div style="text-align: justify;"><b>País: </b>Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Duração: </b>127 minutos</div><div style="text-align: justify;"><b>Género:</b> Ação / Drama / Super-heróis</div><div style="text-align: justify;"><b>Produção: </b>Columbia Pictures, Marvel Enterprises e Laura Ziskin Productions</div><div style="text-align: justify;"><b>Realização: </b>Sam Raimi</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento: </b>Alvin Sargent, Alfred Gough, Miles Millar e Michael Chabon</div><div style="text-align: justify;"><b>Distribuição: </b>Sony Pictures Releasing</div><div style="text-align: justify;"><b>Elenco:</b> Tobey Maguire (Peter Parker / Homem-Aranha); Alfred Molina (Otto Octavius / Doutor Octopus); Kirsten Dunst (Mary Jane Watson); James Franco (Harry Osborn); Rosemary Harris (May Parker); J.K. Simmons (J. Jonah Jameson); Donna Murphy (Rosie Octavius)</div><div style="text-align: justify;"><b>Orçamento:</b> 200 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b>Receitas globais: </b>798 milhões de dólares</div><div><br /></div><div><b>Anatomia de uma sequela sublime</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Antes mesmo de<i> Homem-Aranha</i> chegar aos cinemas, Avi Arad, presidente executivo da Marvel Enterprises (antecessora da Marvel Studios), renovou contrato com Sam Raimi para dirigir uma sequência. Apesar da ausência de um argumento e da indefinição em torno do orçamento da produção, Raimi não pensou duas vezes em aceitar a empreitada.</div><div style="text-align: justify;">Em abril de 2002, Michael Gough e Miles Millar, guionistas de <i>Smallville</i>, foram contratados para escrever o argumento. No mês seguinte, depois de <i>Homem-Aranha</i> ter alcançado uma estreia recorde de 115 milhões de dólares, a Sony Pictures alocou 200 milhões de dólares ao projeto. Valor astronómico que, à data, faria de <i>Homem-Aranha 2</i>, <i>ex aequo</i> com <i>Titanic</i> (1997), o filme mais caro da história do cinema.</div><div style="text-align: justify;">Reticentes quanto ao enredo proposto pela dupla Gough / Millar - que apresentava um tríptico de antagonistas composto pelo Dr. Octopus, Gata Negra e Lagarto - em setembro de 2002 os produtores contrataram Michael Chabon para escrever um argumento alternativo. Nesse segundo rascunho, Otto Octavius era um jovem e brilhante cientista enamorado por Mary Jane, sendo Peter Parker o outro vértice de um triângulo amoroso. Octavius era, também, o criador da aranha geneticamente modificada responsável pelos poderes de Peter. Sedento de vingança, Harry Osborn oferecia uma recompensa de dez milhões de dólares pela captura do Homem-Aranha. Uma vez transformado no Doutor Octopus, Octavius formava uma aliança com Harry contra o inimigo comum.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img data-original-height="750" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi3cEI7_b6G3oflGu5SmtHNQ7TIbeKIEzDgL29LHf_tn7n-hW7WxqSbH8r0SzoWqSI14eAvAK54LLEeWJ4FWLJLoiYeZRuUlSfoWG6vp8HExK1bsFs6zOPbo5unzbXMvZbhHpUZBKhB8b_W9ogI2D2RMBBeOm9JEwcWz-8MA6HRbMfLdWMj9DeLBL42ww=w267-h400" width="267" /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAjrmtFAfrK9wDqXseTWDvbR59YXfcoLxJwzKHIj9KalOTdGZr_vP9oN7-Rd8ITQcxME1riWuUQrAVRYD48hdAU70BYSxTdNOwQIm1VnHa4YEGVkFVQ7lmxw0BAMzK8UnG76W8MWRaLoyY4t-vSPhVCufNv58z-tGDqG996LfN_hD3uSDa8FMzsCl5Jw" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img data-original-height="741" data-original-width="488" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAjrmtFAfrK9wDqXseTWDvbR59YXfcoLxJwzKHIj9KalOTdGZr_vP9oN7-Rd8ITQcxME1riWuUQrAVRYD48hdAU70BYSxTdNOwQIm1VnHa4YEGVkFVQ7lmxw0BAMzK8UnG76W8MWRaLoyY4t-vSPhVCufNv58z-tGDqG996LfN_hD3uSDa8FMzsCl5Jw=w263-h400" width="263" /></a></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi3cEI7_b6G3oflGu5SmtHNQ7TIbeKIEzDgL29LHf_tn7n-hW7WxqSbH8r0SzoWqSI14eAvAK54LLEeWJ4FWLJLoiYeZRuUlSfoWG6vp8HExK1bsFs6zOPbo5unzbXMvZbhHpUZBKhB8b_W9ogI2D2RMBBeOm9JEwcWz-8MA6HRbMfLdWMj9DeLBL42ww" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div><div class="separator" style="clear: both; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">Lagarto e Gata Negra foram cogitados para vilões.</span></b></div></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Raimi pretendia, ao invés, explorar o conflito entre os dramas pessoais de Peter Parker e as responsabilidades sociais da sua sua persona heroica. Com base nesse pressuposto, a maior parte das ideias de Chabon foram rejeitadas pelo realizador.</div><div style="text-align: justify;">A título de favor pessoal à produtora Laura Ziskin, o veterano Alvin Sargent (vencedor de dois Óscares para melhor argumento adaptado), aceitou limar as arestas do enredo, indo ao encontro das pretensões temáticas de Sam Raimi. Por indicação deste, Sargent fez de <i>Spider-Man No More</i> (Homem-Aranha Nunca Mais), história clássica da Idade de Prata, a sua principal fonte de inspiração. Em homenagem à revista mensal homónima, o filme foi provisoriamente titulado <i>The Amazing Spider-Man</i>.</div><div style="text-align: justify;">Apesar do seu reconhecido apego ao cânone, Raimi alterou significativamente a história de fundo do Doutor Octopus, acrescentando uma relação pessoal com Peter Parker. A ideia era que essa amizade prévia ajudasse a esconjurar os demónios de Octavius simbolicamente representados pelos seus tentáculos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmzwflgQ09wDfP1an8lVS3QcFBD0MNeoBilwZrwStk7OjcL_i6deA_50yswUVMZ41smiPimhFda2qfktGYfhDdhwytJlD96SqV5tG3oJKbAPQzZyJ8pFHUCmumCZn-E4vNeuLHk258aBqKDTVJ8H5JcDpujzeXuCHm59yv1bNJebey-hHq2NxyN_kt2g/s2800/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2800" data-original-width="1821" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmzwflgQ09wDfP1an8lVS3QcFBD0MNeoBilwZrwStk7OjcL_i6deA_50yswUVMZ41smiPimhFda2qfktGYfhDdhwytJlD96SqV5tG3oJKbAPQzZyJ8pFHUCmumCZn-E4vNeuLHk258aBqKDTVJ8H5JcDpujzeXuCHm59yv1bNJebey-hHq2NxyN_kt2g/w416-h640/a1.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A história que inspirou o filme<br /> foi uma das mais marcantes da Idade de Prata.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Ed Harris, Chris Cooper, Robert De Niro e Christopher Walken foram alguns dos atores cogitados para dar vida a Otto Octavius. Por recomendação da esposa de Sam Raimi, rendida à atuação de Alfred Molina em <i>Frida</i> (2003), o ator britânico foi escalado para o papel. Grande fã do Universo Marvel, Molina fez questão de manter aquela que considerava ser a marca de água do Doutor Octopus: o seu sentido de humor cruel e retorcido.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de o contrato que assinou prever a sua participação em três filmes, Tobey Maguire esteve em risco de perder o papel principal. Maguire alegava ter-se ressentido de uma antiga lesão nas costas, que o impedia de voltar a vestir a pele do herói aracnídeo. Os produtores suspeitavam que tudo não passaria de um estratagema do empresário do ator para obter um cachê mais robusto, e encetaram negociações com Jake Gyllenhaal com vista à substituição de Maguire. Este acabaria, contudo, por recuperar o papel graças à intercessão do pai da namorada - ninguém menos que o presidente da Universal Studios.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimTjC2M1tzOr7UTbugQpIlR2ynyiz3hT3xrH_jwsW1lhwHZBXAwQHmKdJzXjxCcuGYuhkDGi5MwkiPH_S7gq7CpM_aC76sdJgWKlrt4thHw1b39Oc2C9ch0-JtY0u_mXM11f-M-mwB21tITBo-Yga0QZLDuP-HPlqTYW6_QK8qsjgzxCWkx1B2NkqZFQ/s980/a2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="653" data-original-width="980" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimTjC2M1tzOr7UTbugQpIlR2ynyiz3hT3xrH_jwsW1lhwHZBXAwQHmKdJzXjxCcuGYuhkDGi5MwkiPH_S7gq7CpM_aC76sdJgWKlrt4thHw1b39Oc2C9ch0-JtY0u_mXM11f-M-mwB21tITBo-Yga0QZLDuP-HPlqTYW6_QK8qsjgzxCWkx1B2NkqZFQ/w640-h426/a2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">Jake Gyllenhaal quase substituiu Tobey Maguire.</span></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda sem uma versão finalizada do argumento, a produção arrancou em novembro de 2002, com uma pré-filmagem em Chicago. Raimi queria que a história tivesse como pano de fundo uma Nova Iorque idealizada, incluindo comboios elevados. Dada a inexistência desses veículos na Grande Maçã (o último saíra de circulação em 1940), o icónico Loop de Chicago fez as vezes de Manhattan naquela que seria a sequência mais memorável do filme.</div><div style="text-align: justify;">Programadas para começar em janeiro de 2003, as filmagens, envolvendo mais de uma centena de localizações, foram adiadas para abril desse ano, para que Tobey Maguire terminasse a sua participação em <i>Seabiscuit</i>. Nelas foi extensivamente usado um sistema especial de câmaras - a <i>Spydercam</i> - para mostrar melhor o ponto de vista de Peter Parker enquanto se balançava a grande altura entre os arranha-céus de Nova Iorque.</div><div style="text-align: justify;">De modo a facilitar os movimentos de Tobey Maguire, o revestimento muscular do traje do Homem-Aranha foi segmentado e ao capacete sob a máscara foi adicionada uma mandíbula postiça. Essas foram, de resto, algumas das muitas mudanças subtis feitas ao figurino do herói, que teve também as suas cores avivadas. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZLp_uhtZfSQjiay4a4tfy7pdLVRyEcM0SNb0uIGoxACQs0gId8HPuqOHHbMmOZpMtkVAPIrAlnZl1Oz6cjhEs3uxCpApPyj1atUw4q6EKIKb5xCSFtGzoX4wufN5eCe5G6XWzuOjFu5sPh5J-LHGARnPRZEvM0m7Qu2hbxzVDv6tdRmApotJzfUpi-Q" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="800" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZLp_uhtZfSQjiay4a4tfy7pdLVRyEcM0SNb0uIGoxACQs0gId8HPuqOHHbMmOZpMtkVAPIrAlnZl1Oz6cjhEs3uxCpApPyj1atUw4q6EKIKb5xCSFtGzoX4wufN5eCe5G6XWzuOjFu5sPh5J-LHGARnPRZEvM0m7Qu2hbxzVDv6tdRmApotJzfUpi-Q=w400-h400" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A <i>Spydercam </i>já havia sido usada na sequência final de <i>Homem-Aranha</i>.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">A rodagem de <i>Homem-Aranha 2</i> ficou concluída em dezembro de 2003 e, ao contrário do que é habitual, a maior parte do material gravado foi incluído na edição final da película. Singularidade que, por si só, revela bem quão meticulosa foi a planificação de uma produção que, à vista desarmada, parecia ter sido feita em cima do joelho.</div><div style="text-align: justify;">A 30 de junho de 2004, <i>Homem-Aranha 2</i> fez a sua estreia oficial nos EUA e precisou apenas de oito dias para arrecadar 200 milhões de dólares, tornando-se assim o filme que mais rapidamente atingiu essa cifra.</div><div style="text-align: justify;">Recebido com o clamor habitualmente reservado aos<i> blockbusters</i>, <i>Homem-Aranha 2</i> foi louvado, em igual medida, pela crítica e pelo público. O Óscar de melhores efeitos visuais (o primeiro conquistado por um filme da Marvel), os cinco Saturn Awards e a inclusão na lista dos cem melhores filmes americanos de todos os tempos do American Film Institute consagraram-no como sequela sublime. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b>Enredo</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Dois anos após ter ganho os seus poderes aracnídeos, Peter Parker, eterno protagonista da desdita, vive dias difíceis. Cada um deles trazendo uma nova contrariedade e um novo rombo na dignidade daquele que é secretamente o anjo da guarda dos nova-iorquinos.</div><div style="text-align: justify;">A enfrentar dificuldades financeiras desde que foi despedido do seu emprego como entregador de pizzas, Peter é pouco assíduo nas aulas e nas vidas dos seus entes queridos. Por conta dessas ausências, está em risco de reprovar nos exames, as suas relações com Mary Jane e Harry Osborn esfriaram e a sua tia May está em vias de ser despejada. Como se tudo isso não bastasse, o Homem-Aranha continua a ser alvo de uma virulenta campanha difamatória por parte do editor do <i>Daily Bugle</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjqwyKTOK3LwWIH9ZAcyQ23sGh_aqs-ycciUevLWcFAHjn-kFxnpia0wzdhTHzd1d3ptWNPj_bL5TnGFfoV6_h7z4zVNja5Ia3YRaOd5rySRVlkSJytWrIe15tC5wrbdfcgcHL7f3qDDRbmvjrQDYmr3dwEd17DXGY0tv-L6HcUnaPFDm_K11NRoQ9dkg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="1066" data-original-width="1600" height="427" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjqwyKTOK3LwWIH9ZAcyQ23sGh_aqs-ycciUevLWcFAHjn-kFxnpia0wzdhTHzd1d3ptWNPj_bL5TnGFfoV6_h7z4zVNja5Ia3YRaOd5rySRVlkSJytWrIe15tC5wrbdfcgcHL7f3qDDRbmvjrQDYmr3dwEd17DXGY0tv-L6HcUnaPFDm_K11NRoQ9dkg=w640-h427" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A vida não corre de feição a Peter Parker.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Agora chefe da divisão de pesquisa da Oscorp, Harry Osborn investiu parte considerável da sua fortuna no revolucionário projeto científico de Otto Octavius, físico brilhante idolatrado por Peter. Para assegurar a estabilidade do seu experimento de fusão atómica, Octavius concebeu quatro braços mecânicos dotados de inteligência artificial e controlados telepaticamente pelo seu usuário. Um <i>chip</i> neural inibidor foi adicionado à aparelhagem, de modo a prevenir que os braços se tornem sencientes.</div><div style="text-align: justify;">Apresentado a Peter, Octavius fica impressionado com a paixão do jovem pela Ciência e, durante um jantar em sua casa, convida-o a assistir ao seu experimento. Contudo, quando este fracassa Octavius recusa-se a abortá-lo. Os resultados são catastróficos: o <i>chip</i> inibidor de Octavius é destruído e a sua esposa mortalmente ferida.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto um fortíssimo campo magnético começa a destruir o laboratório, Peter aproveita a confusão para intervir como Homem-Aranha. A custo, consegue desligar a energia, salvando as vidas dos presentes, Mas é demasiado tarde para Octavius. Embora vivo, o seu cérebro foi danificado e os braços mecânicos fundiram-se permanentemente à sua coluna. </div><div style="text-align: justify;">Horas mais tarde, uma equipa de cirurgiões procura remover os apêndices metálicos do corpo de Octavius, mas estes ganham vontade própria e massacram todo o pessoal médico antes de escaparem do hospital levando consigo o cientista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRqBiMiGzOPp_dLy7krige3G218dKLlDI-r_w9cYMehpcSzWZHp9e7ntYoUrmgE1pcjOXOiQpIPIHeTnyxvwtZuTl42PKxjfmkaoH3w3G9ELvox9XcQV5wFbpXo15O_Xfuad6waY8DHlvk72bkgUBw0F7ZMFX3XxLC8_uY1Ql_oCzR1kyMMOoriRBPFw/s1200/a2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRqBiMiGzOPp_dLy7krige3G218dKLlDI-r_w9cYMehpcSzWZHp9e7ntYoUrmgE1pcjOXOiQpIPIHeTnyxvwtZuTl42PKxjfmkaoH3w3G9ELvox9XcQV5wFbpXo15O_Xfuad6waY8DHlvk72bkgUBw0F7ZMFX3XxLC8_uY1Ql_oCzR1kyMMOoriRBPFw/w640-h640/a2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Surge o Doutor Octopus.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Refugiado num armazém devoluto nas margens do rio Hudson, Octavius tem a sua mente corrompida pelos tentáculos, que o convencem a completar o seu experimento. Já apelidado de Doutor Octopus pelo <i>Daily Bugle,</i> Octavius resolve assaltar um banco para financiar o seu projeto. Coincidentemente, escolhe aquele onde Peter e a tia May tentam renegociar a hipoteca.</div><div style="text-align: justify;">Na refrega que se segue, os poderes do Homem-Aranha falham momentaneamente, possibilitando ao Doutor Octopus fazer a tia May refém. Uma vez recuperado, o Escalador de Paredes resgata a idosa, que passa a vê-lo como um herói, ao invés de uma ameaça. Nesse emmeio, o Doutor Octopus consegue escapulir-se levando consigo alguns sacos de dinheiro. </div><div style="text-align: justify;">Ao fazer a cobertura fotográfica de uma festa no Planetário, Peter fica sem chão ao descobrir que Mary Jane está noiva do filho astronauta de J. Jonah Jameson. Quando a noite parecia não poder ficar pior, é injuriado por Harry que, embriagado, o acusa de ser cúmplice na morte do seu pai. Mais tarde nessa mesma noite, o Homem-Aranha volta a perder os seus poderes enquanto se balança nas suas teias, caindo desamparado.</div><div style="text-align: justify;">Angustiado pela inconstância dos seus poderes - que intui ser efeito do stresse -, Peter resolve testá-los no dia seguinte. Apenas para constatar a sua incapacidade de tecer teias ou de aderir a superfícies. Também o seu sentido de aranha, apesar de funcional, está diminuído. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjutnhmoNkRMQU1R8a6Uipdj7Bgt1AaoxcfJEAwdnwxg0pxLrVtJYZl2h5TxbgmZwrDcXIcG1eSokW3nawEhN0fYQIEDMAEe4xg9bWOyeNykuGQ-omBnRYD5NWiH9uQecPz-rY6y36UF1HErmXmfgMmev___ONAf0xXqJN10nQgZTZU12AxoHDfuNLZtw" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="438" data-original-width="780" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjutnhmoNkRMQU1R8a6Uipdj7Bgt1AaoxcfJEAwdnwxg0pxLrVtJYZl2h5TxbgmZwrDcXIcG1eSokW3nawEhN0fYQIEDMAEe4xg9bWOyeNykuGQ-omBnRYD5NWiH9uQecPz-rY6y36UF1HErmXmfgMmev___ONAf0xXqJN10nQgZTZU12AxoHDfuNLZtw=w640-h360" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Porque falham os poderes de Peter?</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Após ter uma visão do tio Ben, Peter abandona o traje do Homem-Aranha num caixote do lixo e resolve viver uma vida normal. Sem grandes poderes, acabaram-se as grandes responsabilidades.</div><div style="text-align: justify;">Durante uma conversa em casa da tia May, Peter confessa-lhe como foi parcialmente responsável pela morte do tio. Embora transtornada com aquela chocante revelação, May reconcilia-se com o sobrinho. Com a criminalidade em alta na cidade, May divaga sobre a esperança que o Homem-Aranha trazia às pessoas.</div><div style="text-align: justify;">Ao mesmo tempo que Peter falha em reconquistar o amor de Mary Jane, o Doutor Octopus dá por terminada a reconstrução do seu reator nuclear. Falta-lhe apenas trítio para energizar o dispositivo, mas ele sabe exatamente como obtê-lo. </div><div style="text-align: justify;">Depois de coagir Harry a fornecer-lhe trítio, o Doutor Octopus aceita capturar o Homem-Aranha a troco da maior quantidade possível da substância. Harry aconselha-o a procurar Peter, porque ele consegue sempre as melhores fotografias do Cabeça de Teia.</div><div style="text-align: justify;">A meio de um encontro num café com Mary Jane, Peter é surpreendido pelo ataque do Doutor Octopus. Perante a impotência de Peter, o vilão rapta MJ para usá-la como isca para atrair o Homem-Aranha para uma armadilha.</div><div style="text-align: justify;">Ao perceber que recuperou plenamente os seus poderes, Peter apressa-se a resgatar o seu uniforme das instalações do <i>Daily Bugle</i> e parte no encalço do Doutor Octopus. Os dois digladiam-se através da cidade, acabando a trocar golpes em cima de um comboio elevado. No calor da contenda, o vilão acelera o veículo até à velocidade máxima, antes de inutilizar o respetivo sistema de travagem.</div><div style="text-align: justify;">Graças a um esforço homérico do Homem-Aranha, o comboio desgovernado detém-se pouco antes de despencar de grande altura. Exausto, o herói desfalece mas é amparado pelos passageiros. O Doutor Octopus aproveita então a fraqueza do adversário para capturá-lo e entregá-lo a Harry Osborn.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgoRvz8KfV5y7upQqBXch0d-WNv2Ay1L93R2xPZThre6eOUB16_iT2tzlX7sH8XdfE3iUHhuOHDa-2wnHOVTJI3027JPg0XIyqFSkIb7d6gIiQBu5rqn22QdHi1eSgMJNi6eKN7PGs6_Av4eFzgL3891KI-TaN98IzlQGriRqGlupj4jo-ddWjkd5AqoA" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="480" data-original-width="720" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgoRvz8KfV5y7upQqBXch0d-WNv2Ay1L93R2xPZThre6eOUB16_iT2tzlX7sH8XdfE3iUHhuOHDa-2wnHOVTJI3027JPg0XIyqFSkIb7d6gIiQBu5rqn22QdHi1eSgMJNi6eKN7PGs6_Av4eFzgL3891KI-TaN98IzlQGriRqGlupj4jo-ddWjkd5AqoA=w640-h426" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Homem-Aranha é levado ao limite das suas forças.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao descobrir o rosto do seu melhor amigo sob a máscara do suposto assassino do seu pai, Harry hesita em matá-lo. Peter conta-lhe que o Doutor Octopus sequestrou Mary Jane e como o seu experimento poderá varrer Nova Iorque do mapa. Depois de Harry lhe revelar o paradeiro do vilão, Peter parte para salvar MJ e milhões de outras vidas inocentes.</div><div style="text-align: justify;">O Homem-Aranha volta a confrontar o Doutor Octopus, agora no covil do vilão. Perante a iminência de uma reação nuclear em cadeia, Peter retira a máscara e implora a Octavius que interrompa a fusão antes que seja tarde demais. Octavius recupera a sanidade mental, reassume o controlo dos tentáculos e afunda o reator nas águas do rio Hudson, sacrificando a própria vida.</div><div style="text-align: justify;">Após resgatar Mary Jane - que agora conhece o seu maior segredo - , Peter diz-lhe que os dois nunca poderão ficar juntos porque ele sempre terá inimigos dispostos a tudo para atingi-lo.</div><div style="text-align: justify;">Longe dali, Harry discute com o seu falecido pai num espelho. Norman Osborn exige ao filho que mate Peter Parker para vingar a sua morte. Harry recusa-se e estilhaça o espelho, revelando um compartimento secreto onde repousa a parafernália do Duende Verde.</div><div style="text-align: justify;">No dia seguinte, Mary Jane deixa o seu noivo pendurado no altar e corre ao encontro de Peter, dizendo-lhe estar disposta a ficar com ele apesar de todos os riscos. Ato contínuo, soam sirenes na rua e, perante a hesitação de Peter, MJ encoraja-o a ir cumprir os seus deveres heroicos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b><i>Trailer</i> oficial:</b></div></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/1s9Yln0YwCw" width="480"></iframe><div><br /></div><div><br /></div><div><b>Curiosidades</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Criação de Stan Lee e Steve Ditko, o Doutor Octopus fez a sua primeira aparição em <i>Amazing Spider-Man</i> #3 (abril de 1963). Apesar de ter há muito perdido esse estatuto para o Duende Verde, foi ele o primeiro némesis do Homem-Aranha e, também, o primeiro a derrotá-lo em combate. Além dos autores comuns, Otto Octavius é, tal como Peter Parker, um homem da Ciência que ganhou os seus poderes devido a um acidente radioativo;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Idealizada por Sam Raimi ainda durante a rodagem do primeiro filme, a cena do comboio elevado foi a primeira grande sequência a ser gravada. Foram precisos cem efeitos visuais e várias semanas de trabalho intenso para lhe dar forma. Os dois meninos que, no final, devolvem a máscara ao Homem-Aranha são os meios-irmãos de Tobey Maguire;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Quase todas as cenas em que o Homem-Aranha se balança nas suas teias pelo horizonte urbano procuram reproduzir os movimentos executados pelo herói no final de cada episódio de <i>Spider-Man </i>(1967), a primeira série animada do Escalador de Paredes. A batalha entre o Homem-Aranha e o Doutor Octopus na fachada de um edifício recria, de resto, aquela que os dois travaram num episódio intitulado "O Terrível Triunfo do Doutor Octopus";</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX7C0BnskFGh3K3anuWCZcneHlgBiaZ2ejBRUle0dVQkB90KwBaXROO9TDmNV_X5pUp2lOxcig0blHbbDmp6mWcPoA1DGB6SQ21hNBxq7Ag5wzyq9cfs2DWVIa1lNDLEqvpE0V0OjBTO2SRMDWmt1kXb1FF8Xrbir4UbrpshysSiErKV8rha9M9GshAQ/s618/a4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="618" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX7C0BnskFGh3K3anuWCZcneHlgBiaZ2ejBRUle0dVQkB90KwBaXROO9TDmNV_X5pUp2lOxcig0blHbbDmp6mWcPoA1DGB6SQ21hNBxq7Ag5wzyq9cfs2DWVIa1lNDLEqvpE0V0OjBTO2SRMDWmt1kXb1FF8Xrbir4UbrpshysSiErKV8rha9M9GshAQ/w414-h640/a4.jpg" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Imagem promocional de <i>Spider-Man </i>(1967).</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><b>*</b>A cena em que Peter Parker corre pelo beco enquanto desabotoa a camisa revelando a aranha estilizada do seu uniforme é uma referência a <i>Superman </i>(1978). Já aquela em que ele acelera e salta de um prédio para testar os seus poderes foi inspirada numa sequência idêntica de <i>Matrix</i> (1999);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O figurino do Doutor Octopus era composto por vários adereços: um espartilho, um suporte dorsal e duas cintas ajustáveis que sustentavam os tentáculos de borracha. No total, a parafernália pesava cerca de 45 kg e foi utilizada nas cenas em que Octopus manobrava os seus tentáculos (o CGI ficou reservado para aquelas em que os tentáculos o carregavam);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Alfred Molina batizou os seus tentáculos de Larry, Harry, Moe e Flo. Este último recebeu um nome feminino porque era operado por uma mulher, sendo também aquele que executava os movimentos mais delicados, como servir-lhe uma bebida ou colocar-lhe os óculos na face;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Os efeitos sonoros dos tentáculos do Doutor Octopus foram obtidos com recurso a correntes de mota e cordas de piano. Na cena em que o vilão usa os seus apêndices robóticos para arrombar o cofre de um banco, o som produzido resulta de uma jante de automóvel a ser raspada no chão;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O edifício semicolapsado que servia de covil ao Doutor Octopus era um retrato pardo do seu antigo laboratório e pretendia ser igualmente uma metáfora para o desmoronamento da sua vida pessoal. A ideia partiu do designer de produção, Neil Spisak, e o cenário, em tamanho real, demorou 15 semanas a ser construído;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6ZbrR9wJH1pZtVilvKjI_2mQeXaD09v8NKgyPmdjq29_GXRW3x9Z4vi15jb5VcrEdv83dMieDFaVZqEwFlK5bG8HDcN37KMUuEL6htKhksG73G93c3xW3lcm0qDLVFwnCPInnYoQi_EDVbkFirHlcTmzgQ4PxwUpds52Mde2leUItsVW8I66yaw_8GQ/s1020/a1.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="1020" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6ZbrR9wJH1pZtVilvKjI_2mQeXaD09v8NKgyPmdjq29_GXRW3x9Z4vi15jb5VcrEdv83dMieDFaVZqEwFlK5bG8HDcN37KMUuEL6htKhksG73G93c3xW3lcm0qDLVFwnCPInnYoQi_EDVbkFirHlcTmzgQ4PxwUpds52Mde2leUItsVW8I66yaw_8GQ/w640-h252/a1.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Um covil repleto de simbolismo.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Projetada para ter o dobro do tamanho da do primeiro filme, a cena do incêndio no prédio garantiu à produção controlo total sobre o ambiente. Isto porque, ao contrário da original, foi rodada num estúdio. Pretendia-se dessa forma aumentar o realismo da película e, nesse sentido, foram usadas labaredas reais. Essa foi, aliás, uma das muitas cenas perigosas protagonizadas pelo próprio Tobey Maguire, que dispensou quase sempre o seu duplo;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Tobey Maguire é vegetariano e, por isso, estava na verdade a comer um cachorro-quente de tofu na cena em que os carros da polícia convergem na sua direção;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Quando Peter atira o seu uniforme para dentro de um caixote do lixo e se afasta cabisbaixo, é uma recriação exata de um painel de <i>Spider-Man No More</i>, história originalmente publicada em <i>Amazing Spider-Man</i> #50 (julho de 1967). O título em apreço é também explicitamente referenciado por Peter durante a sua conversa imaginária com o Tio Ben;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY7xw3zWGHV_46_NzFZCC9GK6_MlgfvP4-y3ZoR91XSlIN2oB6RxdurMCK7TRyM8n-3n1qUghH4drUB_7KHR4_13Np3Pwi6vGlVGt6wrt01FAK9T8htehGE-xJPwITgGA_VZBZXTUPXLpqlTeI2QAqItHuTX1aAnYKnC_Yt-JfxPLURlk1C5kzRtjzdw/s1031/31.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="471" data-original-width="1031" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY7xw3zWGHV_46_NzFZCC9GK6_MlgfvP4-y3ZoR91XSlIN2oB6RxdurMCK7TRyM8n-3n1qUghH4drUB_7KHR4_13Np3Pwi6vGlVGt6wrt01FAK9T8htehGE-xJPwITgGA_VZBZXTUPXLpqlTeI2QAqItHuTX1aAnYKnC_Yt-JfxPLURlk1C5kzRtjzdw/w640-h292/31.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">Homem-Aranha nunca mais!</span></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Também conhecido como trício, o trítio não é tão raro como o filme sugere, podendo até ser sintetizado. Trata-se de um isótopo radioativo cuja principal aplicação consiste em eliminar a necessidade de baterias em miras térmicas e de visão noturna;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Não estava previsto qualquer <i>cameo</i> de Willem Dafoe na sequela de <i>Homem-Aranha</i>. Certa noite, ao regressar a casa, o ator apercebeu-se da presença das filmagens na vizinhança, passou por lá para cumprimentar Sam Raimi, e foi assim que acabou convidado a fazer uma pequena participação no filme. Apesar de durar pouco mais de um minuto, a cena em causa serviu de gancho para o capítulo final da trilogia;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Numa arrojada ação de <i>marketing</i>, bases com o logótipo do filme deveriam ter sido usadas nos jogos da principal liga de basebol americana. Em virtude da reação adversa dos fãs, o plano acabaria no entanto por ser descartado; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A banda Dashboard Confessional concordou em compor uma música para os créditos finais do filme, sob a condição de puderem vê-lo antes da respetiva estreia oficial. Satisfeito o pedido, Chris Carrabba, o vocalista, precisou apenas de dez minutos para escrever <i>Vindicated</i>, considerada por muitos a mais famosa canção do grupo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Veredito: 90%</b></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Foram oito as longas-metragens do Homem-Aranha produzidas na última vintena de anos. Nem todas foram consistentes, mas a maior partes dos filmes de super-heróis não o são. Sempre houve - e, muito provavelmente, sempre haverá - uma ou duas parcelas que se destacam na franquia. Às vezes, esses filmes marcam uma época e, apesar dos avanços tecnológicos, permanecem entre os melhores do género a que pertencem. <i>Homem-Aranha 2</i> é inegavelmente um deles, continuando a servir de bitola para os seus sucessores.</div><div style="text-align: justify;"><i>Homem-Aranha 2 </i>insere-se no restrito naipe de sequelas que, sem os depreciarem, superam os filmes originais em quase todas as vertentes. Sem incorrer no erro comum de simplesmente repetir a história do primeiro filme, substituindo o antagonista e expandindo as cenas de ação, <i>Homem-Aranha 2</i> dá perfeita continuidade à trama do seu antecessor. Demonstrando, de caminho, o mesmo cuidado em conferir dimensão às suas personagens, através de um forte investimento nos diálogos (sem embargo para a fluidez da trama).</div><div style="text-align: justify;">Peter Parker avalia constantemente as suas escolhas e as consequências que elas poderão ter nas pessoas que ama, revelando a insegurança típica de um jovem adulto chamado a assumir grandes responsabilidades. É nesta vulnerabilidade que reside boa parte do apelo emocional do Homem-Aranha junto do público. Um dos maiores méritos do argumento consiste precisamente na forma como aborda o homem por trás do herói.</div><div style="text-align: justify;">A admiração de Peter por figuras paternas invariavelmente frustrada pelo eclipse moral dos seus ídolos é, aliás, um tema transversal na trilogia de Sam Raimi. Assim como, no primeiro filme, Norman Osborn começou por projetar em Peter as qualidades em falta no próprio filho, Otto Octavius, ao convidar o jovem para jantar em sua casa, proporciona-lhe um vislumbre da vida familiar que ele poderia ter tido. Apenas mais uma nota emotiva a realçar a humanidade do protagonista.</div><div style="text-align: justify;">Tobey Maguire, que alguns consideram um ator limitado e com uma expressão sonolenta, oferece aqui um dos melhores desempenhos da sua carreira. Sendo igualmente eficiente a representar o angustiado Peter Parker e o confiante Homem-Aranha.</div><div style="text-align: justify;">Alfred Molina, por seu turno, empresta uma dimensão trágica a Otto Octavius, impedindo-o de ser um <i>cliché</i> ambulante. Não menos ameaçador do que o Duende Verde de Willem Dafoe, o Doutor Octopus revela-se mais interessante do que este, beneficiando do facto de o espectador poder ver as suas expressões faciais.</div><div style="text-align: justify;">Irrepreensíveis, as cenas de ação suplantam facilmente as do primeiro filme. O vibrante duelo do Homem-Aranha e do Doutor Octopus em cima de um comboio desgovernado é um daqueles momentos estelares, sempre reconhecíveis, que só grandes cineastas conseguem criar. </div><div style="text-align: justify;">A direção de Sam Raimi é, de resto, a principal responsável pela energia contagiante que emana da película. Ao voltar a beber na fonte das histórias clássicas do Homem-Aranha, o realizador prova o seu amor genuíno à personagem, sem contudo abdicar da sua própria identidade visual.</div><div style="text-align: justify;">Contrariamente ao que afirma a sabedoria popular, a pressa nem sempre é inimiga da perfeição. Feito a toque de caixa, <i>Homem-Aranha 2</i> tem os seus pequenos defeitos, mas continua a ser obra mais candente de Sam Raimi e um melhores filmes de super-heróis de sempre.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw-mc2BpBWLGhYWuyEgHX8N9n9BYh8tVMbBtt_GJTIf0Bykk_ITcl23BH2_Dv0HQ3GaZ83BpP0QGABgaatvLGVekem5mlJs9gOXzbQv4bY5HdrgvkE7C9XlR_Zvw50aUOaT3pD3LflEJzVUEwU695_LWV0AfVAXHVbwWkH9O1dDLuL8J2dF5pzTkSaNA/s2160/xsfA0ivP0vz49YLGF5N6MHglz9j.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2160" data-original-width="1440" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw-mc2BpBWLGhYWuyEgHX8N9n9BYh8tVMbBtt_GJTIf0Bykk_ITcl23BH2_Dv0HQ3GaZ83BpP0QGABgaatvLGVekem5mlJs9gOXzbQv4bY5HdrgvkE7C9XlR_Zvw50aUOaT3pD3LflEJzVUEwU695_LWV0AfVAXHVbwWkH9O1dDLuL8J2dF5pzTkSaNA/w426-h640/xsfA0ivP0vz49YLGF5N6MHglz9j.jpg" width="426" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da língua portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Resenha de <i>Homem-Aranha</i> (2002) disponível para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div><br /></div></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-24684093938680980352022-07-30T12:39:00.003+01:002023-01-13T12:38:35.375+00:00GALERIA DE VILÕES: RA'S AL GHUL<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_iyw47HzeSdyUpXf8pIiAM3xV8DgCQFTMloAbGuek9DB_oz5EwOOJdwp1z4NzGqg635kdeCwmJ_sevRkxJ4JgpUsUOade1WHhvWq_Gn3nME0oK9ItV7W1kQRfb0MT4UIhukfKaagxZEnulbYgz8owLAZGNjd79wmPvqzBv4WhILcwx_EfreBr4_2R3A/s1843/Brian%20Bolland.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1843" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_iyw47HzeSdyUpXf8pIiAM3xV8DgCQFTMloAbGuek9DB_oz5EwOOJdwp1z4NzGqg635kdeCwmJ_sevRkxJ4JgpUsUOade1WHhvWq_Gn3nME0oK9ItV7W1kQRfb0MT4UIhukfKaagxZEnulbYgz8owLAZGNjd79wmPvqzBv4WhILcwx_EfreBr4_2R3A/w416-h640/Brian%20Bolland.jpg" width="416" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> A sua origem e nome verdadeiro perderam-se na noite dos tempos. Qual messias negro numa cruzada genocida, continua a regressar dos mortos para purgar a Terra do vírus da corrupção humana. No Batman encontrou um adversário digno e o tão desejado herdeiro para o seu império de sombras.</div><b style="text-align: justify;"><div><b style="text-align: justify;"><br /></b></div>Denominação original:</b><span style="text-align: justify;"> Ra's al Ghul</span><div style="text-align: justify;"><b>Editora:</b> DC</div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores: </b>Julius Schwartz (nome e conceito), Dennis O'Neil (história) e Neal Adams (arte conceptual)</div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia: </b><i>Batman </i>Vol.1 #232 (junho de 1971)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil:</b> Desconhecida</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie: </b>Humano</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Algures no Deserto Arábico</div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Sensei (pai); Sora (primeira esposa, falecida); segunda esposa não identificada (falecida); Melisande (terceira esposa, falecida); Nyssa Raatko (filha, falecida); Talia al Ghul (filha); Dusan al Ghul (filho, falecido); Bruce Wayne/Batman (ex-genro); Damian Wayne/ Robin V (neto)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação: </b>Magnata e ecoterrorista internacional.</div><div style="text-align: justify;"><b>Base de operações:</b> Ra's al Ghul possui dezenas de covis secretos em latitudes tão diferenciadas como os Alpes suíços ou os Himalaias. Cada um deles coincide com a localização de um Poço de Lázaro, sendo esse o motivo da sua itinerância compulsiva.<br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações: </b>Líder e fundador do Demónio e da Liga de Assassinos.</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis:</b> Batman</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália: </b>Ninguém - talvez nem mesmo o próprio- sabe ao certo há quanto tempo Ra's al Ghul caminha sobre a Terra. Mas a História da Humanidade seria decerto muito diferente sem a sua interferência. Como um maestro invisível, ele triunfa manipulando as suas orquestrações. As suas aparições são raras, mas cada uma é mais impactante do que a anterior.</div><div style="text-align: justify;">Estrategista magistral, Ra's comandou exércitos em batalhas decisivas, ordenou assassinatos políticos e conspirou nos bastidores para alterar o curso de acontecimentos cruciais. Entre as suas façanhas mais notáveis, colocou em marcha a catastrófica cadeia de eventos que culminou na Grande Guerra. Ao desencadear uma conflagração à escala mundial, esperava conseguir fazer regredir a Humanidade à era pré-industrial, poupando a Terra aos efeitos da poluição. Em tempos mais recentes, lançou um mortífero vírus geneticamente modificado em Gotham City e derrotou a Liga da Justiça recorrendo aos planos de contingência elaborados secretamente pelo Batman com base nas principais vulnerabilidades dos seus membros.</div><div style="text-align: justify;">Tudo isto só foi possível graças aos Poços de Lázaro, fontes místicas com propriedades regenerativas únicas. O líquido esverdeado de composição desconhecida que delas brota consegue cicatrizar instantaneamente ferimentos graves, doenças terminais e até reverter mortes recentes. Além de ter tido a sua longevidade expandida pelo Poço de Lázaro (assim chamado em referência à figura bíblica ressuscitada por Jesus Cristo), Ra's já perdeu a conta às vezes que se ergueu de entre os mortos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiti9DJriG-luHQ5AFYQR6kGMowFwM3_VZ2W-f01LIkDid7U-IvdtCxD_bopY-fu-_RnxwoTbJV-cqFNUBk8fV_k89hNSgchfVR721etfYGUb_2N5CiCkfov9M7h_He_DTXao4iD--ddqghWu29j3aa2lVwfbaZ3kk3kTsH4Q_mhaQHB3-GgmoN6EZmzw/s851/R3.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="851" height="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiti9DJriG-luHQ5AFYQR6kGMowFwM3_VZ2W-f01LIkDid7U-IvdtCxD_bopY-fu-_RnxwoTbJV-cqFNUBk8fV_k89hNSgchfVR721etfYGUb_2N5CiCkfov9M7h_He_DTXao4iD--ddqghWu29j3aa2lVwfbaZ3kk3kTsH4Q_mhaQHB3-GgmoN6EZmzw/w640-h352/R3.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Poço de Lázaro tornou Ra's al Ghul imortal.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Ao longo dos séculos, Ra's al Ghul acumulou vastíssima riqueza, conhecimento e poder, dispondo, por conseguinte, de recursos praticamente ilimitados, incluindo um exército de seguidores fanatizados que o veneram como um messias. Ra's especializou-se também em diferentes campos de estudo, tanto científicos como esotéricos. O seu perfeito domínio da Microbiologia, por exemplo, permite-lhe modificar vírus em laboratório para originar epidemias ou pandemias.</div><div style="text-align: justify;">Em várias ocasiões, Ra's demonstrou ser capaz de transferir a sua alma para os corpos de outras pessoas, assegurando assim a própria sobrevivência, mesmo quando não tem acesso ao Poço de Lázaro. Os pormenores exatos desse processo afiguram-se, porém, inconsistentes: tanto pode envolver um complexo ritual místico como pode ser apenas necessário o contacto direto de Ra's com o seu futuro hospedeiro.</div><div style="text-align: justify;">Séculos de treino e experiência fizeram de Ra's um espadachim sem igual. Gaba-se mesmo de ter ensinado o manejo da espada aos mestres esgrimistas das primeiras academias europeias e de ter sobrevivido aos círculos de duelos cossacos. Quando em combate, prefere armamento antigo - sabres, cimitarras, lanças... - ainda que seja igualmente proficiente com armas de fogo e outro material bélico moderno. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh71ok5lUNqDH1OJsmlqLNzg8awOrbjZf_aOR3Iu9KvDiLYsH-zNFt27Tx13NDpRvEO11Oz_mpBiNrmhUWarnOaWhMY0sD78zWqoOvudEwdceCmL9UdyifP1ewc8I_wT2VtEy7-AMdegLc5ADXp5VyA2AXcUqMWOPBiH5E84OwEZgx4KAdF7N5iIT6Wrg/s1000/R2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1000" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh71ok5lUNqDH1OJsmlqLNzg8awOrbjZf_aOR3Iu9KvDiLYsH-zNFt27Tx13NDpRvEO11Oz_mpBiNrmhUWarnOaWhMY0sD78zWqoOvudEwdceCmL9UdyifP1ewc8I_wT2VtEy7-AMdegLc5ADXp5VyA2AXcUqMWOPBiH5E84OwEZgx4KAdF7N5iIT6Wrg/w640-h384/R2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Batman e Ra's al Ghul num duelo mortal sob o sol do deserto.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Além de ser mestre em diversas artes marciais, Ra's possui as aptidões físicas de um atleta olímpico e tem a sua força e reflexos ampliados a nível sobre-humano logo após cada mergulho no Poço de Lázaro. Apesar disso, raramente consegue levar de vencida o Batman num <i>mano a mano</i>. Na maior parte das vezes, os dois contendores acabam por sucumbir à exaustão e o combate termina empatado.</div><div style="text-align: justify;">Mas nem só no plano físico Ra's pede meças ao Cavaleiro das Trevas. Com poder de fogo intelectual superior ao do seu némesis, a Cabeça do Demónio consegue frequentemente ocultar o seu envolvimento nos acontecimentos em curso até ser demasiado tarde.</div><div style="text-align: justify;">Profeta aos olhos de uns, terrorista aos olhos de outros, Ra's al Ghul vê-se a si mesmo como um artista. A sua visão é a de uma Terra tão limpa e pura como uma montanha nevada ou o deserto de areias escaldantes que, incontáveis eras atrás, lhe serviu de berço. Claro que, para isso, terá primeiro de fazer correr rios de sangue...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas: </b>Apesar de os Poços de Lázaro garantirem semi-imortalidade aos seus usuários, essa dádiva tem um custo. Ao dar vida, o poço também tira vida. De cada vez que Ra's al Ghul se banha nas suas águas milagrosas fica mais próximo da morte que não pode ser revertida. Adicionalmente, o poço deixa-o temporariamente enlouquecido, tornando as suas ações erráticas e violentas. Numa dessas ocasiões, séculos atrás, Ra's matou acidentalmente a sua segunda esposa.</div><div style="text-align: justify;">Mesmo tendo plena consciência dos efeitos perniciosos do Poço de Lázaro na sua saúde física e mental, Ra's não consegue deixar de usá-lo. Como se de uma potente droga se tratasse, o poço é extremamente viciante. Quanto mais Ra's o usa mais viciado fica. Ao fim de mais de 700 anos de (ab)uso, ele simplesmente não consegue parar.</div><div style="text-align: justify;">No que ao Batman especificamente diz respeito, a principal fraqueza de Ra's al Ghul radica no profundo amor de Talia pelo herói. Nem um coração empedernido como o seu é totalmente insensível aos sentimentos da filha. Por outro lado, o desejo de Ra's de fazer do Cavaleiro das Trevas seu sucessor leva-o muitas vezes a poupar a vida àquele que sabe ser o seu mais formidável inimigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYmHjdgXkzsBytKyJQv_hAyxqlehQFbzItrapj_5IIaFQJlX7-3_UXao6Ch2nRZrvVCOrmqGy5slWhbx1voLUF7DWbHAMVnw27ULEN62pQZ5hH0Um6ZslrFD9R7JPzvGDwSWTmM52DTXDVE9PBfutDXGBp9IPSGCrbsWtLHncaPT0owIxzCrJ-0pj3Iw/s754/R5.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="724" data-original-width="754" height="615" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYmHjdgXkzsBytKyJQv_hAyxqlehQFbzItrapj_5IIaFQJlX7-3_UXao6Ch2nRZrvVCOrmqGy5slWhbx1voLUF7DWbHAMVnw27ULEN62pQZ5hH0Um6ZslrFD9R7JPzvGDwSWTmM52DTXDVE9PBfutDXGBp9IPSGCrbsWtLHncaPT0owIxzCrJ-0pj3Iw/w640-h615/R5.webp" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Poço de Lázaro deixa Ra's al Ghul temporariamente ensandecido.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Vilão <i>sui generis</i></b></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><i><br /></i></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Com a Guerra do Vietname num impasse e o martírio de profetas da esperança, como Martin Luther King, a década de 1970 alvoreceu nublada e com o Sonho Americano ligado às máquinas. Contagiados pelo espírito do tempo, os leitores do Batman naturalmente já não se identificavam com a versão <i>kitsch</i> do herói que marcara a década pregressa, e que tivera na série televisiva do Homem-Morcego com Adam West o seu maior expoente mediático. Resultando disso a imperiosa necessidade de adaptar as histórias do Homem-Morcego aos novos tempos. Tarefa que, no entendimento do então editor dos títulos do Batman, Julius Schwartz, requeria um escritor arrojado e um artista consagrado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Depois da revolucionária passagem de Dennis O'Neill e Neal Adams por <i>Green Lantern/Green Arrow,</i> Schwartz sabia serem eles os homens certos para restaurar o apelo do Cavaleiro das Trevas junto do público, e tratou de reunir novamente a dupla-maravilha.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFvNJFMv2W_-s8d7MiJxbiPDzsJ4Eq6gYsYz_4CTxn5BpAsRquERQnHg-znKn6zSnhmQJha_FP-edlHuntXXsCn1EPAN2mGRI-9Gbl3B189ZCfgQ7NAoUGHBqXsFnhm0aTEUxqeUyxvi04pU67gHg5vyLFmnC7hVLmtUF57ETaj70z9i3HgfjgA14ZGw/s320/Julie.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="320" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFvNJFMv2W_-s8d7MiJxbiPDzsJ4Eq6gYsYz_4CTxn5BpAsRquERQnHg-znKn6zSnhmQJha_FP-edlHuntXXsCn1EPAN2mGRI-9Gbl3B189ZCfgQ7NAoUGHBqXsFnhm0aTEUxqeUyxvi04pU67gHg5vyLFmnC7hVLmtUF57ETaj70z9i3HgfjgA14ZGw/w640-h480/Julie.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Julius Schwartz (1915-2004) foi o editor que adaptou Batman aos novos tempos.</b></span></td></tr></tbody></table><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Se Adams já havia emprestado o seu traço dinâmico e realista a <i>The Brave and the Bold</i>, O'Neill, no seu primeiro contacto com Batman, não se fez rogado em introduzir uma série de alterações importantes na vida da personagem. Para além do tom mais melancólico das tramas, essas mudanças passaram pela ida de Dick Grayson para a Universidade de Hudson (separando, assim, a Dupla Dinâmica), e por levar Bruce Wayne e Alfred a trocarem a Mansão Wayne por uma luxuosa cobertura no centro de Gotham City. A mais importante dessas mudanças foi, porém, o surgimento de um novo inimigo do Cavaleiro das Trevas. Um inimigo a vários títulos diferente, porquanto a lógica das suas ações o faziam divergir do arquétipo vilanesco. Sem uniformes vistosos, superpoderes ou bugigangas tecnológicas, mas com os meios, a motivação e o intelecto que lhe permitiam afirmar-se como uma terrível ameaça à segurança global.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Por sugestão de Schwartz, o novo vilão foi crismado como Ra's al Ghul, expressão de origem árabe que significa "cabeça do demónio". E que referencia, também, a estrela Algol, à qual diversos povos da Antiguidade atribuíam uma influência nefasta nos destinos do mundo. Uma escolha deveras apropriada olhando ao escopo dos planos de Ra's al Ghul. </span></div><div style="text-align: justify;">Desde a sua entrada em cena, em<i> Batman </i>#232 (junho de 1971), que Ra's al Ghul demonstrou ser um vilão <i>sui generis</i>. Desde logo por ter sido ele o primeiro inimigo do Homem-Morcego a deslindar a identidade secreta do herói. Mas, sobretudo, pelo facto de ser um homem sem idade a quem não se aplicam as leis do tempo, uma vez que o Poço de Lázaro o tornou virtualmente imortal. Vive, ademais, obcecado com a ideia de transformar o mundo decadente que o rodeia numa utopia sem crime nem poluição. Missão que encara como sagrada e que deseja cumprir a todo o custo, independentemente dos milhões de vidas humanas que seria preciso sacrificar para tornar o seu sonho realidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7_e2n28cxTFjl7uS6xEFBaPt-UOu1PbC10B1Mdglp-ca6joTi7sBzBn-3_fUcy7uT2sAPDkcEYj4iBU5ZFTwwCrxBA5O_LLaEm3r4NyW-jNmsRjNiDfwhT0FRQ2UBsePsWvMhLhTVaduFYGsfc58ejZh3MjO_X-xbeQj7v7f78W0Zxq_UuEgoN08v8Q/s1650/B232.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1650" data-original-width="1073" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7_e2n28cxTFjl7uS6xEFBaPt-UOu1PbC10B1Mdglp-ca6joTi7sBzBn-3_fUcy7uT2sAPDkcEYj4iBU5ZFTwwCrxBA5O_LLaEm3r4NyW-jNmsRjNiDfwhT0FRQ2UBsePsWvMhLhTVaduFYGsfc58ejZh3MjO_X-xbeQj7v7f78W0Zxq_UuEgoN08v8Q/w416-h640/B232.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Batman</i> #232 (1971) introduziu<br /> um novo e perigoso inimigo do Cavaleiro das Trevas.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alguns terão porventura visto no nome de origem árabe e no recurso ao terrorismo como instrumento para impor as suas crenças uma pouco subtil alusão ao fundamentalismo islâmico. Esta é, contudo, uma interpretação abusiva, visto, que, à época, o jihadismo era um movimento mais inorgânico, ainda desprovido de um líder carismático e facilmente identificável, como o foi este século Osama bin Laden.</div><div style="text-align: justify;">Com efeito, a principal fonte de inspiração para Ra's al Ghul foi o Dr. Fu Manchu, vilão da literatura <i>pulp</i> criado, em 1913, por Sax Rohmer. Além da origem asiática, remetendo para o Perigo Amarelo tão em voga nos anos 1930, ambos são génios científicos em cruzada para moldar o mundo aos seus ideais; ambos dispõem de exércitos particulares (Liga de Assassinos e Si-Fan) e ambos têm filhas belas e perigosas (Talia al Ghul e Fah Lo Suee) que se envolvem romanticamente com os arqui-inimigos dos seus diabólicos pais (Batman e <i>Sir</i> Dennis Nayland Smith). Outra possível influência visual terá sido o Imperador Ming, das tiras clássicas de Flash Gordon.</div><div style="text-align: justify;">Em todo o caso, a aparência de Ra's al Ghul foi da inteira responsabilidade de Neal Adams. O artista empenhou-se em tornar a personagem facilmente reconhecível, mesmo sem os paramentos coloridos da praxe. Nesse sentido, desenhou Ra's com a testa larga, bigode à mandarim e sem sobrancelhas, para lhe acentuar o olhar penetrante.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih146Z7qwbJW0SdCPzjij4td_FP0PPT4hXku-yQAsgA-nF0v3_ncq95h07RwKRDty1YK8XdeoAmnUha-JuqZ-Z02Ap2RpjRrjKhsoK6BTiiT9a5zbUmRRdwDRCHgLmRObHNEZX-EtAS23GSMtYUE_Is2lHYIr27R_gBnyiVW4syEinSUsf4xi-FyVlUA/s500/FM.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="375" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih146Z7qwbJW0SdCPzjij4td_FP0PPT4hXku-yQAsgA-nF0v3_ncq95h07RwKRDty1YK8XdeoAmnUha-JuqZ-Z02Ap2RpjRrjKhsoK6BTiiT9a5zbUmRRdwDRCHgLmRObHNEZX-EtAS23GSMtYUE_Is2lHYIr27R_gBnyiVW4syEinSUsf4xi-FyVlUA/w480-h640/FM.jpg" width="480" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Expoente do Perigo Amarelo, o Dr. Fu Manchu serviu de modelo a Ra's al Ghul.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ra's al Ghul possui ainda outras características que o fazem funcionar como um verso solto na galeria de vilões do Batman. Sem veio maligno, movem-no ideais nobres, embora potencialmente genocidas. Tudo o que ele deseja é um mundo melhor em que os humanos vivam em comunhão com a Mãe Natureza, ao invés de depredá-la. Em certa medida, ele foi um pioneiro do ativismo ambiental, que alertou para os perigos da industrialização acelerada e do crescimento exponencial da população. Como os homens não lhe deram ouvidos, ele resolveu puni-los pela lenta destruição do planeta.</div><div style="text-align: justify;">No fundo, Ra's al Ghul representa o reverso extremista do Batman. Com quem, aliás, mantém uma dialética em tudo semelhante à do Professor X com Magneto. Ele faz tudo o que o Batman deseja fazer, mas, ao contrário dele, não se deixa condicionar por um código moral. Ra's não faz prisioneiros e não tem escrúpulos em matar por aquilo que acredita ser o bem maior. Ambos sonham erradicar o Mal do mundo, mas apenas Ra's está disposto a tudo para alcançar esse desígnio.</div><div style="text-align: justify;">Por tudo isto e muito mais, Ra's al Ghul ocupa lugar de destaque na extensa galeria de vilões do Homem-Morcego, disputando ao Joker o estatuto de verdadeiro némesis do herói.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7k_kzl_NKV0pAHeSMel_HoB4vx1EEtt7CkdQ4-8LupG8Muab4sfxGCNgK0yu1vEMbsWWr_FVEPvhSvkeIB5yXK9sIzqFpt-t-eesucPY11XVrnDlKRT6V82RvI-2tT-v8siuClA0kPDrWPGvNeNY47sbS8K125ED0QLAK1mPgw2ebT-EbzQD6SYFB1g/s746/Dennis%20Culver.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="746" data-original-width="419" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7k_kzl_NKV0pAHeSMel_HoB4vx1EEtt7CkdQ4-8LupG8Muab4sfxGCNgK0yu1vEMbsWWr_FVEPvhSvkeIB5yXK9sIzqFpt-t-eesucPY11XVrnDlKRT6V82RvI-2tT-v8siuClA0kPDrWPGvNeNY47sbS8K125ED0QLAK1mPgw2ebT-EbzQD6SYFB1g/w360-h640/Dennis%20Culver.jpg" width="360" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Para alguns, Ra's al Ghul é o verdadeiro némesis do Batman.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">A Cabeça do Demónio</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">O homem que o mundo aprendeu a temer como Ra's al Ghul terá nascido há mais de 700 anos num dos vastos desertos da Península Arábica, no seio de uma tribo nómada presumivelmente originária da China. Junto com o seu coração outrora bondoso, o seu nome batismal ficou para sempre soterrado pelas areias do tempo.</div><div style="text-align: justify;">Fascinado, desde os seus verdes anos, pela Ciência, Ra's trocou a vida no deserto pela vida na cidade, onde poderia iniciar os seus estudos. Era já um médico renomado, habituado a distribuir sentenças de vida, quando conheceu Sora, o amor da sua vida que desposaria logo depois.</div><div style="text-align: justify;">A viver uma breve etapa de felicidade conjugal, Ra's fez uma descoberta que lhe mudaria para sempre a vida: o Poço de Lázaro. Cujas propriedades milagrosas usou para salvar a vida de um príncipe moribundo, filho do sultão que governava a cidade onde ele e Sora moravam. Sem que Ra's o soubesse, o príncipe era na verdade um tiranete que tratava os seus súbditos com grande crueldade.</div><div style="text-align: justify;">Ato contínuo à sua ressurreição pelo Poço de Lázaro, o príncipe, completamente fora de si, estrangulou Sora até à morte. Ra's clamou ao sultão por justiça, mas este, para proteger o filho, culpou-o pelo crime e condenou-o a um sórdido calvário. No meio do deserto, trancado numa jaula com o cadáver em decomposição de Sora, Ra's foi deixado para morrer à fome e à sede.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7pByh5p58HuvmQeJis1N8F-8sw7MteT8yhiaVuqmmvNTmUxlVVQHteJO97ktjtgOflYgJrPkPZoV9fRrsjkbz2h71ewZRGAkhFJICKgMhxaBPPZhL824WbU85HWm_MYedI28l_lEOHjEMI-zYKaxx_AMKgB72rOQzyLfmJreFhubqM-yTnkb560VTMQ/s880/R4.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="880" data-original-width="602" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7pByh5p58HuvmQeJis1N8F-8sw7MteT8yhiaVuqmmvNTmUxlVVQHteJO97ktjtgOflYgJrPkPZoV9fRrsjkbz2h71ewZRGAkhFJICKgMhxaBPPZhL824WbU85HWm_MYedI28l_lEOHjEMI-zYKaxx_AMKgB72rOQzyLfmJreFhubqM-yTnkb560VTMQ/w438-h640/R4.webp" width="438" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Acusado de um crime que não cometeu,<br /> o jovem Ra's foi condenado a uma morte agonizante.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Antes que isso acontecesse, Ra's foi no entanto libertado por Huwe, o filho de uma anciã a quem ele mitigara o sofrimento no seu leito de morte. Acompanhado pelo mancebo, Ra's regressou à sua tribo em busca de auxílio para levar a cabo a sua vingança. O tio de Ra's, que agora liderava o clã, concordou em lavar a honra do sobrinho com sangue.</div><div style="text-align: justify;">Compreendendo a teoria dos germes causadores de doenças centenas de anos antes de qualquer outro cientista, Ra's logrou infetar o príncipe com um vírus mortal enviando-lhe luxuosos tecidos contaminados. Quando o desesperado sultão lhe implorou que curasse novamente o filho, Ra's matou ambos, sem dó nem piedade. Em seguida, ordenou à sua tribo que arrasasse a cidade e massacrasse todos os seus habitantes.</div><div style="text-align: justify;">De entre as ruínas fumegantes juncadas de corpos dilacerados, ergueu-se naquele infausto dia a Cabeça do Demónio. Que, desde então, não mais deixou de sombrear de medo as almas dos homens.</div><div style="text-align: justify;">Tornado imortal pelo Poço de Lázaro, Ra's passou os séculos seguintes a viajar pelo mundo, tendo Huwe e o tio - também eles imortais - como companheiros nessa longa jornada. Pouco tempo depois de o trio ter assentado arraiais em Londres, Ra's surpreendeu Huwe a escrever as próprias memórias na sua língua materna. Uma inaceitável transgressão que poderia expor ao mundo os segredos da Cabeça do Demónio.</div><div style="text-align: justify;">Durante uma batalha da Guerra dos Cem Anos, Ra's matou Huwe e regressou a Londres. Apenas para descobrir que o seu tio havia desparecido, levando consigo os manuscritos do rapaz. Mercê dessa traição familiar (a primeira de muitas), a Cabeça do Demónio passou a exigir devoção cega aos seus seguidores, dispostos a matar e a morrer em seu nome.</div><div style="text-align: justify;">Agora um viajante solitário, Ra's contemplou de perto a pior face da Humanidade. Ao longo dos séculos, assistiu de camarote à ópera de horrores que é a História Mundial: uma interminável sucessão de guerras, revoluções e genocídios. Viu como o poder corrompe o coração dos homens, e como estes brutalizam a Mãe Natureza.</div><div style="text-align: justify;">Por conta de tudo isto, Ra's começou a desprezar profundamente os seus semelhantes, comparando-os a uma praga que parasita a Terra. Exterminá-la seria, pois, a sua missão sagrada. Mas ele sabia que não poderia cumpri-la sozinho.</div><div style="text-align: justify;">Sem nunca parar de acumular riqueza, conhecimento e poder, Ra's al Ghul usou os seus imensos recursos para fundar o Demónio. Uma organização secreta que conspirava nas sombras para restaurar a pureza e harmonia da Terra, diminuindo drasticamente o seu número de habitantes. Dela emanou posteriormente a Liga de Assassinos (ver <i>Miscelânea</i>), cujo objetivo primordial consiste em liquidar os inimigos do Demónio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM8wDlr9iJBO0_Wh7u9nDK46EWtzOU89RssvU4SsxmoihBT6fp6pdghJaoEu__7HNrxwPuAIqhewV3HwkO_AdclXn7q_O7Ivx79OJD0xvBq8SOaH67cOQhfjL0w2D_heBeqPAfU3Nsw_BUbNnpEgs1GCKbk-ebSfwbTUD88zuT6TZvtMyss-mykTzkog/s350/LA.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="296" data-original-width="350" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM8wDlr9iJBO0_Wh7u9nDK46EWtzOU89RssvU4SsxmoihBT6fp6pdghJaoEu__7HNrxwPuAIqhewV3HwkO_AdclXn7q_O7Ivx79OJD0xvBq8SOaH67cOQhfjL0w2D_heBeqPAfU3Nsw_BUbNnpEgs1GCKbk-ebSfwbTUD88zuT6TZvtMyss-mykTzkog/w400-h339/LA.webp" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Ra's al Ghul fundou a Liga de Assassinos.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">À cabeça do seu próprio exército, Ra's pôde, enfim, colocar em prática a sua visão distorcida de justiça. Essa sinistra mistura de darwinismo social e ecoterrorismo fizeram dele uma espécie de extremista bem intencionado, mas nem por isso menos perigoso.</div><div style="text-align: justify;">Ra's al Ghul já contava séculos de vida e carregava milhares de mortes na consciência aquando do seu primeiro encontro com o Batman. Este teve lugar pouco tempo depois de o Cavaleiro das Trevas salvar a vida de Talia. Ao saber a filha perdida de amores pelo enigmático campeão de Gotham City, Ra's resolveu investigá-lo. Depressa deduziu que somente Bruce Wayne disporia dos recursos necessários para financiar a sofisticada logística do Batman. Ao invés de divulgar essa informação, preferiu no entanto guardar segredo.</div><div style="text-align: justify;">Mais tarde, Ra's engendrou um plano para testar as capacidades do herói. Encenou o rapto de Talia e Dick Grayson e procurou a ajuda de Batman para resgatá-los. A farsa foi, contudo, rapidamente desmontada pelo maior detetive do mundo.</div><div style="text-align: justify;">Impressionado com o caráter e as capacidades intelectuais de Bruce Wayne, Ra's ofereceu-lhe o comando da Liga de Assassinos e a mão de Talia. Perante a dupla recusa do herói, Ra's acusou-o de ser o guardião da Sodoma moderna e jurou destruir Gotham.</div><div style="text-align: justify;">Nascia assim uma das mais fascinantes rivalidades do Universo DC. Entre Batman e Ra's al Ghul é mais aquilo que os une do que aquilo que os separa. Ambos foram moldados pela tragédia, partilham o mesmo desiderato, admiram-se mutuamente e disputam a lealdade de Talia, cujo coração balança dolorosamente entre o pai e o homem que ama.</div><div style="text-align: justify;">Sempre que uma civilização atinge o seu pináculo de decadência, a Cabeça do Demónio ressurge para restaurar o equilíbrio. Depois de ter incendiado Londres e de ter lançado a Peste Negra na Europa, qual será o próximo alvo da sua ira? Seja ele qual for, Ra's sabe que o Cavaleiro das Trevas tudo fará para lhe frustrar os planos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="888" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDGS1mfNOTOMy4aLvJDw9h1q1cqH2SmFTtQdNZ_LfKZbqdCqVK7GATkyShq2I6Lnu6XLYy8jZMQse3Z7cBgrmFc_d0OiB8AdEn3jE1rHubQZqWJLPhuJrNJdBkFAApcMSHeS0ZAZPxsGfjhrPBfVjUJJzOaugGTBsG3bJohhDsrJVjNmw7VoR9oe5hTA/w518-h640/R'as%20al%20Ghul.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="518" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Cabeça do Demónio continua a engendrar novos planos genocidas para purgar a Terra.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDGS1mfNOTOMy4aLvJDw9h1q1cqH2SmFTtQdNZ_LfKZbqdCqVK7GATkyShq2I6Lnu6XLYy8jZMQse3Z7cBgrmFc_d0OiB8AdEn3jE1rHubQZqWJLPhuJrNJdBkFAApcMSHeS0ZAZPxsGfjhrPBfVjUJJzOaugGTBsG3bJohhDsrJVjNmw7VoR9oe5hTA/s888/R'as%20al%20Ghul.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b>Miscelânea</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Embora de etimologia árabe, a pronúncia oficial de Ra's al Ghul - Reysh al Gool - é hebraica. Na base desta opção poderá ter estado a proximidade fonética com o vocábulo "resh" que, em Hebreu, significa "chefe" ou "cabeça". Outra possibilidade é ter-se tratado de um subterfúgio da DC para realçar as raízes multiétnicas e multiculturais da personagem;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Ra's al Ghul faz-se sempre acompanhar de Ubu, um gigante carrancudo que, além de guarda-costas, é também o seu servo mais leal. Na verdade, Ubu não é um nome, mas sim um título atribuído aos homens mais fortes e valentes de um antigo clã do deserto. À luz de cuja tradição servir a Cabeça do Demónio é a maior honra a que qualquer um dos seus membros pode aspirar;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjohqKMqPANkhBTTLCtw0Lz7eX2chQ1CnPdPJTTqx3yCjghJEScKbcSdjAbFVqfLS7jpNy3yglc9CwW_uGp-U1sYDD1U04l76aC4P7uiJHAaH5H6lzG9xFEECcjuHDTfnrXT5vKTmIDRH_S5VKym1KQ0l5HdbCm_r_W-nGjkZxTMsh8nhlz9IqTvcGpmA/s953/Ubu.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="953" data-original-width="620" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjohqKMqPANkhBTTLCtw0Lz7eX2chQ1CnPdPJTTqx3yCjghJEScKbcSdjAbFVqfLS7jpNy3yglc9CwW_uGp-U1sYDD1U04l76aC4P7uiJHAaH5H6lzG9xFEECcjuHDTfnrXT5vKTmIDRH_S5VKym1KQ0l5HdbCm_r_W-nGjkZxTMsh8nhlz9IqTvcGpmA/w416-h640/Ubu.webp" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Ubu segue o seu mestre como uma sombra.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Também conhecida como Liga das Sombras, Sociedade de Assassinos ou Presa do Demónio, a Liga de Assassinos é uma fação do Demónio, a primeira organização secreta fundada, vários séculos atrás, por Ra's al Ghul. Pelas suas fileiras passaram alguns dos mais eficientes e desapiedados assassinos de diferentes épocas, incluindo o mestre arqueiro Merlyn e Lady Shiva (arqui-inimigos, respetivamente, do Arqueiro Verde e da Canário Negro). A partir de uma análise minuciosa dos seus relatórios anuais de atividades, Tim Drake (o terceiro Robin) calculou que a Liga de Assassinos matará a cada mês uma centena de pessoas em todo o mundo. Os métodos, hierarquia e fanatismo dos seus membros evocam a Hashshashin, uma lendária ordem de assassinos fundada na Pérsia no ano 1090 d.C. e que, ao longo dos dois séculos seguintes, expandiu a sua sangrenta influência ao resto do Médio Oriente. Especializada em assassinatos políticos, designadamente de líderes cristãos, era comandada por um misterioso Velho da Montanha, cuja verdadeira identidade permanece um mistério até aos dias de hoje;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de se arvorar em defensor dos valores e tradições familiares, Ra's al Ghul foi sempre um pai abusivo. Depois de Nyssa Raatko, a sua filha mais velha, ter desertado da Liga de Assassinos para levar uma vida normal, Ra's deixou-a para morrer num campo de concentração nazi. Por sua vez, Talia, a sua filha favorita, foi submetida, praticamente desde o berço, a uma série de duríssimas provações físicas, mentais e emocionais, para se provar uma digna herdeira do pai. Apesar de a jovem as ter superado a todas sem nunca demonstrar fraqueza, Ra's, o mais antigo dos misóginos, continua a desejar ardentemente um varão para lhe suceder. No entanto, também Dusan, o seu único filho conhecido, foi considerado um herdeiro inadequado, em virtude de ter nascido albino e com uma saúde frágil. Perante estes fracassos filiais e a irredutível recusa do Batman em assumir o controlo do seu império das sombras, Ra's encara agora o seu neto, Damian Wayne (fruto do casamento anulado de Talia e Bruce Wayne), como o candidato ideal para a função;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhB5Uz9ZckXvJkitNK732h5nwGR1q0jC3fuIUstxmt1qUTy29xJ8NjZUKFpAthH4AZ1HTGRyDC-HtR03tXek4jxnNPgGNgHd-GCS1Bm0DGEJ1KXjR9pZ_mNTjvpf4kbOzD6_rsnbOzH4FXcdooopdjWTzqe3A-apfIJUtnADhGj9UC-J7qrBeT6TMZZBA" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="700" data-original-width="1400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhB5Uz9ZckXvJkitNK732h5nwGR1q0jC3fuIUstxmt1qUTy29xJ8NjZUKFpAthH4AZ1HTGRyDC-HtR03tXek4jxnNPgGNgHd-GCS1Bm0DGEJ1KXjR9pZ_mNTjvpf4kbOzD6_rsnbOzH4FXcdooopdjWTzqe3A-apfIJUtnADhGj9UC-J7qrBeT6TMZZBA=w640-h320" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A prole do Demónio: Talia al Ghul, Nyssa Ratko e Dusan al Ghul.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em sinal de deferência e admiração pelas capacidades intelectuais de Bruce Wayne, Ra's al Ghul trata-o sempre por "Detetive", nunca por "Batman" (que considera um simples disfarce). De igual modo, trata o Super-Homem por "Ícone", reconhecendo-o como um símbolo de esperança para o mundo;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No universo paralelo da Amalgam Comics (iniciativa editorial conjunta Marvel/DC, nos anos 1990), Ra's al Ghul foi fundido com o vilão dos X-Men Apocalipse, dando origem ao poderoso Ra's Al-Pocalypse;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Ra's al Ghul surge em 7º lugar na lista dos cem maiores vilões dos <i>comics</i>, divulgada em 2011 pelo <i>site</i> IGN. É, de resto, um dos expoentes de malignidade da DC mais bem cotados, apenas atrás de Darkseid (6º), Lex Luthor (4º) e Joker (2º);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Emitido em novembro de 1992, o 50º episódio de <i>Batman: The Animated Series</i> marcou a estreia de Ra's al Ghul no segmento audiovisual. <i>Off Balance</i> era baseado no arco de histórias que, duas décadas antes, apresentara a Cabeça do Demónio aos leitores do Homem-Morcego. Foi, no entanto, a participação de Ra's em <i>Batman Begins</i> (2005) a dar-lhe verdadeira ressonância mediática. Depois de ter sido interpretado por Liam Neeson naquele que foi o capítulo inaugural da trilogia cinematográfica do Cavaleiro das Trevas, em 2013<i>,</i> o vilão fez a sua primeira aparição <i>live action</i> no pequeno ecrã, agora vivido pelo australiano Matthew Nable na terceira temporada de <i>Arrow</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCLfsWTW3wrvfY8l3TLYSIRCEFxUCtbEFuNDokL5SUOhfwiSBNN4iDrwRKwgPr0LY7UO2yH7pUNv3Y2elSofek__4jWJ1DCEpjASzHvXFdHoR44E50xca46DfB704Bjcv3itkvlDSb2bzVrOYgB-mBqT93coTE6VC_iRo9pD-in1u2883Iw6ip21uUfg/s655/ras-al-ghul-full-tv-movie-history-235798.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="655" height="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCLfsWTW3wrvfY8l3TLYSIRCEFxUCtbEFuNDokL5SUOhfwiSBNN4iDrwRKwgPr0LY7UO2yH7pUNv3Y2elSofek__4jWJ1DCEpjASzHvXFdHoR44E50xca46DfB704Bjcv3itkvlDSb2bzVrOYgB-mBqT93coTE6VC_iRo9pD-in1u2883Iw6ip21uUfg/w640-h352/ras-al-ghul-full-tv-movie-history-235798.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>As muitas faces de Ra's al Ghul no pequeno e grande ecrã.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Artigos sobre Talia al Ghul, Neal Adams e Dennis O'Neill disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><b><br /></b></div><div><b><br /></b></div><div><b><br /></b></div><div><b><br /></b></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-65321673603751117792022-05-20T19:37:00.002+01:002022-05-24T10:06:18.535+01:00ETERNOS: WILLIAM MOULTON MARSTON (1893-1947)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhetRggaUNZQsMsb2yr0KnwiW_GPYPqZqWjT5MEol9vzZH-V0AXw36kZqHyJisqXGqGyRdRI2ev8LNnk7OQG5vEHPu5Bd3-QGoMmw1BNqofe6VTJHkUSpN-OYXj5-k8TUM357lkgvUd_u2SzxVviOQ2VpgNPpv--sK4N27_3NeZX2lZHeLzQuLFdy1cjw/s800/WMM.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="667" data-original-width="800" height="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhetRggaUNZQsMsb2yr0KnwiW_GPYPqZqWjT5MEol9vzZH-V0AXw36kZqHyJisqXGqGyRdRI2ev8LNnk7OQG5vEHPu5Bd3-QGoMmw1BNqofe6VTJHkUSpN-OYXj5-k8TUM357lkgvUd_u2SzxVviOQ2VpgNPpv--sK4N27_3NeZX2lZHeLzQuLFdy1cjw/w640-h534/WMM.jpg" width="640" /></a></div> <br /><p></p><div style="text-align: justify;"> Guru da Psicologia, genialmente excêntrico, escandalizou meio mundo com as suas teorias de género, taras sexuais e poligamia. Nos<i> comics</i> encontrou a boia de salvação para a sua carreira naufragada, fazendo da Mulher-Maravilha um ícone feminista e uma campeã da Verdade, apesar de ser ele próprio mestre na arte da dissimulação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mais bela do que Afrodite, mais sábia do que Atena, mais veloz do que Hermes e mais forte do que Hércules. Diana de Temiscira, conhecida como Mulher-Maravilha no Mundo do Patriarcado, já nasceu <i>sui generis</i>. A despeito de ser a mais famosa das super-heroínas, a Princesa Amazona destoou sempre das suas congéneres. Na exata medida em que o seu autor foi, também ele, uma figura ímpar no mundo dos quadradinhos norte-americanos.</div><div style="text-align: justify;">William Moulton Marston não era um escritor frustrado nem um aspirante a artista. Era um polímata, um académico reverenciado com extensa e eclética obra publicada. Isto, claro, antes do anátema que lhe foi lançado por conta da sua indecorosa vida pessoal. Muito antes do amor livre propalado pelo movimento <i>hippie</i>, Marston vivia uma relação polígama com três mulheres igualmente brilhantes e excêntricas. Numa época em que as descendentes de Eva eram ainda consideradas cidadãs de segunda, ele foi um dos primeiros homens a abraçar a militância feminista. Marston era, também, um fervoroso adepto da amarração erótica (vulgo <i>bondage</i>), numa variante menos adocicada do que aquela que foi descrita em <i>As Cinquenta Sombras de Grey</i>. E porque a arte imita a vida, a Mulher-Maravilha começou por refletir as facetas mais controversas do seu criador. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6Shz2Vd6Nf8f2tMBY0gIstck02ki72HZkcCd_1JiHQxJ0-44KkGxWRHC8RQbbOXUkes1y8TXRMSwROKCHfVlQ7XA3HFUgXVPbBv2kR-ZsTgX7yylUMLM_FOxLJ9gWUVsvo6-VfuOAqbUcbc5tDcQR1sFI71N2Au0FZfOm2H2rGJs2JtHpTAoUAIvuSQ/s1706/Marston.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1706" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6Shz2Vd6Nf8f2tMBY0gIstck02ki72HZkcCd_1JiHQxJ0-44KkGxWRHC8RQbbOXUkes1y8TXRMSwROKCHfVlQ7XA3HFUgXVPbBv2kR-ZsTgX7yylUMLM_FOxLJ9gWUVsvo6-VfuOAqbUcbc5tDcQR1sFI71N2Au0FZfOm2H2rGJs2JtHpTAoUAIvuSQ/w640-h360/Marston.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Se por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher, <br />por trás da Mulher-Maravilha esteve um homem controverso.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Homem dos mil ofícios e das mil máscaras, habituado a camuflar-se na floresta de lugares-comuns que serve de habitat às pessoas ditas normais, Marston é um enigma ainda não totalmente decifrado. Mas um que vale a pena perscrutar, no pressuposto que a realidade será tão (ou mais) fascinante do que a ficção. Não por acaso, as peripécias biográficas do "pai" da Mulher-Maravilha foram adaptadas ao cinema. Seguem-se as coordenadas para explorar tão complexa personagem.</div><div style="text-align: justify;">William Moulton Marston nasceu a 9 de maio de 1893 em Saugus, pequena cidade industrial do Massachusetts onde, no segundo quartel do século XVII, foram instaladas as primeiras siderúrgicas integradas da América do Norte. Único filho de um casal abastado, cresceu rodeado de privilégio e de mulheres fortes e independentes, com a mãe e as tias solteironas a moldarem-lhe a personalidade. Pouco mais se conhece da sua infância, marcada por uma mui precoce volúpia pelo conhecimento que o acompanharia pelo resto da vida.</div><div style="text-align: justify;">Aos 17 anos, Marston foi admitido na prestigiadíssima Universidade de Harvard, onde começou por estudar Direito. Apesar da sua reconhecida capacidade intelectual, os primeiros tempos na instituição foram pouco auspiciosos. As más notas a algumas disciplinas levaram-no mesmo a ponderar o suicídio, com recurso a uma cápsula de cianeto. Repensou, no entanto, essa sua macabra decisão quando Emmeline Pankhurst, a maior referência do sufragismo britânico, foi proibida de discursar no <i>campus</i>. Indignado com aquele tratamento ultrajante a uma das suas heroínas de infância, Marston encontrou novo propósito de vida na revolução sexual que dava então os primeiros passos. Nesse sentido, dedicou-se aos estudos com redobrado afinco.</div><div style="text-align: justify;">Do namoro inconsequente do jovem Marston com o cianeto, resultaria, em 1942, a criação da Doutora Veneno. Génio da química ao serviço do Eixo, foi ela a primeira supervilã fantasiada das histórias da Mulher-Maravilha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQxdmUXD9CPH-nJBDNlOLZan2wRPn9BzjFkGm8GAO9YWBUHCJ-ec08WLL2H-m0zkxK3JeNudDbawUaRo5_jtvlbowAiPRLQdWieTXb3ou6xQ00-4JM1VWoia6CJ4KxqJnNSGf7BXYY0UTi6akP-oCrPUeXZ1CeXRBn44rX98TcgY-dZGNVfd1UgVPtKw/s300/playback-fm_colorize-photo_8fcebdb8544960e779a622a2668fe587.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="246" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQxdmUXD9CPH-nJBDNlOLZan2wRPn9BzjFkGm8GAO9YWBUHCJ-ec08WLL2H-m0zkxK3JeNudDbawUaRo5_jtvlbowAiPRLQdWieTXb3ou6xQ00-4JM1VWoia6CJ4KxqJnNSGf7BXYY0UTi6akP-oCrPUeXZ1CeXRBn44rX98TcgY-dZGNVfd1UgVPtKw/w328-h400/playback-fm_colorize-photo_8fcebdb8544960e779a622a2668fe587.jpg" width="328" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Marston durante os seus tempos de estudante em Harvard.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 1918, Marston licenciou-se em Direito com Phil Beta Kappa, honraria académica outorgada aos melhores alunos a nível nacional. Três anos mais tarde, animado pelo seu fascínio pela mente humana, averbou ao currículo um doutoramento em Psicologia, área em que alcançaria maior notoriedade. Ironicamente, Marston teve como mentor Hugo Münsterberg, acérrimo opositor da concessão do direito de voto às mulheres. As posições misóginas de Münsterberg serviriam de matéria-prima para a criação, em 1943, de outro inimigo clássico da Princesa Amazona: o Doutor Psycho.</div><div style="text-align: justify;">Foi também durante os seus tempos de estudante em Harvard que Marston conheceu a sua alma gémea. Elizabeth Holloway era aquilo que a gíria da época designava como "amazona": uma mulher culta, rebelde e emancipada. Além do feminismo e das insígnias académicas, o casal de intelectuais progressistas tinha em comum o <i>bondage</i> como fetiche sexual.</div><div style="text-align: justify;">Marston e Elizabeth trocaram alianças em 1915, ano em que colaboraram também no desenvolvimento da segunda invenção mais famosa do criador da Mulher-Maravilha: o polígrafo. Enquanto o casal estudava a tensão arterial para a dissertação de Marston, Elizabeth reparara que esta subia em função do seu grau de excitação ou nervosismo. Do aprofundamento da pesquisa resultou a criação do teste da pressão arterial sistólica, antecessor do moderno detetor de mentiras.</div><div style="text-align: justify;">Alguns historiadores sugerem, todavia, que o mérito da invenção terá pertencido, por inteiro, a Elizabeth Holloway, que terá permitido que o marido a apresentasse como sua. Depois de Harvard lhe ter barrado a entrada apenas por causa do seu género, ela sabia que qualquer descoberta científica apresentada por uma mulher incorreria no desdém dos seus pares masculinos. Conjeturas à parte, certo é que a engenhoca também seria incorporada no imaginário da Mulher-Maravilha, sob a forma de um laço mágico que compele os cativos a falarem verdade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJiPWu0P4s4ygkxuNYYtuuIQQNsBUx8q84XQAuiHhsPneNbpIMbqTEGYQe-ZFr2EbXI9uRxecLjyq0WDdUta0tToZ-CgrYbOCB3CeBwbERXpjmtNyuE1hmGL0CtKU6IMFL3ebgwphG5zLP2vFbfAp6jZxuWz6cDZuogoNviJG1NmLdEq79yUjhuisazg/s750/playback-fm_colorize-photo_e28a770ca0f938ffc6fbe5891b6b7331.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="750" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJiPWu0P4s4ygkxuNYYtuuIQQNsBUx8q84XQAuiHhsPneNbpIMbqTEGYQe-ZFr2EbXI9uRxecLjyq0WDdUta0tToZ-CgrYbOCB3CeBwbERXpjmtNyuE1hmGL0CtKU6IMFL3ebgwphG5zLP2vFbfAp6jZxuWz6cDZuogoNviJG1NmLdEq79yUjhuisazg/w400-h300/playback-fm_colorize-photo_e28a770ca0f938ffc6fbe5891b6b7331.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Marston (dir.) supervisiona um teste do polígrafo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Ao serviço do Exército americano durante a I Guerra Mundial, Marston tentou, sem sucesso, vender o seu teste da pressão arterial sistólica ao Governo. Marston considerava-o um método simples e eficaz para desmascarar espiões, mas o ceticismo das autoridades inviabilizou o negócio. Apesar de frequentemente utilizado em julgamentos e interrogatórios policiais nos EUA, o detetor de mentiras (patenteado, em 1921, por John Larson com base nas descobertas de Marston) continua a ter a sua fiabilidade contestada pela Associação Americana de Psicologia.</div><div style="text-align: justify;">O regresso de Marston à vida civil assinalou também o seu regresso ao meio académico. Em 1922, começou a dar aulas de Psicologia nas universidades de Washington D.C, e de Medford (no seu Massachusetts natal) ao mesmo tempo que escrevia ensaios sobre <i>bondage</i> e livros de autoajuda. </div><div style="text-align: justify;">No auge da luta das mulheres americanas pelo direito ao voto, Marston era <i>habitué</i> nas passeatas organizadas pelas sufragistas. Foi numa delas que conheceu uma recatada, porém obstinada, bibliotecária chamada Marjorie Huntley. Os dois perderam-se de amores um pelo outro, e Marston convenceu a esposa a acolher a amante na residência do casal, onde o trio coabitou maritalmente durante vários anos. Com o tempo, Marjorie passaria no entanto de residente a hóspede ocasional na casa dos Marstons.</div><div style="text-align: justify;">Em 1925, na berlinda por causa das suas teorias relacionadas com as emoções humanas, Marston teve o coração arrebatado por uma das suas mais jovens e promissoras alunas. Olive Byrne tinha <i>pedigree</i> feminista, uma vez que era filha e sobrinha das mulheres - Ethel Byrne e Margaret Sanger - que, uma década antes, tinham feito História ao abrirem a primeira clínica de controlo de natalidade em terras do Tio Sam.</div><div style="text-align: justify;">Dona de um corpo escultural e de uma mente irrequieta, Olive era também uma ninfómana entusiasta das práticas BDSM. Credenciais mais do que suficientes para fazer dela o novo elemento do culto de amor livre secretamente desenvolvido por Marston. Formava-se assim o triângulo amoroso que daria ao mundo a sua maior super-heroína.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLv3pjt-L-tTM2EFyKbOOuZ3-X7lPWKLbVnrBwgdwZuDBoIgQChXg58j7T7uvaAEE0KFHY2GsAxRpNNV2TMHKEGKKsOkhP-lUq3NVi7tXFL1AkA2XFh3thJdmOUy5OCq_6OCP1nx2Kxgl2Gkb3e-UX-dXsZ7MPCau71D9pOSDYvxqUN5iRFs7EalG8UQ/s576/Trio.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="292" data-original-width="576" height="324" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLv3pjt-L-tTM2EFyKbOOuZ3-X7lPWKLbVnrBwgdwZuDBoIgQChXg58j7T7uvaAEE0KFHY2GsAxRpNNV2TMHKEGKKsOkhP-lUq3NVi7tXFL1AkA2XFh3thJdmOUy5OCq_6OCP1nx2Kxgl2Gkb3e-UX-dXsZ7MPCau71D9pOSDYvxqUN5iRFs7EalG8UQ/w640-h324/Trio.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O <i>ménage à trois</i> que deu origem à Mulher-Maravilha.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por menos ortodoxa que fosse a vida familiar de William Moulton Marston, as mulheres pareciam ser, em última análise, as principais beneficiadas. Marston concebeu dois filhos com Elizabeth e outros tantos com Olive. Enquanto esta ficava em casa a cuidar das quatro crianças, Elizabeth e o marido podiam concentrar-se nas suas carreiras académicas. De quando em quando, Olive também dava o seu contributo para o orçamento familiar escrevendo artigos para a <i>Family Circle</i>. Distribuída em mercearias e postos de combustível, era uma revista muito popular entre as donas de casa, que nela encontravam dicas e conselhos para serem verdadeiras fadas do lar. Na maior parte das vezes, os textos de Olive, assinados com o pseudónimo Olive Richard, ensinavam as leitoras a educarem os filhos da forma mais tradicional possível...</div><div style="text-align: justify;">A fim de manterem as aparências, os Marstons, quando questionados sobre Olive, diziam tratar-se de uma cunhada, viúva e desamparada, que eles, num gesto de caridade, haviam contratado como governanta. Apesar de viverem sob o mesmo teto do pai, aos filhos de Olive foi contada a mesma patranha e, por isso, cresceram julgando-se órfãos. Só em adultos ficariam a conhecer a sua verdadeira filiação e a verdadeira natureza da relação dos seus progenitores.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbEsuw-EHXc-1MgmQP7VckHEP6Fx8x39Dq1MGPWbiCpYUdBDMKD44mew__Z5XAYlsEjEkLyZBXETWolawDv_F4GqHlHXnjOjNcmp2-quppxfvApRoDciyLtyGc3czRECM9x0RNdG30yl1bnYw22UuEfTdmjWA4rLKDFcwbPRca7DMuF2xB1jokvnWCEQ/s600/Famelga.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="444" data-original-width="600" height="474" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbEsuw-EHXc-1MgmQP7VckHEP6Fx8x39Dq1MGPWbiCpYUdBDMKD44mew__Z5XAYlsEjEkLyZBXETWolawDv_F4GqHlHXnjOjNcmp2-quppxfvApRoDciyLtyGc3czRECM9x0RNdG30yl1bnYw22UuEfTdmjWA4rLKDFcwbPRca7DMuF2xB1jokvnWCEQ/w640-h474/Famelga.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"> <span style="font-size: x-small;"><b>O clã Marston escondia muitos segredos.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nem mesmo um mestre na arte da dissimulação consegue no entanto enganar toda a gente durante todo o tempo. Quando, por fim, a poligamia de Marston foi exposta, os seus pares passaram a tratá-lo como um leproso, culminando na sua expulsão de todas as universidades onde lecionava. Caído em desgraça, o guru da Psicologia passaria a maior parte da década de 1930 desempregado e sustentado pela esposa.</div><div style="text-align: justify;">A sua derrocada profissional principiara, contudo, alguns anos antes. Em 1923, Marston andara nas bocas do mundo pelos piores motivos. Após a falência da sua empresa de vestuário, fora acusado de fraude comercial. Apesar das acusações terem sido entretanto retiradas, Marston sofreu graves danos reputacionais por conta desse escândalo.</div><div style="text-align: justify;">Outra razão que ajuda a explicar o gradual isolamento de Marston no meio académico foram as suas radicais teorias de género. Ele considerava os homens agressivos por natureza, logo propensos a conflitos. Acreditava, por outro lado, na superioridade das mulheres, descritas como mais honestas e eficientes, ainda que submissas. Numa das raras palestras que proferiu após o naufrágio da sua carreira como psicólogo, Marston defendeu mesmo que o mundo só viveria em paz quando fosse governado pelo sexo feminino. Nos<i> comics</i>, Marston encontraria, inesperadamente, um veículo privilegiado para as suas teses.</div><div style="text-align: justify;">Devido ao seu baixo custo, as histórias aos quadradinhos eram uma das formas de escapismo mais populares durante a Grande Depressão. Com o advento dos super-heróis, nos anos terminais da década de 1930, a indústria entrou em franca expansão. Novos títulos e novos personagens eram lançados em barda por uma pletora de editoras. Não faltava, contudo, quem apontasse o excesso de violência dos justiceiros fantasiados, que preferiam a lei da força à força da Lei. Nos jornais da época, editoriais inflamados comparavam-nos aos fascistas que assolavam o continente europeu. Alguns iam ainda mais longe nos seus impulsos farisaicos, apelidando os super-heróis de desgraça nacional, responsabilizando--os pela corrupção moral da juventude americana.</div><div style="text-align: justify;">Marston, ao invés, reconhecia elevado potencial pedagógico às histórias de super-heróis, e deu conta disso mesmo numa extensa entrevista concedida a Olive Byrne para a <i>Family Circle</i>. Publicado em outubro de 1940, sob o sugestivo título <i>Don't Laugh at the Comics</i> (Não se riam dos comics), o artigo captou a atenção de Maxwell C. Gaines, editor e cofundador da All-American Publications (antepassada da DC). Gaines - que, ao que tudo indica, ignorava o lastro de escândalos e polémicas de Marston - apressou-se a contratá-lo como consultor educativo do seu Conselho Editorial.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinclx3fktptRJIX1L5RGVX9XuCLRICeGqg9qikj35_-TjBlknJFEJbfWLDVDMxymVm2LRDllV2Nhudhh5HjzUP0wuTGr6oiQCQURXBCtf54f18MoR1AoytUR4vIkMBL4c7OnmFGxGiDkcRuWt3aC3dpSWLBghpzoD_RXy1o3I5m_RQnWhMUvNaR_spHw/s2048/ROWS%204-6.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1969" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinclx3fktptRJIX1L5RGVX9XuCLRICeGqg9qikj35_-TjBlknJFEJbfWLDVDMxymVm2LRDllV2Nhudhh5HjzUP0wuTGr6oiQCQURXBCtf54f18MoR1AoytUR4vIkMBL4c7OnmFGxGiDkcRuWt3aC3dpSWLBghpzoD_RXy1o3I5m_RQnWhMUvNaR_spHw/w616-h640/ROWS%204-6.jpg" width="616" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os <i>comics</i> relançaram a carreira de Marston, que lhes dedicou os últimos anos de vida.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Face à predominância masculina e ao culto da violência que caracterizavam a subcultura dos super-heróis, Marston, por sugestão da esposa, propôs a criação de uma heroína que, em vez da força bruta, usasse o amor como arma principal no combate ao Mal. Max Gaines deu o seu aval à ideia, mediante a condição de que fosse o próprio Marston a desenvolvê-la. Desafio que ele, apesar da sua inexperiência, não se fez rogado em aceitar.</div><div style="text-align: justify;">Mais do que uma mera interação feminina do Super-Homem ou do Batman, Marston tinha em mente uma heroína que fosse um modelo para as jovens, inspirando-as a baterem-se pelos seus direitos e a alcançarem sucesso em áreas dominadas pelos homens. Nesse sentido, apetrechou-a com o caráter e a inteligência de Elizabeth Holloway, e a sensualidade e sensibilidade de Olive Byrne. A mulher ideal começava lentamente a tomar forma, mas era preciso transpô-la para o papel.</div><div style="text-align: justify;">Essa tarefa coube a Harry G. Peter, escolhido por Marston por se tratar de um artista veterano famoso pelos seus <i>cartoons</i> pró-sufragistas. Peter preferiu, todavia, usar as voluptuosas <i>pin-ups</i> da <i>Esquire</i> como modelos anatómicos da nova musa de tinta.</div><div style="text-align: justify;">Marston começou por crismar a sua criação de Suprema, the Wonder Woman, mas Max Gaines abreviou-lhe o nome. No jargão da época, "wonder woman" designava uma mulher excecionalmente talentosa, pelo que o título lhe assentava como uma luva.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsW-lM6VIh9Fnvh69aqKQk7f98SO4l3JlGVJL6Mib8v6OJnE5eo74kRNRPPEwadGMcus4Jo6LVwTLluVhoVCTR4kRU_c1RU2OYbmZ8eZhF0-SxfqoHIdzFAoudVy3USNV2OeAO1K_77_sWVW9tC1npPOtK8sljZt0Cvck_1VYDoKTn6F-fuTa1V9g5Ug/s1250/marston_wonderwomansketch.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="865" data-original-width="1250" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsW-lM6VIh9Fnvh69aqKQk7f98SO4l3JlGVJL6Mib8v6OJnE5eo74kRNRPPEwadGMcus4Jo6LVwTLluVhoVCTR4kRU_c1RU2OYbmZ8eZhF0-SxfqoHIdzFAoudVy3USNV2OeAO1K_77_sWVW9tC1npPOtK8sljZt0Cvck_1VYDoKTn6F-fuTa1V9g5Ug/w640-h442/marston_wonderwomansketch.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Esboço inicial da Mulher-Maravilha com anotações manuscritas de Marston.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Coincidindo com o ataque japonês a Pearl Harbor, a Mulher-Maravilha debutou discretamente em dezembro de 1941, na oitava edição de <i>All-Star Comics</i>. A sua origem bebia diretamente na mitologia grega: Diana era a princesa das Amazonas, uma tribo de ferozes guerreiras que viviam insuladas numa utopia feminista chamada Ilha Paraíso. Moldada no barro pela mãe - a Rainha Hipólita - , Diana fora agraciada pelo Olimpo com poderes divinos. Ao atingir a idade adulta, trocara a Ilha Paraíso pelo convulso mundo dos homens.</div><div style="text-align: justify;">Sempre com o laço mágico à ilharga, Diana era também inseparável das suas refulgentes braceletes, inspiradas no mesmo adereço usado por Olive Byrne para simbolizar a sua união sigilosa com William Moulton Marston. Com elas, a Princesa Amazona defletia as balas disparadas pelos soldados nazis e pelos malfeitores que tinha inicialmente como inimigos.</div><div style="text-align: justify;">Apreciada, em idêntica medida, pelo público masculino e feminino (embora o primeiro, para frustração de Marston, continuasse a ser largamente maioritário), a Mulher-Maravilha recebeu a sua própria série periódica apenas seis meses após ter sido apresentada ao mundo. Apesar do sucesso, a Princesa Amazona não escapou às críticas. Por conta da sua vestimenta sumária e das suas poses reveladoras, a Organização Nacional para a Literatura Decente, fundada por bispos católicos, incluiu Wonder Woman no seu índex.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="431" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitvDn89QKi67MXIV0ArMmvWx5_u6CArLu-n7dq3cyFXh8WNEv7rJSAKfYf64Pam9PhWkURfb-DPfYgOJ2aa0Hv_NSUCZDiAgfmEcPYTPkiLVXrJPDMHRSXWfA6hcYjq4o4oCPQiNMB6uj1_Inxk4UHjZypvb3dltm9WjGb_JPRtxX324TQdfoFIkrz_A/w460-h640/ww.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="460" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Mulher-Maravilha passou a estrelar a sua própria revista em junho de 1942.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitvDn89QKi67MXIV0ArMmvWx5_u6CArLu-n7dq3cyFXh8WNEv7rJSAKfYf64Pam9PhWkURfb-DPfYgOJ2aa0Hv_NSUCZDiAgfmEcPYTPkiLVXrJPDMHRSXWfA6hcYjq4o4oCPQiNMB6uj1_Inxk4UHjZypvb3dltm9WjGb_JPRtxX324TQdfoFIkrz_A/s600/ww.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b></b></a></div><div style="text-align: justify;">.Foram, contudo, as recorrentes cenas de <i>bondage</i> a suscitar as críticas mais acerbas. Nas erotizadas histórias escritas por Marston sob o pseudónimo Charles Moulton, a Mulher-Maravilha passava boa parte do tempo amarrada, acorrentada e/ou amordaçada. As correntes constituíam, com efeito, um elemento simbólico fundamental no imaginário da heroína, representando a sua principal fraqueza. Assim como o Super-Homem era vulnerável à kryptonita, a Mulher-Maravilha ficava enfraquecida quando um homem a manietava. </div><div style="text-align: justify;">Ao coro de críticas, Marston - que, entretanto, assumira a "paternidade" da Mulher-Maravilha - respondeu dizendo que as correntes eram uma alegoria para a emancipação feminina. Marston crescera a admirar as sufragistas, que tinham por hábito acorrentar-se a vedações como forma de protesto contra a sonegação de direitos.</div><div style="text-align: justify;">Metaforicamente, a criação da Mulher-Maravilha foi também a reação da alma feminina, mesmo tendo um homem como porta-voz, contra a tirania do patriarcado que há muito havia lançado às mulheres as algemas da escravidão. Era, pelo menos, essa a interpretação de Marston e das suas companheiras que o assessoravam na produção das histórias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="434" data-original-width="945" height="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrQksogJL9e3hoSRC3XQVDvIIjB_MZCjwh0T4-UNT3sb13283PG-g-EO39NhWiXwiMsguQzUvT2T39-K9dub5_o6x99BFm9OJukwLPNtwnN9dImzNnvmuI5gkt_WlsJftE1xl5KFmghGa5FLBVV8eeNvoKrkZBVUceKcxbQHz5Zpd1drERJpIVnnLvIg/w640-h294/sensationcomics12.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Mulher-Maravilha perdia os seus poderes quando manietada por homens.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Imune a todas as polémicas que a circundavam, a Mulher-Maravilha depressa consolidou o contraditório estatuto de ícone feminista e símbolo sexual. No campeonato da popularidade, perdia apenas para Batman e Super-Homem, ofuscando todas as imitações entretanto lançadas pela concorrência. No entanto, Marston não viveria muito mais tempo para acompanhar a fulgurante trajetória da sua criação.</div><div style="text-align: justify;">William Moulton Marston morreu de cancro da pele em maio de 1947, uma semana antes de completar 54 anos. Previdente, assinara um lucrativo contrato com a DC, obrigada a publicar um mínimo de quatro edições anuais da Mulher-Maravilha, sob pena de perder os respetivos direitos. Em resultado dessa salvaguarda jurídica, Marston foi um dos raros autores da Idade de Ouro a enriquecerem com a sua criação. Dessa forma garantiu também a segurança financeira dos membros sobreviventes da sua família, designadamente das suas duas "esposas", que continuaram a viver juntas após a sua partida do mundo terreno.</div><div style="text-align: justify;">Embora muitos continuem a considerar Marston um pervertido que, a pretexto do feminismo, promoveu os seus fetiches sexuais, foi ele o criador da maior super-heroína de todos os tempos. Cuja força, coragem e compaixão continuam a inspirar pessoas em todo o mundo. Como bem comprovou, aliás, a nomeação, em 2016, da Mulher-Maravilha para Embaixadora Honorária da ONU para a igualdade de género. Título que, apesar de ter sido revogado pouco tempo depois, decerto faria com que o seu criador vertesse lágrimas de esplendor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1432" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBDB06Qc1xu95RkSrnfdOMV5XZy9-WtYho32hVTnvKhuP_FGqhIvblZQXNHx5Mj4CUKDfYjv2LOvKIjNLHXZj3y1gbZlgQIVTzovXmd0PkwbDC-fYI3OzRCQozqQp0fph24FFQDCFrTJaUJv028mC234Fi_E5XeYjWt0uvikwS7GFEaDtRKyqerpQyJA/w446-h640/WW.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="446" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sem a Mulher-Maravilha, o nome e obra de Marston<br /> teriam sido engolidos pelas brumas da memória.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBDB06Qc1xu95RkSrnfdOMV5XZy9-WtYho32hVTnvKhuP_FGqhIvblZQXNHx5Mj4CUKDfYjv2LOvKIjNLHXZj3y1gbZlgQIVTzovXmd0PkwbDC-fYI3OzRCQozqQp0fph24FFQDCFrTJaUJv028mC234Fi_E5XeYjWt0uvikwS7GFEaDtRKyqerpQyJA/s1432/WW.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-10962663140723649442022-04-09T17:05:00.004+01:002023-09-06T16:54:28.102+01:00HERÓIS EM AÇÃO: FANTASMA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipciAg46m1CBFJAX3IS84-mPd7ScSXhYbZv2s3E0JiNybjQ9s8lUy6Xvc6di7DAKwzCE1A5BxkV-rFpNS5Qp-AlbEAge4LGs1tzuCZWgAuwANTE_lTNe2xqPlXW2IPvAI8RtgDxVzEMz1emwOXG5q_3D9gX3FEio5MrRiz657_Aw-lursf0W8a3PYyQA/s676/Fantasma%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="526" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipciAg46m1CBFJAX3IS84-mPd7ScSXhYbZv2s3E0JiNybjQ9s8lUy6Xvc6di7DAKwzCE1A5BxkV-rFpNS5Qp-AlbEAge4LGs1tzuCZWgAuwANTE_lTNe2xqPlXW2IPvAI8RtgDxVzEMz1emwOXG5q_3D9gX3FEio5MrRiz657_Aw-lursf0W8a3PYyQA/w498-h640/Fantasma%201.jpg" width="498" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Dizem que tem a força de dez tigres; que marca para sempre os seus inimigos; que não pode morrer nem ser morto. Temida e reverenciada, a lenda do Espírito-Que-Anda nasceu nas misteriosas selvas de Bangalla, cresceu com os séculos e assombra o mundo inteiro. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> The Phantom</div><div style="text-align: justify;"><b>Licenciador:</b> King Features Syndicate</div><div style="text-align: justify;"><b>Criador: </b>Lee Falk</div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia: </b><i>The Singh Brotherhood</i> (tira diária cujo capítulo inicial foi publicado a 17 de fevereiro de 1936)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil:</b> Christopher "Kit" Walker</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie:</b> Humano</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Caverna da Caveira, nas profundezas da Floresta Negra de Bangalla.</div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Christopher Walker (pai, falecido); Maude Thorne McPatrick (mãe, falecida); Diana Palmer (esposa); Kit e Heloise Walker (filhos); Rex King (filho adotivo); todos os anteriores Fantasmas (antepassados).</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação:</b> Guardião da Floresta Negra e comandante-em-chefe da Patrulha da Selva.</div><div style="text-align: justify;"><b>Base operacional:</b> Caverna da Caveira</div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações: </b>Patrulha da Selva</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis:</b> Irmandade Singh</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália: </b>Dizem que tem a força de dez tigres; que tem mil olhos e tudo vê; que vive há mais de 400 anos. Por mais exagerados que sejam os rumores relacionados com os pretensos poderes sobrenaturais do Fantasma, nem por isso ele deixa de ser um oponente temível para quem incorre na sua fúria.</div><div style="text-align: justify;">Todas as encarnações do Espírito-Que-Anda são treinadas desde tenra idade numa ampla variedade de técnicas de sobrevivência e em modalidades olímpicas tão diversificadas como natação, halterofilismo ou salto em comprimento e altura. Em resultado dessa rigorosíssima preparação física, cada Fantasma possui força, velocidade, agilidade e resistência superiores às de um ser humano comum. Complementarmente, todos os Fantasmas recebem treino intensivo no manuseio de diferentes tipos de armamento. Ainda que sejam tradicionalmente exímios espadachins, é nas pistolas que têm as suas armas de eleição. Segundo um velho ditado da selva, o Fantasma atira mais rápido do que os olhos conseguem acompanhar e nunca erra o alvo. Salvo, porém, em situações de legítima defesa, o seu restrito código de ética proíbe-o de empregar força letal. Em vez disso, o Fantasma prefere fazer uso da sua pontaria afinada para desarmar os seus atacantes. </div><div style="text-align: justify;">No cinturão de couro herdado dos seus antepassados, o atual Fantasma carrega um par de pistolas semiautomáticas M1911, calibre .45 e de fabrico americano. Em alternativa, pode recorrer ao punhal que traz escondido nas botas de cano alto. Na maioria das situações, depende no entanto apenas da sua força e astúcia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyKF5MkJqQlO-tJB53zIGWBUzD95N4GfAVfmvXKeAMWxFbGyf0tot98835dmTfpJ7FgiU1KuLDxL1PZ__ltskZOozrL5-OHhjDGdpzOg84MpBnaOmUG6Ma28jSitK5caTVADAtJthyy7PbgPjU4ywZLZwfiZ5xoFQjqYu_2YyvgM3gMoKCsB2E8Emenw/s1280/Sy%20Barry%2023.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="868" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyKF5MkJqQlO-tJB53zIGWBUzD95N4GfAVfmvXKeAMWxFbGyf0tot98835dmTfpJ7FgiU1KuLDxL1PZ__ltskZOozrL5-OHhjDGdpzOg84MpBnaOmUG6Ma28jSitK5caTVADAtJthyy7PbgPjU4ywZLZwfiZ5xoFQjqYu_2YyvgM3gMoKCsB2E8Emenw/w434-h640/Sy%20Barry%2023.jpg" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>"Nunca apontes uma arma ao Fantasma." (Velho ditado da selva)</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar de o Fantasma possuir uma mente arguta, é o seu poderio físico que mais atemoriza os malfeitores. Quando em combate, ele nunca pára, nunca abranda, cada movimento encadeado com o seguinte, numa aterradora erupção de violência. Os seus punhos são demolidores, os seus reflexos felinos, o seu vigor inesgotável.</div><div style="text-align: justify;">Dono de um físico imponente e de uma voz de trovão capaz de gelar o sangue nas veias, o Fantasma, à luz do dia ou na escuridão da noite, é sempre uma presença intimidante. As suas aparições provocam arrepios glaciares mesmo aos mais embrutecidos. Quando ele fala, é sábio ouvi-lo. Quando ele pergunta, é ainda mais sábio responder-lhe sem rodeios.</div><div style="text-align: justify;">Passados de pai para filho, os dois anéis de sinete usados pelo Fantasma desempenham funções díspares e possuem origens tão enigmáticas como o seu usuário. Na mão esquerda, mais próxima do coração, o herói usa um anel com quatro sabres cruzados, a chamada Marca do Bem. É com ela que o Espírito-Que-Anda assinala os povos e territórios sob sua proteção. Reza a lenda que a joia terá sido criada depois de o 6º Fantasma ter fundado a Patrulha da Selva (ver <i>Miscelânea</i>). Na mão direita, a sua preferida para esmurrar, o Fantasma usa um anel com a efígie de uma caveira humana, a infame Marca do Mal. Quem a tem tatuada na pele é seguramente um facínora da pior espécie.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgffXAI7j7liVcPRyIjDKKVRqtyixfRd26jS2RKSfzJQFD1VGGkqoU1a5tUi74FZo1oFRWE2laDCR6ftwBaW0Q4kNEQUstQDpXZX6cAhDggqD2eTxOK9oFCXzSI65EoyLccSo4-o6Qot0KLquiLHsLZqFkP_1mgQXo5tHY2T43KyLF_TdK8EGE4KH3ymw/s812/3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="812" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgffXAI7j7liVcPRyIjDKKVRqtyixfRd26jS2RKSfzJQFD1VGGkqoU1a5tUi74FZo1oFRWE2laDCR6ftwBaW0Q4kNEQUstQDpXZX6cAhDggqD2eTxOK9oFCXzSI65EoyLccSo4-o6Qot0KLquiLHsLZqFkP_1mgQXo5tHY2T43KyLF_TdK8EGE4KH3ymw/w445-h640/3.jpg" width="445" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>As marcas do Fantasma.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na versão original, narrada nas tiras assinadas por Lee Falk, o anel da caveira é feito de ouro e foi uma oferenda de chefes tribais ao primeiro Fantasma em reconhecimento pela paz e justiça que ele trouxera à selva. Outra versão, apresentada nas histórias atuais do herói produzidas na Escandinávia, afirma que a joia terá tido como proprietário original o imperador romano Nero antes de Paracelso, alquimista suíço do século XVI, a ter ofertado ao primeiro Fantasma. Envoltos numa aura de mistério e misticismo, aos anéis são atribuídos poderes sobrenaturais pelos nativos de Bangalla.</div><div style="text-align: justify;">Fundamentais para a missão predestinada de cada Fantasma são também os ensinamentos dos seus ancestrais, compilados sob a forma de crónicas arquivadas na biblioteca da Caverna da Caveira. Um imenso repositório de informação e saber acumulados ao longo de séculos, apenas acessível ao mais recente herdeiro da linhagem.</div><div style="text-align: justify;">Na sua eterna cruzada contra o Mal, o atual Fantasma conta com a preciosa ajuda de dois escudeiros quadrúpedes: Diabo, um lobo cinzento frequentemente confundido com um cão, e Herói, um magnífico garanhão branco que lhe serve de montaria. Aos Bandar, agora chefiados por Guran, amigo de infância de Kit Walker, compete zelar pela segurança da família do Espírito-Que-Anda durante as suas ausências.</div><div style="text-align: justify;">Sempre que o perigo ronda a Floresta Negra, tambores frenéticos convocam o Espírito-Que-Anda. Porque a lei na selva é a lei do Fantasma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnuLKK_QhPwhEGfRfFDUVtVqULduQ2yo2grp1biwUbl4S5WUJw7jAx3iwGQUll2YQrhYDX_rizx1kS-rJ0_YU6vOHF1epTgC882dk4GPaKCP9_Jo_WAUf3i7ZStUOv80A2cR1QPhXb-8tDJlt0wXwVhelL4uXaN22ZHa4pkkZPEvDun3fKjPNTsnVMMw/s807/Hero.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="807" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnuLKK_QhPwhEGfRfFDUVtVqULduQ2yo2grp1biwUbl4S5WUJw7jAx3iwGQUll2YQrhYDX_rizx1kS-rJ0_YU6vOHF1epTgC882dk4GPaKCP9_Jo_WAUf3i7ZStUOv80A2cR1QPhXb-8tDJlt0wXwVhelL4uXaN22ZHa4pkkZPEvDun3fKjPNTsnVMMw/w448-h640/Hero.jpg" width="448" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Fantasma e as suas mascotes em patrulha na selva.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas: </b>À semelhança de qualquer outra figura mítica, é na superstição que o Fantasma tem a verdadeira fonte do seu poder. A sua temível reputação assenta, em primeiro lugar, na crença enraizada de que ele é um espírito imortal. Se o soubessem humano, os seus inimigos passariam decerto a temê-lo menos. </div><div style="text-align: justify;">Para preservar a lenda que o rodeia, o Fantasma desafia constantemente a morte executando ações tão temerárias quanto perigosas. Saltar de penhascos, lutar com tigres ou nadar com tubarões são alguns exemplos. Tratando-se de um homem de carne e osso, essas situações podem facilmente ter um desfecho trágico. Ademais, como sucede em qualquer linhagem, existe o risco real de o Fantasma perecer antes de assegurar descendência, comprometendo irremediavelmente o futuro daquela que é uma das mais longevas dinastias da História.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgENQQWnCdLi3ZLdp3grEhT1GGyJDzISDZXWyHdaxzTqolBMwvLUrTPqFUj4wFHfPI38svhfJ3J-UEElyB7eMgvy7Sut_Ebve1GuECYsOsSZltpXlHm-xKvi_4tGY7sPj-0vI4-OTF9n8C47N1SvjRd2k_IgNgepkEdcoGlAIkDvPOPePxDHBb8kbLnHA/s1595/5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1595" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgENQQWnCdLi3ZLdp3grEhT1GGyJDzISDZXWyHdaxzTqolBMwvLUrTPqFUj4wFHfPI38svhfJ3J-UEElyB7eMgvy7Sut_Ebve1GuECYsOsSZltpXlHm-xKvi_4tGY7sPj-0vI4-OTF9n8C47N1SvjRd2k_IgNgepkEdcoGlAIkDvPOPePxDHBb8kbLnHA/w402-h640/5.jpg" width="402" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Fantasma já enfrentou tigres de mãos desnudas.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Ícone global</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Quase tão antiga como a dúvida acerca do ovo e da galinha é a discussão sobre quem foi, afinal, o primeiro super-herói. A generalidade dos historiadores atribui esse estatuto ao Super-Homem que, como é consabido, foi apresentado ao mundo em junho de 1938, no número inaugural de <i>Action Comics</i>. É facto inconteste que Kal-El foi o primeiro justiceiro fantasiado com poderes semidivinos. Mas não foi ele que prenunciou um figurino que se tornaria moda nos anos imediatos. Essa honra reverte para outra personagem que marcou de forma indelével a cultura popular: o Fantasma.</div><div style="text-align: justify;">Dois anos antes de o Homem de Aço colocar a sua capa de campeão dos fracos e oprimidos, já o Fantasma usava um uniforme justo e uma mascarilha para servir justiça nas exóticas selvas de Bangalla. Foi também ele o primeiro herói dos quadradinhos a ter um <i>alter ego</i>, um símbolo estilizado e um esconderijo secreto. Apesar da ausência de superpoderes, não há como negar que o Fantasma introduziu vários elementos definidores do conceito de super-herói. A grande diferença é que ele não teve origem nos <i>comics</i>.</div><div style="text-align: justify;">Desde o final do século XIX que as tiras de quadradinhos marcavam presença nos jornais norte-americanos. Com a criação dos <i>syndicates</i> - agências de produção e distribuição desse tipo de material - , elas popularizaram-se ainda mais, sendo apreciadas, em igual medida, por miúdos e graúdos. No início dos anos 30, esse apetecível mercado era dominado pela rivalidade entre a King Features Syndicate e a John F. Dille Company.</div><div style="text-align: justify;">Na esteira do notável sucesso da tira <i>Mandrake, the Magician</i> - desenvolvida um par de anos antes por Lee Falk - , em 1936 a King Features Syndicate pediu ao autor que criasse uma segunda personagem para ser publicada naquele formato. Fascinado desde os seus tempos de meninice por mitos e lendas, bem como por figuras romanescas emanadas da literatura do início do século XX, Falk propôs inicialmente revisitar as aventuras do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Quando a King Features Syndicate rejeitou a ideia, Falk resolveu criar um justiceiro mascarado ao estilo de Zorro, um dos seus ídolos de infância.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7B8u44mz_5sshAvyXtqQ1u6cbhhAbERe00oguVkhX9hL9H8BS1vaQ7vQAF2_4-OGZXU-YOxhM-zqYJPhpChVHYy4XUjvgt3pnwzPtI54UP_aC4H3_Kecj9iODLdUkFHSA4wqQFt3BOqfHojWpE0HDTlXWhnc1IbHyYLrsDAfA3OpeKww5fOWnkgCQDA/s350/LeeFalk192.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="350" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7B8u44mz_5sshAvyXtqQ1u6cbhhAbERe00oguVkhX9hL9H8BS1vaQ7vQAF2_4-OGZXU-YOxhM-zqYJPhpChVHYy4XUjvgt3pnwzPtI54UP_aC4H3_Kecj9iODLdUkFHSA4wqQFt3BOqfHojWpE0HDTlXWhnc1IbHyYLrsDAfA3OpeKww5fOWnkgCQDA/w400-h274/LeeFalk192.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Lee Falk (1911-1999) deu ao mundo dois dos seus maiores heróis.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na conceção do novo herói, Falk incorporou também elementos de Tarzan, Robin Hood e do <i>Livro da</i> <i>Selva</i>, de Rudyard Kipling. Após alguma hesitação relativamente ao nome, decidiu-se simplesmente por The Phantom. Considerando existirem já demasiadas personagens com The Phantom no nome (The Phantom Detective, The Phantom of the Opera, etc.), Falk considerara previamente batizar a sua nova criação de The Grey Ghost (O Fantasma Cinzento).</div><div style="text-align: justify;">Falk começou por idealizar o Fantasma como um vigilante urbano de hábitos noctívagos a que Jimmy Wells, um <i>playboy</i> milionário (soa-vos familiar?), serviria de identidade civil. Enquanto escrevia a sua primeira história - <i>The Singh Brotherhood</i> - Falk teve no entanto uma ideia melhor. De uma penada, transplantou a ação para a selva e estruturou a história do Fantasma como uma saga familiar. Aos olhos das supersticiosas tribos locais, ele era o Espírito-Que-Anda, um ser sobrenatural que não podia morrer nem ser morto. Mas, na verdade, o Fantasma era o 21º representante de uma linhagem de vingadores mascarados, fundada séculos atrás na Floresta Negra de Bangalla. De geografia imprecisa, esta nação imaginária ficava inicialmente localizada na Ásia - algures no golfo de Bengala - sendo posteriormente deslocada para a costa oriental africana.</div><div style="text-align: justify;">Quando, a 17 de janeiro de 1936, fez a sua estreia no <i>New York Journal American</i>, o Fantasma surpreendeu os leitores com o seu visual extravagante, em que sobressaía a máscara sem pupilas visíveis. Uma ideia que Lee Falk retirara dos bustos gregos para lhe conferir uma aparência mais inumana, ignorando que as pupilas eram pintadas mas acabavam por ser apagadas pela erosão do tempo. De todo o modo, essa continua a ser ainda hoje uma das imagens de marca de qualquer super-herói que se preze.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM9hghc6q87KChF7KTvLAW5Rj6p4nSLfQUKWUx_6JbA2I1WziWa13TObjHPAyNdhMuwiP4RLZwHlVpJF39pxMcjLxN_fCPOXI-Va8xI28gqXdY0_f-aw5L146tCaywzAu4-836ViD5945_rzimAjH_96l-mhM8KDQ6H8ezlQ-MBrksGWOxojN8R4KENw/s747/the-phantom-comic-by-lee-falk-2.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="747" data-original-width="655" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM9hghc6q87KChF7KTvLAW5Rj6p4nSLfQUKWUx_6JbA2I1WziWa13TObjHPAyNdhMuwiP4RLZwHlVpJF39pxMcjLxN_fCPOXI-Va8xI28gqXdY0_f-aw5L146tCaywzAu4-836ViD5945_rzimAjH_96l-mhM8KDQ6H8ezlQ-MBrksGWOxojN8R4KENw/w351-h400/the-phantom-comic-by-lee-falk-2.webp" width="351" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A máscara do Fantasma tornou-se icónica.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Superando as melhores expectativas da King Features Syndicate, o sucesso do Fantasma rapidamente extravasaria fronteiras, tornando-se um fenómeno de popularidade à escala planetária. No seu auge, por volta de 1966, as tiras do Fantasma, à época ilustradas por Sy Berry, eram publicadas diariamente em 600 jornais de todo o mundo, atingindo dessa forma uma audiência estimada em mais de 100 milhões de leitores.</div><div style="text-align: justify;">Por razões de ordem diversa - que iam desde preferências cromáticas a (im)possibilidades gráficas - o roxo oficial do uniforme do Fantasma (que o próprio Falk relutou em reconhecer) deu lugar a outras cores em alguns dos países onde o herói granjeou mais admiradores. Se no Brasil e na Itália se privilegiou o vermelho, nas nações escandinavas foi o azul a prevalecer. Já em Portugal, onde aportou em junho de 1940 (quatro anos depois de ter desembarcado em terras de Vera Cruz), o Fantasma trajou tanto de vermelho como de roxo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZbZ29whKRbexTjbEwRoG6Ypu_Uh_rwiLr_PUityZ-Rpwr6kDl87sJ1YjRXBPCYYD6XNLeek3nNJRi6ZahhuI4OWJIj8tmr_fXogGzEWjw33wcPalGkeaGgNOoGYpvDFSwo2G8Vk3p1hJy9dqkZpw9vyyx18RhPoCdOkyUAq8Is_pWTwGLUKzsZ20giw/s640/5999277-mun815.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="417" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZbZ29whKRbexTjbEwRoG6Ypu_Uh_rwiLr_PUityZ-Rpwr6kDl87sJ1YjRXBPCYYD6XNLeek3nNJRi6ZahhuI4OWJIj8tmr_fXogGzEWjw33wcPalGkeaGgNOoGYpvDFSwo2G8Vk3p1hJy9dqkZpw9vyyx18RhPoCdOkyUAq8Is_pWTwGLUKzsZ20giw/w418-h640/5999277-mun815.jpg" width="418" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMkOJdoXnuH9GSoBjcajwU6hwkiiBoCREWnSd5pvd2u4EApHC_pcEZcTUt3xSD-jm3CTgWN6QxzTpsH9hMCEuVQ9egLTBeOteiTPT_q-KSW0yrIJlmPQ0SFApLbLk8ULZGgt5SSbBWaNiv0Bz-n_6TVx0pVExYFNpqlzhneO1PGQuf6qbzDJBKRLAb2Q/s640/5984101-mun768.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="421" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMkOJdoXnuH9GSoBjcajwU6hwkiiBoCREWnSd5pvd2u4EApHC_pcEZcTUt3xSD-jm3CTgWN6QxzTpsH9hMCEuVQ9egLTBeOteiTPT_q-KSW0yrIJlmPQ0SFApLbLk8ULZGgt5SSbBWaNiv0Bz-n_6TVx0pVExYFNpqlzhneO1PGQuf6qbzDJBKRLAb2Q/w422-h640/5984101-mun768.jpg" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em Portugal, o Fantasma já vestiu de roxo e vermelho.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos <i>comics</i>, o longo percurso do Fantasma iniciou-se na década de 40 com a republicação das suas tiras pela David McKay Publications. Histórias inéditas só a partir de 1962, sob a chancela da Gold Key. Depois de passagens fugazes pela Marvel e pela DC nos anos 80, coube, já neste século, à Moonstone e à Dynamite Entertainment reapresentar este herói clássico a uma nova geração de leitores. </div><div style="text-align: justify;">Curiosamente, ontem como hoje, a popularidade do Fantasma continua a ser maior extramuros do que nos EUA. Suécia, Índia e Austrália são alguns dos países onde as suas legiões de fãs deixam os heróis Marvel e DC roídos de inveja. Em todas essas latitudes existe também produção própria de histórias do Espírito-Que-Anda.</div><div style="text-align: justify;">Desde 2018 que o <i>Livro Guiness dos Recordes </i>reconheceu oficialmente o Fantasma como o mais antigo dos super-heróis. Mas nem isso encerrou a discussão, que continua a fazer correr rios de prosa. Alguns historiadores continuam a preferir classificá-lo como uma das chamadas personagens de transição; aquelas que, nos anos 1930, fizeram a ponte entre os heróis da literatura <i>pulp</i> e dos folhetins radiofónicos e os super-heróis da banda desenhada, pavimentando dessa forma o caminho para a Idade de Ouro dos <i>comics</i>.</div><div style="text-align: justify;">O Fantasma poderá até nem ter sido o primeiro super-herói, mas foi o primeiro ícone global com origem nos quadradinhos. Passou com louvor no teste do tempo e continua a fazer jus à sua fama imorredoura.</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="625" data-original-width="900" height="444" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQpsQozU0YHrgeBQ_NqVNnx-Yx72iBH-iPM0GYLNCk0TqKnOTHsYUKbAC8BDrx2L4AjGAJCdASY9Q76PvxEj82K-kDX581VRhBnaDL4DYoY3UZ4J5J1vRx6pdlDAl6fdwX_mrBax9TJcrc769LKUbQ9jcyzOI49LjBMYmgM6UaHsN3JUTuzIiQEBHGg/w640-h444/phantomstripterrybeatty.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>As tiras do Fantasma continuam a ser publicadas em jornais de todo o mundo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Dinastia da Caveira</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Apesar de ser o guardião da Floresta de Bangalla há mais de 400 anos, a fascinante história do Fantasma começou a ser escrita do outro lado do mundo, em terras de Sua Majestade. Rezam as crónicas que Christopher Standish nasceu no ano da graça de 1516, na cidade portuária inglesa de Portsmouth. O seu pai, de quem herdara o nome e a paixão pelo mar, fora grumete na nau <i>Santa Maria</i> que levara Cristóvão Colombo à América.</div><div style="text-align: justify;">Em 1536, com apenas 20 anos de idade, Christopher participou naquela que deveria ter sido a viagem de despedida do seu pai, agora capitão do próprio navio. A maré do destino mudou tragicamente quando, ao largo da costa de Bangalla, foram atacados por piratas da Irmandade Singh.</div><div style="text-align: justify;">Antes de perder a consciência e cair ao mar, Christopher teve um vislumbre do pai a ser assassinado pelo líder dos piratas que lhes haviam também chacinado a tripulação. Enquanto o corpo inerte de Christopher era arrastado pelas ondas, uma violenta explosão afundou as duas embarcações.</div><div style="text-align: justify;">Único sobrevivente daquele brutal ataque em alto-mar, Christopher naufragou numa praia de Bangalla, onde foi encontrado por uma tribo de pigmeus. Os Bandar acolheram-no na sua aldeia e cuidaram dele até ficar restabelecido.</div><div style="text-align: justify;">Dias mais tarde, ao passear pela mesma praia onde naufragara, Christopher deparou-se com um cadáver em decomposição, que reconheceu como o assassino do seu pai. Quando os abutres acabaram de banquetear-se, Christopher jurou sobre o crânio descarnado do pirata devotar a sua vida - e a dos seus descendentes - a combater a ganância, a crueldade e a injustiça em todas as suas formas. O mesmo juramento sagrado prestado por todos aqueles que, no curso dos séculos, assumiram o manto do Fantasma.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAreufXxgHlaWMmM7-HAOS0CKsCmRiDfXCW2tH--DZh-MGQDoqvey3Ub8Io7Lf9GTm-aZnwRI_XQDhI1x0oMnobmGNXW7gxHbZyaR3i6F4g8O6DYPy1DOecoehfBMMuNIWNttEA_WWbzNCZ9GRXny8zHAuJvu_7NEEa0-mzkNzMOXJFKoA8eSJCkvFLg/s1600/ff83f6a90870761294ae44fac8ca1a36.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1168" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAreufXxgHlaWMmM7-HAOS0CKsCmRiDfXCW2tH--DZh-MGQDoqvey3Ub8Io7Lf9GTm-aZnwRI_XQDhI1x0oMnobmGNXW7gxHbZyaR3i6F4g8O6DYPy1DOecoehfBMMuNIWNttEA_WWbzNCZ9GRXny8zHAuJvu_7NEEa0-mzkNzMOXJFKoA8eSJCkvFLg/w468-h640/ff83f6a90870761294ae44fac8ca1a36.jpg" width="468" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A origem do Fantasma recontada numa das suas tiras dominicais coloridas.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando, por fim, aprendeu o dialeto dos Bandar, Christopher descobriu que eles eram há muito escravizados por uma tribo rival, os Wazaka. Os pigmeus que o haviam resgatado eram, afinal, apenas um pequeno grupo que lograra escapar do cativeiro. Christopher ficou também a conhecer uma antiga profecia Bandar sobre um homem vindo do oceano para lhes devolver a liberdade.</div><div style="text-align: justify;">Confiante de que seria ele o salvador profetizado, Christopher dirigiu-se à vila dos Wazaka para exigir a imediata libertação dos Bandar. Em vez disso, acabou amarrado a um altar para ser sacrificado a Uzuki, o deus-demónio adorado pelos Wazaka.</div><div style="text-align: justify;">Novamente resgatado pelos Bandar de uma morte certa, Christopher resolveu tirar proveito da superstição dos selvagens. Após confecionar um traje roxo inspirado no ídolo de Uzuki, regressou à vila dos Wazaka. Estes. crendo estarem na presença do seu deus-demónio, libertaram de pronto os Bandar.</div><div style="text-align: justify;">Em sinal de apreço, os Bandar mostraram a Christopher uma caverna com a macabra forma de uma caveira humana. Fazendo dela a sua nova morada, Christopher continuou a servir justiça na Floresta Negra. Nascia assim a lenda do Fantasma. Reverenciada pelos justos, temida pelos ímpios e que o vento que dispersa os anos carregou para os quatro cantos do mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7AthEWaxebYIymMQnL5uhiAWWd8HyVAFWo3ZrmDlJ0khsipquNsrtRWnFqTsiC_x2dCsa-fTBZATP2BxYb5ziUC7L-V1EDDEvms5nu8Xj147403PwttVPB1i-DLwdoNiN10KgEfzcSvgkeboa_HWFlUbZ9qYtoqOOppIEpgkVF98oSezLWyZP0S6JYw/s914/Caverna.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="914" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7AthEWaxebYIymMQnL5uhiAWWd8HyVAFWo3ZrmDlJ0khsipquNsrtRWnFqTsiC_x2dCsa-fTBZATP2BxYb5ziUC7L-V1EDDEvms5nu8Xj147403PwttVPB1i-DLwdoNiN10KgEfzcSvgkeboa_HWFlUbZ9qYtoqOOppIEpgkVF98oSezLWyZP0S6JYw/w504-h640/Caverna.jpg" width="504" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Caverna da Caveira encerra incontáveis segredos.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando o primeiro Fantasma morreu, o seu filho tomou-lhe o lugar. E o mesmo vem acontecendo desde há séculos, originando o mito da imortalidade do Espírito-Que-Anda. Apenas os Bandar conhecem a verdade por detrás do mito. Mas esse é um segredo que eles levarão para o além-túmulo.</div><div style="text-align: justify;">Tal como os seus antepassados, Kit Walker, o 21º Fantasma, teve a Caverna da Caveira como berço. Diz-se que "fantasma" terá sido a primeira palavra a sair-lhe da boca. Depois de ter sido iniciado pelo pai e pelos Bandar nos segredos da selva, aos 12 anos Kit foi enviado para os EUA. A tradição familiar determina que o próximo representante da dinastia da caveira passe a puberdade no torrão natal da sua mãe. A ideia é incutir-lhe um sentimento de pertença a um mundo muito mais vasto do que a Floresta Negra.</div><div style="text-align: justify;">Após uma difícil adaptação aos costumes da civilização, Kit destacou-se nos estudos e no desporto. As suas extraordinárias aptidões atléticas permitiram-lhe, inclusive, levar de vencida o campeão mundial de boxe em pesos-pesados, durante uma exibição na sua escola. Seguindo as pisadas paternas, foi também na Terra das Oportunidades que Kit conheceu o amor da sua vida: Diana Palmer. Nela, o Fantasma encontrou uma companheira para a vida e por ela vai ao fim do mundo e mais além.</div><div style="text-align: justify;">Recém-saído da faculdade, Kit foi convocado de volta a Bangalla. O seu pai, ferido em combate com a Irmandade Singh, agonizava no leito da morte. Cumprindo um ritual multissecular, Kit sepultou o progenitor na Caverna da Caveira antes de assumir o manto do Fantasma. Anos mais tarde, Kit fez de Diana Palmer a sua esposa e da união do casal nasceram os gémeos Kit e Heloise.</div><div style="text-align: justify;">O Espírito-Que-Anda continua a assombrar a Floresta Negra, sabendo que, um dia, o seu primogénito lhe sucederá. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUJttMtsIY5hFXqyYdyMYno5QMepJ6oQKvMXuPGwCcL_RufsFoU7FROSeqeXfWVSMH4ycBylj0pScoQ84jCyqS8vJ_jL4nnFwqVdExcSOBA6pWijyXCOJf3aZqd8sL_De0CWYR8KyvglPWwBdF-ms5eUT9lL-0PKP6NZFhNuiULvCiCp3Pw2UP05PihA/s847/Phantom%20Death.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="847" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUJttMtsIY5hFXqyYdyMYno5QMepJ6oQKvMXuPGwCcL_RufsFoU7FROSeqeXfWVSMH4ycBylj0pScoQ84jCyqS8vJ_jL4nnFwqVdExcSOBA6pWijyXCOJf3aZqd8sL_De0CWYR8KyvglPWwBdF-ms5eUT9lL-0PKP6NZFhNuiULvCiCp3Pw2UP05PihA/w426-h640/Phantom%20Death.jpg" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sempre que um Fantasma morre, o seu primogénito sucede-lhe.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">*Se Espírito-Que-Anda e O Homem Que Não Pode Morrer são epítetos cunhados pelos habitantes da Floresta Negra que ajudam a perpetuar o mito da imortalidade do Fantasma, a origem de Guardião das Trevas Orientais é mais obscura. O Fantasma foi assim cognominado em alusão a Dakk, uma imensa região inexplorada no coração de Bangalla outrora habitada por tribos ferozes, cujo modo de vida envolvia escravatura, fanatismo religioso e sacrifícios humanos. Não obstante os antepassados do atual Fantasma terem posto fim a esse conjunto de práticas ignominiosas, Dakk continua a ser um paraíso criminal que prospera graças ao terrorismo, narcotráfico e contrabando de armas. Algumas histórias sugerem que os governantes de Dakk serão descendentes de piratas da Irmandade Singh, logo inimigos jurados do Fantasma;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Caçadores furtivos, contrabandistas, ditadores, esclavagistas e, claro, piratas integram a bem nutrida lista de inimigos do Fantasma. Nenhum deles representa, porém, uma ameaça tão temível e imorredoura como a Irmandade Singh. Ativa há séculos, esta implacável confraria de malfeitores está inextricavelmente ligada à origem da lenda do Espírito-Que-Anda e foi responsável pela morte do pai do atual Fantasma. Em virtude de Singh ser um apelido assaz comum na Índia, na década de 70 Lee Falk renomeou o grupo de Irmandade Sengh (por vezes grafada também como "Sanngh" ou "Singgh"), para evitar melindrar os leitores daquele país asiático onde o Fantasma goza de enorme popularidade. Contudo, a nova designação não vingou junto do público americano e a original depressa foi reposta;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3j9NdhFXGK9fzv4zldIYxwgs4-8KECTXtRpZ8P1jEI6nswPkK8sXmw9L7AxYZT55X8h9Vccdx2Ik6ufOD1DtG2GVFg_iGsFXNMCnZiMt6__eK3nvk2kWEeEKaOs3WxYbr3brrHVYqtRrUoHdOU4UvyMTN_hsLMErICItY0nrmUaxgR_L4cArAHsL6Lg/s500/b871ed_b0f27cdda5f9430d9e4ef3b05aab031e_mv2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="500" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3j9NdhFXGK9fzv4zldIYxwgs4-8KECTXtRpZ8P1jEI6nswPkK8sXmw9L7AxYZT55X8h9Vccdx2Ik6ufOD1DtG2GVFg_iGsFXNMCnZiMt6__eK3nvk2kWEeEKaOs3WxYbr3brrHVYqtRrUoHdOU4UvyMTN_hsLMErICItY0nrmUaxgR_L4cArAHsL6Lg/w400-h338/b871ed_b0f27cdda5f9430d9e4ef3b05aab031e_mv2.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dogai Singh, um dos mais desapiedados líderes da Irmandade Singh.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>As tiras do Fantasma desempenharam um pequeno, porém relevante, papel na II Guerra Mundial. Quando as tropas de Hitler ocuparam a Noruega, os jornais locais - numa tentativa dos invasores para desmoralizar a população - foram obrigados a publicar notícias falsas relacionadas com o colapso dos EUA. Os mesmos jornais continuavam no entanto a incluir as historietas do Espírito-Que-Anda, que os noruegueses, ao contrário dos alemães, sabiam tratar-se de uma produção americana que desmentia a propaganda nazi. O Fantasma deu, desse modo, alento ao povo norueguês para continuar a lutar pela liberdade, e o seu nome era uma das senhas mais utilizadas pela Resistência local;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Ainda durante a II Guerra Mundial, as provisões enviadas para os soldados aliados estacionados na Papua Nova Guiné incluíam por vezes revistas de banda desenhada, que eles partilhavam com os indígenas. Foi assim que o Fantasma virou uma espécie de deus pagão naquelas longínquas paragens da Oceania, onde a sua efígie costuma ser pintada em escudos e outros objetos cerimoniais das diferentes tribos. A este fenómeno cultural alguns antropólogos convencionaram chamar "arte pop tribal";</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG4wuuVlTY_iyj4WjCrEjQ0SkwsOXc8p9RK-JskkkdO_Pzx1BxavGnglkctQZhpAt7-8XTTeohW4XK5TMgOW-UVfsO3nn8k0bmyai6lW5nz_ep8zCuLc4fFWtktyVLtdWPudSX9K7aUBilqpuI9hKICLu5cWhXxoPURAjMrg81Ql6WM_hm6-zYtOEL0Q/s600/The-Phantom-Appears-on-War-Shields-of-Papua-New-Guinea_0-l.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="600" height="490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG4wuuVlTY_iyj4WjCrEjQ0SkwsOXc8p9RK-JskkkdO_Pzx1BxavGnglkctQZhpAt7-8XTTeohW4XK5TMgOW-UVfsO3nn8k0bmyai6lW5nz_ep8zCuLc4fFWtktyVLtdWPudSX9K7aUBilqpuI9hKICLu5cWhXxoPURAjMrg81Ql6WM_hm6-zYtOEL0Q/w640-h490/The-Phantom-Appears-on-War-Shields-of-Papua-New-Guinea_0-l.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Exemplos da arte pop tribal da Papua Nova Guiné.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Grande admirador da obra de William Shakespeare, Lee Falk homenageou-o de diferentes formas nas histórias do Fantasma. Numa delas, mostrava como o 3º Fantasma, depois de ter participado como ator na encenação original de<i> Romeu e Julieta</i>, desposara Rosamunda, sobrinha do Bardo de Avon. De igual modo, o juramento solene feito sobre uma caveira é uma referência óbvia a <i>Hamlet</i>; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Depois de um longo noivado de mais de quatro décadas, em 1977 o Fantasma e Diana Palmer deram finalmente o nó. Seguindo uma velha tradição familiar, o casal desfrutou da sua lua de mel em Keela-Wee. Parte do areal dessa praia paradisíaca é composto por ouro puro e uma cabana de jade serve de aposento aos nubentes. Os domínios do Fantasma estendem-se também ao Bosque Sussurrante (onde as árvores murmuram incessantemente o seu nome) e à Ilha do Éden (reserva natural onde animais de diferentes espécies - incluindo um estegossauro - coabitam harmoniosamente); </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Citada pela primeira vez em <i>The Jungle Patrol</i> (tira publicada entre março e maio de 1952), a Patrulha da Selva é uma força paramilitar de aplicação da Lei formada em 1664 pelo 6º Fantasma com a ajuda do ex-pirata Barba Ruiva. Complementarmente ao título do Fantasma, o cargo de comandante-em-chefe da organização vem sendo passado de pai para filho há gerações. No entanto, desde a traição que levou à morte do 14º Fantasma, a identidade do comandante passou a ser secreta. Ninguém sabe que o Comandante Misterioso da Patrulha da Selva é, na verdade, o mais recente descendente do seu fundador. Apesar de sediada em Bangalla, a Patrulha da Selva - à qual a Legião Estrangeira serviu claramente de modelo - , conta nas suas fileiras com recrutas vindos das sete partidas do mundo, e a sua jurisdição abrange os países fronteiriços;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de ser uma linhagem de tradição varonil, há registo de, pelo menos, uma representante do belo sexo na dinastia da caveira. No último quartel do século XIX, Julie Walker, gémea do 17º Fantasma, substituía o irmão sempre que este recuperava de ferimentos ou estava ausente da Floresta Negra. Esta versão feminina do Espírito-Que-Anda foi criada por Lee Falk em 1969 e teve as suas peripécias biográficas revisitadas em várias ocasiões;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizAZ5_z8OelkV9NakD2RSoBg5zbmkLAse2coiQniA7u9nK8RouM3y9Uo5XG1sjHvLNlkt-yzj4AduHK0DNQtL6ggAGNKMj9HGTSyNuyhVaM5X6rcPCXdBGqChNlsMBDpdpt-LAUAEcGOHaoQiARzEJDrTi2muUxGL13NbTIDn70YMdbGFa9qA-bTgvAQ/s908/Girl_Phantom_Flash_by_co4.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="908" data-original-width="684" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizAZ5_z8OelkV9NakD2RSoBg5zbmkLAse2coiQniA7u9nK8RouM3y9Uo5XG1sjHvLNlkt-yzj4AduHK0DNQtL6ggAGNKMj9HGTSyNuyhVaM5X6rcPCXdBGqChNlsMBDpdpt-LAUAEcGOHaoQiARzEJDrTi2muUxGL13NbTIDn70YMdbGFa9qA-bTgvAQ/w301-h400/Girl_Phantom_Flash_by_co4.webp" width="301" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Julie Walker, a única mulher a assumir o manto do Fantasma.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Do ponto de vista político, o Fantasma sempre primou pela ambiguidade. As suas histórias já foram inclusivamente acusadas de reproduzirem o discurso neocolonialista. Afinal, estamos a falar de um homem branco, descendente de britânicos, que dita a sua lei num país africano. Por outro lado, o Espírito-Que-Anda assume-se muitas vezes como acérrimo defensor da autodeterminação dos povos colonizados. Contradições que, aos olhos dos fãs, apenas enfatizam a humanidade do herói, mas que os críticos associam a estereótipos racistas;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na Suécia, onde é praticamente um herói nacional, o Fantasma era, até 2010, a principal atração do Parken Zoo, em Eskilstuna. Nesse parque temático, inaugurado pessoalmente por Lee Falk em 1986, os visitantes podiam, entre outras coisas, explorar os recantos da Caverna da Caveira e interagir com um Espírito-Que-Anda de carne e osso;</div><div style="text-align: justify;">*Entre 1972 e 1975, a Avon Publications lançou uma coleção de 15 livros do Fantasma, quase todos saídos da pena de Lee Falk e traduzidos em várias línguas (incluindo Português). A primeira adaptação literária do herói remonta, porém, a 1944. <i>Son of the</i> <i>Phantom</i> (O Filho do Fantasma) foi publicado com a chancela da Whitman Publishing Company e, apesar de baseado numa história de Lee Falk, este não teve qualquer envolvimento no processo criativo;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Fantasma foi um dos primeiros super-heróis a ser transposto ao grande ecrã. Em 1943, Tom Tyler (que, um par de anos antes, vivera também o Capitão Marvel) encarnou o Espírito-Que-Anda em <i>The</i> <i>Phantom</i>. Esta série em 15 capítulos produzida pela Columbia Pictures foi, até ao momento, a única a mostrar a icónica passagem de testemunho do pai moribundo para o filho. Geodfrey Prescott foi apresentado como <i>alter ego</i> do herói, mas apenas porque, na altura, Kit Walker ainda não fora mencionado nas tiras. A segunda (e última) incursão cinematográfica do Fantasma teve lugar em 1996, ano em que foi lançada uma longa-metragem protagonizada por Billy Zane. Também no pequeno ecrã o Fantasma tem percurso modesto: depois de ter feito a sua estreia em <i>Defenders of the Earth</i> (1986), estrelou uma animação intitulada <i>Phantom 2040</i> (1994) e, em 2009, teve direito a uma minissérie em ação real (novamente intitulada <i>The Phantom</i>) com Ryan Carnes no papel principal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdI-J3YMU52x1ZkXVOSLzL2UGS31YsUvmHPcXFHq1bbfw97vYjk21B-RV60ZUzYJdX7h7oZislmm8A7Sqgg0USBTZNDCLxKSqc-z4CMDLm7M1wj3szY9cFee33JLrkDgs0niGXPfSZ9bu7HQiAy-TRsRJbRyraww1dOdoC3WlyEdcaKlfcUGgvQVC6RA/s495/playback-fm_colorize-photo_da74896dc026261c8242b78e24fa3945.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="495" data-original-width="401" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdI-J3YMU52x1ZkXVOSLzL2UGS31YsUvmHPcXFHq1bbfw97vYjk21B-RV60ZUzYJdX7h7oZislmm8A7Sqgg0USBTZNDCLxKSqc-z4CMDLm7M1wj3szY9cFee33JLrkDgs0niGXPfSZ9bu7HQiAy-TRsRJbRyraww1dOdoC3WlyEdcaKlfcUGgvQVC6RA/w518-h640/playback-fm_colorize-photo_da74896dc026261c8242b78e24fa3945.jpg" width="518" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Tom Tyler, o primeiro ator a encarnar o Fantasma.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">*Artigos sobre Lee Falk, Sy Barry e a longa-metragem do Fantasma disponíveis para leitura complementar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-321918595734468232022-02-25T17:51:00.003+00:002022-02-26T11:00:38.905+00:00CLÁSSICOS DA 9ª ARTE: «A MORTE DO SUPER-HOMEM»<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimaIv7bcsN8phY3-v2HxINt1cip-5Ho_QnGNpTqC-rbEDrEd5ZdQH9VlY6lH7EG68oDA5X71g_mavzzEUMXkvI1py6peukqHfRovt7j0KfHTF5ls0YRA9lISXt-tMQoF4FSv04r0t-mByWZHBWt4ZctISW15Swxg14-kAEkKgJ9KRn8W9EVjTydnMgPw=s900" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="687" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimaIv7bcsN8phY3-v2HxINt1cip-5Ho_QnGNpTqC-rbEDrEd5ZdQH9VlY6lH7EG68oDA5X71g_mavzzEUMXkvI1py6peukqHfRovt7j0KfHTF5ls0YRA9lISXt-tMQoF4FSv04r0t-mByWZHBWt4ZctISW15Swxg14-kAEkKgJ9KRn8W9EVjTydnMgPw=w488-h640" width="488" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> Numa batalha épica ante um inimigo indestrutível, o Homem de Aço, confrontado com a sua finitude, lutou até ao último suspiro para salvar a Cidade do Amanhã e a indústria dos <i>comics</i>. À fria luz do crepúsculo da esperança, o mundo chorou a queda do seu maior herói e nada voltaria a ser como antes.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original:</b> <i>The Death of Superman</i></div><div style="text-align: justify;"><b>Editora: </b>DC</div><div style="text-align: justify;"><b>País:</b> Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Data de lançamento: </b>Dezembro de 1992</div><div style="text-align: justify;"><b>Títulos abrangidos: </b><i>Action Comics </i>#684; <i>Adventures of Superman </i>#497; <i>Justice League America </i>#69; Superman Vol.2 #74-75; <i>Superman: Man of Steel </i>#18-19</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento: </b>Dan Jurgens, Louise Simonson, Roger Stern e Jerry Ordway</div><div style="text-align: justify;"><b>Arte:</b> Dan Jurgens, Jon Bogdanove, Jerry Ordway, Jackson Guice e Tom Grummett</div><div style="text-align: justify;"><b>Protagonistas:</b> Super-Homem, Apocalypse, Liga da Justiça América (Máxima, Bloodwynd, Fogo, Gelo, Besouro Azul, Gladiador Dourado, Guy Gardner) e Lois Lane</div><div style="text-align: justify;"><b>Cenários:</b> Ohio, Metrópolis e vários estados do Centro-Oeste americano</div><div style="text-align: justify;"><b>Edições em português: </b>Com direito a uma providencial nota explicativa acerca de personagens e eventos ainda desconhecidos do público lusófono, em novembro de 1993, antecipando em quase um ano a sua cronologia do Último Filho de Krypton, a Abril brasileira lançou a primeira versão traduzida de <i>A Morte do Super-Homem</i>. Uma requintada antologia com papel de qualidade superior e capa em alto relevo e efeito metalizado. Além da saga completa, o kit de colecionador incluía ainda vários brindes: um fac-simile em formato americano do histórico <i>Superman</i> #75; um exemplar da revista <i>Newstime</i> com artigos e depoimentos relacionados com a queda do campeão de Metrópolis e um poster desenhado por Dan Jurgens retratando as exéquias do herói.</div><div style="text-align: justify;">Coincidindo com o relançamento desse material (já sem os brindes) na outra margem do Atlântico, no verão de 1995, a Abril/Controljornal presenteou os leitores lusitanos com a primeira - e, até à data, única - versão da saga em português europeu.</div><div style="text-align: justify;">Desde a viragem do século, <i>A Morte do Super-Homem</i> (entretanto renomeada <i>A Morte do Superman</i>) foi várias vezes republicada no Brasil, em diferentes formatos e sob a chancela alternada da Panini e da Eaglemoss. Remontando a 2016 a última revisitação deste clássico da 9ª Arte em terras de Vera Cruz.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhKJccLPZTDOPrvmnuutL6Hs6BINdLr2Ail_igFjlSOWMsOZ1forJvDR0sViH63en3zaHZZ7H4aDSvIErDc5WbCqd7bq1FtsVtRE3UgafQrpcKfr4JpUwYGjkfrzpCDyOHe6tghr2k3JD2Gc6aBjqOnJ2plm9PUZYEU_Xktks-O3yr5l2OF4iUHGUPRXA=s649" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="649" data-original-width="456" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhKJccLPZTDOPrvmnuutL6Hs6BINdLr2Ail_igFjlSOWMsOZ1forJvDR0sViH63en3zaHZZ7H4aDSvIErDc5WbCqd7bq1FtsVtRE3UgafQrpcKfr4JpUwYGjkfrzpCDyOHe6tghr2k3JD2Gc6aBjqOnJ2plm9PUZYEU_Xktks-O3yr5l2OF4iUHGUPRXA=w450-h640" width="450" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Abril divulgou amplamente a saga nas suas publicações.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Até que a morte nos separe</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Os ventos de mudança que, no início da década de 90, sopravam na indústria dos quadradinhos americanos foram uma aragem de mau agoiro para o Homem de Aço. Ao acentuado decréscimo das vendas somava-se a sua impopularidade junto da nova safra de leitores, mais inclinados para os anti-heróis violentos e para as <i>bad girls </i>de anatomia impossível que editoras como a Image Comics lançavam em barda. Aos olhos da chamada Geração MTV, o Super-Homem era uma personagem chata e ultrapassada.</div><div style="text-align: justify;">Esse fastio em relação ao primeiro dos super-heróis modernos não era, porém, exclusivo dos mais jovens. Desde a partida de John Byrne, em 1988, eram cada vez menos os fãs da velha guarda a interessarem-se pelas histórias do Super-Homem. Por aqueles dias, o grande desafio consistia em restaurar o apelo da personagem sem a descaracterizar.</div><div style="text-align: justify;">Às quatro revistas mensais do Homem de Aço - <i>Action Comics</i>, <i>Adventures of Superman</i>, <i>Superman</i> e <i>Superman: Man of Steel</i> - correspondiam outras tantas equipas criativas, totalizando mais de uma vintena de profissionais. Apesar da competente coordenação levada a cabo por Mike Carlin, editor da linha de publicações do Super-Homem, manter a consistência da continuidade afigurava-se tarefa complicada. A solução encontrada passou pela organização periódica de cimeiras para definir um plano anual de histórias interligadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgAZYtBC50_Y7awyXKTLs2guszJq0GHjXCzhKi8A9DrvdgOPsCzMNOxoEGIMTh_t0S9bICRE-TnkjgY6LUQI0_zEZwjT60sh7-W3N8lI4AVe8CgQTkBsDCYfW_Xug6sb6pxMp0x2KzC0zRnIzYhSystBmQ_T7oP8Xl_wUIFpVySlzmMiJNuOvagdawMfQ=s887" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="887" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgAZYtBC50_Y7awyXKTLs2guszJq0GHjXCzhKi8A9DrvdgOPsCzMNOxoEGIMTh_t0S9bICRE-TnkjgY6LUQI0_zEZwjT60sh7-W3N8lI4AVe8CgQTkBsDCYfW_Xug6sb6pxMp0x2KzC0zRnIzYhSystBmQ_T7oP8Xl_wUIFpVySlzmMiJNuOvagdawMfQ=w432-h640" width="432" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Spawn (Image) foi um dos anti-heróis<br />mais populares dos anos 1990.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Ainda que bastas vezes disfuncionais, essas reuniões eram a única forma de obrigar os argumentistas a discutirem ideias entre si. Quando estas escasseavam, Jerry Ordway, à época ilustrador de <i>Adventures of</i> <i>Superman</i>, costumava sugerir, em tom de brincadeira, que se matasse simplesmente o Homem de Aço. Chalaça que, invariavelmente, arrancava risadas aos presentes.</div><div style="text-align: justify;">Ao fim de longos meses a aumentar a tensão romântica entre Clark Kent e Lois Lane - culminando na revelação da identidade secreta do Super-Homem à sua cara-metade - foi consensualizado, numa cimeira, realizada em finais de 1991, que o casamento do casal seria o passo lógico seguinte. Com vista a reforçar o simbolismo do enlace, ficou igualmente estabelecido que este teria lugar em<i> Adventures of</i> <i>Superman</i> #500, com lançamento programado para junho de 1993.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto as equipas criativas metiam mãos à obra, a Warner Bros., empresa-mãe da DC Comics, iniciou o desenvolvimento de uma nova série televisiva do Super-Homem. Numa daquelas coincidências cósmicas que mudam as agulhas do destino, <i>Lois & Clark: The New Adventures of</i> <i>Superman</i> apresentaria o casamento do casal protagonista.</div><div style="text-align: justify;">Embora os eventos da série não se desenrolassem na mesma continuidade dos quadradinhos, a Warner queria que a mitologia do Super-Homem permanecesse consistente em todos os meios de comunicação. Em razão dessa exigência, o casamento de Clark e Lois no universo canónico foi adiado <i>sine die</i> (só em 1996 a união seria consumada).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5_YCbAS_oNVuoGjrgpoukx2W7FIRO86sTcgi9EyE_80KEm-bZnaBigPYAR_mr_iT7slXdUTpGEOZLciDyp_lfFPkq52um2O3uL69lD0RikETkPgPajWxSF5Jxc0QWVrY-XIbN-I91C64ZylccE1vEzufXK0w_4OXMuZJ9_fAoXnxHAETPo0SOWKVU1A=s1440" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5_YCbAS_oNVuoGjrgpoukx2W7FIRO86sTcgi9EyE_80KEm-bZnaBigPYAR_mr_iT7slXdUTpGEOZLciDyp_lfFPkq52um2O3uL69lD0RikETkPgPajWxSF5Jxc0QWVrY-XIbN-I91C64ZylccE1vEzufXK0w_4OXMuZJ9_fAoXnxHAETPo0SOWKVU1A=w426-h640" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A nova série televisiva do Homem de Aço<br /> levou ao adiamento do seu casamento no<i>s comics</i>.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sem tempo para elaborar novo plano editorial, o recurso ao improviso foi inevitável. Numa cimeira convocada de emergência, Jerry Ordway fez a sua piada habitual para desanuviar o ambiente. Mas, para seu espanto, desta vez ninguém se riu.</div><div style="text-align: justify;">Pela primeira vez, a ideia de matar um dos mais amados ícones culturais do século XX não soou absurda. Com o aval da presidente-executiva da DC e o beneplácito do próprio Jerry Siegel, Mike Carlin deu luz verde ao projeto. Jerry Ordway nem queria acreditar no que estava a acontecer.</div><div style="text-align: justify;">Em 2006, no documentário <i>Look, Up in the Sky: The Amazing Story of Superman</i>, Carlin explicou que, ao fim de mais de meio século de publicação ininterrupta, as pessoas davam o Super-Homem por garantido. A intenção de matá-lo era, portanto, mostrar como seria o mundo sem o seu maior herói. Enfatizando, desse modo, a sua importância e significado.</div><div style="text-align: justify;">Por se tratarem de dois marcos históricos no longo percurso editorial do Homem de Aço, o plano inicial - revisto para não defraudar os leitores e capitalizar a saga - estabelecia que o herói fosse morto em <i>Superman</i> #75 (dezembro de 1992) e ressuscitado em<i> Adventures of Superman</i> #500 (junho de 1993). De permeio, haveria um interregno de dois meses na publicação de todos os títulos do Super-Homem, para criar a ilusão de que a sua morte era definitiva. Uma jogada arriscada que, no entanto, obteve o resultado desejado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgCSSJfaeBdGZDzvh32nzR3-shNnzfxboDAJsucR3EIfywyV8qvdFXlKY8iuje_hF_kwo8gndVZBSdzFhzN-xG7iIRT82Poi-U-TQe-WyGrRpTBTkH0CGDnbOYlKj4ZkCovVUgpIXJImTYnuVDKO3MSZfMjhN5t9DTZ5M81tqbNe-7z41C-EtX1lF7ZXQ=s270" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="270" data-original-width="220" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgCSSJfaeBdGZDzvh32nzR3-shNnzfxboDAJsucR3EIfywyV8qvdFXlKY8iuje_hF_kwo8gndVZBSdzFhzN-xG7iIRT82Poi-U-TQe-WyGrRpTBTkH0CGDnbOYlKj4ZkCovVUgpIXJImTYnuVDKO3MSZfMjhN5t9DTZ5M81tqbNe-7z41C-EtX1lF7ZXQ=w326-h400" width="326" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jerry Ordway fez uma piada mortal.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No momento de decidir quem seria o carrasco do Último Filho de Krypton, os argumentistas descartaram os seus inimigos tradicionais, considerados demasiado dependentes da tecnologia e do intelecto. Recorrer à kryptonita era igualmente um cliché a evitar. Assim sendo, concordaram na criação de um novo oponente, capaz de sobrepujar fisicamente o herói. O mito da invencibilidade do Homem de Aço tinha os dias contados.</div><div style="text-align: justify;">Mike Carlin queria que o novo vilão tivesse uma aparência distinta. Nesse sentido, pediu uma proposta visual a cada um dos artistas envolvidos no projeto. A abominação coriácea com excrescências ósseas a rasgarem-lhe a pele (espécie de Hulk com fraturas expostas) imaginada por Dan Jurgens foi o candidato escolhido. Sugestivamente batizado de Doomsday (renomeado Apocalypse no Brasil, para diferenciá-lo do vilão homónimo dos X-Men), o monstro fez a sua primeira aparição em <i>Superman: Man of Steel</i> #17 (novembro de 1992). No final da história dessa edição, um painel mostrava o seu punho a esmurrar repetidamente uma parede.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi8wDPmSSmjt80rHIvFfO8AeP6kP5qptUnGDSd9CINTGDb9cdIyklobNBX7Hz6huRSztSvcYxZ4F8BrhNcrv-XpFQEm4fQnDiyi29o4S-zCMvc7LBc_M9KjG02dq0eB1Jrx51PRScOlxzpYwxr3yEXqyY0tYeh0w78P4IRK_PEBloTqwwyDCEGCcS92sQ=s640" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="489" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi8wDPmSSmjt80rHIvFfO8AeP6kP5qptUnGDSd9CINTGDb9cdIyklobNBX7Hz6huRSztSvcYxZ4F8BrhNcrv-XpFQEm4fQnDiyi29o4S-zCMvc7LBc_M9KjG02dq0eB1Jrx51PRScOlxzpYwxr3yEXqyY0tYeh0w78P4IRK_PEBloTqwwyDCEGCcS92sQ=w490-h640" width="490" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Doomsday foi criado por Dan Jurgens a partir de um monstro<br /> previamente rejeitado por Mike Carlin.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim que surgiram as primeiras notícias acerca dos planos da DC para matar o Super-Homem, a saga atraiu uma atenção mediática sem precedentes. Durante semanas, a morte do Homem de Aço recebeu amplo destaque na imprensa nacional e estrangeira, e foi tema de conversa em <i>talk-shows</i> transmitidos em horário nobre. </div><div style="text-align: justify;">Procurando tirar o maior proveito possível da bolha especulativa dos <i>comics -</i> que, por aqueles dias, atingira o seu auge - além da edição regular de <i>Superman</i> #75 foram lançadas edições de colecionador, e um volume encadernado da saga foi posto à venda a tempo do Natal de 1992. Em resultado dessa estratégia agressiva por parte da DC, muitas pessoas compraram vários exemplares de<i> Superman</i> #75, na expectativa (frustrada) de uma alta valorização da revista.</div><div style="text-align: justify;">Todo o frenesim mediático em torno da morte do Super-Homem, aliado ao fenómeno especulativo, fez da saga o <i>bestseller</i> de 1992 (mais de 6 milhões de cópias vendidas) e garantiu um significativo encaixe financeiro à DC (que, desde a década anterior, rodopiava no ralo da falência). O retumbante sucesso de <i>A Morte do Super-Homem</i> teve ainda o condão de guindar o novato Dan Jurgens ao estrelato.</div><div style="text-align: justify;">Ironicamente, Jurgens e restantes escribas consideraram mais difícil reviver o Homem de Aço do que matá-lo. Mas isso, caro leitor, será assunto para outro artigo...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhBBvKJVqFYsa7HDyNLc9jksM35Wni44ZF1rvCozCLbu77SHex5DQGU2Ur60FDbYwqQmaFx8LlWsxoyFOnV7207V8k0zeyuMxg9IQmgEOCqZ_IlblW_CO1wLu3OkJO4eW700s7juEaUyBY5uUoD--wiXTrixvdgwsFnfKNsgveiQbjDDWBRQ3EMpKT7tg=s868" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="868" data-original-width="630" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhBBvKJVqFYsa7HDyNLc9jksM35Wni44ZF1rvCozCLbu77SHex5DQGU2Ur60FDbYwqQmaFx8LlWsxoyFOnV7207V8k0zeyuMxg9IQmgEOCqZ_IlblW_CO1wLu3OkJO4eW700s7juEaUyBY5uUoD--wiXTrixvdgwsFnfKNsgveiQbjDDWBRQ3EMpKT7tg=w464-h640" width="464" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A morte do Super-Homem teve grande ressonância mediática.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Martírio em Metrópolis</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">No que aparenta ser uma câmara subterrânea, um enorme punho enluvado golpeia violenta e incessantemente uma parede blindada. Uma vez chegada à superfície, a criatura, enfiada num traje de contenção, esmaga um passarinho que lhe pousa na mão e parte o pescoço a um gamo. A morte personificada caminha, livre, sobre a Terra.</div><div style="text-align: justify;">Em Metrópolis, o Super-Homem, com a ajuda de Lois Lane, frustra os planos de vingança dos disformes habitantes do Mundo Subterrâneo. Apenas mais um dia igual a tantos outros na vida do Último Filho de Krypton.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjqpQMNh8_n465-oXWb6-ex3pL2u4MPR_jQwLOdQDsmnqJP36swfxvs_6g8FHK7mKx-TreEwecOGQtScFUa-xq5XaGiXUOdrviYEHIxi9rZf_1Tm-f5ee9bgJ-8fHYsmuZ2IkE0PezC9Tsjj1bEtxqER9a_olHi9Dkw0oSn9Nwn3sbpGHlDFNGAzNusSA=s802" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="631" data-original-width="802" height="504" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjqpQMNh8_n465-oXWb6-ex3pL2u4MPR_jQwLOdQDsmnqJP36swfxvs_6g8FHK7mKx-TreEwecOGQtScFUa-xq5XaGiXUOdrviYEHIxi9rZf_1Tm-f5ee9bgJ-8fHYsmuZ2IkE0PezC9Tsjj1bEtxqER9a_olHi9Dkw0oSn9Nwn3sbpGHlDFNGAzNusSA=w640-h504" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A primeira vítima mortal de Apocalypse.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Após ser informada do alvoroço causado por um monstro no Ohio, a secção americana da Liga da Justiça Internacional acorre ao local. No entanto, o que se prefigurava uma operação rotineira descamba rapidamente num massacre. Com uma mão amarrada atrás das costas, a criatura trucida a equipa em questão de minutos, deixando o Besouro Azul em estado crítico e os restantes membros aturdidos e maltratados.</div><div style="text-align: justify;">Alheio a tudo isto, o Homem de Aço participa no <i>talk-show</i> de Cat Grant. Enquanto se prepara para responder a mais uma pergunta do auditório, o herói é informado da situação no Ohio, abandonando de imediato o programa. Há um novo trabalho para o Super-Homem!</div><div style="text-align: justify;">No Ohio, o Super-Homem depara-se com um autêntico cenário de guerra: explosões, incêndios e dezenas de baixas civis. Ainda mal refeito do ataque que quase lhe custou a vida, o Gladiador Dourado compara o monstro a uma besta do Apocalipse e jura nunca ter visto nada igual. Pouco impressionado, o Homem de Aço propõe-se barrar o caminho à criatura, apenas para ser violentamente pontapeado por ela.</div><div style="text-align: justify;">A Liga da Justiça tenta, então, flanquear Apocalypse. Mas todo o poder de fogo do grupo consegue apenas rasgar o traje de contenção do monstro, revelando a sua aparência hedionda. Liberto de restrições, Apocalypse investe furiosamente sobre os heróis, atropelando-os como se de bonecos se tratassem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgv2QvSF5x0nKe8dcomg-unRSINM-WSVgRQ8IYpXtDuOssCh0dBYc6Cpk752ZcNutSQN_E_8pHWM3DsGULaWayBNFrRCbRxmFuvKEDXNZvROI_05NNQAZmN3_JJudjtthB3h5d4RLFZ_-qedFr_WRJ-EyMwrAuiBvbfXdi6TB7hkmLgWep-6LcJjqOuOQ=s798" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="798" data-original-width="540" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgv2QvSF5x0nKe8dcomg-unRSINM-WSVgRQ8IYpXtDuOssCh0dBYc6Cpk752ZcNutSQN_E_8pHWM3DsGULaWayBNFrRCbRxmFuvKEDXNZvROI_05NNQAZmN3_JJudjtthB3h5d4RLFZ_-qedFr_WRJ-EyMwrAuiBvbfXdi6TB7hkmLgWep-6LcJjqOuOQ=w434-h640" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Mesmo com a ajuda do Super-Homem, a Liga da Justiça<br /> foi incapaz de travar a selvajaria de Apocalypse.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No encalço de Apocalypse, o Super-Homem, após breve hesitação, é obrigado a deixá-lo escapar, para resgatar uma família presa na sua casa em chamas. Em meio à mortandade, o herói distribui sentenças de vida.</div><div style="text-align: justify;">Imparável na sua senda de destruição irracional, Apocalypse semeia terror e morte à sua passagem pelo Centro-Oeste. Nem mesmo dois helicópteros Apache conseguem retardar-lhe o avanço. Os aparelhos são facilmente destruídos pelo monstro.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto o Super-Homem se desdobra em salvamentos, Apocalypse toma inesperadamente a direção de Metrópolis. Na Torre Lex, Luthor (na verdade, um clone ruivo do original) demove a Supergirl (na verdade, uma transmorfa chamada Matriz) de ir em socorro do Homem de Aço. No <i>Daily Planet</i>, Lois Lane convence Jimmy Olsen a acompanhá-la na cobertura jornalística da batalha do século. </div><div style="text-align: justify;">Com a contenda entre os dois titãs a ser transmitida em rede nacional, em Smallville os Kents assistem, de coração pesado, aos desesperados esforços do filho para deter um inimigo aparentemente indestrutível. Resta-lhes apenas rezar para que o pior não aconteça.</div><div style="text-align: justify;">Uma após outra, as linhas defensivas de Metrópolis vão sendo derrubadas como peças de dominó: a Unidade de Crimes Especiais, a Equipa Luthor e até a Supergirl falham em conter o avanço de Apocalypse. Mais uma vez, o destino da Cidade do Amanhã depende apenas da bravura do seu campeão.</div><div style="text-align: justify;">Como dois pugilistas feridos e exaustos, Super-Homem e Apocalypse digladiam-se diante do <i>Daily</i> <i>Planet</i>. As ondas de choque resultantes dos impactos estilhaçam os vidros dos edifícios circundantes. Agindo por puro instinto, o Homem de Aço desfere um golpe fatal no seu oponente, recebendo outro em troca. Ambos tombam, por fim, sob um céu pesaroso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgYacZchLpJPiCiWMS4LHzKEra1w0jUr3LI9eFZ7pouUlmt7FtrxvWrYWju8sG4oTXJyZBR2Y3idRXLht1DN3usS36Y2YVYDhZ0admPgKSWvF5xNEdU4dxWHbSPrBFgb03ncuRG1RxY7FFBb_PloZpwKwK4Psrr-59Nunrb02HlSYSWe0cidkLM3X7I6A=s1982" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1514" data-original-width="1982" height="488" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgYacZchLpJPiCiWMS4LHzKEra1w0jUr3LI9eFZ7pouUlmt7FtrxvWrYWju8sG4oTXJyZBR2Y3idRXLht1DN3usS36Y2YVYDhZ0admPgKSWvF5xNEdU4dxWHbSPrBFgb03ncuRG1RxY7FFBb_PloZpwKwK4Psrr-59Nunrb02HlSYSWe0cidkLM3X7I6A=w640-h488" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O trágico culminar de um confronto titânico.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos braços da sua amada, o salvador de Metrópolis exala o seu derradeiro suspiro. A sua capa esfarrapada, qual bandeira do martírio, drapeja entre os destroços da batalha. Somente os lamentos de Lois Lane rompem o silêncio fúnebre que se abateu sobre as ruas. Incrédulo e impotente, o mundo testemunha o penoso ocaso do seu maior herói. O Super-Homem está morto e nada voltará a ser como antes.</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEikuLcaue6A5PD2EqN4VbYFWS7TlHFkD3gPt_BCX_X3uB-M2bxTi4pmbS_ga5VoZNfK-HeDyEgLrTj1A3o_zDrIc4Z_R9aBEjQjYLHlv4O-AAuZ8dLJzPAOAAp3581s1_mNjuDO_4M2OjGOaXIZaoKF3195CmTen0h16OEEAY03ZC9TXGjl4-GXiSa08Q=s2048" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1065" data-original-width="2048" height="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEikuLcaue6A5PD2EqN4VbYFWS7TlHFkD3gPt_BCX_X3uB-M2bxTi4pmbS_ga5VoZNfK-HeDyEgLrTj1A3o_zDrIc4Z_R9aBEjQjYLHlv4O-AAuZ8dLJzPAOAAp3581s1_mNjuDO_4M2OjGOaXIZaoKF3195CmTen0h16OEEAY03ZC9TXGjl4-GXiSa08Q=w640-h332" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A morte de uma lenda.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Apontamentos</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de ter sido, de longe, a mais impactante, <i>A Morte do Super-Homem</i> não foi a primeira história a glosar o sacrifício supremo do maior dos heróis. Em 1961, Jerry Siegel escrevera <i>The Secret</i> <i>Death of Superman</i>. Dada à estampa em <i>Superman</i> Vol.1 #149, a história, desenhada por Curt Swan, mostrava como o Homem de Aço sucumbia ao envenenamento por kryptonita, numa diabólica maquinação orquestrada por Lex Luthor. Porquanto o herói permanecia morto no final, a solução passou por transformá-la num conto imaginário. Um quarto de século volvido, foi essa a fonte de inspiração de Alan Moore para escrever <i>O Que Aconteceu ao Homem de Aço?</i> (já aqui revisitada);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A ideia de usar um efeito sonoro em crescendo de intensidade à medida que Apocalypse golpeava a parede da sua prisão subterrânea foi retirada de uma história de Thor, da lavra de Walter Simonson ( marido de Louise Simonson). Nela, a onomatopeia "DOOM!" pretendia mostrar o iminente advento de Surtur, o arauto do Ragnarok (equivalente nórdico do Juízo Final);</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjnduJ4y2jOGOXEQH2P0TH2vM7id1xmK_hny41XTQkZ7anCEt9cdocMNhNwE_g-uocF6wduTZ0_iSBI3_AIqC6Qz0lqIepXvNZpmj2zhscoIx7egnRtpztL7Tkgi-oWqtbjbb6X_3DMhltINxeq5sv0ow0aJu2l0TMbhourbGnI1VCb9dC15W_ukZnMeg=s740" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="370" data-original-width="740" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjnduJ4y2jOGOXEQH2P0TH2vM7id1xmK_hny41XTQkZ7anCEt9cdocMNhNwE_g-uocF6wduTZ0_iSBI3_AIqC6Qz0lqIepXvNZpmj2zhscoIx7egnRtpztL7Tkgi-oWqtbjbb6X_3DMhltINxeq5sv0ow0aJu2l0TMbhourbGnI1VCb9dC15W_ukZnMeg=w640-h320" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sons do Apocalipse.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>*</b>As quatro edições que retratam o <i>mano a mano</i> entre Super-Homem e Apocalypse contêm uma contagem regressiva de painéis: <i>Adventures of Superman</i> #19 tem 4 painéis por página; <i>Action Comics</i> #684 três; <i>Superman: The Man of Steel</i> #19 duas e Superman #75 é composta exclusivamente por <i>splash pages</i>. Tratou-se de um artifício visual concebido por Brett Breeding, um dos arte-finalistas da saga, com o intuito de aumentar o suspense e a velocidade da ação;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Depois de, numa entrevista, Mike Carlin ter comparado Apocalypse a um fugitivo de um manicómio cósmico, choveram críticas dos grupos de defesa das pessoas com perturbações mentais. A polémica prolongou-se durante várias semanas, concitando ainda mais atenção mediática para a saga;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Consoante a batalha contra Apocalypse vai aumentando de ferocidade, o uniforme do Super-Homem vai ficando cada vez mais esfarrapado. Nas cenas finais, o herói exibe mesmo o torso desnudo e ensanguentado. À época, a invulnerabilidade do Homem de Aço era atribuída a uma aura invisível que lhe rodeava o corpo. O traje rasgado e os ferimentos indicavam, portanto, que essa sua aura protetora era incapaz de suster os golpes do seu adversário;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na esteira de <i>A Morte do Super-Homem</i>, a Warner Bros. adquiriu os direitos para produzir um filme baseado na saga. Os executivos do estúdio acreditavam ser essa a chave para revitalizar a franquia cinematográfica do Homem de Aço, após o fiasco de <i>Superman IV</i> (1987). Nenhum dos projetos apresentados saiu, no entanto, do fundo da gaveta. Apenas em 2016 o martírio do Super-Homem seria referenciado no cinema, no clímax de <i>Batman versus Superman: Dawn of Justice</i>;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgB8ziNFWYjs3VzHNxi3bCswCAotTGocGoVUQSp2oefJcKwoVFPdM4gap_5wRpzfSri_2lO61r8UyOX0Jg4nWsTALKQqjVwZ3eDpwCmNaViBJXBcEYIZ4tUp15t47C89R6-hejXb-4VApoU2lLyWpscjJg17p9m2eZAwcOeGlZlxSRfYplIOCubjMN9tw=s684" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="684" data-original-width="496" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgB8ziNFWYjs3VzHNxi3bCswCAotTGocGoVUQSp2oefJcKwoVFPdM4gap_5wRpzfSri_2lO61r8UyOX0Jg4nWsTALKQqjVwZ3eDpwCmNaViBJXBcEYIZ4tUp15t47C89R6-hejXb-4VApoU2lLyWpscjJg17p9m2eZAwcOeGlZlxSRfYplIOCubjMN9tw=w464-h640" width="464" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Poster promocional de um dos filmes <br />que pretendia adaptar a morte do Super-Homem ao grande ecrã.<br /></b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Do conjunto de brindes que, nos EUA, acompanhavam a edição especial da saga faziam parte um poster, autocolantes e uma braçadeira preta com o símbolo do herói estampado. Jay Leno usou uma durante o episódio do seu <i>Tonight Show</i> dedicado à morte do Homem de Aço;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b><i>A Morte do Super-Homem</i> ocupa o 9º lugar na lista das 25 melhores histórias do Homem de Aço selecionadas, em 2013, pela plataforma de entretenimento IGN. Em 2020, outro <i>site</i> especializado, CBR, encerrou com ela o seu Top 10 das melhores histórias de sempre do Super-Homem;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Reforçando o seu estatuto de clássico incontornável, <i>A Morte do Super-Homem</i> já foi adaptada a diferentes segmentos culturais. Logo após a conclusão da saga em terras do Tio Sam, Roger Stern assinou o romance <i>The Death and Life of Superman</i>. Em 2007, a Warner Bros. lançou <i>Superman: Doomsday</i>, filme animado cujo sucesso comercial inaugurou a linha DC Universe Animated Original Movies destinada ao circuito vídeo. Uma segunda adaptação animada, mais fiel ao material original, foi lançada em duas partes: <i>Death of Superman</i> (2018) e <i>Reign of the Supermen</i> (2019) incluem muitos dos momentos icónicos omissos em <i>Superman: Doomsday</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjxglZtjqSUYlnZysBpk714q_1T-GFBc4SOW6KtXrBc7YOogDbRbP4s69V8VbtWsqtdlZDFyPMuGXbYM67n45YP5AsyO3c6LOihmnJ_vIIMP3dnpr9Oz1VA7n3Ns8eDdmAiSDxIP5NvUNX0t3ksaYgTqRPO-Z4UFVSVth_ndB_86lviXVWljyXqMeAOhw=s3000" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="2000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjxglZtjqSUYlnZysBpk714q_1T-GFBc4SOW6KtXrBc7YOogDbRbP4s69V8VbtWsqtdlZDFyPMuGXbYM67n45YP5AsyO3c6LOihmnJ_vIIMP3dnpr9Oz1VA7n3Ns8eDdmAiSDxIP5NvUNX0t3ksaYgTqRPO-Z4UFVSVth_ndB_86lviXVWljyXqMeAOhw=w426-h640" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em 2018, a DC lançou nova versão animada de <i>A Morte do Super-Homem</i>.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Vale a pena ler?</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Golpe publicitário ou obra capital da DC? Três décadas volvidas sobre a sua publicação, <i>A Morte do</i> <i>Super-Homem</i> continua a dividir opiniões.</div><div style="text-align: justify;">Analisando a saga e a conjuntura que esteve na base da sua produção, assiste razão a quem sustenta que se tratou, em primeiro lugar, de uma ação de <i>marketing</i>. Alguns especialistas do ramo comparam-na mesmo com a New Coke, a tentativa fracassada, em 1985, da Coca-Cola agitar as águas e aumentar as vendas. Com a diferença que, no caso da DC, ambos os objetivos foram cumpridos.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto manobra económica,<i> A Morte do Super-Homem</i> foi um inegável sucesso. Não só alavancou as vendas dos títulos do Homem de Aço como colocou a indústria dos <i>comics</i> debaixo dos holofotes mediáticos. Em razão disso, também as editoras concorrentes saíram beneficiadas e muitos empregos foram salvaguardados. Mas a saga foi muito mais do que um mero golpe publicitário.</div><div style="text-align: justify;">Do ponto de vista editorial, <i>A Morte do Super-Homem</i> firmou doutrina: nos anos imediatos, Batman ficaria preso a uma cadeira de rodas, o Lanterna Verde passaria para o lado negro da Força (por sinal, uma das ramificações desta saga), a Mulher-Maravilha perderia o título de campeã das Amazonas e até o Homem-Aranha atravessaria uma crise de identidade por causa de um clone.</div><div style="text-align: justify;">Ninguém, em sã consciência, poderia contudo acreditar que a DC estaria disposta a abrir mão do seu principal ativo. Nos meandros da indústria, toda a gente sabia que o Super-Homem seria ressuscitado. A dúvida era quando e como. Claro que houve quem se sentisse defraudado com o regresso do herói, e que essa circunstância abriu uma caixa de Pandora. Com o passar dos anos, as mortes e ressurreições de personagens importantes tornaram-se corriqueiras, gerando um sentimento de indiferença nos fãs.</div><div style="text-align: justify;">Mais do que uma simples personagem de banda desenhada, o Super-Homem é uma instituição cultural com alcance global. Por conseguinte, o seu desaparecimento - mesmo se temporário . basta para fazer de <i>A Morte do Super-Homem</i> um clássico monumental.</div><div style="text-align: justify;">Um dos elementos mais controversos da saga é o próprio verdugo do herói. Visto por muitos como um dispositivo narrativo ambulante, Apocalypse é um monstro irracional surgido do nada. O facto de nada se saber acerca da sua origem (só anos mais tarde seria revelado que ele era, afinal, produto de experiências científicas kryptonianas objetivando a criação da forma de vida suprema) é, inquestionavelmente, uma das principais deficiências do enredo.</div><div style="text-align: justify;">Filosoficamente, porém, Apocalypse é a antítese perfeita do Super-Homem. Ele representa tudo aquilo que o herói abomina: destruição sem sentido e ódio visceral à vida. A brutalidade da criatura é ilustrada na forma como mata tudo o que lhe surge pela frente. Em certa medida, Apocalypse é a representação antropomórfica da Idade das Trevas que, aos poucos, entenebrecia os<i> comics</i>. </div><div style="text-align: justify;">Mesmo transformada na crónica de uma morte anunciada, a história compensa a falta de suspense com a excelente caracterização do protagonista. A cena em que o Homem de Aço desiste de perseguir Apocalypse para salvar uma menina encurralada pelas chamas nada teria de extraordinário se ele não se debatesse momentaneamente com um dilema. Salvar centenas de vidas ou apenas uma? Em circunstâncias normais, o herói não teria hesitado em voltar para trás, mas a magnitude da ameaça representada por Apocalypse obriga-o a arrastar a decisão por longos segundos. E essa é apenas uma das muitas decisões difíceis que ele é chamado a tomar ao longo da saga.</div><div style="text-align: justify;">Com efeito, <i>A Morte do Super-Homem</i> coloca em evidência o caráter e a bondade inata de Kal-El. Esse estranho visitante de outro mundo disposto a lutar até ao último suspiro pela Humanidade - que nem sempre o apreciou devidamente.</div><div style="text-align: justify;">Do mesmo modo que nem todos os fãs apreciaram <i>A Morte do Super-Homem</i>. No entanto, a despeito das suas imperfeições, a saga foi um momento definidor na história do Homem de Aço e, em sentido mais lato, na história dos <i>comics</i>. Não foi a morte que muitos gostariam de ter lido, mas nada conseguirá apagar essa dolorosa memória do imaginário coletivo.</div><div style="text-align: justify;">Mais que não seja, pelo fortíssimo impacto cultural e económico que teve em toda uma geração de leitores e criadores,<i> A Morte do Super-Homem</i> merece ser celebrada como obra capital, não apenas da Editora das Lendas, mas de toda a 9ª Arte.</div><div style="text-align: justify;"> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg2vu7awpkaywauFpGUsD__hRmIDLRZ9BP8aE5IsuoOyB8crjGPgwbeRlWEzXc58kLtBF7Tp9sO3zMK5SgBshGuigAnACfBjZduWnZPJY7iosKK6HLEyKfnqx6DBoFn9ISYPsmAOmOc8J9Mli7y_dcpBRppF2-9_bIe5r0ZqNNzRodyVtSLmzIdEspHBw=s1500" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1252" data-original-width="1500" height="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg2vu7awpkaywauFpGUsD__hRmIDLRZ9BP8aE5IsuoOyB8crjGPgwbeRlWEzXc58kLtBF7Tp9sO3zMK5SgBshGuigAnACfBjZduWnZPJY7iosKK6HLEyKfnqx6DBoFn9ISYPsmAOmOc8J9Mli7y_dcpBRppF2-9_bIe5r0ZqNNzRodyVtSLmzIdEspHBw=w640-h534" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Há 30 anos, a morte do Super-Homem abalou a indústria dos <i>comics</i> e o mundo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div><b><span style="font-size: x-small;">*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div><b><span style="font-size: x-small;">*Artigos sobre Super-Homem e Dan Jurgens disponíveis para leitura complementar.</span></b></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-54983836292974456242022-01-27T17:06:00.004+00:002022-02-05T10:50:22.090+00:00RETROSPETIVA: «SUPERMAN»<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj2pJVD8A223EgxVDW4QbEVSwY6ng7401iBu4jVoD8Z7Sf9kH6AoWVgyQ9wx9PYwrvaE8rymTNnoSM7_VzklQoUeKSqpZClYFiUFrBfeyJdKkl1CGz9zrunHzOi7wasvHnw-6LVGOM6iMOJKCZ35W1Oqo-isuJeHS9XFuEGmOV25Y0TOoZVYAqV5ib2Hw=s1600" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1218" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj2pJVD8A223EgxVDW4QbEVSwY6ng7401iBu4jVoD8Z7Sf9kH6AoWVgyQ9wx9PYwrvaE8rymTNnoSM7_VzklQoUeKSqpZClYFiUFrBfeyJdKkl1CGz9zrunHzOi7wasvHnw-6LVGOM6iMOJKCZ35W1Oqo-isuJeHS9XFuEGmOV25Y0TOoZVYAqV5ib2Hw=w488-h640" width="488" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Qual messias das estrelas moldado pelos ensinamentos paternos, o Último Filho de Krypton foi enviado à Terra para guiar a Humanidade pelos caminhos da Verdade e da Justiça. Mas o Mal amparado pela escuridão tudo fará para extinguir a nova aurora de esperança. Haverá salvação sem o sacrifício do salvador?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original:</b> <i>Superman </i>(estilizado <i>Superman: The Movie,</i> para efeitos promocionais)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ano:</b> 1978</div><div style="text-align: justify;"><b>País: </b>EUA / Reino Unido</div><div style="text-align: justify;"><b>Duração: </b>143 minutos (versão clássica)</div><div style="text-align: justify;"><b>Género: </b>Drama/ Ação / Fantasia / Super-heróis </div><div style="text-align: justify;"><b>Produção: </b>Pierre Spengler, Dovemead, Ltd. e Internacional Film Production</div><div style="text-align: justify;"><b>Realização: </b> Richard Donner</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento: </b>Mario Puzo, David Newman, Leslie Newman e Robert Benton</div><div style="text-align: justify;"><b>Distribuição: </b>Warner Bros. (EUA) e Columbia-Emi (Reino Unido)</div><div style="text-align: justify;"><b>Elenco:</b> Christopher Reeve (Kal-El / Clark Kent / Super-Homem); Gene Hackman (Lex Luthor); Margot Kidder (Lois Lane); Marlon Brando (Jor-El); Susannah York (Lara); Glenn Ford (Jonathan Kent); Phyllis Thaxter (Martha Kent); Jackie Cooper (Perry White), Marc McClure (Jimmy Olsen); Ned Beatty (Otis); Valerie Perrine (Eve Teschmacher); Terence Stamp (General Zod); Sarah Douglas (Ursa); Jack O'Halloran (Non) </div><div style="text-align: justify;"><b>Orçamento estimado:</b> 55 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b>Receitas globais: </b>300,4 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Anatomia de um épico </b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Embora a Warner Bros., por meio de uma série de fusões corporativas, tivesse adquirido a DC Comics em 1969, era praticamente nulo o interesse do estúdio em explorar o principal ativo da sua nova subsidiária. O projeto para uma longa-metragem baseada no Super-Homem começou a ganhar forma no final de 1974. Ano em que os produtores Ilya e Alexander Salkind, num empreendimento conjunto com o seu parceiro de longa data Pierre Spengler, garantiram os direitos da personagem. O negócio só foi no entanto possível mediante a total assunção dos custos de produção por parte dos Salkind. Uma jogada de altíssimo risco, para mais considerando a sua intenção de rodar uma sequela em simultâneo. Em caso de fracasso, o prejuízo seria duplicado.</div><div style="text-align: justify;">Contactado por Ilya ao arrepio do pai, Alfred Bester, conceituado escritor de ficção científica, foi a primeira escolha para argumentista. Alexander preferia contudo um nome mais sonante para credibilizar a produção. Nesse sentido, contratou ninguém menos do que Mario Puzo, autor da saga <i>O Padrinho</i>. Os 600 mil dólares pagos pelos serviços plumitivos de Puzo foram o primeiro investimento avultado daquela que seria a mãe de todas as megaproduções hollywoodescas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYn0o2JeujbCoQ4Xw7QmWxu7CKL4RN8SipVl7WAra0T9cuWKocJaCSoGhayeqFt1ODeRRpPErZrKsISCKJ72FH5d0bSk_7ksxXT2gak3C9Wcl9ZA4ERFSbZMWZ0--TYWTMv0sZddJbjkLPar3V7JrIrd4VxdHfvS2-Hkq67BKsGEgojYGZYblFweWV-A=s308" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="214" data-original-width="308" height="445" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiYn0o2JeujbCoQ4Xw7QmWxu7CKL4RN8SipVl7WAra0T9cuWKocJaCSoGhayeqFt1ODeRRpPErZrKsISCKJ72FH5d0bSk_7ksxXT2gak3C9Wcl9ZA4ERFSbZMWZ0--TYWTMv0sZddJbjkLPar3V7JrIrd4VxdHfvS2-Hkq67BKsGEgojYGZYblFweWV-A=w640-h445" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b> Ilya e Alexander Salkind apostaram<br /> todas as fichas no Homem de Aço. </b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Paralelamente, decorriam negociações com um naipe de cineastas consagrados. George Lucas, Steven Spielberg, Richard Lester (que dirigiria <i>Superman II </i>e <i>Superman III</i>) e Francis Ford Coppola foram alguns dos mestres da 7ª Arte abordados. Depois de <i>Tubarão</i> ter abocanhado as bilheteiras, a escolha acabou por incidir sobre Spielberg. Porém, o seu compromisso com outro projeto - <i>Encontros</i> <i>Imediatos do Terceiro Grau</i> - impediram-no de aceitar a oferta.</div><div style="text-align: justify;">Guy Hamilton, veterano realizador britânico com vários capítulos da saga de 007 no currículo, foi o senhor que se seguiu. A sua contratação precedeu num par de semanas o anúncio de que Marlon Brando, após as recusas de Christopher Lee e Paul Newman, interpretaria Jor-El, a troco de 3,6 milhões de dólares e 11,75% das receitas brutas de bilheteira - cifras astronómicas que faziam dele o ator mais caro de sempre. Não obstante, Brando fez depender a sua participação na produção da condição de que todas as suas cenas fossem gravadas em doze dias.</div><div style="text-align: justify;">Já com Gene Hackman confirmado no papel de Lex Luthor (rejeitado, entre outros, por Dustin Hoffman e Jack Nicholson), os Salkind contrataram Robert Benton e David Newman para reescrever o argumento de Puzo, considerado demasiado extenso. Brenton abraçaria entretanto outro desafio profissional, passando Newman a ser assessorado nessa tarefa pela sua esposa, Leslie.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de imbuído de uma sensibilidade moderna, o primeiro rascunho do casal Newman tinha um tom cómico, muito próximo do da série televisiva do Batman com Adam West. Enquanto os Salkind sopesavam os prós e os contras dessa abordagem mais ligeira, a produção sofreu o primeiro de muitos reveses. Guy Hamilton comunicou a sua saída, depois de tomar conhecimento de que parte das filmagens - originalmente programadas para Roma - iriam ter lugar em Terras de Sua Majestade. Onde Hamilton, por conta do seu estatuto de exilado fiscal, estava autorizado a permanecer apenas alguns dias.</div><div style="text-align: justify;">Nesse mesmo dia, Alexander Salkind telefonou pessoalmente a Richard Donner, cujo último filme (<i>The</i> <i>Omen</i>) se transformara num clássico instantâneo do cinema de terror, oferecendo-lhe um milhão de dólares para ocupar a cadeira vaga de realizador. Donner aceitou, mas declarou-se descontente com o guião existente e fez da verosimilhança o princípio cardeal da sua abordagem. Em razão disso, o seu primeiro ato diretivo consistiu na contratação de Tom Mankiewicz para reescrever o enredo. Apesar de o ter feito de forma substancial, Mankiewicz seria apenas creditado como consultor criativo, o que desgostou profundamente Donner.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiXikp06vAgjvlNeukSdK9SWYEB0Fm_bYnCGC-pHA3XHzlq9l7YAyzTTCsIolk3au_UKtP_uzqcowfuKp68kI8clvNSIIztSg2TVwQ0fAllNoruDcSEjmSnenDyo51zN_5CxRTlfTM_pufhePbMl3lPXGOrPcbYsGEdqFs6O1BKYsUF-3hzwmmESpKKSA=s1182" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1182" data-original-width="903" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiXikp06vAgjvlNeukSdK9SWYEB0Fm_bYnCGC-pHA3XHzlq9l7YAyzTTCsIolk3au_UKtP_uzqcowfuKp68kI8clvNSIIztSg2TVwQ0fAllNoruDcSEjmSnenDyo51zN_5CxRTlfTM_pufhePbMl3lPXGOrPcbYsGEdqFs6O1BKYsUF-3hzwmmESpKKSA=w488-h640" width="488" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Richard Donner trouxe uma nova visão ao projeto.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Antes de Donner subir ao leme do que parecia um navio a navegar à bolina, tinha sido definido que o papel principal seria entregue a um astro de primeira grandeza. Entre os candidatos mais cotados estavam Robert Redford, James Caan, Burt Reynolds, Warren Beatty e Nick Nolte. Ainda a usar a coroa de louros de Rocky Balboa, Sylvester Stallone manifestou grande interesse em emprestar o corpo ao Homem de Aço, mas o seu nome foi inapelavelmente vetado por Brando - a quem fora concedido poder decisório na escalação do elenco.</div><div style="text-align: justify;">Donner, ao invés, preferia apostar num ator desconhecido para viver o Super-Homem. Segundo ele, isso faria com que o público visse o herói, e não o ator que lhe vestia a pele. Já com duas centenas de atores testados, a diretora de elenco, Lynn Stalmaster, sugeriu Christopher Reeve. Mais habituado a pisar os palcos do que a enfrentar as câmaras, Reeve era um ator teatral de apenas 26 anos, contratado para ler as falas de Clark Kent e do Super-Homem durante as audições para Lois Lane.</div><div style="text-align: justify;">Apesar do seu 1,93m e do sorriso caloroso, Reeve era demasiado magro para o papel. Donner sugeriu-lhe então que usasse um traje com músculos falsos, mas o ator recusou, por considerar que isso seria desrespeitoso para a personagem. Em vez disso, submeteu-se a um rigoroso programa de preparação física ministrado por David Prowse (o fisiculturista que encarnou Darth Vader em <i>Star Wars</i>), que lhe acrescentou 13 kg de massa muscular em apenas três meses.</div><div style="text-align: justify;">Pela sua participação em <i>Superman</i> e <i>Superman II,</i> Reeve recebeu uns módicos 150 mil dólares. Consciente da enorme discrepância salarial relativamente a Marlon Brando e Gene Hackman (cujos nomes, ademais, precederam o seu no genérico de abertura), ainda assim Reeve aceitou o papel, confiante de que ele lhe abriria muitas portas no futuro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgbbkzncSjTasCza4ewY2NUerpY6os5oFJc5kqrt-GgClFFmpPpKwPDUjMsC_StKtRsd1_mcv1K5ZoOEgp6whBT8xA_rrTl8Lgr-rCTHW7TGeCYJbZ01gTd1v_FqnXcbYWVaIHBZPREiznVQwZkV6FzfltNWl1CWP-5Gpg_hcwfCZAyb5INTiQQnOHVqQ=s600" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgbbkzncSjTasCza4ewY2NUerpY6os5oFJc5kqrt-GgClFFmpPpKwPDUjMsC_StKtRsd1_mcv1K5ZoOEgp6whBT8xA_rrTl8Lgr-rCTHW7TGeCYJbZ01gTd1v_FqnXcbYWVaIHBZPREiznVQwZkV6FzfltNWl1CWP-5Gpg_hcwfCZAyb5INTiQQnOHVqQ=w426-h640" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A incrível transformação física de Christopher Reeve<br /> para o papel que o imortalizaria.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Encontrado finalmente o protagonista que envergaria o manto sagrado, a fotografia principal daquele que muitos consideravam ser o filme do século - mais que não seja, pelo orçamento sem precedentes - começou em março de 1977, nos britânicos Pinewood Studios. A rodagem ficaria, todavia, marcada por atrasos (os 7 meses previstos quase foram multiplicados por 3), derrapagens orçamentais e tensões criativas entre Donner e os produtores - culminando no despedimento do realizador quando este já tinha filmado 75% de <i>Superman II</i>. </div><div style="text-align: justify;">Em virtude dos percalços e ânimos nublados, o lançamento de <i>Superman</i> - originalmente programado para junho de 1978, coincidindo com o 40º aniversário de <i>Action Comics</i> #1 - foi protelado para dezembro desse ano. Com a presença de Richard Donner e de vários representantes do elenco, a estreia teve lugar no Uptown Theater, em Washington D.C., e contou ainda com dois convidados especiais: Jerry Siegel e Joe Shuster, criadores do Super-Homem (que, ao que consta, ficaram maravilhados com o que viram).</div><div style="text-align: justify;">Treze semanas consecutivas na liderança do <i>box office</i> fizeram de <i>Superman</i> o filme mais rentável de sempre da Warner Bros, - e, à época, o sexto mais rentável da história do cinema. Ao sucesso comercial somou o reconhecimento da crítica, materializado no Óscar especial para Melhores Efeitos Visuais e nas três indicações em outras tantas categorias técnicas: Melhor Edição. Melhor Banda Sonora e Melhor Som. Mas, acima de tudo, o filme marcou toda uma geração ao fazê-la acreditar que um homem podia voar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGw97YcC0ax1q4t5-_kJaDG8VGYS7-wMlAm-eoOFw_5aepNRP9_GhTDkGD2t4IRSYHMntSHW1xxw2GGtKDSR0UF-o9WRmGOAsEFrHz_XCTNtrXgBS8OOqHOoO9E_x5fwgioWFQn9fyRadQRHRrJ1Bcq2PSsO2PgLQ4Eo20p-iSMuF9H4Yq0WBdF--WRg=s804" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="804" data-original-width="520" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGw97YcC0ax1q4t5-_kJaDG8VGYS7-wMlAm-eoOFw_5aepNRP9_GhTDkGD2t4IRSYHMntSHW1xxw2GGtKDSR0UF-o9WRmGOAsEFrHz_XCTNtrXgBS8OOqHOoO9E_x5fwgioWFQn9fyRadQRHRrJ1Bcq2PSsO2PgLQ4Eo20p-iSMuF9H4Yq0WBdF--WRg=w414-h640" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Mais do que um <i>slogan</i>, "Você acreditará que um homem pode voar" <br />era um manifesto de verosimilhança.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Enredo</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">No moribundo planeta Krypton, tem lugar o julgamento de três criminosos acusados de sedição. Com base nas provas apresentadas por Jor-El, o Conselho condena-os, por unanimidade, ao exílio perpétuo na Zona Fantasma. A partida do General Zod e seus cúmplices para esse degredo incorpóreo é acompanhada por juras de vingança contra o seu carcereiro. </div><div style="text-align: justify;">A despeito de ser um dos mais prestigiados cientistas kryptonianos, Jor-El falha em persuadir os seus pares da iminente destruição do planeta. Segundo os seus cálculos, o cataclismo ocorrerá quando Rao, o sol vermelho em torno do qual Krypton orbita, se transformar numa supernova.</div><div style="text-align: justify;">Depois de prometer que nem ele nem a sua esposa, Lara, abandonarão Krypton, Jor-El empreende os preparativos para salvar Kal-El, o único filho do casal. Apesar das reservas de Lara, o bebé é enviado para a Terra, onde a sua densa estrutura molecular combinada com a radiação de um sol amarelo lhe proporcionarão poderes divinos.</div><div style="text-align: justify;">Tão-logo a nave é lançada, Rao entra em erupção e Krypton explode em mil pedaços. Num trágico instante, é extinta uma das mais avançadas civilizações do Universo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgijX9xKnpYiZjKS5XZVQd0W8uknkpgBm6H8Ge1ccB1J97361inVT5a6XCo52os6681xE8L8oecL2Cu8wRhxorR5JmG_GE2yymBayMXBl56AFYs2kam8YttntiZWiEM_7PCqA1yzwQCufoPxOsp2BvooiX-d_Be9pz_kHIXCYIRoxq6aR9sNksaopbKaA=s1000" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="412" data-original-width="1000" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgijX9xKnpYiZjKS5XZVQd0W8uknkpgBm6H8Ge1ccB1J97361inVT5a6XCo52os6681xE8L8oecL2Cu8wRhxorR5JmG_GE2yymBayMXBl56AFYs2kam8YttntiZWiEM_7PCqA1yzwQCufoPxOsp2BvooiX-d_Be9pz_kHIXCYIRoxq6aR9sNksaopbKaA=w640-h264" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jor-El e Lara prestes a enviarem o filho para um mundo estranho.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Culminando uma longa jornada pelas estrelas, a nave contendo o Último Filho de Krypton despenha-se nos arredores de Smallville, Kansas. Kal-El é encontrado por Jonathan e Martha Kent, um humilde casal de agricultores que resolvem criá-lo como seu filho. Rapidamente percebem, no entanto, que o menino é especial, e Martha batiza-o de Clark, o seu apelido de solteira.</div><div style="text-align: justify;">Aos 18 anos, logo após Jonathan Kent ter sucumbido a um ataque cardíaco fulminante, Clark ouve um chamado psíquico durante a noite. Ao raiar da alvorada, descobre um cristal brilhante entre os destroços da nave que o trouxera à Terra. Impelido por uma força misteriosa, o jovem viaja até ao Ártico, onde o cristal constrói uma estrutura alienígena. No interior da Fortaleza da Solidão, um holograma de Jor-El revela as verdadeiras origem e missão de Kal-El.</div><div style="text-align: justify;">Ao longo dos 12 anos seguintes, Kal-El é moldado pelos ensinamentos paternos, aprendendo tudo sobre as culturas kryptoniana e terrestre, bem como sobre os seus poderes e responsabilidades para com a Humanidade - que Jor-El acredita possuir um grande potencial para o Bem. Terminada a sua educação, Kal-El abandona a Fortaleza da Solidão envergando um traje azul e vermelho adornado pelo brasão familiar da Casa de El. </div><div style="text-align: justify;">Em Metrópolis, Clark Kent consegue emprego como repórter do <i>Daily Planet,</i> o jornal mais importante da Cidade do Amanhã. Enquanto mantém o seu insuspeito disfarce, Clark desenvolve uma atração romântica, não correspondida, pela sua colega Lois Lane. Quando esta se envolve num aparatoso acidente de helicóptero em que os meios de resgate convencionais são inúteis, Clark é obrigado a usar pela primeira vez os seus poderes em público para salvá-la. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgXv9QU2weFxPeL3uKXc7_DHKEnDXOT0TYlGcZgSgOA4xToeAxajXNx3xvijaL4TaiKMnGb0wDXXAMR1F7F4H4aBa44INvLu9MVpw4gAam0ONbUHU8wpL9pY2hyAfHcXr4vnwyVnYQPAOMsQ_e61C05wgNNlWyQOFo6w5G0rOozYwk49a_EBc-RAx4KGQ=s480" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="324" data-original-width="480" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgXv9QU2weFxPeL3uKXc7_DHKEnDXOT0TYlGcZgSgOA4xToeAxajXNx3xvijaL4TaiKMnGb0wDXXAMR1F7F4H4aBa44INvLu9MVpw4gAam0ONbUHU8wpL9pY2hyAfHcXr4vnwyVnYQPAOMsQ_e61C05wgNNlWyQOFo6w5G0rOozYwk49a_EBc-RAx4KGQ=w400-h270" width="400" /></a></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-rrompTEXPVBB6hpzr2jDJaLOTzkoUUzMcs6YLDV-1I8814txRkche3UIjig3DosJb0ZMylHfgIL0z9pI49XwWMuvfEgNqBAFdu8zrl6wjEqkmDMP9SrRShUUVXN4N67Mr8ebWq96DXD9Etpdxf8bEf4-wvgprBpZ8QPlTIHz3IzBXwFisY3e-HiO_g=s4000" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1654" data-original-width="4000" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-rrompTEXPVBB6hpzr2jDJaLOTzkoUUzMcs6YLDV-1I8814txRkche3UIjig3DosJb0ZMylHfgIL0z9pI49XwWMuvfEgNqBAFdu8zrl6wjEqkmDMP9SrRShUUVXN4N67Mr8ebWq96DXD9Etpdxf8bEf4-wvgprBpZ8QPlTIHz3IzBXwFisY3e-HiO_g=w640-h264" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Após o seu primeiro dia no <i>Daily Planet</i>,<br /> Clark Kent salva Lois Lane como Super-Homem.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda nessa noite, a nova Maravilha de Metrópolis frustra um assalto, captura ladrões em fuga à polícia, resgata um gato do cimo de uma árvore e evita a queda do Força Aérea 1, depois de um dos motores da aeronave ter sido destruído por um relâmpago.</div><div style="text-align: justify;">Com as proezas do misterioso homem voador a rondarem os noticiários internacionais, no dia seguinte Lois recebe uma nota anónima a combinar um encontro em sua casa nessa noite. Após conceder-lhe uma entrevista exclusiva, o herói leva Lois num passeio intimista pelos céus da cidade. Arrebatada pela experiência, a jornalista batiza-o de Super-Homem no seu artigo.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto isso, Lex Luthor, um génio do crime com um ego pantagruélico, gizou um audacioso golpe imobiliário que fará dele um dos homens mais ricos do mundo. O plano consiste em comprar grandes quantidades de terras desérticas a baixo preço antes de afundar a Costa Oeste, levando a uma enorme valorização das mesmas. Assistido por Otis e Eve Teschmacher, Luthor consegue sabotar o lançamento de dois mísseis termonucleares, redirecionando-os para a Falha de Santo André, na Califórnia. </div><div style="text-align: justify;">Ciente de que o Super-Homem poderia frustrar-lhe os planos, Luthor atrai-o até ao seu covil subterrâneo, onde o expõe a um fragmento de kryptonita. À medida que o herói enfraquece devido aos efeitos daquele pequeno resquício do seu planeta natal, Luthor informa-o de que o primeiro míssil é apenas um engodo. O seu verdadeiro alvo é Hackensack, na Nova Jérsia. Afinal, nem mesmo o Super-Homem consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjaB5UrqG51njuSr23bcFExTG3ReYDuEo2TL9PU_T5J8WSQo3qzXndZjczCq_zSGOI_UCc1q0Gbf-bwk30qAd9zDhkee0ePnv-pDcNCOZO1IdnbLkhFdovcSbtHlrCgunYe_D927ta9nrodSolM9cfghc1SB4Q09DDJUiTat-LZr8jgmc2aC3Qs_L9o_w=s1278" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="1278" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjaB5UrqG51njuSr23bcFExTG3ReYDuEo2TL9PU_T5J8WSQo3qzXndZjczCq_zSGOI_UCc1q0Gbf-bwk30qAd9zDhkee0ePnv-pDcNCOZO1IdnbLkhFdovcSbtHlrCgunYe_D927ta9nrodSolM9cfghc1SB4Q09DDJUiTat-LZr8jgmc2aC3Qs_L9o_w=w640-h360" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Luthor descobriu a fraqueza mortal do Homem de Aço.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eve Teschmacher fica horrorizada porque a sua mãe vive em Hackensack, mas Luthor não se importa e deixa o Super-Homem para uma morte lenta. Sabendo que o herói mantém sempre a sua palavra, a concubina de Luthor resgata-o da piscina onde ele se afogava, com a condição de ele neutralizar primeiro o míssil com destino a Nova Jérsia. </div><div style="text-align: justify;">Enquanto o Super-Homem interceta e desvia o primeiro míssil para o espaço sideral, o segundo explode nas proximidades da Falha de Santo André. Ato contínuo, sismos devastadores irrompem por toda a Califórnia. Num labor titânico, a evocar o próprio Atlas, o Homem de Aço consegue selar a Falha, mitigando desse modo os efeitos da detonação nuclear. </div><div style="text-align: justify;">Longe dali, o carro de Lois - que investigava os bizarros negócios imobiliários na região - é engolido por uma fenda aberta pelas réplicas do sismo. Ao chegar ao local, o Super-Homem depara-se com o corpo inerte de Lois. Furioso por não ter conseguido salvá-la, o Último Filho de Krypton desafia a proibição de Jor-El de interferir na História da Humanidade. Voando ao redor da Terra a supervelocidade, o angustiado herói consegue retroceder vários minutos no tempo, revertendo os danos causados pela explosão e a morte de Lois. </div><div style="text-align: justify;">Com a Costa Oeste reconstruída e a sua amada a salvo, o Super-Homem entrega Luthor e Otis na penitenciária, antes de partir para um passeio orbital. Enquanto o Sol desponta no horizonte, o sorriso rasgado do herói promete um amanhecer repleto de esperança e novas aventuras.</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Trailer</i></b></div><div style="text-align: justify;"><b><i><br /></i></b></div></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/grO4OcJ6cgY" width="480"></iframe><div><br /></div><div><b>Curiosidades</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O <i>blackout</i> que, em julho de 1977, deixou Nova Iorque às escuras durante dois dias coincidiu com a rodagem de <i>Superman</i> na Grande Maçã. Richard Donner recordava com humor como alguns amigos acreditavam ter sido ele o causador do apagão, devido à panóplia de equipamentos que usava na noite em que tudo começou;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar do cachê milionário (14 milhões de dólares por menos de 10 minutos de ecrã), Marlon Brando recusou memorizar a maior parte das suas falas. Na cena em que Jor-El coloca Kal-El na cápsula de fuga, por exemplo, Brando estava a ler as suas linhas de diálogo escritas na fralda do bebé. O ator, cuja abordagem displicente ao papel mereceu duras críticas por parte dos seus colegas, justificou-se dizendo que essa era a única maneira de garantir a frescura da sua interpretação;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O S estilizado que adorna os paramentos de Jor-El invoca aquele que o Homem de Aço de George Reeves ostentava no peito, em <i>Adventures of Superman</i> (1952-59). Marlon Brando sugeriu convertê-lo numa espécie de brasão familiar, explicando assim o motivo de Kal-El adotar esse símbolo na Terra. Richard Donner aprovou a ideia e, desde então, esse elemento foi incorporado tanto no cânone do Último Filho de Krypton como em adaptações subsequentes;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O efeito luminoso das vestes kryptonianas - originalmente cinzentas - foi obtido com recurso ao mesmo material refletor utilizado nas placas de trânsito e restante sinalética rodoviária. A ideia surgiu durante os testes iniciais para as sequências envolvendo efeitos visuais;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjefcY8uQ_3vjhzxFrJP1EwFkKS5-65p7m9XjTYrjuRy_cLD_AZJCZPuKqbv0KE7rwTk9G_e7NcEmoIgfEuBNxgcpvI3rKwHUSD1zVoGi1yNObVNNU-b9YrAzusT_0NuXoojak723m-5QCDmTZ7fpNPuvUjaCu8JH-nVFpmJyTfXe9iB8gN7QKD4PYvWw=s534" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="534" data-original-width="282" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjefcY8uQ_3vjhzxFrJP1EwFkKS5-65p7m9XjTYrjuRy_cLD_AZJCZPuKqbv0KE7rwTk9G_e7NcEmoIgfEuBNxgcpvI3rKwHUSD1zVoGi1yNObVNNU-b9YrAzusT_0NuXoojak723m-5QCDmTZ7fpNPuvUjaCu8JH-nVFpmJyTfXe9iB8gN7QKD4PYvWw=w338-h640" width="338" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O traje de Jor-El era originalmente cinzento.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Com apenas seis meses de vida, Elizabeth Sweetman foi a primeira bebé a interpretar Kal-El, na cena ambientada em Krypton. Por quatro dias de trabalho, a menina recebeu 120 dólares;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Gene Hackman mostrou-se inicialmente renitente em cortar o seu icónico bigode. Para convencê-lo, no primeiro dia de filmagens Richard Donner disse-lhe que cortaria também o seu. Hackman assentiu, ignorando que o realizador usava um bigode postiço. Passado o choque inicial, Hackman soltou uma gargalhada e os dois estabeleceram uma excelente relação profissional. Essa foi, no entanto, a única concessão capilar do ator. Face à sua recusa em rapar a cabeça, na única cena em que Luthor surge calvo Hackman usou uma touca cor de pele;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Carrie Fisher, Natalie Wood, Shirley MacLaine, Liza Minnelli e Barbra Streisand foram algumas das atrizes cogitadas para o papel de Lois Lane. Apesar de não estar minimamente familiarizada com a mitologia do Super-Homem, Margot Kidder foi a eleita, por ter sido a única a rir-se com a pergunta de Lois que faz corar o herói durante a entrevista no terraço: "Qual a cor da minha roupa interior?". Kidder insistiu em gravar ela própria a perigosa cena em que o carro de Lois é engolido por uma cratera;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Jeff East, que interpretou a versão adolescente de Clark Kent, quase foi abalroado no momento em que salta à frente de um comboio a grande velocidade. Valeu-lhe a intervenção providencial do duplo Richard Hackman - irmão mais novo de Gene Hackman -, que o agarrou a tempo de evitar a tragédia. East rasgou vários músculos da coxa durante a rodagem da cena;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Kirk Alyn e Noel Neill, os primeiros atores a viverem o Super-Homem e Lois Lane no cinema, tiveram uma pequena participação na película. São eles os pais da pequena Lois, quando esta jura ter visto um homem a correr ao lado do comboio em que viajam. Neill voltaria a fazer um <i>cameo</i> em <i>Superman Returns</i> (2006), o último capítulo da franquia;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgxHSz_cSP8TY7wDyoC19uLF0HqIos59qari1JHIQeyDleqzQJdR0rS7IEjr8HFFFmAMxym8set2dkpLNU3j58G_eWbFk1E6Jot9lXBGllZmSJUg0eydMxhG9kzxN43c9MneWlrMvQ41Api9yuqiX6vBif4pkf8JWrff7KH7vIS644EiFr1DJHAE238Rg=s367" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="351" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgxHSz_cSP8TY7wDyoC19uLF0HqIos59qari1JHIQeyDleqzQJdR0rS7IEjr8HFFFmAMxym8set2dkpLNU3j58G_eWbFk1E6Jot9lXBGllZmSJUg0eydMxhG9kzxN43c9MneWlrMvQ41Api9yuqiX6vBif4pkf8JWrff7KH7vIS644EiFr1DJHAE238Rg=w383-h400" width="383" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Noel Neill e Kirk Alyn em <i>Superman</i> (1948).</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Parada de estrelas raramente vista, o elenco principal de <i>Superman</i> incluía dois atores oscarizados (Marlon Brando e Gene Hackman) e seis nomeados à estatueta dourada: Ned Beatty, Jackie Cooper, Susannah York, Valerie Perrine e Terence Stamp; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Sem aviso prévio, ao filmar a cena em que o Super-Homem voa pela primeira vez para fora da Fortaleza da Solidão, Christopher Reeve - um experimentado piloto de planadores - inclinou o corpo para descrever a curva no ar. A manobra arrancou aplausos a Richard Donner e todos perceberam finalmente que o movimento corporal era a chave para conferir realismo às sequências de voo;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Além de interpretar Clark Kent e Super-Homem, Christopher Reeve também emprestou a sua voz ao controlador de tráfego aéreo nas cenas envolvendo o helicóptero e o Força Aérea 1;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Foram necessários seis meses para filmar a cena do helicóptero no topo do <i>Daily Planet.</i> O edifício-sede da Pan Am fora o primeiro cenário escolhido, mas um trágico acidente ocorrido poucos meses antes e do qual resultou a morte de vários passageiros, levou a produção a escolher outra localização;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Nem visão de calor nem sopro congelante. Em momento algum do filme o Super-Homem faz uso desses seus poderes;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Durante a sua entrevista com Lois Lane, o Super-Homem garante nunca mentir. Essa declaração é, por si só, uma falácia, posto que o herói leva uma vida dupla. Tratou-se, com efeito, de um artifício narrativo para que o herói se sentisse compelido a cumprir a promessa feita a Eve Teschmacher de salvar a sua mãe mãe em primeiro lugar;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgVXl7KxDMLId33qT3uQ4EA9PCrwh2iFubTQwUAdxC5moRRIzu7LG4cd6ZDwfq0oGo06qY6DqaNpzDEisdnpaVoHxUcN2ZDU-GQEdJO2Sx106Xy-8leHTQ1IZJjf9lALv7nf5470ZuDWw6UZLyGAEWnN5VaFVfght2EZR0FqqlmVloxu6iVYCqLFWXj4Q=s431" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="431" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgVXl7KxDMLId33qT3uQ4EA9PCrwh2iFubTQwUAdxC5moRRIzu7LG4cd6ZDwfq0oGo06qY6DqaNpzDEisdnpaVoHxUcN2ZDU-GQEdJO2Sx106Xy-8leHTQ1IZJjf9lALv7nf5470ZuDWw6UZLyGAEWnN5VaFVfght2EZR0FqqlmVloxu6iVYCqLFWXj4Q=w400-h334" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>No cinema como na BD, <br />o Super-Homem é um exemplo de duplicidade.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na versão original do argumento, <i>Superman </i>terminava com o herói a salvar a Califórnia selando a Falha de Santo André, antes de desviar o segundo míssil para o espaço. Da explosão resultaria a libertação de Zod e seus aliados da Zona Fantasma, fornecendo o mote para o segundo filme. A ideia de recuar no tempo foi inicialmente concebida para apagar da memória de Lois Lane a verdadeira identidade do Homem de Aço em<i> Superman II</i> (1980);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em 2007, a Visual Effects Society classificou <i>Superma</i>n como o 44º filme com melhores efeitos visuais de todos os tempos. No ano seguinte, a revista <i>Empire</i> atribuiu-lhe o 174º lugar na sua lista dos 500 melhores filmes de sempre. Pela sua importância histórica e cultural, em 2017 <i>Superman</i> foi selecionado para preservação pela Biblioteca do Congresso dos EUA, tornando-se a primeira película de super-heróis a merecer tal honra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4skbQOj5fv87QHlFvw1ASCRIv49rzVKjxEGEHPM-bba0TSjkZ88KfkONa1rqo11cnKq4Nli-_iRY1Ifmw8dqm8PnNEezEXfAV_S6G9kfsXWW-tH1AJRo1IJAjLgV1prsTOwSpOe2pSfyFsR1aleYJ696KQDGPwjXltmOPW3p6-SRJix3UhgqKTLJABw=s1350" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="900" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4skbQOj5fv87QHlFvw1ASCRIv49rzVKjxEGEHPM-bba0TSjkZ88KfkONa1rqo11cnKq4Nli-_iRY1Ifmw8dqm8PnNEezEXfAV_S6G9kfsXWW-tH1AJRo1IJAjLgV1prsTOwSpOe2pSfyFsR1aleYJ696KQDGPwjXltmOPW3p6-SRJix3UhgqKTLJABw=w426-h640" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Um legado para a eternidade.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Veredito: 95%</b></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><i>Superman </i>não foi o primeiro filme de super-heróis (essa honra, pertenceu, em 1951, a <i>Superman and</i> <i>the Mole Men</i>), mas foi o primeiro a levar-se a sério. Entre os seus muitos méritos, ressalta o seu significativo contributo para a legitimação de um subgénero até então desprezado por Hollywood.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Graças ao visionarismo reverente de Richard Donner e ao insuperável carisma de Christopher Reeve, a película captura na perfeição o espírito da personagem - e dos<i> comics</i> em geral - , proporcionando uma experiência arrebatadora ao som da partitura épica de John Williams.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">A trama principal e toda a iconografia de <i>Superman</i> podem ser interpretadas como uma reconfiguração moderna da história de Jesus Cristo, acrescentando-lhe influências de heróis clássicos como Hércules ou Atlas. É aliás particularmente interessante observar como essa correlação com a mitologia cristã está tão presente numa produção baseada na criação de dois judeus.</span></div><div style="text-align: justify;">Senão vejamos: como Jesus, Kal-El é enviado pelo seu pai celestial para guiar a Humanidade pelos caminhos da Verdade e da Justiça. O próprio nome kryptoniano do herói denuncia essa vertente messiânica, visto tratar-se de uma palavra hebraica traduzível como "voz de Deus". Também a nave que traz o Último Filho de Krypton à Terra invoca a Estrela de Belém, ao passo que Jonathan e Martha Kent invocam claramente José e Maria.</div><div style="text-align: justify;">Mas os paralelismos não se quedam por aí. Na juventude, Kal-El - obrigado a viver como um de nós, embora ciente da sua diferença - é, tal como Jesus, um desajustado social. Por isso, parte à procura do seu verdadeiro pai, na esperança de descobrir a sua origem e missão na Terra. Qual Messias, apresenta-se ao mundo realizando milagres. Mas nem todos são tocados pela sua mensagem de esperança.</div><div style="text-align: justify;">Considerando que Lex Luthor deseja estabelecer o seu próprio império, a sua contenda com o Super-Homem afigura-se como uma alegoria para a luta de Jesus contra o Império Romano. Por outro lado, ao ser representado como um génio maligno que, a partir do seu covil subterrâneo, conspira para conquistar o mundo da superfície, Luthor poderá igualmente ser percecionado como uma figuração de Satanás - sendo Zod, o rebelde expulso de Krypton, outro candidato a essa função simbólica.</div><div style="text-align: justify;">Tantas vezes apontado como um dos pontos fracos do enredo, o mirabolante plano de Luthor referencia no entanto a sua primeira aparição - em <i>Superman</i> #4 (março de 1940) - , na qual o vilão induz terramotos com um máquina por ele inventada. De igual modo, a caracterização de Luthor, muito diferente do seu <i>ethos</i> contemporâneo, replica fielmente o seu <i>modus</i> <i>operandi</i> durante a Idade de Prata.</div><div style="text-align: justify;">Por fim, refletindo o calvário de Jesus, o Super-Homem sofre às mãos dos humanos antes de ser finalmente reconhecido como salvador do mundo. A kryptonita é a sua Via Sacra, a esperança que infunde nos corações dos homens, a sua coroa de glória. </div><div style="text-align: justify;">Não sendo perfeito nem imune aos efeitos da passagem do tempo, <i>Superman </i>continua a ser a melhor adaptação do Homem de Aço ao grande ecrã e um marco importantíssimo na história do cinema. Uma obra-prima muito à frente do seu tempo, que fez sonhar toda uma geração, e que iluminou o caminho para outras produções do género. Sem esta potente locomotiva, o comboio dos super-heróis nunca teria chegado à Terra dos Sonhos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEghN5sBp1WvOBxtAwDi39sjLNxZXT56CaxX7KEztP4GhygR3KXxfC9R2j0pN45XVZe6YnbfMsOVMjxPA2c-qLPrV0pharHtEOzlbsHHwc9kVT1CTyM5oroKHN44xzb1s66S8SjS8tiX21d3JS7LLQutWfDH2awMeIFW39MNPZeQbJoltoee8aYp_PfiaA=s744" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="744" data-original-width="496" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEghN5sBp1WvOBxtAwDi39sjLNxZXT56CaxX7KEztP4GhygR3KXxfC9R2j0pN45XVZe6YnbfMsOVMjxPA2c-qLPrV0pharHtEOzlbsHHwc9kVT1CTyM5oroKHN44xzb1s66S8SjS8tiX21d3JS7LLQutWfDH2awMeIFW39MNPZeQbJoltoee8aYp_PfiaA=w426-h640" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Messias das Estrelas trouxe uma mensagem de esperança.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="font-size: small;">* Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-13111112409058396132021-12-17T17:18:00.003+00:002023-01-13T12:39:24.953+00:00HERÓIS EM AÇÃO: CAPITÃO AMÉRICA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_N9ung7f9fest0lsNiq0TVjCZlkmML1W__stScfxne0KCJvI_jQ3AyYCNPz_lrShJdri2VaBpawN-WDxWEmm42eh9w4xq8-ExscQY-mUeDXbqKjocB42mJeKa9fH7rfH-1wzTrpKiYxXS/s1250/CA+GP.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1250" data-original-width="838" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_N9ung7f9fest0lsNiq0TVjCZlkmML1W__stScfxne0KCJvI_jQ3AyYCNPz_lrShJdri2VaBpawN-WDxWEmm42eh9w4xq8-ExscQY-mUeDXbqKjocB42mJeKa9fH7rfH-1wzTrpKiYxXS/w430-h640/CA+GP.jpg" width="430" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"> Em 1941, num mundo a preto e branco, o Sentinela da Liberdade vestiu a bandeira tricolor numa cruzada moral contra a hidra fascista e seu cortejo de horrores. Deslocado numa época matizada de cinzento, luta com igual ardor para manter vivo o Sonho Americano de cores cada vez mais esbatidas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> Captain America</div><div style="text-align: justify;"><b>Editoras: </b>Timely Comics (1941-1949); Atlas Comics (1953-1954); Marvel Comics (desde 1964)</div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores:</b> Joe Simon e Jack Kirby</div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia:</b><i> Captain America Comics </i>#1 (março de 1941)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil: </b>Steven "Steve" Grant Rogers</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie:</b> Humano quimicamente aprimorado</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Lower East Side, Manhattan (Nova Iorque)</div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b> Joseph e Sarah Rogers (pais, falecidos)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação:</b> Ex-soldado do Exército dos EUA; ex-oficial de ligação entre a S.H.I.E.L.D. e os Vingadores; aventureiro e artista <i>freelancer</i>. </div><div style="text-align: justify;"><b>Base operacional:</b> Nova Iorque</div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações:</b> Ex-parceiro de Bucky Barnes e do Falcão; membro fundador e ex-líder do Esquadrão Vitorioso e dos Invasores; ex-operacional da S.H.I.E.L.D.; comandante de campo dos Vingadores.</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis: </b>Caveira Vermelha</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Steve Rogers é uma espécie de semideus criado em laboratório. Graças ao Soro do Supersoldado que lhe corre nas veias, representa o auge do potencial humano. É mais forte, mais rápido e mais ágil do que os melhores atletas olímpicos, cujos recordes pulverizaria sem esforço.</div><div style="text-align: justify;">Além de lhe permitir levantar mais de 350 kg, correr a mais de 90 km/h e executar acrobacias impossíveis, o soro inibe também a produção das toxinas responsáveis pela fadiga muscular. Em tese, o Capitão América nunca sucumbe ao cansaço. Do mesmo modo que dificilmente adoecerá, visto ser imune a todos os vírus e bacilos terrestres. Os seus ossos são também mais densos do que os de um homem comum, permitindo-lhe, por exemplo, sair ileso de quedas de grande altura. Por mais do que uma vez, o Sentinela da Liberdade foi visto a saltar de um avião sem paraquedas.</div><div style="text-align: justify;">Dono de um estilo de luta ímpar, combinando boxe e diferentes artes marciais, o Capitão América é considerado um dos melhores combatentes corpo a corpo do Universo Marvel, limitado apenas pelo seu físico humano. Mesmo diante de adversários de nível cósmico, como Thanos, o Sentinela da Liberdade não se intimida e prontifica-se a lutar até ao último fôlego. Tamanha galhardia granjeou-lhe o respeito da comunidade heroica e deixou impressionado o próprio Titã Insano.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgdoO56ggGbfKc7r-Ch8xYcE5Eo0L_KArg9yjxB5ZLjEUgufKnjzKEieKC0yWsyiIQ3l2cp7EHP_0-_jXXZM9aEVHnq13PQvdPqQooV0RuJmjq-PGdY939kg6iDQynil8-RUxlxDvzxKvvccV_9iVqqQPyLkEikGuHscal9QYpX91D3wTdGqSuLKKb5oQ=s954" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="954" data-original-width="620" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgdoO56ggGbfKc7r-Ch8xYcE5Eo0L_KArg9yjxB5ZLjEUgufKnjzKEieKC0yWsyiIQ3l2cp7EHP_0-_jXXZM9aEVHnq13PQvdPqQooV0RuJmjq-PGdY939kg6iDQynil8-RUxlxDvzxKvvccV_9iVqqQPyLkEikGuHscal9QYpX91D3wTdGqSuLKKb5oQ=w416-h640" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Sentinela da Liberdade não recua perante ninguém. <br />Nem mesmo perante titãs cósmicos como Thanos.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O treino militar e a vastíssima experiência em diferentes teatros de guerra fazem do Capitão América um especialista em tática e um comandante de campo sem igual. Durante as primeiras Guerras Secretas, foi ele o escolhido para comandar a contraofensiva dos heróis no planeta de Beyonder - apesar da presença de outros líderes experimentados, como Ciclope e Senhor Fantástico. Habituado a testemunhar de perto a bravura do seu colega Vingador, Thor orgulha-se de lutar ao lado do Capitão América e assume que o seguiria para lá dos portões de Hades.</div><div style="text-align: justify;">Como qualquer bom soldado, o Capitão América é inseparável da sua arma. Consistindo esta num escudo indestrutível de formato circular (originalmente triangular), feito de uma liga metálica única composta por aço e vibranium (à qual foi retroativamente acrescentado protoadamantium). Igualmente eficaz em manobras defensivas e ofensivas, foi projetado pelo Dr. Myron McClain, cientista contratado na II Guerra Mundial pelo Presidente Roosevelt para criar uma blindagem impenetrável para os tanques americanos. Contudo, provavelmente devido à ausência de um catalisador adequado, todas as tentativas subsequentes para reproduzir a liga foram malsucedidas, pelo que o escudo do Capitão América (tal como o próprio) é exemplar único em todo o mundo.</div><div style="text-align: justify;">Décadas de prática e uma aerodinâmica perfeita possibilitam que o Capitão América arremesse o seu escudo com precisão quase infalível. Numa espetacular demonstração de destreza, consegue atingir sucessivamente múltiplos alvos com um único lançamento antes de o escudo retornar à sua mão, como se de um bumerangue se tratasse.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxUJLO1nXJIG-6UzI2qnh2T7AVksi1euxNCt1mWz9dtqxqlZireW3gk7vhgeH0kCX3xvvYdHopRT9eKgMm9J4jZvwj1LlnJLwsEZmnijKu06T7uYpmzbZCWdFLgvUjn_ECGJRAcqd4pz9Dg876yxqdyLYYFV6NStH3DQfOZY2SuI93gcklHk0BzabQIw=s740" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="740" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxUJLO1nXJIG-6UzI2qnh2T7AVksi1euxNCt1mWz9dtqxqlZireW3gk7vhgeH0kCX3xvvYdHopRT9eKgMm9J4jZvwj1LlnJLwsEZmnijKu06T7uYpmzbZCWdFLgvUjn_ECGJRAcqd4pz9Dg876yxqdyLYYFV6NStH3DQfOZY2SuI93gcklHk0BzabQIw=w640-h320" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Capitão América recebeu o seu escudo das mãos do Presidente Roosevelt.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEirJ7suulsLq_B7Y8UG-Xs500Wk7y6-8lBwMEN4VzlavzfXHX73XkssdH87oxpmelik2Xbm23am0A2n_2sFWQA2h5g3NeSOnGQSBUI8aqwkozOMgOL_CZ_KJEAxyRQU2Z2CGi3olpsvd0UQ5-DfI5ndLCPd6aji2iNgFgReBIc6N2V52eFN0L7sIz-idQ=s1447" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1447" data-original-width="979" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEirJ7suulsLq_B7Y8UG-Xs500Wk7y6-8lBwMEN4VzlavzfXHX73XkssdH87oxpmelik2Xbm23am0A2n_2sFWQA2h5g3NeSOnGQSBUI8aqwkozOMgOL_CZ_KJEAxyRQU2Z2CGi3olpsvd0UQ5-DfI5ndLCPd6aji2iNgFgReBIc6N2V52eFN0L7sIz-idQ=w434-h640" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O escudo do Capitão América pode imitar um bumerangue.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Confecionado com um tecido retardador de fogo, o uniforme do Capitão América é forrado com uma fina cota de malha metálica que lhe proporciona proteção adicional contra objetos perfurantes ou disparos de baixo calibre. Originalmente, a máscara era uma peça independente que, além de lhe deixar o pescoço exposto, podia ser facilmente arrancada. Para evirar que o herói tivesse a sua identidade civil comprometida, esse pormenor depressa foi retificado.</div><div style="text-align: justify;">Quando não está ao serviço dos Vingadores, o Sentinela da Liberdade faz-se habitualmente transportar numa potente Harley Davidson modificada pelo departamento de engenharia mecânica da S.H.I.E.L.D. É também um piloto exímio de aeronaves, especificamente do sofisticado jato dos Vingadores.</div><div style="text-align: justify;">O Soro do Supersoldado não aperfeiçoou apenas o metabolismo de Steve Rogers; exacerbou também os seus predicados. A sua coragem, integridade e altruísmo fazem dele o reverso virtuoso do Caveira Vermelha (o supersoldado nazi que o precedeu) e uma fonte de inspiração para outros heróis.</div><div style="text-align: justify;">É esse aliás o maior dom do Sentinela da Liberdade: o de manter acesa a chama imortal da esperança quando o espírito humano é entenebrecido pelo desespero. Desde os seus tempos de meninice, Steve Rogers sempre se ergueu em defesa de outros fracos e oprimidos. Um dos motivos porque, segundo Hércules, até os deuses do Olimpo admiram o mais valente dos homens nascidos na Terra dos Bravos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiWayOgT9WO4ZCvexEO6jAnDS0qi-ucVe7YId7ykqcD4ER7o_httOvpyOVwo9eDV3YEEwKE7WkxP4poVoxMN1xaW1kqDgQPcdlzcDxdDDHXZ3OaXqIHpHYpwLJOYilJTK-lrJzRsI3jx_nUNLmRvxLKyuXo3rHEEUjClUesO2_HhO1oRGtcw_FIuSfAZg=s866" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="866" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiWayOgT9WO4ZCvexEO6jAnDS0qi-ucVe7YId7ykqcD4ER7o_httOvpyOVwo9eDV3YEEwKE7WkxP4poVoxMN1xaW1kqDgQPcdlzcDxdDDHXZ3OaXqIHpHYpwLJOYilJTK-lrJzRsI3jx_nUNLmRvxLKyuXo3rHEEUjClUesO2_HhO1oRGtcw_FIuSfAZg=w416-h640" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Supersoldado em ação.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas: </b>A despeito de todos os aprimoramentos físicos concedidos pelo Soro do Supersoldado, Steve Rogers possui praticamente todas as vulnerabilidades inerentes à sua condição de simples humano. Não é à prova de bala (embora os seus reflexos lhe permitam desviar-se de disparos), tampouco dispõe de um fator de cura acelerada (conquanto o seu processo de cicatrização seja mais rápido). Podendo, portanto, ser ferido - ou até morto - com relativa facilidade, se atingido por explosões, rajadas energéticas ou impactos violentos. Ademais, a sua longevidade é um efeito colateral da fórmula milagrosa que o transformou no soldado supremo. Se esta for drenada da sua corrente sanguínea, Rogers envelhecerá décadas em poucos dias. Processo que o debilitará profundamente e que, no limite, lhe será fatal.</div><div style="text-align: justify;">Tantas vezes explorada por velhos inimigos, como o Caveira Vermelha ou o Barão Zemo, a maior fraqueza do Capitão América radica, paradoxalmente, na força das suas convicções. Steve Rogers é um homem fora do tempo, cidadão mental de uma época em que o mundo era um quadro a preto e branco e de contornos bem definidos. Mas, como ele aprendeu a duras penas, o mundo mudou sem recuo. Começando pelos próprios EUA, que durante as décadas em que Rogers permaneceu em animação suspensa viveram alguns dos capítulos mais negros da sua história.</div><div style="text-align: justify;">O Sonho Americano definha no cinismo da classe política, na amoralidade da elite financeira e na apatia da juventude. Os nobres ideais pelos quais Rogers sempre se bateu são constantemente colocados em xeque. Os inimigos de ontem são os aliados de hoje (e vice-versa). Ideologias outrora repudiadas são agora ensinadas nas universidades. O patriotismo passou de moda e os americanos estão descrentes do futuro. O próprio Capitão América é conotado com o imperialismo ianque. Em face de tudo isto, Steve Rogers já mal reconhece o seu país. </div><div style="text-align: justify;">De tão idealizado que foi o seu legado ao longo dos anos. Rogers teme por vezes não estar à altura dos complexos desafios do mundo moderno, onde parece não haver lugar para aquilo que ele simboliza. Essas crises de confiança, ainda que passageiras, levam-no a questionar o seu verdadeiro papel numa época tão diferente daquela que lhe definiu o caráter.</div><div style="text-align: justify;">Pode ser pesado o fardo de uma lenda viva. Especialmente quando não se tem ninguém para ajudar a suportá-lo. Todos os entes queridos de Rogers partiram há muito; fantasmas de um passado tão trágico quanto glorioso. Apesar do seu estatuto de relíquia museológica, o Capitão América sofre de um mal do século XXI: a solidão em si mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg51c7370aDPNumsrUbZhKXP5VI47e4R37pAheiYERshlUfzdprRWPldPzh3Usr_uYutmCAIjrSV116YOJ1fW9nIoftX3b7Y15PQjQ9NXYG8Om4Sig7yz1MBU5Hff1v6H8rEBeHSuyoGdbTKWMy2wCF4n5d3JmIuwIZ2hJ3Zq-cuXmpfHjvVXfNrbGjGA=s1080" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="737" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg51c7370aDPNumsrUbZhKXP5VI47e4R37pAheiYERshlUfzdprRWPldPzh3Usr_uYutmCAIjrSV116YOJ1fW9nIoftX3b7Y15PQjQ9NXYG8Om4Sig7yz1MBU5Hff1v6H8rEBeHSuyoGdbTKWMy2wCF4n5d3JmIuwIZ2hJ3Zq-cuXmpfHjvVXfNrbGjGA=w437-h640" width="437" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Lágrimas de uma lenda viva.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Primus inter pares</i></b></div><div style="text-align: justify;"><b><i><br /></i></b></div><div style="text-align: justify;">No final de 1940, com a Europa sitiada pela<i> blitzkrieg</i> alemã e a guerra a rondar os noticiários internacionais, a opinião pública americana dividia-se entre o intervencionismo e o isolacionismo. Apesar da prevalência deste último, o presidente-executivo da Timely Comics, Martin Goodman, tinha a firme convicção de que a entrada dos EUA no conflito era uma inevitabilidade. Nesse sentido, encarregou o seu editor-chefe e o seu diretor artístico - respetivamente, Joe Simon e Jack Kirby (ambos recém-contratados à Fox Comics) - de criarem um herói patriótico capaz de traduzir esse dever moral dos sobrinhos do Tio Sam.</div><div style="text-align: justify;">Filhos de imigrantes judaicos fugidos às perseguições no Velho Continente, Simon e Kirby repudiavam o antissemitismo de Hitler com o mesmo denodo com que celebravam o Sonho Americano que permitira aos seus pais terem vidas condignas. Enquadrados por esses sentimentos díspares, decidiram fazer uma declaração política a favor do intervencionismo americano, numa fase em que essa corrente de pensamento carecia de um porta-voz forte.</div><div style="text-align: justify;">Simon começou por batizar o neófito de Super-American. Mas, dada a profusão de supers por aqueles dias, depressa o renomeou Capitão América. No entanto, não foi ele o primeiro herói de inspiração patriótica da história dos <i>comics</i>. Essa honra pertenceu ao Escudo (The Shield, no original), lançado em janeiro de 1940 pela MLJ/Archie Comics. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhXHlkJatnsstFpFbUfPQBa1XdrPTfnr5V01ONgBfyQNfqYjDHKRZNRFILRR6Dg45uj0IS5xJzM_UlkDUhpcXEUUZ_edFGUQ94w8CRzMmq3UYtK-g_WdDorsSbcEM0QEb_FUJZFzSiCSUWYhj9DxXF1tvyxUSzj9exPl1hymU4AvBmHym29KJ-9gz-R2w=s359" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="359" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhXHlkJatnsstFpFbUfPQBa1XdrPTfnr5V01ONgBfyQNfqYjDHKRZNRFILRR6Dg45uj0IS5xJzM_UlkDUhpcXEUUZ_edFGUQ94w8CRzMmq3UYtK-g_WdDorsSbcEM0QEb_FUJZFzSiCSUWYhj9DxXF1tvyxUSzj9exPl1hymU4AvBmHym29KJ-9gz-R2w=w400-h395" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Escudo (MLJ/Archie Comics) foi o primeiro herói patriótico<br /> da história dos quadradinhos americanos.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Precedendo em nove meses a entrada dos EUA na II Guerra Mundial, o Capitão América fez a sua estreia em <i>Captain America Comics</i> #1 (março de 1941). A circunstância de isso ter acontecido num título próprio - e não num qualquer almanaque, como era da praxe - sinalizava a confiança que a Timely tinha no valor do seu novo ativo.</div><div style="text-align: justify;">Logo nessa primeira história, Simon e Kirby atribuíram ao Capitão América as idiossincrasias que o diferenciavam dos super-heróis mais populares e o tornariam tão apelativo aos leitores. Ao contrário do Super-Homem e do Batman, Steve Rogers não nasceu com poderes divinos nem herdou uma fortuna imensa. Era, ao invés, um jovem franzino cuja fragilidade física contrastava com o vigor dos seus ideais. Alguém inconformado com o avanço da tirania e disposto a morrer pela liberdade.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de o Capitão América ter superado todas as expectativas comerciais, nem todos se reviam na mensagem que ele transmitia. Nas semanas seguintes ao lançamento da sua revista, Simon e Kirby receberam ameaças de morte enquanto grupos isolacionistas protestavam ruidosamente diante do edifício da Timely. Temendo pela segurança dos autores, o <i>mayor</i> La Guardia - apoiante confesso do intervencionismo - atribuiu-lhes uma escolta policial.</div><div style="text-align: justify;">A esses protestos somou-se uma acusação de plágio por parte da MLJ, que descortinara evidentes semelhanças entre o escudo triangular do Capitão América e o traje do seu Escudo. Em consequência disso, o Sentinela da Liberdade passou a portar um disco côncavo a partir de <i>Captain America Comics</i> #2. Por sugestão de Stan Lee, o novo escudo seria convertido em arma de arremesso na edição seguinte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg7C9EmoRiTH9OfQMeHtQgvR7k8vM7xomDrzT8PwXdRrFQdNENYnGB2VDTEx_Vf_WTba4rGkTZBfqxtSFvm_sLOd197C2t265qQsxsOv98ztLC7mcMXcFIUYxIb60O-xvLrli1oQY6S20OtcV0mtrTMIGoz6MeoD-qYgFp3wGjESqWZhdwsvBke2C0R6A=s2800" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2800" data-original-width="1844" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg7C9EmoRiTH9OfQMeHtQgvR7k8vM7xomDrzT8PwXdRrFQdNENYnGB2VDTEx_Vf_WTba4rGkTZBfqxtSFvm_sLOd197C2t265qQsxsOv98ztLC7mcMXcFIUYxIb60O-xvLrli1oQY6S20OtcV0mtrTMIGoz6MeoD-qYgFp3wGjESqWZhdwsvBke2C0R6A=w422-h640" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Sentinela da Liberdade esmurra Hitler<br /> na polémica capa de <i>Captain America Comics</i> #1 (março de 1941).</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Após a entrada dos EUA na guerra, o Capitão América consolidou o seu estatuto de campeão de vendas da Timely, com a sua revista mensal a alcançar uma tiragem média de um milhão de exemplares. Apesar de isso indiciar uma audiência mais abrangente, as crianças constituíam a maior parte dos seus leitores. Para muitas delas, Steve Rogers representava os seus entes queridos destacados para o exterior. Cientes disso, Simon e Kirby criaram um clube de fãs (os Sentinelas da Liberdade) e atribuíram um adjunto juvenil ao Capitão América. Tal como o Menino-Prodígio da Distinta Concorrente, Bucky Barnes (homenagem de Simon ao ex-capitão da equipa de basquetebol da sua escola) depressa se tornou um ídolo para os mais novos. </div><div style="text-align: justify;">A enorme popularidade do Capitão América pavimentou caminho para um regimento de epígonos que marchavam sob os estandartes da liberdade e do oportunismo. Captain Freedom (Harvey Comics), Uncle Sam (Quality Comics) e The Flag (Ace Magazines) foram alguns dos muitos concorrentes que disputaram ao Sentinela da Liberdade o título de patriota supremo. Mas o Capitão América provou ser <i>primus inter pares</i>, ofuscando os rivais com o brilho dos seus ideais.</div><div style="text-align: justify;">Com o declínio dos super-heróis no pós-guerra, o Capitão América resistiu até 1949, ano em que a sua revista - renomeada <i>Captain America Weird Tales</i> nos seus números finais - foi cancelada. Como tantos outros heróis da Idade de Ouro, o Sentinela da Liberdade parecia condenado a desaparecer nos alçapões da História. Até que em 1953, à boleia do sucesso da série televisiva do Homem de Aço, a Atlas Comics (sucessora da Timely e antecessora da Marvel) reviveu brevemente o Capitão América. </div><div style="text-align: justify;">Nos alvores da Guerra Fria e do macarthismo, o redivivo herói embarcou numa feroz cruzada contra o comunismo. Porém, a fraquíssima adesão dos leitores a este novo alinhamento ideológico ditou novo cancelamento da série ao fim de apenas três edições. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVX-E2kLQfYjKu5kV_tjCbCot_JS_FYVwDOnn_OtypUQ_0qPexZs3jqO3cAqfBdqXFmPNGiA5ZF0vkNnMNeQmIG8V76iFmd3d7hoNc53tTZLjFz-cPaRQPCuZW7Pkb27dw5E2Mmj_33FVy/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="585" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVX-E2kLQfYjKu5kV_tjCbCot_JS_FYVwDOnn_OtypUQ_0qPexZs3jqO3cAqfBdqXFmPNGiA5ZF0vkNnMNeQmIG8V76iFmd3d7hoNc53tTZLjFz-cPaRQPCuZW7Pkb27dw5E2Mmj_33FVy/w437-h640/image.png" width="437" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sob o selo da Atlas Comics, o Capitão América<br /> ganhou o epíteto de Commie Smasher (Esmagador de Comunas).</b></span></td></tr></tbody></table><br />Após uma década longe da vista e do coração, o Capitão América seria novamente revivido, desta feita por Stan Lee e Jack Kirby. Agora sob o selo da Marvel Comics, <i>Avengers</i> #4 (março de 1964) marcou o regresso definitivo da Lenda Viva.</div><div style="text-align: justify;">Agora um homem fora do tempo, Steve Rogers procurava ajustar-se a um mundo muito diferente daquele que conhecera, ao mesmo tempo que aprendia a lidar com os sentimentos de culpa em relação à morte de Bucky. Ingredientes dramáticos que lhe permitiram recuperar o seu lugar de direito no panteão da Marvel. De figura anacrónica, passou a herói intemporal.</div><div style="text-align: justify;">A evolução do Capitão América reflete, com efeito, a transformação da sociedade americana desde a II Guerra Mundial. Antes dos EUA entrarem no conflito, ele foi símbolo do intervencionismo numa nação fechada sobre si mesma. Nos anos da guerra, foi instrumento de propaganda nacionalista e militarista num mundo a preto e branco. A escala de cinzentos do pós-guerra forçou-o a despir a pele de cruzado moral. Independentemente de tudo isso, o Capitão América chega aos nossos dias com o seu prestígio incólume. O que significa que as notícias sobre a morte do Sonho Americano são manifestamente exageradas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjSqBuNFiDDy0fEkhqyBTgEi0P5LiDvKPyiBusMb2p6JRcwRBE17smHCZH7dD10izv4OuTTZeWUbA8O5LqC-WFR-UtoYWnEqxAm3G6ZBx651SBdRWLsZEND1JgFXIZ-qAQBJRAdSnhe2_TwuYUuzFbSjgHH89l7CVyi9ZdgoZjWvswZTAMOanLFguzTlA=s1957" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1957" data-original-width="1108" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjSqBuNFiDDy0fEkhqyBTgEi0P5LiDvKPyiBusMb2p6JRcwRBE17smHCZH7dD10izv4OuTTZeWUbA8O5LqC-WFR-UtoYWnEqxAm3G6ZBx651SBdRWLsZEND1JgFXIZ-qAQBJRAdSnhe2_TwuYUuzFbSjgHH89l7CVyi9ZdgoZjWvswZTAMOanLFguzTlA=w362-h640" width="362" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>80 anos ao serviço da Liberdade, da Justiça e do Modo Americano.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Nascido a 4 de Julho</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Único filho de um humilde casal de imigrantes irlandeses, Steve Rogers nasceu a 4 de julho de 1920 (ou 1922, dependendo da fonte consultada), no Lower East Side, bairro operário na parte sudeste de Nova Iorque que também serviu de berço aos seus autores. O facto de ter vindo ao mundo no dia em que os EUA celebram a sua independência só pode ser interpretado como um sinal daquilo que os astros lhe haviam reservado.</div><div style="text-align: justify;">No entanto, nada fazia prever que aquele menino de saúde frágil viria a ser o soldado supremo e o símbolo de toda uma nação. Pouco mais se sabe sobre a sua infância, além do seu gosto por desenhar e de ter ficado órfão de pai antes de completar o seu sexto aniversário.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto crescia com as agruras da Grande Depressão, Steve interiorizava os valores que a sua mãe lhe inculcava: honra, patriotismo, espírito de sacrifício em prol do bem maior. Quando Sarah Rogers sucumbiu a uma pneumonia, Steve, na ponta final da puberdade, ficou sozinho e desamparado num mundo que caminhava em passo estugado para a guerra.</div><div style="text-align: justify;">Horrorizado com as notícias acerca das atrocidades cometidas pelos nazis na Europa e pelos japoneses na Ásia, Steve sentiu que tinha de fazer algo e tentou alistar-se no Exército. No entanto, devido ao seu extenso catálogo de enfermidades (asma, raquitismo, arritmia cardíaca, etc.), foi classificado como inapto para o serviço militar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhzGlxb_qYoEFdTmQBmN2k3IzDKe2ylIbpwqZxf-TPOG4EJW_rs5xqp61EIJyIZZW6rXvoRwvSgZObpspsmteafYAmIDphp7yAhkTGmKisYbt14Y4PV_EuS8ToL6GjYsE9Zw_dmUDwoNsTgHqrHjqJR8-m4vD1K_l3ouj6IaDu56JmU61uPCs-2E8PwGA=s322" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="322" data-original-width="212" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhzGlxb_qYoEFdTmQBmN2k3IzDKe2ylIbpwqZxf-TPOG4EJW_rs5xqp61EIJyIZZW6rXvoRwvSgZObpspsmteafYAmIDphp7yAhkTGmKisYbt14Y4PV_EuS8ToL6GjYsE9Zw_dmUDwoNsTgHqrHjqJR8-m4vD1K_l3ouj6IaDu56JmU61uPCs-2E8PwGA=w264-h400" width="264" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Steve Rogers foi rejeitado pelo Exército,<br /> devido à sua fraqueza física e à sua saúde precária.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Inconsolável, Steve implorou para que o deixassem lutar pelo seu país, captando assim a atenção do general Chester Phillips. Foi pela mão dele que participou no Projeto Renascimento, um programa científico ultrassecreto que objetivava a criação de um exército de supersoldados capazes de travar as imparáveis hordas nazis que já haviam conquistado metade do Velho Continente. </div><div style="text-align: justify;">Num laboratório subterrâneo em Washington D.C., Steve foi apresentado ao Professor Joseph Reinstein e inoculado com o seu Soro do Supersoldado. Em seguida, foi bombardeado com raios vita, combinação de diferentes tipos de radiação projetada para acelerar e estabilizar os efeitos do composto químico no seu organismo.</div><div style="text-align: justify;">Concluída a experiência, Steve estava irreconhecível. O jovem atrofiado dera lugar a um espécime apolíneo. Os festejos foram no entanto interrompidos pelos disparos de um espião nazi, que assim cumpriu a sua missão de assassinar o Professor Reinstein. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSOBuZDOzOfEN0CuLJX7j_KUXRMkkq90XLS1gKd66CElj-D_7NWy4oN5jeycfu2aLk2RBQ2UktfkqOfN-E_qb46LdVovIC4f3xfAZWtW4U3KmWmVytJOgfZ8gRGbuYM42MULh7kwp_zNqU/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="1218" data-original-width="855" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSOBuZDOzOfEN0CuLJX7j_KUXRMkkq90XLS1gKd66CElj-D_7NWy4oN5jeycfu2aLk2RBQ2UktfkqOfN-E_qb46LdVovIC4f3xfAZWtW4U3KmWmVytJOgfZ8gRGbuYM42MULh7kwp_zNqU/w448-h640/image.png" width="448" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Soro do Supersoldado transformou o frágil Steve Rogers num Adónis.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Com a morte de Reinstein e a sua fórmula incompleta, Steve tornou-se o único supersoldado do Exército americano. Depois de submetido a um programa de treino intensivo no plano físico e no plano tático, o Capitão América recebeu o seu icónico escudo e a sua primeira missão: confrontar o seu homólogo nazi, o sinistro Caveira Vermelha.</div><div style="text-align: justify;">Nos intervalos entre missões, o Capitão América fazia-se passar por um bisonho recruta de Infantaria, em Camp Lehigh (Virgínia). Foi lá que contraiu estreita amizade com Bucky Barnes, um jovem órfão que era a mascote do regimento. Bucky ofereceu-se para lutar ao lado do Capitão América, depois de descobrir que ele e Steve Rogers eram a mesma pessoa.</div><div style="text-align: justify;">Além de Bucky, o Capitão América travou incontáveis batalhas ao lado do Esquadrão Vitorioso e dos Invasores. As suas façanhas tornaram-se lendárias nos quatro cantos do mundo e foram decisivas para a vitória aliada na II Guerra Mundial. Porém, glória e tragédia andam quase sempre de mãos dadas.</div><div style="text-align: justify;">Em abril de 1945, nas vésperas da derrocada do III Reich, o Capitão América e Bucky foram dados como mortos. Quando tentavam desativar uma bomba instalada num avião projetado pelo Barão Zemo, Bucky foi apanhado pela explosão do engenho e o Capitão América despencou nas águas geladas do Atlântico Norte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiCA4BsR3Eb_w2U3PlTi2lmTgmKHzp8UUubORi0F1SZmYXoFAccYFBhsFezqAAoB2I2eeu8UMDs5uGIASAmdeW2fUC3q8L_CcOzDeocUupkYAmOX0FS--IWOnDNuPUO9LEoYHjwKDuoLyQJbUqTeJpp3GFfgIaiKYp_3dFKPQjmuoG-h1Fq1XuFLCVsw=s800" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="566" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiCA4BsR3Eb_w2U3PlTi2lmTgmKHzp8UUubORi0F1SZmYXoFAccYFBhsFezqAAoB2I2eeu8UMDs5uGIASAmdeW2fUC3q8L_CcOzDeocUupkYAmOX0FS--IWOnDNuPUO9LEoYHjwKDuoLyQJbUqTeJpp3GFfgIaiKYp_3dFKPQjmuoG-h1Fq1XuFLCVsw=w452-h640" width="452" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Capitão América foi a resposta dos EUA<br /> ao Caveira Vermelha, o supersoldado nazi.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma vez mais, porém, o destino tinha outros planos para Steve Rogers. Durante as duas décadas seguintes, permaneceu em animação suspensa, aprisionado num bloco de gelo arrastado pelas fortes correntezas. Até ser acidentalmente descongelado pelo seu ex-aliado Namor e resgatado pelos incrédulos Vingadores - que logo passaria a comandar.</div><div style="text-align: justify;">De volta ao mundo dos vivos, o Capitão América passou a enfrentar novas e velhas ameaças. Muitos dos seus antagonistas recorrentes corporizam ideologias contrárias aos valores americanos em defesa dos quais o herói continua a erguer bem alto o seu escudo: Caveira Vermelha (nazismo), IMA (fascismo tecnocrático), Corporação Roxxon (capitalismo amoral), Apátrida (antipatriotismo) e Hydra (terrorismo internacional). Ontem como hoje, o Sentinela da Liberdade mantém-se vigilante e pronto a sacrificar-se pelo seu país.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjPV7cTpMW5lCR52zNyqnjhkIZp26jaT713Ow1Qlg-trWlpUkdaIboe0WBRwwGcAWufg5BL2IXbEuiNUeZt27AbZO_sLDxWgKAfxSuLW-fgFZl4_ZZco3idNTQ2scV_Ws_jPmicQLmRYrWMNnK1A2B7cMkBijvvjcCNpgEZ-ndcI4nbbiBEJunUIOak8Q=s871" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="871" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjPV7cTpMW5lCR52zNyqnjhkIZp26jaT713Ow1Qlg-trWlpUkdaIboe0WBRwwGcAWufg5BL2IXbEuiNUeZt27AbZO_sLDxWgKAfxSuLW-fgFZl4_ZZco3idNTQ2scV_Ws_jPmicQLmRYrWMNnK1A2B7cMkBijvvjcCNpgEZ-ndcI4nbbiBEJunUIOak8Q=w414-h640" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Guardião espiritual do Sonho Americano.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Além de Sentinela da Liberdade, o Capitão América é também cognominado Lenda Viva, Supersoldado, Homem Fora do Tempo, Flagelo de Todo o Mal, Cabeça Alada e Porta-Bandeira;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de ter sido o primeiro Capitão América, Steve Rogers não foi o único a portar o escudo e a fazer da Stars and Stripes a sua segunda pele. William Naslund ( vulgo Independente), Jeffrey Mace (Patriota) William Burnside, John Walker (Superpatriota) e, mais recentemente, Bucky Barnes e Sam Wilson (Falcão) foram alguns dos homens que assumiram o legado do Sentinela da Liberdade durante a sua ausência. Infelizmente, nem todos estiveram à altura dele;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiN-7ybb-P95Yo6VWOxoUdbJtUtOc2X62KPIHTL-Z14-xa3dQT0GDayotoCQ8-oA5HnFNs-4SjVMxxw54yaq1wUsi9dmq5EmpJpDbxwE__IExlI7YI9vHn0Ic6nt0-s62p9kOI9pW9wetRAHB4R8s9wJi8gclQHKTjlc1zQYmVwoWrrU_cHoh3QJQctIQ=s2648" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1776" data-original-width="2648" height="430" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiN-7ybb-P95Yo6VWOxoUdbJtUtOc2X62KPIHTL-Z14-xa3dQT0GDayotoCQ8-oA5HnFNs-4SjVMxxw54yaq1wUsi9dmq5EmpJpDbxwE__IExlI7YI9vHn0Ic6nt0-s62p9kOI9pW9wetRAHB4R8s9wJi8gclQHKTjlc1zQYmVwoWrrU_cHoh3QJQctIQ=w640-h430" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Alguns dos homens que já assumiram o legado do Sentinela da Liberdade.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Steve Rogers é um dos raríssimos humanos dignos de empunharem o Mjolnir. A primeira vez que tal aconteceu foi em <i>Mighty Thor</i> #390 (abril de 1988), durante a invasão de Seth e seus seguidores à Mansão dos Vingadores. Ironicamente, Rogers havia sido pouco tempo antes exautorados pelo Governo americano, tendo sido obrigado a criar um novo <i>alter ego, </i>passando a atender simplesmente por Capitão. Na sequência desses eventos, o Deus do Trovão expressou a sua vontade de que, em caso de morte, o seu martelo encantado deveria ser confiado a Rogers;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Antes de ser recrutado para o Projeto Renascimento, Steve Rogers era um promissor artista gráfico. Após o seu descongelamento, trabalhou durante algum tempo para a Marvel Comics como ilustrador <i>freelancer</i>. Uma das personagens a quem emprestou o seu traço foi o próprio Capitão América. Ocasionalmente, Rogers criticava os argumentistas por falharem em compreender aquilo que o herói representava;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Agastados com o revivalismo da sua criação pela Atlas Comics no ano anterior, em 1954 Joe Simon e Jack Kirby criaram uma paródia do Capitão América. Fighting American começou por ser apadrinhado pela Prize Comics antes de, a meio da década seguinte, se transferir para a Harvey Comics, onde encerrou a sua meteórica carreira editorial na Idade de Prata. Impregnadas de subtexto político e humor mordaz, as histórias de Fighting American satirizavam a paranoia anticomunista fomentada pelo macarthismo, à qual o Capitão América dava corpo naquela época;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEijcbFAMKQ79rL4BjcGj6kw5_hS9t0b0v3zWwQL71nH6FReWSj_F6cyHLEJJQk5L60oxYmAlfytFLw9DDHT_PR-ZqASUyFkKXPfHZG_dYCXRVZUU3He5cuzv1butaXppKQ_UOr1mDsx-i0ahrJaIpPlO30UKgH6YQa051dBsYMgtjtwUewkTVkf3OS7ew=s1111" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1111" data-original-width="736" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEijcbFAMKQ79rL4BjcGj6kw5_hS9t0b0v3zWwQL71nH6FReWSj_F6cyHLEJJQk5L60oxYmAlfytFLw9DDHT_PR-ZqASUyFkKXPfHZG_dYCXRVZUU3He5cuzv1butaXppKQ_UOr1mDsx-i0ahrJaIpPlO30UKgH6YQa051dBsYMgtjtwUewkTVkf3OS7ew=w265-h400" width="265" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Fighting American parodiava o Capitão América.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em 1966, Joe Simon moveu uma ação legal contra a Marvel Comics, declarando-se o legítimo detentor dos direitos autorais do Capitão América. A despeito do entendimento alcançado entre as duas partes nesse mesmo ano, o diferendo só ficaria definitivamente resolvido em 2003. No âmbito de um acordo extrajudicial, a Marvel, mesmo considerando improcedentes as reivindicações de Simon, concordou em pagar-lhe <i>royalties</i> referentes à venda de <i>merchandising</i> e ao licenciamento da personagem;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Steve Rogers é incapaz de embriagar-se. Acelerado pelo Soro do Supersoldado, o seu metabolismo neutraliza, quase instantaneamente, os efeitos do álcool ou de qualquer outra substância psicotrópica por ele consumida;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Não obstante o duelo entre o Capitão América e o Batman - apresentado em <i>Marvel vs DC</i> (1996) - ter terminado empatado, no mesmo crossover o Sentinela da Liberdade levou a melhor sobre Bane, o vilão que deixara Bruce Wayne paralítico, em <i>Knightfall</i> (1994). Em face dessa proeza, Batman reconhece que, apesar de as habilidade de combate de ambos se equivalerem, o Capitão América seria capaz de derrotá-lo devido às vantagens físicas conferidas pelo Soro do Supersoldado;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No Universo Amálgama, o Capitão América foi fundido com duas personagens da DC: Super-Homem e Capitão Marvel Jr. Desse processo resultaram, respetivamente, Supersoldado e Capitão América Jr.; </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg4YVocq16Y-Hp7JU9Cv75ozHRpU8KCamDD268aYOcKbHfDrXQe9x6CWb7IDHo714LJamSoeRhL8zxjxPOG2PGovauvQ76dhxhQZSqawEJK-AmNFxh4RSntu7BlU6359CA8qTpUWtiSQ8SPCIKt1Xn3MnifIDw4AtguSSDXw5fy8f4y5hbrYScktXHcug=s960" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="807" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg4YVocq16Y-Hp7JU9Cv75ozHRpU8KCamDD268aYOcKbHfDrXQe9x6CWb7IDHo714LJamSoeRhL8zxjxPOG2PGovauvQ76dhxhQZSqawEJK-AmNFxh4RSntu7BlU6359CA8qTpUWtiSQ8SPCIKt1Xn3MnifIDw4AtguSSDXw5fy8f4y5hbrYScktXHcug=w336-h400" width="336" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Clark Kent, o Supersoldado do Universo Amálgama.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em resposta ao recrudescimento das tensões raciais nos EUA, em 1969 a Marvel emparelhou o Capitão América com o seu primeiro herói afrodescendente. Falcão seria o parceiro mais duradouro do Sentinela da Liberdade na sua cruzada em defesa do Sonho Americano;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No início dos ano 90, a banda de rock escocesa Eugenius, sob ameaça de um processo interposto pela Marvel, foi obrigada a mudar de nome, depois de ter lançado um par de álbuns como Captain America;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em fevereiro de 2007, no rescaldo da Guerra Civil, o Capitão América foi alvejado na escadaria do Capitólio, a caminho do seu julgamento. A sua morte (entretanto revertida) causou enorme choque e comoção tanto no Universo Marvel como no mundo real. O <i>New York Times</i>, por exemplo, fez manchete do sucedido, retratando Steve Rogers como expressão e signo do ideal americano;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A estreia do Capitão América em Terras Tupiniquins remonta a junho de 1943, no 73º número de <i>O</i> <i>Guri</i>, suplemento juvenil do <i>Diário da Noite - </i>o primeiro a ser editado no mesmo formato dos <i>comic books</i> americanos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na lista dos cem melhores super-heróis de todos os tempos, divulgada em 2011 pelo portal de entretenimento IGN, o Capitão América surge em 6º lugar. Dentre os seus congéneres da Casa das Ideias, apenas Homem-Aranha (3º) e Wolverine (4º) conseguiram melhor classificação;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Capitão América foi o primeiro herói da Marvel a fazer a transição para o celuloide. Em 1944, Dick Purcell tornou-se o primeiro ator a interpretar o Sentinela da Liberdade em <i>Captain America</i>, série cinematográfica em 15 capítulos produzida pela Republic Pictures - e com assinaláveis diferenças relativamente ao cânone. Antes de se tornar o porta-bandeira do MCU - onde, de 2011 a 2019, foi encarnado por Chris Evans - o Sentinela da Liberdade teve direito a dois telefilmes - <i>Captain America</i> e <i>Captain America: Death Too Soon</i> (ambos de 1979 e estrelados por Reb Brown) - e, em 1990, o filme <i>Captain America</i> (com Matt Salinger como protagonista) foi lançado diretamente em vídeo. O impressionante lastro mediático do Capitão América, refletindo a sua importância no imaginário coletivo, abrange igualmente dezenas de animações, jogos de vídeo e até novelas literárias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi63-0JDiI-B9UKhslKh0lKFQzOqjuh1AbqW3fhrnV6VPgoHkkEh0nVwdnAD6VIMcL3NTN7qtD4OLcuKBahieGmJcI1XJG6uQHG4EPK9kWFc1zqgv7BpG9qeSoLGx-XWusrT1lJiJkGjSuXkuPToWxWPI0LZUct9jvEVp92257yCjADsBOKDg_rWwn9Fg=s700" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="394" data-original-width="700" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi63-0JDiI-B9UKhslKh0lKFQzOqjuh1AbqW3fhrnV6VPgoHkkEh0nVwdnAD6VIMcL3NTN7qtD4OLcuKBahieGmJcI1XJG6uQHG4EPK9kWFc1zqgv7BpG9qeSoLGx-XWusrT1lJiJkGjSuXkuPToWxWPI0LZUct9jvEVp92257yCjADsBOKDg_rWwn9Fg=w640-h360" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-weight: bold;">Dick Purcell, Reb Brown, Matt Salinger e Chris Evans encarnaram a Lenda Viva.</span><br /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: 700;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: 700;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: 700;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: 700;">*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: 700;">*Artigos sobre Joe Simon, Timely Comics e Caveira Vermelha disponíveis para leitura complementar.</span></div></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-38719497190131235472021-11-12T16:15:00.001+00:002021-11-13T09:33:41.441+00:00ETERNOS: CURT SWAN<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhntwSxb1rL1Livt1_SPLG9iROt7mekNm0ekYO9uoiAwmd6uhejnOr2w5Scu4udIFPEVKjduG293ipUXyDC0kq9Bk5ywJTSXPY-niv6kEwIkT79zV_CSX9yqrP4zhUsTImovI3oYXQhfY1U/s525/Swan2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="525" height="612" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhntwSxb1rL1Livt1_SPLG9iROt7mekNm0ekYO9uoiAwmd6uhejnOr2w5Scu4udIFPEVKjduG293ipUXyDC0kq9Bk5ywJTSXPY-niv6kEwIkT79zV_CSX9yqrP4zhUsTImovI3oYXQhfY1U/w640-h612/Swan2.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> Durante mais de três décadas, o seu lápis esculpiu laboriosamente um dos maiores totens da cultura popular. Considerado o artista definitivo do Super-Homem, o seu monumental legado continua a ser reverenciado por pares e fãs nostálgicos. Via-se, porém, a si mesmo como operário de uma indústria ingrata.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na esteira de Joe Shuster, foram dezenas os artistas que, ao longo de mais de 80 anos, emprestaram o seu traço ao Homem de Aço. Nessa multidão intermutável de talentos sobressaem nomes como Wayne Boring, John Byrne ou Dan Jurgens. Sem desprimor para os demais, a cada um deles correspondeu uma era de intenso fulgor. Mas nenhum deixou uma marca tão profunda no primeiro dos super-heróis como Curt Swan.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Existe um antes e um depois de Curt Swan na mitologia do Super-Homem. O seu percurso profissional confunde-se com a carreira editorial do herói nas Idades de Prata e de Bronze. Nenhum outro artista desenhou tantas vezes ( e por tanto tempo) o Homem do Amanhã. Entre capas, tiras e páginas interiores, terão sido, por junto, mais de 19 mil as artes assinadas por Curt Swan durante o seu longo consulado nos títulos da Superfamília.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Tão importante como a quantidade era, outrossim, a qualidade do trabalho de Swan. Que, a despeito do seu inegável virtuosismo, sempre se viu a si mesmo como um humilde proletário de uma indústria em que todos são descartáveis. Um zangão incansável dentro de uma colmeia fervilhante, destinado a morrer depois de cumprir o seu propósito.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Swan definiu a aparência do Super-Homem não para uma, mas para duas gerações. Sob o seu lápis sensível, o Último Filho de Krypton humanizou-se. O estranho visitante de outro planeta passou a absorver mais do nosso afeto e simpatia. Swan chancelou também vários dos momentos capitais do cânone do Homem de Aço, como o primeiro encontro deste com Batman ou o seu casamento com Lois Lane. Com Otto Binder, outro zangão, criou Krypto, o cão de estimação do Superboy e um dos elementos mais acarinhados da Superfamília. Apenas uma das muitas adições da sua coautoria à mitologia da personagem que o alcandorou ao panteão da 9ª Arte.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Por tudo isto, Curt Swan é geralmente apontado como o artista definitivo do Super-Homem. Mas por trás da lenda existiu um homem. Um homem decente na sua simplicidade, cuja vida e obra, um quarto de século volvido sobre o seu desaparecimento, vale a pena revisitar. Por imperativo de memória numa época fértil em revisionismos históricos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3dj2s03h1aLhRk-HJ9pMyny42XOEwRenPGfsSeoF0w-Lazl2gsIGfVp36lBPaIdnsTcda3bcY9Dkj4EsRbsgogEjZTWM_QSdfHoMcxoUXvwPi4i8SaixDhyoUH3hyphenhyphen00UNUMhdnkpPshOy/s1134/Superman+Curt+Swan.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1134" data-original-width="805" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3dj2s03h1aLhRk-HJ9pMyny42XOEwRenPGfsSeoF0w-Lazl2gsIGfVp36lBPaIdnsTcda3bcY9Dkj4EsRbsgogEjZTWM_QSdfHoMcxoUXvwPi4i8SaixDhyoUH3hyphenhyphen00UNUMhdnkpPshOy/w454-h640/Superman+Curt+Swan.jpg" width="454" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Curt Swan criou a imagem do Super-Homem que se tornou ícone popular.<br />(Montagem executada por Emerson Andrade, <br />a quem deixo aqui o meu agradecimento muito especial).</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Curt Swan nasceu Douglas Curtis Swan a 17 de fevereiro de 1920. Teve como berço Wilmar, cidadezinha agrícola do Minnesota ufana do seu estatuto de maior produtora de perus do estado. Seria no entanto outra a ave a defini-lo. Em finais do século XIX, a sua avó paterna, imigrante sueca instalada no Canadá, abreviara o apelido familiar de Swanson para Swan (cisne). No Oriente, o cisne simboliza, entre outras coisas, a coragem, a nobreza e a elegância. Predicados que, ao longo da sua vida, Swan demonstrou ter em comum com o Último Filho de Krypton.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O mais novo dos cinco filhos de um casal da classe trabalhadora - o pai ferroviário, a mãe auxiliar no hospital local -, Swan cresceu a admirar as histórias ilustradas dadas à estampa pela <i>Collier's</i> e outras revistas da época. Cedo demonstrou também talento para desenhar, vendendo o seu primeiro trabalho - um tira rudimentar desenhada na parte de trás de um calendário de mesa - a um colega da sua turma do 6º ano. A sua habilidade com o lápis também não passou despercebida aos professores, que frequentemente a requisitavam para as suas aulas ou em atividades extracurriculares. Ganhar a vida a rabiscar era, todavia, algo com que o pequeno Swan nem se atrevia a sonhar.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nos anos de chumbo da Grande Depressão, Swan, ainda adolescente, conseguiu emprego num armazém para ajudar a equilibrar o magro orçamento familiar. Desenhar continuava a ser um passatempo que o ajudava a suportar as agruras de um dia a dia pautado pela incerteza.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Quando atingiu a maioridade, Swan alistou-se na Guarda Nacional do Minnesota e, dois anos mais tarde, foi incorporado nas fileiras do Exército. Em 1941, após breve passagem por Forte Dix (Nova Jérsia), o seu regimento de Infantaria foi destacado para a Irlanda do Norte. Foi já com as divisas de sargento cosidas na farda que Swan teve a sua primeira oportunidade como artista.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Enquanto desenhava um mural no Clube da Cruz Vermelha de Fintona - pequena vila rural a cerca de uma centena de quilómetros de Belfast - Swan travou conhecimento com Dick Wingert. Um daqueles obséquios do acaso que lhe mudaria as agulhas da vida. Wingert trabalhava como cartunista no jornal oficial do Exército - o <i>Stars and Stripes</i> - e, impressionado com o talento de Swan, sugeriu-lhe que contactasse o coronel que dirigia a publicação.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjoYVp5eg4zFH3L-qyhVEQA6sal3p7EEAcyJpIGPEOqSXSg9ZWs0l_JunHXvx3lI5GS6e_VjK38YVYz33F9nBRi_NC3ApUCndishAZben5by3g1IDJmxn4T1rDzqDaavd14rA_2oue5Q-b/s1780/SS.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1037" data-original-width="1780" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjoYVp5eg4zFH3L-qyhVEQA6sal3p7EEAcyJpIGPEOqSXSg9ZWs0l_JunHXvx3lI5GS6e_VjK38YVYz33F9nBRi_NC3ApUCndishAZben5by3g1IDJmxn4T1rDzqDaavd14rA_2oue5Q-b/w640-h372/SS.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Foi no jornal castrense<i> Stars and Stripes</i> que Swan<br /> deu os seus primeiros passos no campo da ilustração.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Sem saber exatamente que tipo de função poderia desempenhar no jornal, e sem grande jeito com as palavras, Swan pediu a um colega que lhe redigisse uma breve nota de apresentação que juntou a algumas ilustrações da sua autoria enviadas por correio. Foi quanto bastou para, logo depois, ser transferido para Londres, onde reforçou o <i>staff</i> artístico do <i>Stars and Stripes</i>.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Longe das frentes de batalha onde alguns dos seus ex-camaradas de armas perderam a vida, Swan especializou-se no desenho de mapas que mostravam a progressão das tropas aliadas no terreno. Ilustrar reportagens de guerra e tiras humorísticas eram outras das suas incumbências. Durante a sua passagem pelo <i>Stars and Stripes</i>, Swan cunhou amizade para a vida com o escritor da DC France Herron. Anos mais tarde, seria pela mão dele que daria os primeiros passos na Editora das Lendas.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nos últimos meses de 1943, Swan foi transferido para Paris e alugou um modesto apartamento perto da Torre Eiffel. A viver o sonho de qualquer artista, passava longas horas a desenhar junto às margens do Sena. Pedir em casamento a sua musa de sempre pareceu-lhe, por isso, o passo lógico seguinte. Helene Brickley era uma funcionária da Cruz Vermelha Americana destacada para a capital francesa. Os caminhos de ambos tinham-se cruzado pela primeira vez quando Swan estava aquartelado em Fort Dix. O amor floresceu e, após algum tempo separado pela guerra, o casal trocou alianças no verão de 1944, na Cidade Luz.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">De regresso à vida civil e a terras do Tio Sam, Curt Swan acalentava a esperança de encontrar trabalho na área da ilustração. O passatempo de infância poderia, afinal, servir para pôr comida na mesa. Após uma breve estadia em Minneapolis (erroneamente indicada em biografias avulsas como a sua cidade natal), Swan mudou-se de armas e bagagens com a mulher para Nova Iorque.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na Grande Maçã já se encontravam vários ex-colaboradores do <i>Stars and Stripes</i>, incluindo France Herron, que, nesse emmeio, recuperara o seu posto na Editora das Lendas. Por sugestão deste, Swan fez chegar algumas amostras do seu trabalho a Whitney Ellsworth, um dos mais influentes editores da DC. Ellsworth ficou agradado com o que viu e Swan foi prontamente contratado para desenhar <i>Boy</i> <i>Commandos</i>, série originalmente desenvolvida por Joe Simon e Jack Kirby.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgknvzuwXdWHBiWJ9ON2Tz9Ah-zFV6ZnwVcg67gsZgRngCz9agZntRSEan4DVQOvm1Nb0AvRMUJySj1o9GesFTi4EEf9ISdEZT0_8jZMKW3F7C-g69ya7jmj6HDGKYLIL0tVgXpXQ3bMyY3/s400/boys.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="286" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgknvzuwXdWHBiWJ9ON2Tz9Ah-zFV6ZnwVcg67gsZgRngCz9agZntRSEan4DVQOvm1Nb0AvRMUJySj1o9GesFTi4EEf9ISdEZT0_8jZMKW3F7C-g69ya7jmj6HDGKYLIL0tVgXpXQ3bMyY3/w458-h640/boys.jpg" width="458" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Boy Commandos </i>#16 (julho de 1946) foi<br /> o primeiro trabalho de Swan para a DC.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Radiante com a perspetiva de receber 18 dólares (maquia apreciável na época) por cada página desenhada, Swan acreditava, contudo, que, quando muito, aquele seria um emprego para um par de anos. Com o declínio das vendas no pós-guerra, ele intuía que a indústria dos <i>comics</i> teria os dias contados. Nem imaginava que trabalharia nela pelo resto da vida.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À parte um trimestre de aulas noturnas no Instituto Pratt (instituição privada com forte tradição nas artes), ao abrigo de um programa de reinserção social de veteranos da II Guerra Mundial patrocinado pelo governo federal, Curt Swan era um autodidata. Por conseguinte, embora o salário auferido na DC fosse atrativo, depressa descobriu o ror de tempo necessário para desenhar uma página. Como era apanágio de muitos artistas novatos, Swan colocava demasiados detalhes no seu trabalho, ficando desapontado com a sua reduzida capacidade de produção.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Graças às preciosas dicas de Steve Brodie, um dos mais experientes artes-finalistas da DC, Swan aprendeu a acelerar o lápis e logo passou a produzir 3 a 4 páginas por dia. Para embolsar a pequena fortuna de 10 mil dólares anuais, Swan trabalhava 14 a 16 horas por dia, sete dias por semana. Quando não estava sentado diante do estirador, Swan, pai de três filhos, gostava de passar o seu tempo livre em família ou em ocasionais partidas de golfe.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na viragem da década de 50, o azafamado Curt Swan tinha assumido a arte de três séries periódicas (a <i>Boys</i> <i>Commandos</i>, somara <i>Tommy Tomorrow</i> e <i>Gangbusters</i>), datando também dessa época as primeiras capas de <i>Superboy</i> da sua autoria. Começava assim a sua vetusta relação com os títulos do Último Filho de Krypton. Estes tinham como editor Mort Weisinger, notório pelo seu temperamento explosivo e por ser mais papista do que o Papa. Qualquer ligeiro desvio ao padrão visual do Super-Homem fazia-o torcer-se de furor. Swan foi alvo recorrente do<i> bullying</i> editorial de Weisinger, ao ponto de começar a sofrer de dores de cabeça insuportáveis.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Em 1951, Swan atingiu o limiar crítico da sua paciência. Depois de constatar que a pressão profissional lhe estava a prejudicar a saúde e a vida familiar, trocou a DC por uma pequena agência publicitária especializada na promoção de brinquedos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNCLBxCMlG4nhmDKYak2AQkHg_WudbzJ6Ofk76liDetZL80G2nN-s_c0x_sPgH8E2-ABZzZ9OeuJK1AJd-auzsgx3x0UsS01Ng1nV82pRHr6u0UwEJE5IndAGk6DLEMRo-Y4a405sS1mRv/s612/Superboy.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="560" data-original-width="612" height="586" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNCLBxCMlG4nhmDKYak2AQkHg_WudbzJ6Ofk76liDetZL80G2nN-s_c0x_sPgH8E2-ABZzZ9OeuJK1AJd-auzsgx3x0UsS01Ng1nV82pRHr6u0UwEJE5IndAGk6DLEMRo-Y4a405sS1mRv/w640-h586/Superboy.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Superboy foi o primeiro membro da Superfamília desenhado por Swan.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Embora apreciasse sobremaneira o ritmo mais tranquilo do seu novo emprego, o rendimento mensal de Swan encolheu para menos de metade. Regressou, por isso, à DC no mês seguinte, tendo sido recebido de braços abertos por todos - inclusive pelo próprio Weisinger. Que, no entanto, continuava a não poupá-lo às suas diatribes. Novamente acometido de enxaquecas, Swan encheu-se de brios e, de pé firme, enfrentou Weisinger. Para sua surpresa, o mais temido dos editores passou a respeitá-lo e, como por magia, as dores de cabeça desapareceram.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Indicar com precisão qual foi o primeiro trabalho de Curt Swan com o Super-Homem afigura-se tarefa complicada. Até meados dos anos 50, nem todos os autores de cada edição eram devidamente creditados. Era também comum o recurso a "artistas fantasmas", que encontravam maneiras engenhosas de esconder as suas iniciais no material que produziam. Segundo alguns investigadores da 9ª Arte, Swan preferia outro artifício: desenhar personagens com os dedos do meio das mãos unidos. Razão pela qual algumas fontes sinalizam <i>Superman</i> #51 (março de 1948) como a primeira vez em que o lápis de Swan substituiu o de Wayne Boring na série mensal do Homem de Aço. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Certo é que, em 1953, Swan foi o eleito (em detrimento de Boring e Al Plastino) para ilustrar <i>Three-Dimension Adventures Superman</i>, edição especial em 3D lançada à boleia da popularidade de que os filmes nesse formato gozavam na altura. Esse projeto marcou a estreia oficial de Curt Swan como artista do Super-Homem.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC_xrIcPl0Fin0maST6V68IYuixJ2js3qUv6-2KwuOd77q4wG1sBd0xB75WTwb1AtJEZ-yUNMSNLODoZMXfIZX-M4HyCXkWawThWGhyphenhyphenOnfklQ9NfGJPHQGimQ7umwqfoy-OBs9Hit-DyLP/s775/3D.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="775" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC_xrIcPl0Fin0maST6V68IYuixJ2js3qUv6-2KwuOd77q4wG1sBd0xB75WTwb1AtJEZ-yUNMSNLODoZMXfIZX-M4HyCXkWawThWGhyphenhyphenOnfklQ9NfGJPHQGimQ7umwqfoy-OBs9Hit-DyLP/w496-h640/3D.jpg" width="496" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Nesta edição especial de 1953, <br />Swan foi creditado pela primeira vez como artista do Homem de Aço. </b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Dois anos mais tarde, em 1955, Swan foi chamado por Weisinger a render Wayne Boring em <i>Superman</i>. Como já vinha ilustrando<i> Superboy</i> e <i>Superman's Pal Jimmy Olsen</i> desde o ano anterior, Swan encarou isso como uma extensão natural do seu trabalho.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A pedido de Weisinger, Swan retocou o visual do Homem de Aço. Começando pelo queixo quadrado que, durante o longo consulado de Boring, se tinha tornado imagem de marca do herói. Como forma de torná-lo mais poderoso e menos caricatural, Swan acentuou-lhe também os músculos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Swan desenhava como ninguém expressões faciais. Por meio delas conseguia reproduzir os diferentes estados de alma do Último Filho de Krypton, cujo voo adquiriu igualmente maior graciosidade. Foi essa elegância e humanidade que Swan trouxe à personagem. Para esse efeito, tomou como modelos John Weissmuller (o mítico Tarzan cinematográfico dos anos 30 e 40) e George Reeves (que viveu o Super-Homem na não menos lendária série televisiva da década de 1950).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nos anos 60, o traço de Curt Swan era ubíquo na linha de títulos da Superfamília: <i>Action Comics</i>, <i>Superman</i>, <i>Adventure Comics</i>, <i>Superboy</i>, <i>Superman's Pal Jimmy Olsen</i>, <i>Superman's Girl Friend Loi</i>s <i>Lane</i> e <i>World's Finest</i>. Era difícil encontrar naquela época uma história do Homem de Aço desenhada por outro artista. A obsessão de Swan pelo realismo, inspirada nos ilustradores clássicos, e a sua predileção por temas genuinamente americanos faziam dele o Norman Rockwell dos quadradinhos. Essa influência era patente, em particular, nas histórias do Superboy, onde as paisagens de Smallville invocavam os óleos bucólicos de Rockwell.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Um facto muitas vezes omisso no impressionante currículo de Curt Swan é que, além de fazer o pleno nos títulos da Superfamília, ele desenhava ainda as tiras diárias do Super-Homem. Em 1954, Swan vira ser rejeitada por diversos jornais uma tira da sua autoria (<i>Yellow Hair</i> contava a história de um menino branco adotado por índios), mas o Homem de Aço permitiu-lhe trabalhar com esse tipo de material.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtpslih7DaG2oCKqVQR_UkmrIxd4gc5IiGpUCLsibosIUF0o2wyZHlFip-HHjZt5MDGbZeUlmX8qUaHK7XRELnSlqbK7a4b-b8q0OIf2L0kVHGpQo_gri2CwViC-R5Xfh2mnu4lZYQsztu/s3000/Yellow.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="896" data-original-width="3000" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtpslih7DaG2oCKqVQR_UkmrIxd4gc5IiGpUCLsibosIUF0o2wyZHlFip-HHjZt5MDGbZeUlmX8qUaHK7XRELnSlqbK7a4b-b8q0OIf2L0kVHGpQo_gri2CwViC-R5Xfh2mnu4lZYQsztu/w640-h192/Yellow.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Yellow Hair</i>, a tira inédita de Curt Swan.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nessa era de absoluto esplendor, Swan não foi apenas o criador da imagem arquetípica do mais arquetípico dos super-heróis, mas também o melhor expoente do estilo gráfico característico da DC naquela época: figuras bem proporcionadas, traços definidos e simétricos, vestuário impecável e, claro, mulheres lindas de morrer. Também as crianças desenhadas por Swan pareciam crianças, ao invés de adultos em miniatura. Não admira, por isso, que a Marvel o tenha assediado sem, contudo, conseguir enfraquecer a sua lealdade à sua editora de sempre.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Em agosto de 1967, Swan associou o seu nome a outro momento histórico do cânone da DC: a primeira corrida entre o Super-Homem e o Flash. Publicada em <i>Superman</i> #199, a arte cinética de Swan ainda hoje serve de referência aos profissionais do lápis chamados a recriar a alucinante competição para encontrar o homem mais rápido do mundo.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh3pgGwy3C2ffv-G1qAFjHYGqsT4FSiswK4_fxFHRouHndcYiEAftClB76UHkHWJneAPmGgnq92pnHKj4aicVzEPF1EtBEaLE_Y-6mPtIHwB-HTu36RUYRVwA6ClUB4OJ-oK3qsT6s3F1b/s512/flash.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="342" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh3pgGwy3C2ffv-G1qAFjHYGqsT4FSiswK4_fxFHRouHndcYiEAftClB76UHkHWJneAPmGgnq92pnHKj4aicVzEPF1EtBEaLE_Y-6mPtIHwB-HTu36RUYRVwA6ClUB4OJ-oK3qsT6s3F1b/w428-h640/flash.jpg" width="428" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A arte vibrante de Swan na corrida do século.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Embora sempre tenha preferido desenhar o Homem de Aço, o trabalho realizado por Curt Swan na Legião dos Super-Heróis foi tudo menos despiciendo. A sua versatilidade e o seu estilo elegante incutiram um novo apelo às histórias do grupo nas quais Superboy era um <i>habitué</i>. Computo e Imperatriz Esmeralda, arqui-inimigos da Legião, foram duas das suas criações mais importantes para a série.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À medida que os <i>comics</i> evoluíam durante a chamada Idade de Bronze, o mesmo acontecia com o Super-Homem de Swan. Sob cujo traço o Último Filho de Krypton se tornou uma figura mais graciosa e inspiracional com o toque dramático que os padrões da época impunham. Uma das razões pelas quais Christopher Reeve foi a escolha perfeita para encarnar Kal-El no cinema foi porque ele parecia ter sido recortado de um qualquer painel desenhado por Swan. <i>Superman, The Movie</i> foi uma carta de amor à Idade de Prata, apresentando o mesmo herói imponente e compassivo que Swan esculpira laboriosamente.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaOfQj-XEL3b21Ub-xB3WWKp-jODPZbszPLDvpjRzRe8vp7XgWAWZHvCAyFH4UBP2NGFKg15fpJoJTFjcqV9qIlvzuvCvZVFnjeG1eo-SKrw0wOmAObECn-ioDWs3j2tKfHSLrm3OW68Nq/s1250/Superman.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1250" data-original-width="809" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaOfQj-XEL3b21Ub-xB3WWKp-jODPZbszPLDvpjRzRe8vp7XgWAWZHvCAyFH4UBP2NGFKg15fpJoJTFjcqV9qIlvzuvCvZVFnjeG1eo-SKrw0wOmAObECn-ioDWs3j2tKfHSLrm3OW68Nq/w414-h640/Superman.jpg" width="414" /></a></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2tDwp5Ziq1XrP6YDPTG4ohmduDlhQ6ZhUHuv7LAS2W3ndtOuLGMbikut21KQXfOEPO7i2MDN0zPMq5NGyza_pWwedspkJweI46lyiLaMRA9NnkpAAa3iZsRyWY9yZwOA9J6wNTQC1PBeL/s820/Reeve.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="615" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2tDwp5Ziq1XrP6YDPTG4ohmduDlhQ6ZhUHuv7LAS2W3ndtOuLGMbikut21KQXfOEPO7i2MDN0zPMq5NGyza_pWwedspkJweI46lyiLaMRA9NnkpAAa3iZsRyWY9yZwOA9J6wNTQC1PBeL/w480-h640/Reeve.jpg" width="480" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Christopher Reeve foi a versão de carne e osso do Super-Homem de Curt Swan.</b></span></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Depois de, em 1985, ter visto o seu nome incluído em<i> Fifty Who Made DC Great</i>, no ano seguinte Curt Swan foi inopinadamente afastado dos títulos do Super-Homem. Longe dos seus tempos de glória, o Último Filho de Krypton era agora considerado antiquado. E o mesmo se aplicava à arte de Swan. De um dia para o outro, o artista que redefinira o Homem de Aço fazendo dele um imbatível campeão de vendas teve os seus serviços dispensados. Sem pompa nem circunstância, sem uma palavra de reconhecimento. Derrubado do pedestal por quem lhe devia carregar o andor. Apesar de nunca a ter verbalizado, a mágoa daí resultante acompanharia Swan pelo resto da vida. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Escrita por Alan Moore, <i>O que aconteceu ao Homem do Amanhã? </i>(já aqui esmiuçada) assinalou, a um só tempo, o fim da Idade de Prata e a despedida de Curt Swan enquanto artista regular do Super-Homem. Foi o cintilante culminar de uma era que teve em Swan um dos seus mais diligentes obreiros.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nos anos seguintes, Curt Swan, apesar de reformado, continuou envolvido em projetos menores da DC, incluindo a arte de uma das mais raras edições do Super-Homem. <i>This Island Bradman </i>foi uma banda desenhada personalizada encomendada em 1988 por Godfrey Bradman, magnata do imobiliário, como presente para o Bar Mitzvah do seu filho. Fora da sua zona de conforto, Swan ilustrou ainda <i>Swamp</i> <i>Thing, Teen Titans </i>e uma minissérie de<i> Aquaman</i>. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbZBIlDq09LP-xYeXuy_G6OIWAJbtotAwaLP602YtyTH9apRsnl1xTaoFqQB2PAtn7l1sFpq4ZDz966MBDTw9Xf29pGGztn9L_20hurRKZzdZ7jbXkR4ADw3qNRlIejPbHoxTod-OYXYov/s872/Bradman.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="872" data-original-width="580" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbZBIlDq09LP-xYeXuy_G6OIWAJbtotAwaLP602YtyTH9apRsnl1xTaoFqQB2PAtn7l1sFpq4ZDz966MBDTw9Xf29pGGztn9L_20hurRKZzdZ7jbXkR4ADw3qNRlIejPbHoxTod-OYXYov/w426-h640/Bradman.jpg" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>This Island Bradman </i>(1988)<i>. <br /></i>Uma das maiores raridades do Super-Homem com assinatura de Curt Swan.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3fqZoNpOkl4hLytUOybJeFb4Jxu8MHYmdh9ymhiy3vMnIPpTVJfvjmsm1zZAQhDOD0GLLQAdMkANnjw-VOJf8DQMhskF8D_XQe-MnLB-xaMNoqUeq9CXLU9tEN-KuKJaWwAx21PNFD02/s375/ink.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="250" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3fqZoNpOkl4hLytUOybJeFb4Jxu8MHYmdh9ymhiy3vMnIPpTVJfvjmsm1zZAQhDOD0GLLQAdMkANnjw-VOJf8DQMhskF8D_XQe-MnLB-xaMNoqUeq9CXLU9tEN-KuKJaWwAx21PNFD02/w426-h640/ink.jpg" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Curt Swan ganhou o seu primeiro prémio apenas em 1984, <br />ano em que lhe foi atribuído o Inkpot Award para melhor desenhador.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A exemplo de muitos dos seus pares, Curt não acautelara financeiramente o seu futuro, pelo que se viu obrigado a continuar a trabalhar, em prol tanto da sua sanidade mental como da sua sobrevivência. Com o tempo, porém, as suas colaborações com a DC foram-se tornando cada vez mais escassas. O seu canto do cisne foram as cinco páginas publicadas postumamente em <i>Superman: The Wedding Album</i> (dezembro de 1996). Numa amarga ironia, o casamento de Swan com Helene Brickley tinha chegado ao fim pouco tempo antes.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Curt Swan partiu durante o sono no seu apartamento em Wilton (Connecticut), a 17 de junho de 1996. Um fim sereno para um discreto mestre da Arte Sequencial; cisne branco transformado em patinho feio pelos caprichos de uma indústria sem escrúpulos em triturar quem a engrandeceu. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Swan transcendeu gerações, dedicou-se de alma e coração à sua personagem de sempre e, acima de tudo, abriu caminho. Embora não tenha sido o primeiro a chegar, ele introduziu estilos, recursos e elementos que serviram de referências para as gerações posteriores de artistas a quem foi concedido o privilégio de desenhar o maior herói de todos os tempos. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À sua maneira, Curt Swan foi ele próprio um herói. Quando questionado sobre qual havia sido o prémio mais importante da sua carreira, ele respondeu simplesmente: "O sorriso de uma criança ao ler uma história do Super-Homem desenhada por mim." Ao meu bom amigo <b>Emerson Andrade</b>, assim como a tantos fãs nostálgicos por esse mundo afora, Swan arrancou incontáveis sorrisos. Esta foi a maneira que ele<b> </b>encontrou para os retribuir. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="791" data-original-width="951" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG1phHK8uAIWhLdyHCgtZYBV9usrJO9p7dViU816tmPV2ZvXvHpbxbcbuEPE_JYUruJe2wYY1vX8CKrZ21H41APls1ga7ccWX4-Yxeq71UVIC8jI3MB-4Nuk8a8r3hC-6NNVtLzCKO5_KK/w640-h532/Super-Swan.jpg" width="640" /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG1phHK8uAIWhLdyHCgtZYBV9usrJO9p7dViU816tmPV2ZvXvHpbxbcbuEPE_JYUruJe2wYY1vX8CKrZ21H41APls1ga7ccWX4-Yxeq71UVIC8jI3MB-4Nuk8a8r3hC-6NNVtLzCKO5_KK/s951/Super-Swan.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"> </div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-33905647483095083892021-10-14T16:25:00.000+01:002021-10-14T16:25:46.317+01:00RETROSPETIVA: «WATCHMEN - OS GUARDIÕES»<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1p2zUnDaeeUCJu9fBrqoSbNpD6a26eTg4k04c1QoKE1HqF8M4AVoVndlo9F_ruu0aL9bgwlxj0Uizds623KxNWf-mnjiLubsbo4fArNFftFXApysinLQtbsq4AT25-EEpULm5MF7kgBfr/s1500/Watch1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1p2zUnDaeeUCJu9fBrqoSbNpD6a26eTg4k04c1QoKE1HqF8M4AVoVndlo9F_ruu0aL9bgwlxj0Uizds623KxNWf-mnjiLubsbo4fArNFftFXApysinLQtbsq4AT25-EEpULm5MF7kgBfr/w427-h640/Watch1.jpg" width="427" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"> Na sua hora mais negra, uma pandilha de vigilantes amorais desvenda a terrível verdade por detrás de uma conspiração que poderá mudar o curso da História. Com as doze badaladas prestes a soarem no Relógio do Apocalipse, até onde estarão eles dispostos a ir para salvar a Humanidade de si mesma?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original:</b><i> Watchmen</i></div><div style="text-align: justify;"><b>Ano: </b>2009</div><div style="text-align: justify;"><b>País: </b>Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Duração: </b>163 minutos</div><div style="text-align: justify;"><b>Género: </b>Ação / Mistério / Fantasia / Super-heróis</div><div style="text-align: justify;"><b>Produção: </b> Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures </div><div style="text-align: justify;"><b>Realização:</b> Zack Snyder</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento: </b>David Hayter & Alex Tse (baseado na história original de Alan Moore)</div><div style="text-align: justify;"><b>Distribuição: </b>Warner Bros. (apenas na América do Norte) e Paramount Pictures (resto do mundo)</div><div style="text-align: justify;"><b>Elenco: </b>Billy Crudup (John Osterman / Doutor Manhattan); Jackie Earle Haley (Walter Kovacs / Rorschach); Patrick Wilson (Daniel Dreiberg / Coruja II); Matthew Goode (Adrian Veidt / Ozymandias); Malin Akerman (Laurie Jupiter / Espectral II); Jeffrey Dean Morgan (Edward Blake / Comediante); Carla Gugino (Sally Jupiter / Espectral); Matt Frewer (Edgar Jacob / Moloch)</div><div style="text-align: justify;"><b>Orçamento:</b> 130 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b>Receitas globais: </b>185,3 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Anatomia de um épico </b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Pioneira na desconstrução das convenções do género heroico, em 1986 <i>Watchmen</i>, dos britânicos Alan Moore e Dave Gibbons, revolucionou os meandros dos quadradinhos americanos e colocou a DC na vanguarda de uma nova era. Nesse mesmo ano, os produtores Lawrence Gordon e Joel Silver adquiriram os direitos da saga para a 20th Century Fox. Depressa se tornou porém evidente que a transição para o celuloide daquela que é uma das sagas mais cultuadas da história da 9ª Arte seria missão espinhosa.</div><div style="text-align: justify;">A primeira contrariedade surgiu quando Alan Moore se recusou a escrever um argumento baseado na sua história. Moore sempre se demarcou das adaptações audiovisuais das suas obras e, como tantos outros, considerava que <i>Watchmen</i> era um filme impossível de ser feito. O longo caminho das pedras que o projeto teve de percorrer parecia dar-lhes razão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0L391KqinglweNnRrYw5MNF_JDwipqBFF084oLEE7dNsReMISEDCjnnlNBnT5comKDKAQc56MyhEnE5zTaRDFM4zZZbbXTsN7-tElXXoaajWj2VObf6H9syzW_JMU6gtH9IjOz-2KubM9/s600/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0L391KqinglweNnRrYw5MNF_JDwipqBFF084oLEE7dNsReMISEDCjnnlNBnT5comKDKAQc56MyhEnE5zTaRDFM4zZZbbXTsN7-tElXXoaajWj2VObf6H9syzW_JMU6gtH9IjOz-2KubM9/w426-h640/a1.jpg" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Há um antes e um depois de <i>Watchmen</i> na história da 9ªArte.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Face à recusa de Moore, a Fox contratou Sam Hamm (argumentista de <i>Batman</i>) para escrever um enredo que condensasse os doze capítulos da saga original num único filme. Partiu dele a ideia de alterar o rebuscado final da história de Moore (que envolvia uma lula gigante), substituindo-o pelo assassinato do eu passado do Doutor Manhattan, originando um paradoxo temporal. </div><div style="text-align: justify;">Já depois de o projeto ter passado para as mãos da Warner Bros., em 1991 o ex-Monty Phyton Terry Gilliam (<i>12 Macacos</i>) foi o primeiro nome escolhido para ocupar a cadeira de realizador. Com um orçamento estimado em 100 milhões de dólares, os produtores conseguiram apenas angariar um quarto desse valor. Muito por causa da reputação despesista de Gilliam que, logo depois, bateria com a porta, taxando <i>Watchmen</i> de inadaptável. A malapata de Moore fazia a sua primeira vítima.</div><div style="text-align: justify;">Depois de uma década a marinar, em 2001, à boleia do estrepitoso sucesso de <i>O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel</i>, <i>Watchmen</i> ganhou novo fôlego. Em outubro desse ano, Lawrence Gordon firmou uma parceria com Lloyd Levin e a Universal Pictures, contratando David Hayter (argumentista de <i>X-Men</i>) para escrever e dirigir a película. Aproveitando a carta de alforria recebida, Hayter transferiu a trama para a atualidade, descontextualizando-a da Guerra Fria.</div><div style="text-align: justify;">Quando diferenças criativas ditaram o fim prematuro da parceria com a Universal, os produtores ensaiaram uma tentativa falhada de colocar o projeto sob os auspícios da Revolution Studios. Mesmo os que não são dados a superstições não tinham como negar o enguiço. <i>Watchmen</i> voltava, uma vez mais, à estaca zero.</div><div style="text-align: justify;">Até que, em julho de 2004, a Paramount Pictures, ao abrigo de um acordo extrajudicial com os produtores (que acusava de violação contratual), anunciou que teria a seu cargo a distribuição internacional do filme. Michael Bay (<i>Transformers</i>), Tim Burton (<i>Batman</i>) e Darren Aronofsky (<i>Cisne</i> <i>Negro</i>) foram alguns dos cineastas sondados para capitanear o projeto, No entanto, por um motivo ou por outro, todos acabariam por se descartar.</div><div style="text-align: justify;">Impressionada com o brilhante trabalho de Zack Snyder em <i>300</i> (adaptação da saga homónima da autoria de Frank Miller), a Warner Bros. ofereceu-lhe a cadeira vaga de realizador. Snyder não se fez rogado e, à semelhança do que fizera em <i>300</i>, usou a saga original como <i>storyboard</i>. Entretanto, o argumento de Hayter foi revisto por Alex Tse que, de uma penada, devolveu a história ao contexto original da Guerra Fria e alterou uma vez mais o respetivo desfecho. Adicionalmente, as cenas de luta foram estendidas e uma trama secundária sobre recursos energéticos foi incluída para tornar o filme menos datado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7YkUwyWwfZYSucgeTtox6kea_s7P9rrG81_ECbmhKQ1FaFXDtHPxM9ATERuy2-7nTld4yvUntwqNJ-m9CuwwPzi9j4-7KyamglNcIVnVbFddLnhyphenhyphen5YZrKnefDG6TowQ-1FXq4EraywZYZ/s700/a2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7YkUwyWwfZYSucgeTtox6kea_s7P9rrG81_ECbmhKQ1FaFXDtHPxM9ATERuy2-7nTld4yvUntwqNJ-m9CuwwPzi9j4-7KyamglNcIVnVbFddLnhyphenhyphen5YZrKnefDG6TowQ-1FXq4EraywZYZ/w286-h400/a2.jpg" width="286" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Zack Snyder fez o que muitos<br /> duvidam que pudesse ser feito.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Recebida a luz verde por parte da Warner Bros., as filmagens decorreram entre setembro de 2007 e fevereiro de 2008, em Vancouver. A escolha desta cidade canadiana para fazer as vezes de Nova Iorque deveu-se à insistência de Snyder em privilegiar cenários reais, reservando as telas verdes para as sequências em Marte e na Antártida. A complexidade dos efeitos visuais requereu a contratação de uma dezena de empresas do ramo e Dave Gibbons aceitou ser consultor artístico do projeto, tendo inclusivamente desenhado um dos cartazes promocionais de <i>Watchmen</i>.</div><div style="text-align: justify;">À meia-noite em ponto de 23 de fevereiro de 2009, <i>Watchmen</i> fez a sua estreia mundial no Odeon Leicester Square, um dos cinemas mais emblemáticos da capital britânica. Apesar das receitas de bilheteira terem ficado aquém do esperado (55 milhões de dólares arrecadados no primeiro fim de semana em cartaz) e de ter polarizado opiniões, <i>Watchmen</i> demorou menos de uma década a tornar-se um filme de culto (que Alan Moore se gaba de nunca ter visto).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjObO6XFFYpCFojHioMyLQHZun-ywcoIf7cuM7PTLU8TTjBPE_YoCrqOF74SnrJXieduYTS6wHgQPHZd4hBzcs-jIAuDGetZwnoYMfBUcO33K7r0K5A-SjGB3UOCyY-WTfMVQHpzrS9WXQW/s693/Watchmen1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="520" data-original-width="693" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjObO6XFFYpCFojHioMyLQHZun-ywcoIf7cuM7PTLU8TTjBPE_YoCrqOF74SnrJXieduYTS6wHgQPHZd4hBzcs-jIAuDGetZwnoYMfBUcO33K7r0K5A-SjGB3UOCyY-WTfMVQHpzrS9WXQW/w640-h480/Watchmen1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">Quem vigia os vigilantes?</span></b></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Enredo</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">A trama desenrola-se numa linha temporal alternativa na qual vigilantes mascarados são reais e vêm lutando, há longos anos, contra o crime em terras do Tio Sam. Fenómeno surgido na viragem da década de 1930, em resposta aos métodos cada vez mais violentos das quadrilhas tradicionais e ao crescente número de bandidos fantasiados.</div><div style="text-align: justify;">Durante a II Guerra Mundial, alguns desses vigilantes - entre os quais o Comediante e a primeira Espectral - formaram um grupo apelidado de Minutemen, para fazerem aquilo que a Lei não conseguia. Dos oito membros fundadores, três foram mortos em ação, um desapareceu sem deixar vestígios e outro foi internado num manicómio. De permeio, o Comediante fora expulso da equipa, depois de uma tentativa de violação a Espectral.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicyT4slEYtfFQ8qXXaVFhpnp4uFVDIlxRyXc3HSx0R-K7qnRiilyVhRIMZQ_Y1mndf5sMl-d_MNL-O7Amo5wZkXeZ9em1qz6bm-s618zNzQ4b1nSXCLEadVSR4n8OdACB_Qp2gHgnOg2jf/s1738/a3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1251" data-original-width="1738" height="461" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicyT4slEYtfFQ8qXXaVFhpnp4uFVDIlxRyXc3HSx0R-K7qnRiilyVhRIMZQ_Y1mndf5sMl-d_MNL-O7Amo5wZkXeZ9em1qz6bm-s618zNzQ4b1nSXCLEadVSR4n8OdACB_Qp2gHgnOg2jf/w640-h461/a3.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os Minutemen.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Décadas mais tarde, uma segunda geração de justiceiros fantasiados, inspirados pelos Minutemen, fundaram uma nova equipa chamada Watchmen. Em consequência das suas ações, vários eventos históricos, como o assassinato de John F. Kennedy e a Guerra do Vietname, foram alterados. A vitória americana no Vietname, alcançada graças à interferência do omnipotente Doutor Manhattan (o único Watchman com superpoderes), prolongou a estadia de Richard Nixon na Casa Branca, possibilitada pela prévia revogação da lei que limitava os mandatos presidenciais. </div><div style="text-align: justify;">No final dos anos 70, um forte sentimento antivigilante instalou-se no país, levando o Congresso americano a proibir os heróis fantasiados, daí resultando a dissolução dos Watchmen. Paralelamente, a Guerra Fria ficou ao rubro com uma escalada de tensão entre os EUA e a URSS pontuada pela ameaça cada vez menos teórica de um holocausto nuclear. A cada dia que passava, o ponteiro do Relógio do Apocalipse deslizava perigosamente para a meia-noite e a Humanidade parecia ter os minutos contados.</div><div style="text-align: justify;">Em 1985, apenas três Watchmen permanecem no ativo: o Comediante e o Dr. Manhattan (ambos agentes do Governo) e Rorschach, que opera na clandestinidade. Ao investigar o assassinato de Edward Blake, Rorschach descobre que ele era na verdade o Comediante e conclui que os Watchmen poderão estar na mira de alguém determinado em eliminar aqueles que costumavam ser os defensores da sociedade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqWPDPBpJCSGd_gxh_X26BWpLYtwDG4OXiNtzJWd_ah0fM9Azt7Q5Qn3g4LpVhCmJSM7EXhVkuG-URkMb958l9VSfZpEXSujqIZiT2MZP-xN0rCc9mvp-1-9xzE5B40b7MOkN9FpLuLuPp/s590/a4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="590" height="381" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqWPDPBpJCSGd_gxh_X26BWpLYtwDG4OXiNtzJWd_ah0fM9Azt7Q5Qn3g4LpVhCmJSM7EXhVkuG-URkMb958l9VSfZpEXSujqIZiT2MZP-xN0rCc9mvp-1-9xzE5B40b7MOkN9FpLuLuPp/w640-h381/a4.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A morte do Comediante coloca a nu uma tenebrosa conspiração.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Rorschach apressa-se a alertar os seus antigos aliados, começando pelo seu ex-parceiro Daniel Dreiberg (o segundo Coruja). Embora cético, Dreiberg transmite as inquietações de Rorschach a Adrian Veidt, outrora conhecido como Ozymandias e agora um dos homens mais ricos e inteligentes do mundo. Veidt descarta prontamente a teoria conspirativa de Rorschach, que também não recebe crédito por parte do Dr. Manhattan nem de Laurie Jupiter, a segunda Espectral (filha da original).</div><div style="text-align: justify;">Após o funeral de Blake, o Dr. Manhattan é acusado de ter causado cancro à sua ex-namorada e a outras pessoas que com ele privaram desde o acidente científico que transformou John Osterman num deus vivo. Temendo pela segurança daqueles que o rodeiam, em particular de Laurie (de quem se vinha distanciando cada vez mais), Manhattan parte para o exílio em Marte. A sua ausência desfalca o poderio americano e dá aos soviéticos a confiança necessária para invadirem o Afeganistão. E assim a contagem decrescente para o Juízo Final acelera um pouco mais.</div><div style="text-align: justify;">Dias mais tarde, é a vez de Adrian Veidt escapar por pouco a um atentado levado a cabo por desconhecidos. Mas nem todos os Watchmen têm a mesma sorte. </div><div style="text-align: justify;">Quando interrogava Moloch, ex-némesis do Comediante e principal suspeito da sua morte, Rorschach cai numa cilada e acaba incriminado pela morte do vilão. Condenado a uma pesada pena de prisão, Rorschach tem o seu verdadeiro rosto exposto pela primeira vez. Resta-lhe o consolo de saber que a sua paranoia era real e que os Watchmen são, efetivamente, alvos a abater.</div><div style="text-align: justify;">Agora um casal, Laurie Jupiter e Daniel Dreiberg regressam ao ativo como Espectral e Coruja para resgatarem Rorschach da prisão. Mesmo a anos-luz de distância, o Dr. Manhattan continua a acompanhar a evolução dos acontecimentos e teletransporta a ex-amante para o Planeta Vermelho. Espectral implora a Manhattan que salve o mundo, mas ele limita-se a expressar-lhe a sua indiferença relativamente ao destino da Humanidade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHPLQt-H0VHnQRCHoluYEvPuJdB3vp8Rz0p5RD0mGt35n9CokTSLRW7ZhF_N1VZ6_h1ZBx2PIkQs03kcelUKGF7qFs3ZBvVV7c7ZjL99rmrRKmESEf83W-zRqVe_be2O9RqVGoyeuv5zVk/s1920/a5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1285" data-original-width="1920" height="429" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHPLQt-H0VHnQRCHoluYEvPuJdB3vp8Rz0p5RD0mGt35n9CokTSLRW7ZhF_N1VZ6_h1ZBx2PIkQs03kcelUKGF7qFs3ZBvVV7c7ZjL99rmrRKmESEf83W-zRqVe_be2O9RqVGoyeuv5zVk/w640-h429/a5.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Espectral e Coruja resgatam Rorschach da prisão.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Contudo, ao sondar as memórias da jovem, Manhattan descobre que ela é, afinal, filha do Comediante. Apesar da agressão sexual, ele e a mãe de Espectral tinham-se apaixonado e mantido uma relação em segredo. Fascinado com aquela sequência improvável de acontecimentos, Manhattan concorda em retornar à Terra. A Humanidade é uma espécie <i>sui generis</i> que talvez valha a pena preservar.</div><div style="text-align: justify;">Rorschach e Coruja desvendam, entretanto, a terrível verdade acerca da conspiração que quase desbaratou os Watchmen: Ozymandias está por trás de tudo. Antes de viajarem para a Antártida para confrontarem o ex-colega de equipa na sua fortaleza, Rorschach regista os factos no seu diário, enviando-o em seguida para a redação de um jornal nova-iorquino.</div><div style="text-align: justify;">Ozymandias confirma, sem rebuço, ser ele o cérebro da operação que resultou na morte do Comediante, no exílio do Dr. Manhattan e na prisão de Rorschach. Para se colocar acima de qualquer suspeita, encenou também um atentado contra si mesmo. </div><div style="text-align: justify;">Perante a incredulidade dos seus ex-camaradas, Ozymandias explica que o seu plano consiste em unir as duas superpotências contra uma ameaça comum, prevenindo dessa forma a III Guerra Mundial. Para concretizar este desígnio, Ozymandias sabotou vários reatores nucleares que, a pretexto de fornecer energia gratuita à Humanidade, convencera o Dr. Manhattan a construir. Da explosão dos reatores resultará a destruição das principais metrópoles e a incriminação de Manhattan, cuja assinatura energética está por todo o lado.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto Rorschach e Coruja tentam desesperadamente impedir Ozymandias, este informa-os da marcha avançada do seu maquiavélico plano. Naquele preciso momento, em diferentes pontos do globo, há reatores a serem detonados numa sincronia mortífera.</div><div style="text-align: justify;">Longe dali, entre as ruínas radioativas de Nova Iorque, o Dr. Manhattan e Espectral deduzem que a hecatombe será obra de Ozymandias e teletransportam-se para a sua fortaleza na Antártida. Ozymandias atrai Manhattan para uma máquina idêntica àquela que o criou e que, aparentemente, o atomiza. No entanto, Manhattan não pode ser morto e ressurge na forma de um gigante.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaE8VRsLUUqcQwUlH0VsePKBgV1LypU1Fb8gNVxBn_K7naiENCUG9X2KU-4fyPEO7Io3mUWXmFHoLgRuFIY1L7CnzVCrNl0vRd8fXFElbDJTHG8EKNAyi3Z13IzwfE7HFhabp6tW6XpGoC/s1280/a6.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaE8VRsLUUqcQwUlH0VsePKBgV1LypU1Fb8gNVxBn_K7naiENCUG9X2KU-4fyPEO7Io3mUWXmFHoLgRuFIY1L7CnzVCrNl0vRd8fXFElbDJTHG8EKNAyi3Z13IzwfE7HFhabp6tW6XpGoC/w640-h360/a6.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Nem o todo-poderoso Dr. Manhattan consegue travar a engrenagem do Apocalipse.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Prestes a ser vaporizado por Manhattan, Ozymandias mostra aos restantes Watchmen a comunicação ao país que o Presidente Nixon faz naquele preciso momento na TV. Em resposta ao ataque atribuído a Manhattan, americanos e soviéticos aliaram-se contra o inimigo comum e comprometem-se a defender a Humanidade. </div><div style="text-align: justify;">Todos compreendem então que revelar a verdade serviria apenas para perturbar a paz mundial. Apenas Rorschach não deseja permanecer em silêncio e, a seu pedido, é morto por Manhattan. Impassível, este anuncia em seguida a sua intenção de viajar para uma galáxia menos complicada.</div><div style="text-align: justify;">Também o Coruja rejeita a ideia de que o sacrifício de milhões de vidas humanas foi um pequeno preço a pagar pela paz mundial e, antes de partir com Espectral, insta Ozymandias a refletir sobre a enormidade dos seus atos.</div><div style="text-align: justify;">Semanas depois, o editor do <i>New Frontiersman</i>, um jornal de ultradireita, reclama da ausência de notícias, agora que a Guerra Fria acabou e o mundo vive em harmonia. À falta de melhor ideia, manda um estagiário esquadrinhar a correspondência enviada pelos leitores, entre a qual repousa o diário de Rorschach...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Trailer</i></b></div><div><br /></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/iMkk-66Bc24" width="480"></iframe><div><br /></div><div><b>Curiosidades</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>"Who watches the Watchmen?" ("Quem vigia os vigilantes?") é uma frase da autoria de Aristóteles (384 a.C.- 322 a.C.). Foi originalmente proferida no contexto de um debate com Platão para contestar a sua proposta de criação dos <i>filakes</i> (guardiões) como autoridade máxima e infalível das cidades-estado gregas. Apesar de servir de bordão ao filme, a frase nunca é totalmente visível na saga original, surgindo ora incompleta ora parcialmente coberta;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Múltiplas referências históricas e culturais, ligeiramente alteradas, foram incorporadas no introito da película. Silhouette, ocupando o lugar do marujo na célebre fotografia tirada por Alfred Eisenstaedt no dia da vitória aliada na II Guerra Mundial, beija uma enfermeira em plena Times Square; a festa de despedida da primeira Espectral recria a pintura "A Última Ceia", de Leonardo Da Vinci; a foto do Comediante a apertar a mão de Nixon é baseada naquela que, no mundo real, o ex-Presidente dos EUA tirou com Elvis Presley no final do encontro entre ambos na Casa Branca; a imagem de uma jovem manifestante pacifista a enfiar uma flor branca no cano da espingarda de um soldado americano referencia "Flower Power", a icónica fotografia captada por Bernie Boston em 1967, no auge dos protestos estudantis contra a Guerra do Vietname; </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFWXqZX46EklmHkqW1do7nEvJ_EIxVa7eb2zuoAYpoS1uC_oTIkrlW3VDKLLu7uUnxrNao7VeSlmNHyem8O8WB3iV96jd9SSQmn0gSsRqYeQPkxicQYTcgB28znXU7N-QFT8l97RELQWdi/s500/a7.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="211" data-original-width="500" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFWXqZX46EklmHkqW1do7nEvJ_EIxVa7eb2zuoAYpoS1uC_oTIkrlW3VDKLLu7uUnxrNao7VeSlmNHyem8O8WB3iV96jd9SSQmn0gSsRqYeQPkxicQYTcgB28znXU7N-QFT8l97RELQWdi/w640-h270/a7.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A festa de despedida de Espectral I recria A Última Ceia.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Divulgado aquando da estreia de <i>O Cavaleiro das Trevas</i>, em julho de 2008, o primeiro <i>trailer</i> de <i>Watchmen</i> despertou enorme interesse, ao ponto de devolver a saga homónima à lista dos mais vendidos. Para responder à intensa procura, a DC reimprimiu mais de um milhão de exemplares nos meses imediatos. Além do fundo musical dos Smashing Pumpkins, as únicas frases percetíveis no <i>trailer</i> saem da boca do Comediante e de Rorschach, as duas personagens que morrem no filme;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Todas as bandeiras dos EUA presentes no filme incluem 51 estrelas porque, nessa realidade alternativa, o Vietname tornou-se o 51º estado da União, após a vitória americana no conflito militar travado nesse país do sudeste asiático;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Entre o elenco principal, apenas Jackie Earle Haley - que fez ativamente campanha para obter o papel de Rorschach - conhecia a saga original. Apesar de ser cinturão negro em Kenpo, Haley optou por não se valer dessas habilidades nas suas cenas de luta, por considerar que a sua personagem teria um estilo mais indisciplinado; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em conjunto com o guião, todos os atores receberam uma cópia de <i>Watchmen,</i> que estavam autorizados a levar para o <i>set</i>. A ideia era que eles sugerissem alterações aos respetivos diálogos, por forma a que estes fossem mais fluidos e mais fiéis à história original;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Quando lhe foi oferecido o papel de Coruja II, Patrick Wilson consultou um amigo especialista em <i>comic</i>s antes de tomar uma decisão. A conselho deste, o ator - que atraíra a atenção de Zack Snyder com a sua prestação em <i>Pecados Íntimos</i> (2006) - aceitou encarnar a personagem, cujo excesso de peso o obrigou a ganhar 11 quilos. Em sinal de apreço pelo conselho do amigo, Wilson convidou-o a assistir à gravação da cena da fuga de Rorschach da prisão; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Zack Snyder debateu-se com algumas dificuldades no processo de seleção do ator que vestiria a pele do Comediante. Snyder procurava alguém tão carismático e rabugento como a personagem, encontrando em Jeffrey Dean Morgan o candidato perfeito. Durante a entrevista com o realizador, Morgan - que começara por rejeitar o papel, mudando de ideias por influência do seu agente - mostrou-se particularmente mal-humorado, o que foi determinante para o seu escalonamento;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Também Ozymandias provou ser um papel difícil de preencher, uma vez que requeria um ator simultaneamente atraente, atlético e com uma expressão <i>blasé</i>. Atributos que, aos olhos de Zack Snyder, só o britânico Matthew Goode reunia. Muito diferente do visual do seu congénere canónico, o figurino do Ozymandias cinematográfico parodiava a infame armadura com mamilos usada por George Clooney em <i>Batman & Robin</i> (1997);</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-_9qmYI0AsIBFtx4TlhORdQz2v_EGifgWofnT_s4lGEl2xrocvyjRltkrscb4c6ol_BOjVvHM59XkzKVr9wInDKhRLaA8SONIDPDn2r4TrmGN3rqZ85bFx8278lkqEtlGdXMLcpmyqF8h/s1024/a8.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="513" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-_9qmYI0AsIBFtx4TlhORdQz2v_EGifgWofnT_s4lGEl2xrocvyjRltkrscb4c6ol_BOjVvHM59XkzKVr9wInDKhRLaA8SONIDPDn2r4TrmGN3rqZ85bFx8278lkqEtlGdXMLcpmyqF8h/w200-h400/a8.jpg" width="200" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O figurino de Ozymandias parodia <br />os Bat-mamilos de George Clooney.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Para evitar um processo de gravação demorado e dispendioso, envolvendo duas tomadas por cada cena do Doutor Manhattan, Billy Crudup usou um traje especial de captura de movimento com 2500 LED incrustados e marcadores no rosto. Dessa forma, o brilho azulado do Dr. Manhattan seguia mais de perto os seus movimentos do que um projetor instalado no <i>set</i>, obtendo, de caminho, um efeito mais convincente do que qualquer CGI;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b><i>Watchmen </i>foi o primeiro filme de super-heróis a incluir nudez frontal. Na Tailândia, a genitália do Dr. Manhattan foi censurada com recurso à pixelização; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apenas sete anos separam Carla Gugino de Malin Akerman que, no filme, interpretam, respetivamente, mãe e filha;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Por junto, <i>Watchmen</i> arrecadou quatro prémios, incluindo o Saturn Award para melhor filme de fantasia. Integrou ainda a lista de pré-nomeados ao Óscar de Melhores Efeitos Visuais, mas não passou à fase seguinte;</div><div style="text-align: justify;">*A banda sonora oficial do filme inclui três canções da autoria de Bob Dylan- <i>Desolation Row</i>, <i>All</i> <i>Along the Watchtower</i> e <i>The Times They Are a-Changin'</i> -, mas apenas esta última é interpretada pelo próprio, ao passo que a primeira não é referenciada na saga original.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizSlLKd2cVatjASUpsJSi4w56UBWPdrV8subtxqe_FsSXj1-cZY8fDZwdj7Vu5bk_exlbQIOLnPl_EPUCG2pXZ8JIub1T_PdfeDwd4-gZ9LuiDIoEXMAZszWiMdxTTrIpYbRmJbjYSE-1V/s600/a9.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizSlLKd2cVatjASUpsJSi4w56UBWPdrV8subtxqe_FsSXj1-cZY8fDZwdj7Vu5bk_exlbQIOLnPl_EPUCG2pXZ8JIub1T_PdfeDwd4-gZ9LuiDIoEXMAZszWiMdxTTrIpYbRmJbjYSE-1V/w400-h400/a9.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A banda sonora oficial de <i>Watchmen<br /></i> inclui 3 temas da autoria de Bob Dylan.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Veredito: 90%</b></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Rareiam as adaptações cinematográficas de grandes sagas da 9ª Arte que justificam o uso de F maiúsculo no requisito da fidelidade. <i>Watchmen</i> é uma dessas honrosas exceções e, só por isso, merece ser celebrada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">À direção de Snyder preside um impressionante cuidado estético. Patente, desde logo, na recriação milimétrica das vinhetas mais impactantes de Dave Gibbons na BD original. Dando mostras de um zelo quase apostólico, o realizador vai ainda mais longe ao reproduzir, <i>ipsis verbis</i>, praticamente todos os diálogos de Alan Moore.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Pautada por <i>flashbacks</i> e longas sequências concentradas no passado dos protagonistas, a narrativa segue um modelo invulgar para uma longa-metragem deste género. Apesar dos riscos inerentes, Snyder seguiu rigorosamente o ritmo explorado na história de Moore. Sem conseguir evitar alguns desequilíbrios, Snyder logrou ainda assim a proeza de condensar os doze capítulos da saga em pouco mais de duas horas e meia de projeção. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Em virtude dessa duração extensa, Snyder enfatizou inteligentemente a ação. Embora nem sempre consentâneas com o realismo da saga original, o filme possui cenas empolgantes como a luta do Comediante com o seu misterioso assassino, a violenta rixa no beco em que o Coruja e Espectral se vêm envolvidos ou a espetacular fuga de Rorschach da prisão. </span><span style="text-align: left;">Se </span><i style="text-align: left;">Watchmen</i><span style="text-align: left;"> é, em última análise, um </span><i style="text-align: left;">thriller</i><span style="text-align: left;"> psicológico, a sua versão cinemática é, inquestionavelmente, um filme de ação temperado com muito suspense.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Imunes às grosseiras descaracterizações que deixam tantas vezes irreconhecíveis as personagens adaptadas, todos os Watchmen estão, tanto a nível físico como moral, perfeitamente representados. A começar pela excelente prestação de Jackie Earle Haley, absorvido pela obsessão maníaca de Rorschach e com uma voz rouca tão incómoda como as verdades por ele gritadas na cara da sociedade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">O sempre competente Patrick Wilson oferece-nos um Coruja profundamente humano e convincente no seu drama de impotência face à magnitude dos eventos. Billy Crudup, por sua vez, aborda muito bem o desacoplamento moral do Doutor Manhattan, que se vê como um deus entre insetos. Jeffrey Dean Morgan, apesar do pouco tempo de ecrã, é a encarnação perfeita do sarcasmo e sadismo do Comediante, contrastando com a ocasional inexpressividade e falta de carisma de Malin Akerman (o elo mais fraco do elenco) como Espectral. Por fim, Matthew Goode apresenta-nos um Ozymandias diferente do original, mas tão maquiavélico como este.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Além de uma obra-prima no capítulo visual, <i>Watchmen</i> beneficiou ainda da escolha inspirada da sua banda sonora, pecando apenas pela ausência de uma partitura épica como aquela que John Williams compôs para <i>Superman, The Movie</i>. Destaque para a atemporal <i>The Times They Are A-Changin</i>', de Bob Dylan, que acompanha uma das melhores sequências de abertura de todos os tempos. Atendendo à atmosfera lúgubre do filme, até o alívio cómico proporcionado por<i> Hallelujah</i>, de Leonard Cohen, à cena de sexo entre o Coruja e Espectral é bem-vindo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Tecnicamente sublime, com um estilo distinto e emocionalmente poderoso, <i>Watchmen</i> é uma mescla de realidade e fantasia que verga os limites da imaginação. Mas é, também, tão imperfeito como os seus protagonistas. Que, apesar das suas boas intenções e dos seus conceitos distorcidos de justiça, não passam de simples humanos (ou ex-humanos) a tentarem proteger a sociedade de si mesma. Exatamente aquilo que Snyder procura fazer em relação à essência da obra adaptada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><i>Watchmen</i> pode não ter sido um campeão de bilheteira nem nunca vir a agradar aos puristas, mas é certamente a adaptação possível de uma saga que muitos consideravam impossível de transpor ao cinema, e um dos melhores filmes de super-heróis alguma vez feitos.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXPUZeEYwP5lyafKd04kbCqJj9yiKHwzKG4Q4QyynOuEF76fh1b3BhvmbI-d0Kby7dLcuhQ24fwmlBRI7lvHx8RetAEk6wWVs15RobqONYZnh99blQTez0WEUEXtILhnrsuDeCpxYmkWc8/s1920/a10.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXPUZeEYwP5lyafKd04kbCqJj9yiKHwzKG4Q4QyynOuEF76fh1b3BhvmbI-d0Kby7dLcuhQ24fwmlBRI7lvHx8RetAEk6wWVs15RobqONYZnh99blQTez0WEUEXtILhnrsuDeCpxYmkWc8/w640-h360/a10.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da língua portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><b><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div></b></span></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-35592911145850963372021-09-10T17:05:00.002+01:002022-01-06T17:47:57.798+00:00CLÁSSICOS DA 9ª ARTE: «A ÚLTIMA CAÇADA DE KRAVEN»<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsdKbkFYRQ56w1ktl3cMlj7bIGrNY4RC65C5LG0GhBSmeIQlyrofSqV9Fr5zKDQsJWMmrRKYrQD-6xF4RdzlK_J1D_ONtk6uiV97EiDav_tW6TxXbMsYladvwJvwF-CjPR7lS3uZXH6jYZ/s392/Kraven2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="392" data-original-width="300" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsdKbkFYRQ56w1ktl3cMlj7bIGrNY4RC65C5LG0GhBSmeIQlyrofSqV9Fr5zKDQsJWMmrRKYrQD-6xF4RdzlK_J1D_ONtk6uiV97EiDav_tW6TxXbMsYladvwJvwF-CjPR7lS3uZXH6jYZ/w490-h640/Kraven2.jpg" width="490" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"> Pressentindo o próprio fim, o rei dos caçadores regressa à selva urbana na peugada da única presa que o derrotou. A morte do Homem-Aranha, a astuta fera que o atormenta, será a coroa de glória sob a qual poderá descansar em paz. Mas será que os heróis também se abatem?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original: </b><i>Kraven's Last Hunt </i>(também conhecida como <i>Fearful Simmetry: Kraven's Last Hunt</i>)</div><div style="text-align: justify;"><b>Editora:</b> Marvel Comics</div><div style="text-align: justify;"><b>País:</b> Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Data de lançamento: </b>Outubro e novembro de 1987</div><div style="text-align: justify;"><b>Autores:</b> John Marc DeMatteis (argumento), Mike Zeck (arte) e Bob McLeod (arte-final)</div><div style="text-align: justify;"><b>Personagens: </b>Homem-Aranha, Kraven, Mary Jane Watson e Rattus</div><div style="text-align: justify;"><b>Cenários:</b> Nova Iorque</div><div style="text-align: justify;"><b>Edições em português: </b>Os leitores lusófonos tomaram contacto pela primeira vez com esta saga na sua língua materna em 1991, quando ele foi editada pela Abril brasileira. Em vez do tradicional formatinho económico, <i>A Última Saga de Kraven</i> foi publicada como uma minissérie em três volumes em formato americano, sendo compilada em álbum de capa mole no final desse mesmo ano. Ainda por terras de Vera Cruz, desde o início deste século que a obra teve direito a várias reimpressões - sempre em capa dura -, com a chancela alternada da Panini e da Salvat. Em Portugal, foi pela mão da Levoir que, em julho de 2014, ganhou a sua primeira versão em português europeu, inserida na coleção Universo Marvel e originalmente distribuída com o jornal <i>Público</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1346" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC88Sy55nKBq_dtleGkA9iIygiUsDh3SnfWtixm02_kM2zvh2zt2t2IGAjhyDo4ZuNHjzD6YCH-8FKVcyOER_GB9H7UWyMorWGJkQzqg2nnk3cfnFAWqYNElcIrMDITJK4X8zWCx9-PAep/w420-h640/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="420" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Em 2015, a Panini Comics republicou pela segunda vez a saga. <br />Tal como na primeira edição, optou por não usar a icónica capa mostrando<br />o Homem-Aranha a soerguer-se da campa.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC88Sy55nKBq_dtleGkA9iIygiUsDh3SnfWtixm02_kM2zvh2zt2t2IGAjhyDo4ZuNHjzD6YCH-8FKVcyOER_GB9H7UWyMorWGJkQzqg2nnk3cfnFAWqYNElcIrMDITJK4X8zWCx9-PAep/s2048/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Terrível simetria</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Peter Parker bem poderia ser o protagonista da desdita. Órfão desde o berço, viu morrer-lhe nos braços o tio que o criou como filho e foi incapaz de salvar o grande amor da sua vida de uma queda fatal. A tragédia ensombrou sempre a periferia da vida de Peter, enlutando-lhe, uma e outra vez, o coração. Ao longo do percurso editorial do Homem-Aranha, iniciado em 1962, raras foram no entanto as incursões por terrenos mais sombrios. Apesar dos pesares, a natureza otimista de Peter prevaleceu.</div><div style="text-align: justify;">Porém, até o mais ensolarado dos heróis tem um lado lunar. Aquele que, antes de <i>A Última Caçada de</i> <i>Kraven</i>, nunca tinha sido devidamente aprofundado. Filha do seu tempo e dos demónios interiores do seu autor, a saga justifica a reputação de ser uma das mais perturbadoras no extenso repertório do Escalador de Paredes.</div><div style="text-align: justify;">A segunda metade da década de 1980 foi, de facto, pródiga em reinterpretações adultas e tingidas de negro de algumas personagens que sempre tinham sido alvo de abordagens ligeiras, se não tanto no conteúdo, pelo menos na forma. <i>Batman - O Regresso do Cavaleiro das Trevas</i> (1986) e <i>Watchmen</i> (1987), ambas com a chancela da DC, foram obras pioneiras dessa nova tendência que mudaria sem recuo o género super-heroico.</div><div style="text-align: justify;">De um dia para o outro, heróis inabaláveis nas suas convicções viram-se enleados em dilemas morais plasmados em narrativas complexas. Reflexo tanto da mudança geracional entre autores como de uma maior sofisticação intelectual dos leitores.</div><div style="text-align: justify;">Com as vendas da rival, impulsionadas por esse fenómeno, a subirem em flecha, a Marvel não quis ficar para trás e decidiu responder com uma história de tintas carregadas. O protagonista não poderia, contudo, ser mais inesperado: ninguém menos que o Simpático Amigo da Vizinhança. Escolha tão mais surpreendente se considerarmos a natureza sensível e afável do Homem-Aranha, assim como a circunstância de a história em questão ter sido imaginada com outra personagem da Casa das Ideias.</div><div style="text-align: justify;">Algures entre 1984 e 1985, o escritor J.M. DeMatteis, obreiro de perspetivas revigorantes, propôs a Tom DeFalco, à época editor-chefe da Marvel, uma minissérie em que Magnum (Wonder Man, no original), após um duelo com o seu meio-irmão Ceifador (Grim Reaper), seria enterrado vivo, emergindo mais tarde do túmulo para se vingar. Quiçá desagradado com a morbidez da proposta, DeFalco não hesitou em rejeitá-la.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfeq1qCH9k0BvqYVNVfV8XPj5DZnWJQbHpD9QN4uO-QP1nZu3DvJqTYzd3ewmfveOeREogjefDeuRTZjNgZvbnDOYDQIu7VO-NoBFStdVLDNgDfWCJa_738jBn4gx6FyygzA-J4bxMZBea/s759/a2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="759" data-original-width="500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfeq1qCH9k0BvqYVNVfV8XPj5DZnWJQbHpD9QN4uO-QP1nZu3DvJqTYzd3ewmfveOeREogjefDeuRTZjNgZvbnDOYDQIu7VO-NoBFStdVLDNgDfWCJa_738jBn4gx6FyygzA-J4bxMZBea/w422-h640/a2.jpg" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Magnum e Ceifador eram os protagonistas originais da saga.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando trocou a Marvel pela DC, em finais de 1985, DeMatteis substituiu Magnum por Batman e o Ceifador por Joker. Na sinopse fornecida aos editores, o escritor sustentava que essa seria a cura definitiva para a insanidade mental do Príncipe Palhaço do Crime. Numa (in)feliz coincidência, Alan Moore desenvolvia por aqueles dias <i>A Piada Mortal</i>. Dada a existência de alguns pontos de contacto entre as duas histórias, DeMatteis teve de voltar a enfiar a sua na gaveta.</div><div style="text-align: justify;">Mas DeMatteis não se deu por vencido. Nas semanas seguintes, reescreveu a história introduzindo-lhe mais umas quantas alterações. Em vez do Joker, o Batman seria agora subjugado por Hugo Strange (outro velho inimigo do Cavaleiro das Trevas) que, em seguida, assumiria o manto do morcego. A ideia voltou, no entanto, a ser rejeitada.</div><div style="text-align: justify;">De regresso à Casa das Ideias, DeMatteis fez uma derradeira tentativa para vê-la aprovada. Agora com o Homem-Aranha como protagonista e com um novo vilão criado propositadamente para o efeito, o projeto recebeu finalmente luz verde por parte dos editores.</div><div style="text-align: justify;">Vários elementos importantes foram sendo acrescentado, à medida que DeMatteis limava as arestas de um enredo cada vez menos decalcado da trama original. Com Peter Parker e Mary Jane Watson recém-casados, o escritor optou por fazer do casal o eixo emocional da narrativa. Já a ideia de usar Kraven como antagonista surgiu após DeMatteis ter lido o seu perfil em <i>The Official Handbook of the Marvel</i> <i>Universe</i> (espécie de "Quem é quem" da editora). Grande admirador da obra literária de Dostoievski - especificamente de <i>Crime e Castigo</i> -, DeMatteis ficou fascinado com a herança russa de Sergei Kravinoff.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxSr4c5HwxuuSQFkujaj2BdaUFj6gkuPBar1n6Z4_FsUyaU2f2Ejimlf3z1A8NSca_csdVS2zTyG3RDsZjaTPwozctypsB7_vH-XmLEscy-f7OwMODiW-MGqp75oVwcsUK_k-giEFPe3Lg/s450/a3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="360" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxSr4c5HwxuuSQFkujaj2BdaUFj6gkuPBar1n6Z4_FsUyaU2f2Ejimlf3z1A8NSca_csdVS2zTyG3RDsZjaTPwozctypsB7_vH-XmLEscy-f7OwMODiW-MGqp75oVwcsUK_k-giEFPe3Lg/w320-h400/a3.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>J.M. DeMatteis teve a sua história<br /> rejeitada por 3 editores.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando soube que Mike Zeck (com quem colaborara anteriormente em <i>Captain America)</i> fora o escolhido para trabalhar com o lápis, DeMatteis considerou que seria interessante a inclusão de uma personagem criada por ambos. Foi assim que o repulsivo Rattus (Vermin) assegurou a sua participação na saga que redefiniria o Homem-Aranha.</div><div style="text-align: justify;">Publicada originalmente entre outubro e novembro de 1987, a história em seis capítulos teria sido incluída apenas em <i>Spectacular Spider-Man</i> se o editor Jim Salicrup não tivesse tido a brilhante a ideia de a espalhar pelos outros dois títulos mensais do Homem-Aranha (<i>Amazing Spider-Man</i> e <i>Web of</i> <i>Spider-Man</i>), cujo alinhamento preencheu em exclusivo durante dois meses. Decisão ditada por razões comerciais (obrigava os leitores a comprarem as três revistas para acompanhar a saga), mas também por questões de lógica editorial. Se Kraven presumivelmente matava o Homem-Aranha, seria absurdo que a vida de Peter Parker seguisse a sua rotina normal nos outros títulos. Embora consagrada hoje em dia, foi a primeira vez que essa estratégia editorial foi testada (ainda por cima, com resultados muito positivos).</div><div style="text-align: justify;">A atravessar uma fase conturbada na sua vida pessoal, DeMatteis projetou nos protagonistas o seu próprio sofrimento emocional. Ao fazê-lo, sujeitou o Homem-Aranha a uma dilacerante tortura psicológica. Isto ao mesmo tempo que adicionava camadas de complexidade a Kraven.</div><div style="text-align: justify;">Depois de abater o Homem-Aranha, Kraven tomaria o lugar do herói. Porém, aquilo em que ele se transforma não é o Homem-Aranha, mas sim a sua perceção equivocada dele. As ações brutais do falso Homem-Aranha ilustram a terrível simetria entre a crueldade do vilão e a benevolência do herói. Que, mesmo levado ao limite, resiste a abrir mão dos seus princípios éticos.</div><div style="text-align: justify;">Anos mais tarde, num texto intimista divulgado no seu blogue, DeMatteis reconheceu que teria sido incapaz de escrever a história se, naquela época, o seu estado de espírito fosse diferente. Segundo ele, as grandes histórias possuem vida própria, servindo os escritores de meros veículos para a mensagem que elas desejam transmitir. <i>A Última Caçada de Kraven</i> parece endossar esta teoria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixvarR4aiCjjQmE8-gGy9ndy6_5V5Wk6r6GyZ6iNi9Y0q42ondY_lfFLHonCKNV9vicsIA_k3O9R8NZybvhOcAyrgqJmiGSPp4hPOtXUxb3uhPYDnyQD9GW_-mbQsScloMucD-wspEaXt8/s972/a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="972" data-original-width="640" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixvarR4aiCjjQmE8-gGy9ndy6_5V5Wk6r6GyZ6iNi9Y0q42ondY_lfFLHonCKNV9vicsIA_k3O9R8NZybvhOcAyrgqJmiGSPp4hPOtXUxb3uhPYDnyQD9GW_-mbQsScloMucD-wspEaXt8/w422-h640/a4.jpg" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A última caçada de Kraven teve início em <i>Web of Spider-Ma</i>n #31.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Réquiem pelo caçador</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Houve um tempo em que o mundo admirava a sua astúcia e coragem. Uma época debruada a ouro em que a sua virilidade inspirava reverência e as suas façanhas eram lendárias. Uma época em que ele foi coroado rei dos caçadores e imperador da savana. Mas isso foi antes de ambientalistas e ativistas dos direitos animais lhe arruinarem a reputação. Antes de ele se cruzar com a única presa que o derrotou e que o atormenta desde então: o Homem-Aranha.</div><div style="text-align: justify;">Sergei Kravinoff, celebrizado nesse passado glorioso como Kraven, o Caçador, está ciente de que a morte o ronda. Pressente a sua presença nas sombras e quase consegue perscrutar o seu tétrico semblante. Mas ele não está preparado para reencontrar o Criador. Não sem antes recuperar a honra e a dignidade perdidas. Não sem antes curar o seu orgulho ferido, provando a sua superioridade. E isso só será possível fazendo do Homem-Aranha o seu supremo troféu de caça.</div><div style="text-align: justify;">Reunindo as forças que ainda lhe restam, Kraven regressa à selva urbana na peugada da sua derradeira presa. Apesar de ser ainda ágil como uma gazela e forte como um leão, Kraven sabe que está longe do seu ápice físico de outrora. Mas sabe, também, que nunca descansará em paz se não vergar o Homem-Aranha.</div><div style="text-align: justify;">Para aguçar os sentidos e aumentar a sua força, Kraven ingere poções secretas e infusões de ervas trazidas das selvas mais profundas. Vai precisar de estar no seu melhor para consumar o macabro plano que concebeu: abater o Escalador de Paredes e enterrá-lo com centenas de aranhas.</div><div style="text-align: justify;">Recém-regressado da sua lua-de-mel com Mary Jane, Peter Parker ignora que o seu <i>alter ego</i> tem a cabeça a prémio. Absorto em divagações, o Homem-Aranha baloiça-se nas suas teias no que deveria ser um ameno passeio noturno. Mas acaba emboscado por Kraven que, emergindo das sombras, o alveja e captura com uma rede.</div><div style="text-align: justify;">Sob o efeito de um potente sedativo, o herói aracnídeo impende no abismo da inconsciência. Tem, contudo, um vislumbre da espingarda e do olhar maníaco de Kraven enquanto este se prepara para executá-lo a sangue-frio. Por entre palavras balbuciadas sobre a restauração da sua honra, o vilão alveja o Homem-Aranha à queima-roupa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3dqCEZ3RU1hD5v9ApEih39ax86FD9aD-Lp34GAZY_AUBk23jIKPeABRocfShNzTs0hMaydQfTZeOyIf1AOz0hZPnzzdIrk6O51atc51hX2DWHldsHRzXTxgAnu8DjJ7w5FKrKFKC6Bi9c/s1159/a7.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1159" height="345" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3dqCEZ3RU1hD5v9ApEih39ax86FD9aD-Lp34GAZY_AUBk23jIKPeABRocfShNzTs0hMaydQfTZeOyIf1AOz0hZPnzzdIrk6O51atc51hX2DWHldsHRzXTxgAnu8DjJ7w5FKrKFKC6Bi9c/w400-h345/a7.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A presa à mercê do caçador.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Transportando o corpo inerte do herói, Kraven coloca-o num ataúde repleto de aranhas, antes de sepultá-lo em local desconhecido. No entanto, abater a grande fera de azeviche não basta. É imperativo demonstrar a sua superioridade sobre ela. E, para isso, o caçador terá de vestir a pele da sua presa.</div><div style="text-align: justify;">Nessa mesma noite, envergando uma cópia do traje negro do Homem-Aranha, Kraven começa a patrulhar os desfiladeiros de néon da cidade que nunca dorme. Impelido pelo seu distorcido conceito de justiça, não se inibe de liquidar alguns dos criminosos que tiveram a desventura de lhe cruzar o caminho.</div><div style="text-align: justify;">Depois de dias e noites de angústia causada pelo inexplicável sumiço do marido, Mary Jane é assediada por um bando de delinquentes no seu caminho de regresso a casa. Apesar de salva pelo Homem-Aranha, ela percebe estar na presença de um impostor. Kraven, por seu lado, nem imagina que acabou de salvar a vida à esposa do seu inimigo e volta a desaparecer na escuridão da noite. As lágrimas de Mary Jane diluem-se na chuva que não cessa de cair, como se o céu estivesse em pranto pelo infortúnio da jovem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb8stbOph8nkYiUxbYsRBJRlbCNHKyrYXfBqswL3BXYGf2zGEQv2ttP6KFep_tgJ0xUfd3vJH40Is9tCSEykLJcdxu1oVhCSd6j3_1l6HwSubmmbH07qtvFpjJGxezU1Yy_g_pRTSxLhZ0/s892/a8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="892" data-original-width="613" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb8stbOph8nkYiUxbYsRBJRlbCNHKyrYXfBqswL3BXYGf2zGEQv2ttP6KFep_tgJ0xUfd3vJH40Is9tCSEykLJcdxu1oVhCSd6j3_1l6HwSubmmbH07qtvFpjJGxezU1Yy_g_pRTSxLhZ0/w440-h640/a8.jpg" width="440" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O caçador veste a pele da presa.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entrementes, um novo predador começa a semear o terror em Nova Iorque. Rattus, um híbrido canibal de homem e rato, vem atacando aleatoriamente transeuntes indefesos. As suas sangrentas ações atraem a atenção do falso Homem-Aranha, que lhe move feroz perseguição através da rede subterrânea de esgotos. Quando, por fim, encurrala a sua presa, Kraven espanca Rattus quase até morte, levando-o, em seguida, para o seu covil.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto Kraven se regozija com mais este seu triunfo, o verdadeiro Homem-Aranha desperta do seu longo coma e rasteja para fora da sua sepultura. Tinha, afinal, sido atingido por um dardo tranquilizante e, depois, enterrado vivo pelo seu algoz. Sem que o soubesse, o seu sórdido calvário durara duas semanas. Apesar da fúria que lhe revira as entranhas, o seu primeiro pensamento vai para Mary Jane.</div><div style="text-align: justify;">Desesperado por rever a sua adorada esposa, o herói aracnídeo vai ao encontro de Mary Jane. Após certificar-se de que ela está em segurança, parte no encalço de Kraven. Peter sabe que o caçador vira caça quando subestima a sua presa. E sabe que Kraven o atirou às profundezas daquilo que um homem comum é capaz de suportar. Mas ele não é um homem comum.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ7JmvNHaexT25aqsl_uWbcBvFzz8QyhSycL1SR9U-nhCM7t8fiQLzVQR7FYxQ4p1l_TzBXNS3rPk2eKDYLP8EBGXs60AcmzsJ8qUcmWKe49vrtB9uF9seKkYaYsRKw784t1NvGEHY3TfI/s1285/a6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1285" data-original-width="860" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ7JmvNHaexT25aqsl_uWbcBvFzz8QyhSycL1SR9U-nhCM7t8fiQLzVQR7FYxQ4p1l_TzBXNS3rPk2eKDYLP8EBGXs60AcmzsJ8qUcmWKe49vrtB9uF9seKkYaYsRKw784t1NvGEHY3TfI/w428-h640/a6.jpg" width="428" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Um amor mais forte do que a morte.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com recurso a toda a sorte de sevícias, Kraven subjugara Rattus, agora reduzido a um animal assustado. Algo que o Homem-Aranha fora incapaz de fazer sozinho no seu último confronto com a criatura, em que tivera o Capitão América como aliado.</div><div style="text-align: justify;">Ao pressentir a presença do Homem-Aranha no seu covil, Kraven liberta Rattus para testar as capacidades do seu renascido rival. Mas Peter nada tem a provar e compadece-se do sofrimento de Rattus. O monstro, porém, não hesita em investir violentamente sobre o herói e está prestes a matá-lo. Kraven interfere para salvar a vida do Escalador de Paredes. Não pode conceder a outrem o privilégio de matar a sua presa suprema. Confuso, Rattus aproveita a oportunidade para escapar. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihAxJIyTAv4hngaGc279X8bX1cZ_eRRu6YUQhXpNJEpPGxjD2xeV9cK9q1vMMTL-tqdLobr-TuItJebyFSFb9-Jsa4SFlLrvO6y_1zFfZsYVji-slepMhOkP8L_O-sh_WjtZ9diPlM2s7M/s1024/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="698" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihAxJIyTAv4hngaGc279X8bX1cZ_eRRu6YUQhXpNJEpPGxjD2xeV9cK9q1vMMTL-tqdLobr-TuItJebyFSFb9-Jsa4SFlLrvO6y_1zFfZsYVji-slepMhOkP8L_O-sh_WjtZ9diPlM2s7M/w437-h640/a1.jpg" width="437" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A ferocidade de Rattus.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tomando enfim consciência de tudo aquilo que Kraven lhe tirou, o Homem-Aranha ataca-o com uma ferocidade nunca antes vista. O vilão limita-se, porém, a encaixar os golpes do seu adversário, com um sorriso trocista. </div><div style="text-align: justify;">Apesar daquela reviravolta, Kraven vencera. Permitira que a sua presa vivesse quando podia facilmente tê-la matado. Dessa forma provara a si mesmo a sua superioridade relativamente ao rival que o humilhara. Não havia razões para continuar a lutar. Nem para continuar a viver. Estava consumada a sua vingança final.</div><div style="text-align: justify;">Kraven nada faz para impedir que o Homem-Aranha parta no encalço de Rattus. De volta à sua taciturna mansão, o caçador suicida-se com a mesma arma com que alvejara o Escalador de Paredes. Junto ao seu corpo sem vida jazem fotografias e uma confissão escrita em que assume a culpa pelas mortes causadas pelo falso Homem-Aranha.</div><div style="text-align: justify;">Longe dali, o herói aracnídeo consegue, a dura penas, neutralizar Rattus, acabando mesmo por salvar a vida da criatura. Também a violenta tempestade que há dias fustigava Nova Iorque deu finalmente lugar à bonança.</div><div style="text-align: justify;">Terminado o pesadelo, Peter regressa para junto de Mary Jane, radiante ao ver o marido são e salvo. O amor que os une curará as feridas e o casal anela por nova etapa de felicidade conjunta. O Sol voltou a brilhar, mas é a esperança que lhes aquece os corações.</div><div style="text-align: justify;">Na mansão Kraven, os serviçais homenageiam o seu malogrado amo com um réquiem silencioso antes de depositarem o seu cadáver sob sete palmos de terra. O rei dos caçadores pode finalmente repousar em paz sob a sua coroa de glória.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhupFGzEU6tlyvDwdUr8TxrZ65nZbMe3hNNumBrkjTVNwHsUsrS6a4K1QzCCLu-8UefEk2xS6TYawGnc8Xyr7hZiYCiP6gfLfuzgEKfVbh69poKSX2zzXip01UKJrmCIJX-FP9zBHxjwc6h/s1763/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1763" data-original-width="1193" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhupFGzEU6tlyvDwdUr8TxrZ65nZbMe3hNNumBrkjTVNwHsUsrS6a4K1QzCCLu-8UefEk2xS6TYawGnc8Xyr7hZiYCiP6gfLfuzgEKfVbh69poKSX2zzXip01UKJrmCIJX-FP9zBHxjwc6h/w434-h640/a1.jpg" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A morte do caçador.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Apontamentos</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">*O primeiro e último capítulos da saga terminam, respetivamente, com os enterros do Homem-Aranha e de Kraven enquadrados pela frase "Aranha! Aranha! Flamejando nas florestas da noite. Que mão ou olho imortal poderia plasmar a tua terrível simetria?". Trata-se de uma das muitas citações extraídas do poema <i>The Tyger</i> (escrito em 1794 pelo britânico William Blake) que permeiam <i>A Última Caçada de</i> <i>Krave</i>n. Com efeito, os seis capítulos da saga correspondem ao número de quadras que compõem o poema em questão;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apenas aquando do lançamento da sua primeira compilação, em 1989, a saga foi titulada como <i>A Última Caçada</i> <i>de Kraven</i>. A sugestão partiu de Jim Salicrup, na altura editor das séries mensais do Homem-Aranha, e não convenceu DeMatteis. O autor preferia <i>Terrível Simetria</i> (<i>Fearful Simmetry</i>, a expressão que remata <i>The Tyger</i>);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Também o suicídio de Kraven teve inspiração literária. A cena em que o vilão usa a própria carabina para pôr termo à vida reproduz a morte de Ernest Hemingway, em tempos conhecido como Grande Caçador Branco;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Aranhas e ratos assumem funções simbólicas na história. Aparentemente, estes motivos animais representam, respetivamente, o medo e o instinto primitivo de sobrevivência. Kraven refere mesmo que todo o homem tem a sua aranha e consome várias delas antes de enfrentar o Escalador de Paredes. Pouco antes da "ressurreição" de Peter, um rato é visto a rondar o seu túmulo;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4HZP0jQdCe-Znl_tOv_o_8J1Ypq9KLRwvsYMpZx8H_ZhxdYGe6RYmDnivQkFIXMiXZWHas9M_yriz2G3I1GFyI1e4HrKb6raR143qsObfEZ7-jQtjeQSDNewaxDs3oKNbdAMfA3_TOmGA/s740/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="465" data-original-width="740" height="402" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4HZP0jQdCe-Znl_tOv_o_8J1Ypq9KLRwvsYMpZx8H_ZhxdYGe6RYmDnivQkFIXMiXZWHas9M_yriz2G3I1GFyI1e4HrKb6raR143qsObfEZ7-jQtjeQSDNewaxDs3oKNbdAMfA3_TOmGA/w640-h402/a1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Manjar aracnídeo antes da batalha.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O icónico uniforme negro usado à época pelo Homem-Aranha foi criado em 1982 por Randy Schueller. Um jovem fã do Illinois, Schueller foi o vencedor do concurso organizado pela Marvel com vista à captação de novos talentos e aceitou vender o conceito por uns módicos 220 dólares. Apesar de a mudança de visual ter ocorrido em maio de 1984, no histórico <i>Amazing Spider-Man</i> #252, a origem da nova vestimenta só seria revelada mais de meio ano depois, em <i>Secret Wars </i>#8. Na verdade um simbionte alienígena, o traje, depois de rejeitado por Peter, encontrou em Eddie Brock um novo hospedeiro. Da fusão de ambos nasceu Venom, um dos mais perigosos inimigos do Escalador de Paredes. Que, na sequência desses eventos, passou a usar um modelo de tecido normal oferecido pela Gata Negra. É, pois, esse segundo traje negro que aparece na saga. Para desapontamento de muitos fãs, o Homem-Aranha voltaria a vestir de azul e vermelho em maio de 1988 (precisamente quatro anos após a estreia do uniforme negro);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em resposta às acusações de glorificação do suicídio, em agosto de 1992, cinco anos após a obra original ter sido dada à estampa, J.M. DeMatteis e Mike Zeck reataram o seu casamento criativo para produzir uma continuação de <i>A Última Caçada de Kraven</i>. Intitulada <i>Soul of the Hunter</i> (<i>Alma</i> <i>de Caçado</i>r), a história revela a existência de um vínculo espiritual entre Peter Parker e Sergei Kravinoff, cuja alma não descansa em paz devido ao facto de ter acabado com a própria vida. Apesar dessa e de outras revisitações posteriores, o vilão permaneceria morto até 2009.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="493" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtdzP_BTk-ctXkJ4qVksCA2CGeAGJpaoiNckQ9hmrdsaIdvUIHLwfUmU0S7sqnlqICWyKWamNtvSlEhpSfj9DgWsFtiAiT_EDhCyscWcy11EJsXWc97wSnPBnwi4DhW-9HTSk_CH1Ypsj4/w418-h640/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="418" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Vingança aquém e além-túmulo.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtdzP_BTk-ctXkJ4qVksCA2CGeAGJpaoiNckQ9hmrdsaIdvUIHLwfUmU0S7sqnlqICWyKWamNtvSlEhpSfj9DgWsFtiAiT_EDhCyscWcy11EJsXWc97wSnPBnwi4DhW-9HTSk_CH1Ypsj4/s754/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Vale a pena ler?</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Em 2012, os visitantes do <i>site</i> canadiano <i>Comic Book Resources </i>votaram <i>A Última Caçada de Kraven</i> como a melhor história do Homem-Aranha alguma vez contada. Ainda que esse resultado seja debatível, ela merece, com toda a certeza, figurar no Top 5 das aventuras do Escalador de Paredes.</div><div style="text-align: justify;">À primeira vista, a história tinha, porém, tudo para dar errado. Transpor o herói mais otimista da Marvel para um contexto de trevas e desespero prefigurava-se um exercício deveras arriscado. Mais ainda tendo como antagonista um vilão como Kraven que, desde a sua criação em 1964, nunca ultrapassara a condição de personagem secundária.</div><div style="text-align: justify;">No entanto, a abordagem de DeMatteis foi genial. A sua escrita dá um salto quântico em complexidade e qualidade, como pouquíssimas vezes tinha acontecido até então nas histórias de super-heróis - e nunca nas dos Homem-Aranha (nem mesmo aquando da morte de Gwen Stacy). As notas poéticas, os diálogos psicologicamente reveladores e a análise profunda das motivações dos dois protagonistas são bons exemplos do virtuosismo narrativo de um escriba consagrado que assina aqui uma das obras mais candentes da sua carreira.</div><div style="text-align: justify;">Além de esculpir tridimensionalidade a Kraven, DeMatteis aflora temas muito interessantes, designadamente a dicotomia entre o Homem-Aranha e Peter Parker. Quem é, afinal, o mais nobre? O herói ou o homem por detrás da máscara? O autor inclina-se claramente para a segunda opção e, nesse sentido, socorre-se de diversos subterfúgios narrativos para ressaltar a importância da figura de Peter Parker. A sua humanidade, as suas emoções e as suas ações perante os problemas e dilemas que a vida lhe apresenta são a quintessência do Escalador de Paredes. Ao contrário do Super-Homem, por exemplo, Peter não é um disfarce para o Homem-Aranha, mas sim o inverso. A sua personalidade não transmuda de cada vez que ele enfia o uniforme. Seja este preto ou azul e vermelho.</div><div style="text-align: justify;">Apesar do excelente enredo, <i>A Última Caçada de Kraven </i>dificilmente teria tido o mesmo impacto sem a sensacional arte de Mike Zeck. Poucos artistas conseguem traçar movimentações com tal maestria, conferindo uma fluidez cinematográfica às sequências, ao mesmo tempo que preenchem uma atmosfera dramática com minuciosos retratos emocionais das personagens.</div><div style="text-align: justify;">A única ressalva reside nos monólogos de Kraven que, a espaços, soam repetitivos, conquanto se perceba o seu propósito de imergir o leitor na retorcida psique do vilão. Sem embargo para a sua qualidade global, a saga poderia perfeitamente acabar no penúltimo capítulo, onde a caçada de Kraven de facto termina. Funcionando, assim, o sexto e último capítulo como uma espécie de epílogo estendido que, à parte o destino de Rattus, pouco acrescenta à história.</div><div style="text-align: justify;"><i>A Última Caçada de Kraven</i> é também a prova provada que não precisamos de mudanças arbitrárias de género, raça ou orientação sexual para produzir boas histórias de personagens com longos históricos de publicação. O que precisamos mesmo é de menos ativismo identitário e de mais bons autores e bons desenhadores. Tendo isso, as histórias serão sempre refrescantes, por mais vetustos que sejam os protagonistas.</div><div style="text-align: justify;">Trágica, filosófica e com fino recorte literário, esta é uma obra que não pode faltar na bedeteca de nenhum aficionado da Arte Sequencial. E que, como qualquer clássico, merece ser revisitada de tempos em tempos.</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BGoEExLMu7DVyBe1S-aAa3VPn2c4GxrbWSHMJJRrbszu4bHM4AEmSnQIfkEdtwyTS8VnF2JV7GZ9zN5N39vMDS1GLQRoVFFAXRKal5kOr1ACe0gV0LbY_LcXzFsL28m6Wz4rogGS2yvJ/s800/a1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="567" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2BGoEExLMu7DVyBe1S-aAa3VPn2c4GxrbWSHMJJRrbszu4bHM4AEmSnQIfkEdtwyTS8VnF2JV7GZ9zN5N39vMDS1GLQRoVFFAXRKal5kOr1ACe0gV0LbY_LcXzFsL28m6Wz4rogGS2yvJ/w454-h640/a1.jpg" width="454" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O traje negro do Homem-Aranha marcou uma era<br /> e acentuou o tom fúnebre da saga.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">*<span style="font-size: x-small;"><b>Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à variante europeia da língua portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Prontuário de Kraven, o Caçador disponível para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b><div> </div><div><br /></div><div><br /></div></b></div><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-91421220895628191902021-08-13T19:36:00.002+01:002021-08-19T11:29:03.903+01:00HERÓIS EM AÇÃO: LANTERNA VERDE II<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrVzijUFxCBhTpZZNcyG_Dk2PeTGnC-j_G4wWWlgyjvQmrS4nAqc6p6N-XLoJVtS9FCZK8Ee4fQnJ4Ag10lxyCXt8n6VyUx4CGGxUDRHhp1MsH17Qpw7dPnTIIAADFEH05A0xO6ucRBAKE/s886/LVXXX.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="886" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrVzijUFxCBhTpZZNcyG_Dk2PeTGnC-j_G4wWWlgyjvQmrS4nAqc6p6N-XLoJVtS9FCZK8Ee4fQnJ4Ag10lxyCXt8n6VyUx4CGGxUDRHhp1MsH17Qpw7dPnTIIAADFEH05A0xO6ucRBAKE/w434-h640/LVXXX.jpg" width="434" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Capaz de superar grande medo, foi o primeiro humano nas fileiras da maior força policial intergaláctica. Da Terra aos confins do Universo, o fulgor esmeralda do seu anel dissipa as trevas do caos e da corrupção. Porque no dia mais claro, na noite mais densa, o Mal sucumbirá ante a sua presença. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> Green Lantern</div><div style="text-align: justify;"><b>Editora:</b> DC</div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores: </b>Julius Schwartz (conceito), John Broome (história) e Gil Kane (arte conceptual)</div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia:</b><i> Showcase </i>#22 (outubro de 1959)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil:</b> Harold "Hal" Jordan</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie: </b>Humano</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Coast City, Califórnia</div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Martin Jordan (pai, falecido); Jessica Jordan (mãe); Larry Jordan / Onda Aérea (tio); Jim Jordan (irmão); Jack Jordan (irmão); Sue Jordan (cunhada); Jan Jordan (cunhada); Helen Jordan (sobrinha); Arthur, Jason e Howie Jordan (sobrinhos)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação: </b>Ex-piloto de testes, ex-investigador de seguros e ex-vendedor de brinquedos, desempenha agora em tempo integral as suas funções de oficial da Tropa dos Lanternas Verdes.</div><div style="text-align: justify;"><b>Base operacional:</b> No passado, Hal Jordan desdobrava-se entre Coast City e o planeta Oa, lar dos Guardiões do Universo e quartel-general da Tropa dos Lanternas Verdes. Desde a destruição da sua cidade natal, as suas estadias na Terra tornaram-se, porém, cada vez mais breves e espaçadas.</div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações:</b> Ex-oficial da Força Aérea dos EUA; ex-piloto da Ferris Aircraft; ex-parceiro do Arqueiro Verde; cofundador da Liga da Justiça da América e membro ativo da Tropa dos Lanternas Verdes.</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis: </b>Sinestro</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Hal Jordan é apenas um homem comum a quem foi confiada aquela por muitos considerada a mais poderosa arma do Universo. O anel energético do Lanterna Verde reage à força de vontade do seu usuário. Quanto maior a força de vontade, maior a eficácia do anel. A real extensão do seu poder permanece, no entanto, uma incógnita.</div><div style="text-align: justify;">Nas suas histórias iniciais, o Lanterna Verde era frequentemente visto a realizar uma assombrosa variedade de proezas com o seu anel. Desde a miniaturização de objetos ao fabrico de vestuário, as possibilidades pareciam infinitas. Quaisquer que sejam os efeitos do anel, são sempre acompanhados por um característico fulgor esmeralda.</div><div style="text-align: justify;">Com o tempo, porém, a ênfase passou a incidir sobre a capacidade do Lanterna Verde conjurar hologramas de luz sólida controlados telecineticamente. Em função da criatividade de Hal Jordan, esses construtos esverdeados podem assumir praticamente qualquer forma: um escudo para bloquear um ataque, uma espada para cortar uma corda ou uma luva de boxe para esmurrar um adversário são alguns exemplos clássicos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGLggU1CJAAJKKPniQsET0fgxRU93o_ArpGcDWq623Qo8btyag-Y8MeWFohJagr5yh4xe8X1D2Yf5u0_8TAPU9hYKmpsxQb5V_3XnISItEMxUwlxuCxva9XaR4Yo49iwW_gtizh4pE8Qd1/s2000/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="1418" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGLggU1CJAAJKKPniQsET0fgxRU93o_ArpGcDWq623Qo8btyag-Y8MeWFohJagr5yh4xe8X1D2Yf5u0_8TAPU9hYKmpsxQb5V_3XnISItEMxUwlxuCxva9XaR4Yo49iwW_gtizh4pE8Qd1/w454-h640/A1.jpg" width="454" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O anel do Lanterna Verde permite-lhe criar todo o tipo de armas.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além de dotar o Lanterna Verde da capacidade de voar e sobreviver aos rigores do espaço sideral, o anel permite-lhe realizar saltos transluminais. Graças aos quais o herói consegue viajar, quase instantaneamente, para qualquer quadrante do Universo conhecido. Para facilitar a comunicação com a miríade de raças alienígenas que o povoam, o anel incorpora um tradutor universal.</div><div style="text-align: justify;">O anel do Lanterna Verde é eficaz tanto em ações defensivas como ofensivas. Tanto pode gerar campos de força para proteger o seu usuário como projetar rajadas energéticas contra alvos inimigos. Entre as suas tradicionais funcionalidades, destaque ainda para a sua capacidade de localização e comunicação com outros Lanternas Verdes, independentemente da distância a que se encontram.</div><div style="text-align: justify;">Ao possibilitar o acesso remoto à base de dados da Tropa dos Lanternas Verdes, o anel funciona também como um valioso repositório de informação acerca do Cosmos.</div><div style="text-align: justify;">Seguindo um protocolo predefinido pelos Guardiões do Universo, sempre que um Lanterna Verde morre no cumprimento do dever, o anel desencadeia de imediato a busca por um substituto compatível. Foi dessa forma que Hal Jordan foi escolhido para render Abin Sur nas funções de protetor do Setor Espacial 2814.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifir6YVslTPBWNfpLUsrH6beEUqMeXKbmnAS-rsvlss91mpMvK1nAljPDjEUw229w50X6G_DiSdEdaJdCeuBWMFVw-zrgnoKT2q4zlU2uQoslJDVk73wonOFMHePDouHwSlyxX4KwQahry/s1218/a2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1218" data-original-width="788" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifir6YVslTPBWNfpLUsrH6beEUqMeXKbmnAS-rsvlss91mpMvK1nAljPDjEUw229w50X6G_DiSdEdaJdCeuBWMFVw-zrgnoKT2q4zlU2uQoslJDVk73wonOFMHePDouHwSlyxX4KwQahry/w414-h640/a2.jpg" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Quanto maior a força de vontade, <br />mais poderoso é o anel do Lanterna Verde.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Apesar de o Lanterna Verde ter no anel a fonte dos seus poderes, Hal Jordan possui ele próprio um conjunto de habilidades admiráveis. A sua longa carreira como piloto de testes capacitou-o com excelentes reflexos e uma extraordinária resistência à pressão. Mesmo perante situações aparentemente desesperadas, Hal conserva a calma e a agudeza de raciocínio. São elas que lhe permitem, no imediato, conceber a estratégia mais adequada às circunstâncias, fazendo dele um líder nato que os seus camaradas de armas não hesitam em seguir. O seu proverbial destemor é admirado até pelos seus inimigos (com Sinestro à cabeça), elevando-o assim ao patamar de lenda intergaláctica. </div><div style="text-align: justify;">Não é pois por acaso que Hal Jordan é reputado de maior Lanterna Verde de todos os tempos. Título tanto mais impressionante se levarmos em conta que a Tropa Esmeralda patrulha o Universo há vários milhares de anos, e que outros tantos recrutas passaram pelas suas fileiras. Nenhum deles foi, porém, capaz de personificar a Força de Vontade como Hal Jordan.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas: </b>A suposta arma mais poderosa do Universo está longe de ser infalível. À consabida ineficácia do anel do Lanterna Verde sobre objetos amarelos (cor que, no Espectro Emocional, simboliza o Medo) acresce a necessidade de recarga periódica. Originalmente, esse ritual - sempre acompanhado do respetivo juramento solene - tinha de ser realizado a cada 24 horas, independentemente do dispêndio de energia. Por estes dias, o anel precisa apenas ser recarregado quando a sua energia se esgota ou atinge níveis perigosamente baixos. </div><div style="text-align: justify;">Apesar de altamente resistente, o anel do Lanterna Verde também não é indestrutível. Várias entidades já provaram possuir força ou poder suficientes para quebrá-lo. Com a agravante de que apenas os Guardiões do Universo possuem a tecnologia requerida para o conserto de um anel danificado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFaPgJCZLBWYVny9cYgKdHEVFRb58x21__igkXO8h0YZfjDTHVFT78nfj-NIRCgvIQ0wk8AU4gGczC53MkKd7DOY45eTodC4Vd88OsTfZVAVUO1xT4qV0qg7q00oskT0WxZ_bRIHUxkh7w/s1600/a3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1041" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFaPgJCZLBWYVny9cYgKdHEVFRb58x21__igkXO8h0YZfjDTHVFT78nfj-NIRCgvIQ0wk8AU4gGczC53MkKd7DOY45eTodC4Vd88OsTfZVAVUO1xT4qV0qg7q00oskT0WxZ_bRIHUxkh7w/w416-h640/a3.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Áureo foi um dos muitos vilões de cor amarela<br /> que o Lanterna Verde já enfrentou.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Contudo, à semelhança de qualquer arma convencional, a maior debilidade do anel do Lanterna Verde poderá residir afinal no seu portador. Se este estiver deprimido, amedrontado ou sob influência de estupefacientes, a produção de energia será instável condicionando a criação de construtos. O mesmo sucedendo quando o usuário não consegue visualizar corretamente o aparato que está a tentar replicar, ou ignora o seu funcionamento básico.</div><div style="text-align: justify;">No caso específico de Hal Jordan, o excesso de confiança é o seu verdadeiro calcanhar de Aquiles. Desafiando as regras do meridiano bom senso, Hal nunca recua perante qualquer ameaça, por maior que ela seja. </div><div style="text-align: justify;">Essa sua lendária afoiteza tem tanto de inspiradora como de irracional. Entre ser visto como um covarde ou travar uma luta desigual, Hal escolherá sempre a segunda opção. À boa maneira dos Espartanos, ele não pergunta quantos são os inimigos mas onde estão eles. Ignorando dessa forma um dos mais importantes preceitos da arte da guerra: a glória suprema é derrotar o inimigo sem o combater.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O novo senhor do anel</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Para os leitores ocasionais de <i>comics</i>, o Lanterna Verde será porventura um daqueles super-heróis que se (re)conhece mas sobre o qual pouco se sabe. Apesar de ele ser um dos Sete Magníficos que fundaram a famigerada Liga da Justiça, o seu errático histórico de publicação contribuiu, em grande medida, para essa circunstância.</div><div style="text-align: justify;">Independentemente, porém, do seu estatuto junto do grande público, o Lanterna Verde é uma das maiores referências do panteão da DC. Em vários momentos da história da editora foi igualmente uma espécie de farol que sinalizou o rumo a seguir nas águas agitadas de uma indústria em perpétua metamorfose.</div><div style="text-align: justify;">Criação de Bill Finger e Martin Nodell, o primeiro Lanterna Verde surgiu na Idade de Ouro, apenas dois anos após a estreia do Super-Homem. Alan Scott era um engenheiro ferroviário cujas agulhas do destino mudaram para sempre em <i>All-American Comics</i> #16 (1940). Indumentado com um traje particularmente chamativo, munido de um anel mágico e de uma bateria em forma de lanterna, a personagem incorporava diversos dos elementos <i>pulp</i> que, à época, capturavam o imaginário coletivo.</div><div style="text-align: justify;">Aquando da sua estreia, o Lanterna Verde era um dos heróis mais poderosos do mundo, capaz de executar autênticos milagres com o poder aparentemente ilimitado do seu anel. Que tinha, contudo, um inusitado defeito: era inútil contra madeira ou matéria vegetal. Outro ponto fraco era a sua carga limitada, que tinha de ser reposta a cada 24 horas com recurso à lanterna verde que dava nome ao campeão de Capitol City. Ritual sempre pontuado por um juramento solene em verso, que foi evoluindo ao longo dos anos até se tornar peça fundamental no legado do Gladiador Esmeralda.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4XLn57_HSgRkKyBPrwItZHFmXn6EZD7Kd3a3sTKrBtMVVtToVFd258N5ydkTDGnXCMV0csSXU4l1Hv7iuaSWytBuhnQ0fBq83jJxSOjspCqPk6_wEe4shy_mHOtfdMCLXJNLIe_gTcHTm/s1163/a4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1163" data-original-width="806" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4XLn57_HSgRkKyBPrwItZHFmXn6EZD7Kd3a3sTKrBtMVVtToVFd258N5ydkTDGnXCMV0csSXU4l1Hv7iuaSWytBuhnQ0fBq83jJxSOjspCqPk6_wEe4shy_mHOtfdMCLXJNLIe_gTcHTm/w444-h640/a4.jpg" width="444" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Alan Scott, o primeiro senhor do anel.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não obstante a apreciável popularidade de que usufruiu durante a década de 1940, o Lanterna Verde, a exemplo da generalidade dos seus contemporâneos, viu o seu esplendor desvanecer após a II Guerra Mundial até a última centelha esmeralda se extinguir no final dessa década.</div><div style="text-align: justify;">Sem surpresa, em 1949 <i>Green Lantern</i> foi cancelado e foi precisa uma espera de dez anos até o anel do Lanterna Verde voltar a luzir. Ainda a tempo, no entanto, de fazer do Gladiador Esmeralda um dos arautos da Idade de Prata dos <i>comics.</i></div><div style="text-align: justify;">Perante as evidências de que os leitores davam mostras de um renovado interesse em super-heróis, em 1959 o lendário editor Julius Schwartz quis repetir o tratamento que, três anos antes, fora aplicado com sucesso ao Flash. Nesse sentido, escalou o escritor John Broome e o artista Gil Kane para recriarem o Lanterna Verde. A ideia era seguir a receita usada por Robert Kanigher e Carmine Infantino para revitalizar o Velocista Escarlate. Em 1956, fora ele o primeiro herói clássico a ganhar novo impulso na pista da glória reconquistada.</div><div style="text-align: justify;">Assim como Jay Garrick cedeu lugar a Barry Allen, Alan Scott foi rendido por Hal Jordan. Em consequência desse protocolo modificativo, o Lanterna Verde deixou de enfrentar ameaças sobrenaturais para passar a agir como uma espécie de xerife do espaço, cuja jurisdição extravasava largamente os limites da sua cidade natal - e até da Terra. Essa vocação cósmica do novo Gladiador Esmeralda foi acentuada pela sua pertença à maior força policial intergaláctica: a Tropa dos Lanternas Verdes. Para criá-la, John Broome foi beber inspiração à saga de ficção científica<i> Lensman</i>, da qual era fã assumido. Com o tempo, a Tropa dos Lanternas Verdes tornou-se num dos principais esteios do Universo DC, servindo de base para algumas das histórias mais memoráveis da Editora das Lendas.</div><div style="text-align: justify;">No momento de conceber o visual de Hal Jordan, Gil Kane usou como modelo fisionómico Paul Newman, seu vizinho e um dos maiores galãs de Hollywood. O traje de cores berrante deu, por sua vez, lugar a um uniforme sem capa e com um sóbrio esquema cromático. O anel e a bateria mantiveram-se, mas a origem dos dois artefactos era agora alienígena e não mística. Ambos haviam sido manufaturados pelos Guardiões do Universo, fundadores e líderes espirituais da Tropa dos Lanternas Verdes - que teve em Hal Jordan o seu primeiro recruta terráqueo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo3Jxh9LjxoDk4Fseq0yhvAgMFUSMLZnCCE0fgX8esAwRwIrXuE4m5_YCsLs0lO4I5YQbPHUFyspqwy7oSWUcSBlklnCyY0Y7tgd1y97eaOWogemVJM_OwZ8VGOUL2zN6CvsTOwVGsVHkX/s454/a5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="241" data-original-width="454" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo3Jxh9LjxoDk4Fseq0yhvAgMFUSMLZnCCE0fgX8esAwRwIrXuE4m5_YCsLs0lO4I5YQbPHUFyspqwy7oSWUcSBlklnCyY0Y7tgd1y97eaOWogemVJM_OwZ8VGOUL2zN6CvsTOwVGsVHkX/w640-h340/a5.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Paul Newman serviu de modelo a Hal Jordan.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Outro aspeto comum a ambos os Lanternas Verdes era o aparentemente arbitrário ponto fraco dos respetivos anéis. Com a madeira a ser agora substituída pela cor amarela, contra a qual o anel de Hal Jordan nada podia. Desta feita, porém, o calcanhar de Aquiles foi explicado com uma impureza necessária na bateria; uma espécie de trava de segurança criada pelos Guardiões do Universo para prevenir que o poder absoluto corrompesse absolutamente os seus agentes da Lei. </div><div style="text-align: justify;">O segundo Lanterna Verde foi apresentado ao leitores em <i>Showcase</i> #22 (1959). Título que, por aqueles dias, servia de tubo de ensaio tanto para conceitos inovadores como recauchutados. Além do Flash, também Adam Strange e os Desafiadores do Desconhecido tinham feito lá o seu tirocínio. </div><div style="text-align: justify;">Na senda do sucesso do novo Gladiador Esmeralda, a DC resolveu relançar <i>Green Lantern</i> em 1960. Apesar do cariz cósmico das histórias, elas foram pioneiras em matéria de consciência social. Em vez das costumeiras óperas espaciais, os argumentistas privilegiavam temas mundanos como o combate ao racismo e ao preconceito. Incluindo, para esse efeito, representantes não estereotipados das minorias nas tramas humanizadas. </div><div style="text-align: justify;">A vida pessoal de Hal Jordan também tinha pontos de interesse. Ele era um dos vértices de um triângulo amoroso em tudo idêntico ao que envolvia Clark Kent, Lois Lane e o Super-Homem. Hal estava apaixonado por Carol Ferris, a filha do patrão que, por sua vez, suspirava pelo Lanterna Verde. Para apimentar ainda mais a relação, Carol era ocasionalmente controlada por alienígenas que a transformavam na vil Safira Estrela.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="706" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWzQaviMPj2kaKaB_pzTg0SpNJt3xuKCNz8dLSg7FsgfFewWSIgUVh4IzF-oyTVGa5W3ZdHg1N3yeTTqggEtF5rn7zPZmqdABw2iLsextEn8sksCaaY4IYgXD8Hs1gFWd4a9vzR9uwUXGx/w442-h640/a6.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="442" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O novo Lanterna Verde estreou-se em <i>Showcas</i>e #22 (1959).</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando, por fim, Carol desistiu de conquistar o coração do Gladiador Esmeralda e partiu com outro homem, Hal ficou devastado. Depois de abandonar o seu emprego como piloto de testes na Ferris Aircraft, Hal passou a andar à deriva. Tal como a sua série que, ao dobrar a esquina da década de 1960, era uma boa candidata ao cancelamento. O que só não se confirmou devido à decisão providencial do seu editor de emparelhar o Lanterna Verde com o Arqueiro Verde. Juntando dessa forma dois valdevinos com visões muito distintas do papel dos heróis num mundo em acelerada transformação. Assinada por Dennis O'Neil e Neal Adams, uma das duplas-maravilha da 9ª Arte, essa fase foi louvada pela crítica sem que a isso correspondesse um aumento das vendas. Consequentemente, <i>Green Lantern</i> foi cancelado em 1972. Nos quatro anos seguintes, Hal Jordan foi hóspede na revista do Flash, ao mesmo tempo que participava mensalmente nas missões da Liga da Justiça da América. Em virtude dessa perda de influência, tornou-se um super-herói genérico vivendo à sombra de glórias pretéritas.</div><div style="text-align: justify;"><i>Green Lantern</i> regressou às bancas em 1976, espelhando os danos que a guerra do Vietname e o escândalo Watergate haviam infligido à autoconfiança do povo americano e à sua fé nas instituições do país. Esse renascimento durou cerca de uma década e ficou marcado tanto pela profusão de ameaças extraterrestres como pela sucessão de crises pessoais do herói, culminando no seu abandono da Tropa dos Lanternas Verdes em vésperas da Crise nas Infinitas Terras.</div><div style="text-align: justify;">Esgotadas as ideias para tornar apelativas as histórias do Gladiador Esmeralda, nos anos 1990 os argumentistas fizeram dele o maior inimigo da Tropa dos Lanternas Verdes. Após a destruição de Coast City pelo Supercyborg, Hal Jordan, revoltado com a indiferença dos Guardiões do Universo, foi corrompido por Parallax, o avatar do Medo. Num desfecho previsível, acabaria morto quando tentava reescrever a História (eventos narrados em <i>Zero Hora</i>, saga já aqui analisada). Não sem antes cometer um extenso rol de atrocidades que incluíram a destruição da Bateria Central de Oa e o massacre de praticamente toda a Tropa Esmeralda. Enquanto Hal procurava expiar os seus pecados como Espectro - o Espírito da Vingança que ele tentou, em vão, transformar no Espírito da Redenção - foi substituído por Kyle Rayner nas suas funções de policiamento galáctico. Era agora ele o novo senhor do anel.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9VyJYtnIBcQQUdhfmjfj6SaipT68Dupu4ctjqFEaO9iP43FZIjsv_xdnZDtYfzGQtOPI2by25PcvQs_LdleAcZUzjw8RWyCYwTKx5NNDSkir-BKHQJG2Q4XClBzPdudfroP1FFVGIy985/s1000/a7.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="707" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9VyJYtnIBcQQUdhfmjfj6SaipT68Dupu4ctjqFEaO9iP43FZIjsv_xdnZDtYfzGQtOPI2by25PcvQs_LdleAcZUzjw8RWyCYwTKx5NNDSkir-BKHQJG2Q4XClBzPdudfroP1FFVGIy985/w452-h640/a7.jpg" width="452" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>De herói a vilão: Hal Jordan como Parallax.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O regresso definitivo de Hal Jordan só aconteceria uma década mais tarde. Em 2004, a saga <i>Green</i> <i>Lantern: Rebirth </i>reabilitou-o dos hediondos crimes cometidos enquanto Parallax. Dando assim o mote para a vaga revivalista da DC motivada pelo saudosismo que, na viragem do milénio, influenciava a cultura popular. Às mãos de escritores talentosos como Geoff Johns, o Lanterna Verde viu redefinidos e modernizados importantes elementos da sua mitologia. Ficando assim apto a enfrentar os desafios do século XXI.</div><div style="text-align: justify;">Uma vez mais, qual farol numa noite de tempestade, a luz esmeralda do Lanterna Verde rasga a escuridão, trespassa o medo e brilha mais intensamente do que nunca.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinHvyw0DX2mTz0g_3-cdLyhjkPhuh-qHaVW0vwiiMRoVGMBmqKNcbGmmmYiVEI-N9LN1qF3o4rPmAsse9Veu4qrjC1A-uLndHfrUTfhsV07hFcueUpZGzADL6URuUbTQjR4x5g2BmZQJSI/s960/LV6.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="624" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinHvyw0DX2mTz0g_3-cdLyhjkPhuh-qHaVW0vwiiMRoVGMBmqKNcbGmmmYiVEI-N9LN1qF3o4rPmAsse9Veu4qrjC1A-uLndHfrUTfhsV07hFcueUpZGzADL6URuUbTQjR4x5g2BmZQJSI/w416-h640/LV6.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O triunfo da Força de Vontade.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Alvorecer esmeralda</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Hal Jordan nasceu para voar. Quanto mais alto e mais rápido, melhor. Foi nas asas desse sonho de infância que alcançou as estrelas. Ironicamente, foram dois desastres aéreos a traçar-lhe o destino.</div><div style="text-align: justify;">Nascido em Coast City, Hal Jordan foi o segundo dos três filhos do casal Jessica e Martin Jordan. O seu pai era um ex-oficial da Força Aérea americana convertido em piloto de testes da Ferris Aircraft, especialista no fabrico de jatos militares.</div><div style="text-align: justify;">Fascinado por máquinas voadoras, o pequeno Hal tinha por hábito faltar às aulas para ir ao aeródromo da Ferris ver o seu pai a voar. Martin Jordan era o ídolo do filho, que sonhava um dia seguir-lhe as pisadas.</div><div style="text-align: justify;">Infelizmente, quando era ainda pessoa de palmo e meio, Hal testemunhou a morte do seu pai num acidente de voo. Tragédia que o marcou para o resto da visa. Tanto como o ato heroico de Martin Jordan que, em vez de se ejetar, voou para longe das áreas habitadas, sacrificando a própria vida para salvar dezenas de outras.</div><div style="text-align: justify;">Contra a vontade da mãe, Hal planeava ganhar a vida aos comandos de um avião. Na véspera de completar 18 anos, fugiu de casa e passou a noite à porta do centro de recrutamento da Força Aérea. Após anos de intenso treino, Hal tornou-se um piloto exímio e destemido. Isto ao mesmo tempo que desenvolvia um histórico de insubordinação e riscos excessivos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-JXn1fN4HM480D1qtgg_qa6UTDt5ZTeM7V3FYftI1-LV_5ExWAFePCQTRkq5irKA17hCKX9Og9zVWP6rMakKrEyCxsqaIAQRtJQoOXEpageZDR3c9ZiZfSbdhBkE7v6Tfvbibp5g0oDwr/s450/a8.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-JXn1fN4HM480D1qtgg_qa6UTDt5ZTeM7V3FYftI1-LV_5ExWAFePCQTRkq5irKA17hCKX9Og9zVWP6rMakKrEyCxsqaIAQRtJQoOXEpageZDR3c9ZiZfSbdhBkE7v6Tfvbibp5g0oDwr/s16000/a8.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Hal Jordan, o Ás dos Ares.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A vida de Hal não estava no entanto fadada a ser um fac-símile daquela que fora vivida pelo seu pai. Certo dia, durante um voo de treino, um halo esverdeado envolveu o seu jato, transportando-o até ao local da queda de uma espaçonave. Ao investigar os destroços, Hal foi surpreendido pela presença de um alienígena moribundo. </div><div style="text-align: justify;">Abin Sur - assim se chamava o alienígena - era membro da Tropa dos Lanternas Verdes, uma força policial que há milhares de anos assegurava a paz em todo o Universo. A sua nave fora atacada durante uma patrulha acabando por despenhar-se nas cercanias de Coast City. Antes de exalar o seu último suspiro, Abin Sur ordenara ao seu anel que procurasse um substituto digno. Hal foi o escolhido. Não apenas pela sua integridade moral, mas também pela sua capacidade de superar grande medo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggKcnXZwPfuiUcQL_eejG2owCcxaI_HAaSBQRTKD2h86xAkwGNuHLrCftsvdFje1RCzjiFPOlG1bWZAE4qVsVEGBDU06Tnj3OI1Pb3fvRIbrfsPWEGjWXmcNB1xITllPCTFkFNI3NUy9OC/s892/a9.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="892" data-original-width="580" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggKcnXZwPfuiUcQL_eejG2owCcxaI_HAaSBQRTKD2h86xAkwGNuHLrCftsvdFje1RCzjiFPOlG1bWZAE4qVsVEGBDU06Tnj3OI1Pb3fvRIbrfsPWEGjWXmcNB1xITllPCTFkFNI3NUy9OC/w416-h640/a9.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A passagem de testemunho de Abin Sur a Hal Jordan.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Promovido a Lanterna Verde do Setor Espacial 2814 (um dos 3600 em que o Universo se divide), Hal foi pouco depois transportado pelo seu anel ao planeta Oa. No quartel-general da Tropa Esmeralda e lar da Bateria Central que abastece os anéis de todos os Lanternas Verdes, Hal foi apresentado aos Guardiões do Universo e a centenas de alienígenas incrédulos com a escolha de um humano.</div><div style="text-align: justify;">Durante o treino que lhe foi ministrado por Sinestro e Kilowog, dois Lanternas Verdes veteranos, Hal surpreendeu os seus mentores com a sua incrível força de vontade. Todos ficaram cientes de que ele estava destinado a ser um dos mais valorosos membros da Tropa e que aquele era o alvorecer esmeralda de um novo herói. Um em cuja presença o Mal sucumbiria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>As arrepiantes manobras e acrobacias de Hal Jordan aos comandos dos caixões voadores fabricados pela Ferris Aircraft valeram-lhe a alcunha de "Highball". Na gíria dos antigos ferroviários, era a ordem para o comboio seguir a todo o vapor. Nessa época, Hal era também inseparável do blusão de aviador herdado do pai, o qual não hesitava em colocar sobre os ombros de quem dele mais precisasse;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Hal não foi o primeiro super-herói do clã Jordan. Larry Jordan, tio de Hal, combateu o crime como Onda Aérea. A sua habilidade primária consistia em deslocar-se a grande velocidade através dos cabos elétricos e das linhas telefónicas, usando para esse efeito um par de patins especiais;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwBjinRiTNzeSHThSUGhLjnuE8Aq43yONc_5upx2rO2KtusQ28d2GZHQvTn4Ynt62CbJFQN5OmdMzh2h1XY8Xnsgo74zuH9EYVS0FcAF4bU6Om-L2meiFY3IMUXvTOoYFpBWWJjG7F84G7/s1200/a10.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwBjinRiTNzeSHThSUGhLjnuE8Aq43yONc_5upx2rO2KtusQ28d2GZHQvTn4Ynt62CbJFQN5OmdMzh2h1XY8Xnsgo74zuH9EYVS0FcAF4bU6Om-L2meiFY3IMUXvTOoYFpBWWJjG7F84G7/w400-h300/a10.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Onda Aérea foi o primeiro membro do clã Jordan<br /> a combater o crime.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de Hal Jordan ter em Carol Ferris a sua eterna namorada, inicialmente os editores consideraram atribuir-lhe outro interesse romântico: ninguém menos do que a Mulher-Maravilha. Companheiros de equipa na Liga da Justiça, a relação entre ambos nunca foi, contudo, além de uma amizade baseada no respeito e admiração mútuos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Aos oficiais da Tropa Esmeralda é concedida a prerrogativa de personalizarem os seus uniformes. Hal Jordan adicionou uma máscara ao modelo-padrão, de modo a salvaguardar a sua identidade e a segurança dos que lhe são próximos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Na continuidade pré-Crise, o Lanterna Verde teve um leque de parceiros bizarros: Itty (uma estrela-do-mar alienígena) e um esquimó chamado Pieface (termo com conotações racistas) foram os mais duradouros. Da lista faziam ainda parte um cão e um motorista de táxi;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibD4uSUpJ7d1cQxRsOlSmHZEtrJFajnKuFqyFhbjAHvU-3naF1-Mi1RyCizYguiZnor19_4TWyG2uQ9xLCEt4hirbyHeJIo69V6RJ39O_IWq4bj6eihbpTUKdKQFdSvbHfBBBCrASoykIA/s1434/a11.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="786" data-original-width="1434" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibD4uSUpJ7d1cQxRsOlSmHZEtrJFajnKuFqyFhbjAHvU-3naF1-Mi1RyCizYguiZnor19_4TWyG2uQ9xLCEt4hirbyHeJIo69V6RJ39O_IWq4bj6eihbpTUKdKQFdSvbHfBBBCrASoykIA/w640-h350/a11.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Itty, a estrela-do-mar alienígena que Hal Jordan teve como mascote.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>"In brightest day, in blackest night,/ No evil shall escape my sight./ Let those who worship evil's might,/ Beware my power...Green Lantern's light!" A versão original do juramento recitado pelo Lanterna Verde sempre que usa a sua bateria portátil para recarregar o seu anel energético é da autoria de Alfred Bester (1913-1987), conceituado escritor de ficção científica notabilizado por ter sido o primeiro vencedor do Prémio Hugo - galardão que, anualmente, distingue as melhores obras nesse género literário;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Embora a jurisdição do Lanterna Verde da Terra se estenda por todo o Setor Espacial 2814 (que, por sua vez, abrange, mais de uma centena de planetas), Hal Jordan carece da autorização prévia do Batman para adentrar em Gotham City. Da violação dessa regra já resultaram escaramuças entre os dois heróis;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A braços com uma grave crise de tesouraria, no início dos anos 80 a DC esteve prestes a vender os direitos de publicação do Lanterna Verde à Marvel. A Casa das Ideias já havia no entanto introduzido, em 1971, um conceito decalcado do Gladiador Esmeralda. Doutor Espectro, membro do Esquadrão Supremo (ele próprio um pastiche assumido da Liga da Justiça), detinha o poder de criar construções multicoloridas de energia luminosa por intermédio de um prisma de origem alienígena; </div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No universo da Amalgam Comics, o Lanterna Verde foi fundido com o Homem de Ferro, dando origem ao Lanterna de Ferro, <i>alter ego</i> de Harold Stark;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Aquando da sua transformação em Parallax, Hal Jordan não usava o seu anel original. Este fora destruído por Lorde Malvolio e substituído por outro forjado pelo vilão. Ao contrário do modelo manufaturado pelos Guardiões do Universo, o novo anel afetava objetos de cor amarela;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Hal Jordan já foi referenciado no Universo Marvel. Numa história assinada por Peter David, em <i>The</i> <i>Incredible Hulk</i> #426 (fevereiro de 1995), Hal foi apresentado como um doente mental internado num hospital psiquiátrico. No rescaldo de <i>Zero Hora</i>, os eventos por ele narrados são assumidos como meros delírios da sua mente fragmentada;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggm2J1OjDM-gGMmUXUHeUVJU1ItChYPdC0SVdzzZnwupUNg6q_P2QhE_TXZIsa1awBwlEf1JHEGnxHkSZdEMGFQ02tnfWwsvKa1Gnz2ukSxWGHSd0qsWmhphW1vKPstMWV8HTLBlI11W4E/s1500/a12.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="975" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggm2J1OjDM-gGMmUXUHeUVJU1ItChYPdC0SVdzzZnwupUNg6q_P2QhE_TXZIsa1awBwlEf1JHEGnxHkSZdEMGFQ02tnfWwsvKa1Gnz2ukSxWGHSd0qsWmhphW1vKPstMWV8HTLBlI11W4E/w416-h640/a12.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Alucinações de um herói caído em desgraça.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No Top 100 dos melhores super-heróis de todos os tempos divulgado em 2011 pelo portal IGN, o Lanterna Verde ocupa uma honrosa 7ª posição. De entre os seus congéneres da DC, apenas os membros da Trindade surgem mais bem classificados;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Lanterna Verde viveu a sua primeira aventura fora dos quadradinhos em 1967. Ano em que estrelou o seu próprio segmento na série animada da Filmation <i>The Superman / Aquaman Hour of Adventure</i>. Antes de, em 2011, Ryan Reynolds vestir a pele de Hal Jordan no cinema, foi Howard Murphy o primeiro a fazê-lo na TV. Em 1979, <i>Legends of the Super-Heroes</i>, minissérie em dois episódios transmitida pela antena da NBC, apresentou o primeiro Lanterna Verde de carne e osso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxtyLAb-q6f1ToUneD9YJxI_T3eXbumivrWFByPbzEgJ_EpOjPhOuynHg2y3YojMtZMXiWHDceDiFv6-KnsuvvLteKhQdZ7WnbwpiaNTh4PC269WHnudTRxrGX0XzQdZUZl9zlT3ykc0c1/s500/a13.gif" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="376" data-original-width="500" height="482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxtyLAb-q6f1ToUneD9YJxI_T3eXbumivrWFByPbzEgJ_EpOjPhOuynHg2y3YojMtZMXiWHDceDiFv6-KnsuvvLteKhQdZ7WnbwpiaNTh4PC269WHnudTRxrGX0XzQdZUZl9zlT3ykc0c1/w640-h482/a13.gif" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Howard Murphy em<i> Legends of Super-Heroes</i> (1979)</b></span></td></tr></tbody></table><br /><br /><b><br /></b><div><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div><span style="font-size: x-small;"><b>*</b> <b>Artigos sobre o Lanterna Verde Alan Scott, Sinestro, Arqueiro Verde e <i>Zero Hora</i> disponíveis para leitura complementar.</b><br /></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-26777145868022589542021-07-17T12:42:00.002+01:002022-04-11T18:04:50.201+01:00GALERIA DE VILÕES: DUENDE VERDE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6S8yVNnKU1wv89ENMCh0lzJ8I5G-FRar3s6KJPtG58x85dgYDiqRKdkLFtFCStc77_l5iCvT3Ss3iIAJkW_mwDSZkZbhSjwBko86Jqt3e-odBurBHAmaL0vpIvx4Qf7GkfVb26eVa5sbj/s765/DV.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="563" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6S8yVNnKU1wv89ENMCh0lzJ8I5G-FRar3s6KJPtG58x85dgYDiqRKdkLFtFCStc77_l5iCvT3Ss3iIAJkW_mwDSZkZbhSjwBko86Jqt3e-odBurBHAmaL0vpIvx4Qf7GkfVb26eVa5sbj/w472-h640/DV.jpg" width="472" /></a></div><p></p><div style="text-align: justify;"> Nenhum outro inimigo do Homem-Aranha lhe infligiu tanta dor e sofrimento. Sempre que o bufão berrante se entrega à sua macabra folia, a tragédia enluta o coração de Peter Parker, eternamente assombrado pelo vil legado do seu némesis.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> Green Goblin </div><div style="text-align: justify;"><b>Editora: </b>Marvel Comics </div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores: </b>Stan Lee (conceito) e Steve Ditko (história e arte conceptual)</div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia:</b><i> The Amazing Spider-Man </i>#14 (julho de 1964)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil: </b>Norman Virgil Osborn</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie:</b> Humano quimicamente modificado</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Hartford, Connecticut </div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Alton Osborn Sr. (bisavô paterno, falecido); Alton Osborn Jr. (avô paterno, falecido); Ambrose Osborn (pai, falecido); mãe incógnita (presumivelmente falecida); Emily Lyman-Osborn (esposa, falecida); Harold "Harry" Osborn (filho, falecido); Liz Allan (ex-nora); Normie Osborn (neto)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação:</b> Magnata, cientista, inventor, presidente executivo da Oscorp e senhor do crime.</div><div style="text-align: justify;"><b>Base operacional:</b> Da Mansão Osborn, nas cercanias de Nova Iorque, o Duende Verde transferiu em tempos o seu covil secreto para a Torre Oscorp, no coração de Manhattan, e, mais recentemente, para uma estação de metro abandonada, nos túneis subterrâneos da cidade que nunca dorme.</div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações:</b> Fundador da Oscorp e ex-líder dos Doze Sinistros.</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis: </b>Homem-Aranha</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Embora extraordinariamente ágil e atlético, nas suas primeiras aparições o Duende Verde aparentava ser um homem comum dependente do seu arsenal temático para se afirmar no submundo nova-iorquino. Depressa se perceberia, porém, que ele detinha afinal habilidades sobre-humanas, designadamente força, velocidade e resistência incrementadas. E que na origem de todas elas estava um composto biogénico chamado Soro do Duende.</div><div style="text-align: justify;">No entanto, mesmo antes de consumi-lo, Norman Osborn era extremamente inteligente e talentoso, senhor de vasto conhecimento científico em áreas tão diferenciadas como Química, Mecânica e Eletrónica. Como bem comprovam, aliás, os aprimoramentos por ele realizados ao soro inventado pelo seu ex-sócio e professor, Dr. Mendel Stromm, ou o facto de ter construído do nada o seu império empresarial. Não menos impressionante, projetou sozinho toda a parafernália tecnológica que equipa a sua maléfica<i> persona</i>.</div><div style="text-align: justify;">Composto por um leque de dispositivos bizarros que remetem para o folclore do Dia das Bruxas, o arsenal do Duende Verde permite-lhe defrontar em pé de igualdade adversários com níveis de poder superiores ao seu. Certa vez, por exemplo, derrotou o Tocha Humana com recurso a uma espuma retardante de fogo.</div><div style="text-align: justify;">A imagem de marca do Duende Verde são, contudo, as Bombas Abóbora. Como o nome sugere, tratam-se de granadas de mão semelhantes a miniaturas das lanternas de abóbora usadas como enfeites durante o Halloween. Quando lançadas, acendem-se silenciosamente produzindo calor suficiente para derreter aço com vários milímetros de espessura. Algumas delas emitem também fumaça, clarões atordoantes ou um gás especial capaz de anular temporariamente o sentido de aranha do Escalador de Paredes. Foi graças a esse artifício que o vilão logrou descobrir a verdadeira identidade do seu arqui-inimigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-hRCnlCeV4dkmxMAuaiUy6kQyD5iOiV3uFyAi4chmIK5qZDrubWvTTbXVtVGWlmCuXwS1Nt-PvlKmDYMJPiE4sXGT-yiolmDbh73XQMqfT3wBrX41G_bzELglNvVYN4bMqDaJB75fIL35/s480/bomba.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="480" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-hRCnlCeV4dkmxMAuaiUy6kQyD5iOiV3uFyAi4chmIK5qZDrubWvTTbXVtVGWlmCuXwS1Nt-PvlKmDYMJPiE4sXGT-yiolmDbh73XQMqfT3wBrX41G_bzELglNvVYN4bMqDaJB75fIL35/w400-h400/bomba.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Esquema de uma Bomba Abóbora.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Protótipo de um exoesqueleto desenvolvido pela Oscorp para fins militares, o uniforme do Duende Verde foi posteriormente adaptado às especificações de Norman Osborn. Destaque para a túnica tecida com uma fina malha de aço à prova de bala e para as luvas com microfilamentos elétricos que canalizam descargas de alta voltagem. Para se proteger dos efeitos dos próprios gases, Osborn embutiu um filtro na máscara, a qual foi projetada para instilar medo.</div><div style="text-align: justify;">Numa clara referência ao Dia das Bruxas, originalmente o Duende Verde voava montado numa vassoura de aço com motor a jato. Esta seria, contudo, rapidamente substituída pelo seu icónico planador em forma de morcego. Além de melhor aerodinâmica, o aparato, controlado manualmente ou via rádio, dispõe de um impressionante poder de fogo. De metralhadoras a lança-chamas, passando até por pequenos mísseis equipados com sensores térmicos, o seu sistema de armas é tão eclético quanto mortífero. Voando à velocidade máxima (140 km/h) e com carga total (180 kg), o planador do Duende Verde tem autonomia para uma hora. Para maior estabilidade e manobrabilidade, as botas do usuário são fixadas magneticamente aos seus estribos metálicos. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEink37G24YR2gVrVPUNEn7dyiDyioXSFLGrlQyjMQXH-6CB2DGQpvKjHx9F1Ry8LwRrr3onAZrWtMq0tM8Hy-efYezPPIVHoTtgf8S0Xxq1qsxkpotfgqcxgVwJC2y8-Br6FCdqg8W-K61J/s362/Vassoura.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="362" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEink37G24YR2gVrVPUNEn7dyiDyioXSFLGrlQyjMQXH-6CB2DGQpvKjHx9F1Ry8LwRrr3onAZrWtMq0tM8Hy-efYezPPIVHoTtgf8S0Xxq1qsxkpotfgqcxgVwJC2y8-Br6FCdqg8W-K61J/w400-h393/Vassoura.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Originalmente, o Duende Verde montava uma vassoura voadora.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Além dos poderes enumerados acima, o Duende Verde consegue regenerar tecidos e órgãos severamente danificados. Embora mais lento do que o fator de cura de Wolverine ou Deadpool, essa habilidade já lhe permitiu sobreviver a ferimentos potencialmente fatais. A enorme cicatriz no peito de Norman Osborn, trespassado pelo próprio planador durante uma batalha com o Homem-Aranha, comprova-o.</div><div style="text-align: justify;">Com recursos financeiros ilimitados provenientes da colossal fortuna do seu <i>alter ego</i>, o Duende Verde, fruto das motivações pessoais por detrás das suas ações, faz sempre um forte investimento emocional nos seus estratagemas para humilhar o Homem-Aranha. Torcendo-se de furor de cada vez que fracassa nos seus tenebrosos desígnios. "Desistir" é, porém, um verbo que Norman Osborn nunca aprendeu a conjugar.</div><div style="text-align: justify;">Quando não afetado pela sua atávica loucura, o Duende Verde é um exímio estratega capaz de delinear planos de elevada complexidade. Apesar dessa sua componente cerebral, é também um lutador experiente que não teme o combate desarmado. Tanto mais que a sua força (estimada em 9 toneladas) se equivale, grosso modo, à do Homem-Aranha. </div><div style="text-align: justify;">Tudo somado, percebe-se porque são sempre os duelos entre ambos tão renhidos e de desfecho imprevisível. Um e outro podem apenas a aspirar a uma vitória pírrica, tão alto seria o preço a pagar por ela.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheSfYTRYLkoPp09X5lZ1bYEQDM-oawzTkjWPZdAIpcz9nole2Frq23N5X3QbUBiiH8I0W3bsbp7kgFo_98WGdMAMf1Ur1DcNd2UAfnvhuG-bwuT3587oE5adiTHHJcS1teD_IEsdD0fkra/s600/cicatriz.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheSfYTRYLkoPp09X5lZ1bYEQDM-oawzTkjWPZdAIpcz9nole2Frq23N5X3QbUBiiH8I0W3bsbp7kgFo_98WGdMAMf1Ur1DcNd2UAfnvhuG-bwuT3587oE5adiTHHJcS1teD_IEsdD0fkra/w640-h360/cicatriz.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Cicatrizes de guerra.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas:</b> Putativo efeito colateral da fórmula química responsável pela amplificação das suas capacidade físicas, motoras e cognitivas, a insanidade é o calcanhar de Aquiles do Duende Verde. O histórico de distúrbios mentais na família Osborn sugere, todavia, que esta poderá ser hereditária, tendo sido apenas potenciada pelo Soro do Duende. Note-se que, além próprio Norman, também o seu pai Ambrose e o seu filho Harry sucumbiram à demência. Toda a linhagem Osborn parece, de facto, inquinada por ela.</div><div style="text-align: justify;"><div>Delírios de grandeza e fragmentação da personalidade constituem os sintomas mais evidentes da instabilidade mental de Norman Osborn. Que, condicionado por ela, toma frequentemente decisões irracionais pautadas pela impulsividade. Por conta dessa sua imprudência, cai repetidas vezes nas armadilhas preparadas pelos seus adversários, dá o flanco em combate e incorre noutras situações de elevada perigosidade.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip7-0j241GAEE-ne6jFHHPSj6MOlLSxYD-Sc_I6iHPiNuNrEsq2FSv8yxYsjo5zD8qzLHHlPkwbaKVv8okOs6C9ZWyPbkgFl1TGTO_koVnJxiMTaAHl10D0Wser9JOZHjJCWuxK_0LzFJw/s960/face.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="675" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip7-0j241GAEE-ne6jFHHPSj6MOlLSxYD-Sc_I6iHPiNuNrEsq2FSv8yxYsjo5zD8qzLHHlPkwbaKVv8okOs6C9ZWyPbkgFl1TGTO_koVnJxiMTaAHl10D0Wser9JOZHjJCWuxK_0LzFJw/w450-h640/face.jpg" width="450" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Norman Osborn e o Duende Verde foram, durante algum tempo, <br />personalidades distintas em disputa pelo controlo.<br /></b></span></td></tr></tbody></table><br /><div>Por ter, em diferentes ocasiões, enganado a morte, Norman Osborn julga-se invencível, subestimando amiúde os seus oponentes. Erros de avaliação que redundam quase sempre na sua derrota. Exemplo disso foi quando o Duende Verde capturou o Homem-Aranha pela primeira vez. Mesmo sabendo que o herói se preparava para escapar, nada fez para impedi-lo, convicto que estava da sua superioridade em combate.</div><div>Outro ponto fraco do Duende Verde radica na sua proverbial arrogância. Aquela que, entre outras coisas, o levou a desperdiçar a oportunidade de comandar o Sexteto Sinistro. Apenas porque unir-se ao grupo significaria reconhecer a sua incapacidade de vencer sozinho o Homem-Aranha. Algo impensável para alguém tão ufano como Norman Osborn. Apesar da sua empáfia, o vilão formaria mais tarde os Doze Sinistros, cujo elenco, por sinal, incluía alguns ex-membros do Sexteto Sinistro.</div><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Inimigo íntimo</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Na exuberante galeria de inimigos do Escalador de Paredes avultam alguns dos maiores expoentes de vilania da banda desenhada. Nenhum deles lhe proporcionou porém um festival de sofrimento como o Duende Verde. Foi ele o primeiro a descobrir a verdadeira identidade do herói aracnídeo e a assassinar um dos seus entes queridos. Como se isso não bastasse para consagrar a sua marca de maldade, foi também ele o arquiteto de uma monstruosa conspiração (eventos narrados na <i>Saga do Clone</i>, já aqui esmiuçada) que virou do avesso a vida de Peter Parker, mergulhando-o numa perturbadora crise de identidade.</div><div style="text-align: justify;">Ao tomar a decisão fatal de eleger o Homem-Aranha como seu némesis, o Duende Verde prendeu ambos num interminável ciclo de horror e tragédia. Enfatizado pelo dramático enlace entre as suas vidas pessoais, uma vez que Norman Osborn é o pai do melhor amigo de Peter. Mas tudo teria sido muito diferente se as ideias originais dos seus autores tivessem vingado.</div><div style="text-align: justify;">Na sinopse original do Duende Verde, Stan Lee descreveu-o como um antigo demónio mitológico despertado acidentalmente por uma equipa de filmagens que tropeçara numa espécie de sarcófago egípcio. Por considerá-lo desajustado ao registo realista na base do sucesso das histórias do Homem-Aranha, Steve Ditko reformulou por completo o conceito proposto pelo seu parceiro criativo.</div><div style="text-align: justify;">Em vez de um ente sobrenatural, o Duende Verde seria, assim, apenas humano. Pensado para ser apenas outro antagonista de circunstância, o novo vilão fez a sua <i>mise-en-scène</i> em <i>The Amazing Spider-Man</i> #14, edição datada de julho de 1964. Apesar do mistério em torno da sua origem e identidade (ou por causa dele), o Duende Verde provou-se surpreendentemente popular entre os leitores.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5ABrrzZiX4JkJaOyHRrBiDV7GMjmD6SICKuKwVlkWZfAHi4nCwx-U2V11Xg__GS9GPXaEdmiu-0mrM0H7xzegtCh2-lJVvXObzsnjg19DU8LtASwfvJ3aci6_GhQqM7Ki1ExitVuvGxru/s459/BD.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="300" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5ABrrzZiX4JkJaOyHRrBiDV7GMjmD6SICKuKwVlkWZfAHi4nCwx-U2V11Xg__GS9GPXaEdmiu-0mrM0H7xzegtCh2-lJVvXObzsnjg19DU8LtASwfvJ3aci6_GhQqM7Ki1ExitVuvGxru/w418-h640/BD.jpg" width="418" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A estreia oficial do Duende Verde em <i>The Amazing Spider-Man</i> #14 (1964) <br />teve o Incrível Hulk como convidado especial.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mediante esse inesperado sucesso, o passo seguinte foi estabelecer o <i>alter ego</i> do Duende Verde, o qual seria pomo de discórdia entre os seus criadores. </div><div style="text-align: justify;">Enquanto Lee pretendia alguém conhecido do Homem-Aranha, Ditko preferia um anónimo sem qualquer ligação ao herói. Ditko sustentava a sua escolha no facto de, na vida real, as maiores inimizades despontarem aleatoriamente entre desconhecidos. A isto Lee contrapunha que uma ligação pessoal entre as duas personagens concederia (ainda) maior carga dramática às histórias do Escalador de Paredes. Acrescentando que, ao fim de tantos meses de suspense e pistas falsas, os leitores se sentiriam defraudados se assim não fosse.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de ter sido a visão de Lee a prevalecer, subsistem até hoje dúvidas acerca de quem terá partido afinal a ideia de estabelecer Norman Osborn como identidade civil do Duende Verde. Lee reclamava para si esse mérito, ao mesmo tempo que admitia poder ter sido atraiçoado pela sua péssima memória.</div><div style="text-align: justify;">Ditko, por seu lado, afirmou sempre ter sido ele o autor da ideia, antes mesmo da conclusão do primeiro arco de histórias no qual o Duende Verde participou. Vários indícios parecem, de resto, corroborar esta tese.</div><div style="text-align: justify;">Pese embora Norman Osborn não ter sido formalmente apresentado até <i>The Amazing Spider-Man</i> #37, Ditko afiançou ser ele a personagem que surgia em dois painéis no 23º número da série. Dando crédito a esta afirmação, o facto de a referida personagem - um discreto membro do Clube de Empresários da privança de J. Jonah Jameson - ter marcado presença nas edições seguintes. Numa delas, em <i>The</i> <i>Amazing Spider-Man</i> #25, Osborn visitou inclusivamente a redação do<i> Daily Bugl</i>e - sem, contudo, se cruzar com Peter Parker.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-2FtF8BHI8BYIx76evmZCqp9_vq8vya6nn6jLymFY7DDanUJxXEwysr5n0zA9Etl7V36VTtt_868tAD1jFkKAnwKWV64Wh5CXyRK5MZyPX0CMzqvd21IVGzNnnezhZ7L1klGK-JUCjZKl/s512/Norman.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="252" data-original-width="512" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-2FtF8BHI8BYIx76evmZCqp9_vq8vya6nn6jLymFY7DDanUJxXEwysr5n0zA9Etl7V36VTtt_868tAD1jFkKAnwKWV64Wh5CXyRK5MZyPX0CMzqvd21IVGzNnnezhZ7L1klGK-JUCjZKl/w640-h316/Norman.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O insuspeito Norman Osborn visita<br /> o seu amigo J.J. Jameson em <i>The Amazing Spider-Man</i> #25 (1965).</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A grande revelação teve lugar em <i>The Amazing Spider-Man</i> #39. Naquela que foi a primeira história do Homem-Aranha a ser desenhada por outro artista - John Romita Sr. - que não Ditko, os leitores ficaram finalmente a saber que, por trás da máscara do Duende Verde, se escondia o rosto de Norman Osborn. Estava dado o mote para uma das mais trágicas rivalidades do Universo Marvel. E nem os seus criadores escaparam incólumes.</div><div style="text-align: justify;">Devido a alegadas divergências criativas com Stan Lee, Ditko abandonara entretanto a série. O Homem-Aranha perdia um dos seus "pais", mas ganhava um inimigo íntimo. </div><div style="text-align: justify;">Ao tingir com o sangue de Gwen Stacy os anos terminais da Idade de Prata, o Duende Verde assinalou o fim da inocência nos <i>comics</i>. De então para cá, as trevas imiscuíram-se nas histórias de super-heróis, eles próprios cada vez menos exemplos de virtude e abnegação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Legado Sinistro</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Norman Osborn é um <i>self made man</i> com fome leonina de poder. Fervoroso adepto do darwinismo social, acredita que o mundo pertence aos fortes e que dos fracos não reza a História. Para predestinados como ele, nenhum fracasso é permanente e os fins justificam sempre os meios. O seu sucesso empresarial, baseado em doses iguais de genialidade e amoralidade, contrasta, porém, com a disfuncionalidade da sua vida familiar que compromete a sobrevivência do seu legado.</div><div style="text-align: justify;">Primogénito de Ambrose Osborn, um magnata industrial, Norman Osborn nasceu em Hartford, no Connecticut. A sua infância despreocupada foi violentamente interrompida quando o pai perdeu a fortuna da família devido a uma alegada usurpação de patentes. </div><div style="text-align: justify;">Ambrose tornou-se um alcoólatra abusivo que descontava as suas frustrações na esposa e no filho. Norman depressa passou a desprezar o pai ao mesmo tempo que desenvolvia uma personalidade antissocial com precoces tendências homicidas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb6puIfdowTZIyafmO3INYPaZEwtz46vgqyHFJMafY52QcagDIJS9OGb5Fg9iseq5g4IxJ0McPR_f_hucYTrsicauq5zDRw-268ErHQXFfxWnFvQvOntXUe92Wbt37F5prITF7GJUpH8cc/w640-h426/Ambrose.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Ambrose Osborn entregou-se à bebida após perder o seu negócio.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb6puIfdowTZIyafmO3INYPaZEwtz46vgqyHFJMafY52QcagDIJS9OGb5Fg9iseq5g4IxJ0McPR_f_hucYTrsicauq5zDRw-268ErHQXFfxWnFvQvOntXUe92Wbt37F5prITF7GJUpH8cc/s600/Ambrose.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Numa noite de intempérie, Ambrose trancou o pequeno Norman numa das casas devolutas da família. Esperava assim curar a fobia do filho em relação à escuridão. Sozinho na penumbra, o apavorado Norman teve alucinações com um monstro esverdeado semelhante a um duende sinistro. Não era, porém, a primeira vez que a criatura o aterrorizava. Já antes lhe aparecera em pesadelos.</div><div style="text-align: justify;">Temendo ser devorado pelo monstro assim que a escuridão cedesse lugar à luz do dia, Norman percebeu que era a primeira que o fortalecia. Naquele noite, abraçou para sempre as trevas.</div><div style="text-align: justify;">Episódios traumáticos como este definiram o caráter de Norman, disposto a tudo para não ser um fracassado como o pai. Porque dinheiro é poder e um homem sem poder não é nada, o primeiro passo seria recuperar a fortuna da família. </div><div style="text-align: justify;">Com esse objetivo em mente, Norman mudou-se para Nova Iorque. Graças a uma bolsa de estudo, cursou Química e Gestão Empresarial na Universidade Empire State (UES, a mesma <i>alma mater</i> de Peter Parker). Foi lá que conheceu e se apaixonou por uma encantadora jovem chamada Emily Lyman. Apesar da cada vez mais evidente natureza rapace de Norman, Emily conseguiu trazer à tona o melhor dele.</div><div style="text-align: justify;">Tão logo concluíram os respetivos cursos, o casal trocou alianças. Dessa união nasceu um filho, Harry Osborn. A felicidade familiar seria, no entanto, sol de pouca dura. Pouco meses após o nascimento de Harry, Emily faleceu em consequência de um problema de saúde. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizeYKKsjNOv3yvs6wv-3HL0yInAdD_CicisqjBVEvh96Ff4b-_te7NtMgQBaFEE9iTEv7poXBf7oz9UdIpyne1Xzz6lBrqpfJLv3wC-pTlT2g5z0EQ8CdXisSfqA5fs5rXMGR_y2lgoWN3/s600/Emily.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="600" height="486" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizeYKKsjNOv3yvs6wv-3HL0yInAdD_CicisqjBVEvh96Ff4b-_te7NtMgQBaFEE9iTEv7poXBf7oz9UdIpyne1Xzz6lBrqpfJLv3wC-pTlT2g5z0EQ8CdXisSfqA5fs5rXMGR_y2lgoWN3/w640-h486/Emily.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A morte prematura da sua esposa empurrou<br /> Norman Osborn para o abismo da loucura.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Privado do amor da esposa e angustiado pelo papel de pai solteiro, Norman retomou a sua obsessão de acumular riqueza e poder, negligenciando o filho. Em consequência desse desafeto, Harry desenvolveria, durante a adolescência, uma dependência de drogas que quase lhe foi fatal. Crescendo na sombra do pai, o jovem tornou-se um adulto depressivo, inseguro e solitário.</div><div style="text-align: justify;">Já os negócios de Norman Osborn iam de vento em popa. Tendo como sócio minoritário o Dr. Mendel Stromm, seu antigo professor na UES, Norman fundou um conglomerado industrial, a Oscorp. Quando Stromm desviou dinheiro das contas da empresa, Norman, indiferente às suas justificativas, denunciou o sócio à policia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3y3magF5d9Xp67h8HEVNuKvECQyhLwNV4zyEBdswQywndAa_ewaq94_cBYV_wJS1sIjknYF1Mn1bhr7u7_Iw_7k5DlbhUD2pm5Y_UTiRHG8JIzkOK2Ohq3b-YXNqQbRWTBJF7VLpZyXgA/s319/Stromm.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="308" data-original-width="319" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3y3magF5d9Xp67h8HEVNuKvECQyhLwNV4zyEBdswQywndAa_ewaq94_cBYV_wJS1sIjknYF1Mn1bhr7u7_Iw_7k5DlbhUD2pm5Y_UTiRHG8JIzkOK2Ohq3b-YXNqQbRWTBJF7VLpZyXgA/w400-h386/Stromm.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Norman Osborn não perdoou o desfalque do ex-sócio.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com Stromm atrás das grades, Norman assumiu o controlo total da Oscorp e apropriou-se do trabalho do seu ex-mentor. Socorrendo-se das anotações de Stromm, Norman tentou recriar um composto químico capaz de incrementar as capacidades físicas dos humanos. Sempre inescrupuloso, usou, com resultados desastrosos, um funcionário como cobaia.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de frustrado com a sua pesquisa, Norman não deitou a toalha ao chão. Uma nova mistura revelou-se volátil e explodiu-lhe no rosto. No hospital, Norman recuperou em tempo recorde e conseguia pensar com mais clareza do que nunca. Percebendo que a fórmula o deixara não só mais forte mas também mais inteligente, Norman decidiu banhar-se nela. Ao fazê-lo, abriu mão da última réstia de sanidade mental.</div><div style="text-align: justify;">Determinado em alcançar o poder que tanto almejava, Norman Osborn sonhava liderar o cartel criminoso de Nova Iorque. Nesse sentido, criou a <i>persona</i> do Duende Verde (inspirado no monstro que, na infância, lhe povoava os pesadelos) e procurou unir sob o seu comando todas as quadrilhas independentes a operar na cidade.</div><div style="text-align: justify;">Ciente da necessidade de estabelecer uma reputação no submundo, Norman escolheu como alvo ninguém menos do que o Homem-Aranha. Após consecutivas derrotas dos seus sequazes, o Duende Verde resolveu tomar em mãos a missão de destruir o Escalador de Paredes.</div><div style="text-align: justify;">Uma missão que ficou facilitada quando o Duende Verde descobriu que o Homem-Aranha era na verdade Peter Parker, um jovem universitário amigo do seu filho. Depois de capturar o herói, Norman desmascarou-se também, antes de permitir a fuga de Peter.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisPsrCpE_0ZSlfxOkIfcxPxxN3WWvTI4cyLeXEPexi8ZgopVeUhR6l6WO6We5tnwzvrggU8b7sergvr0KDHvOvOqa-V6p01_BfzB_mVUfDwAuF6Pbp-pYkMn9qVICS4PCjZw4AAtku2jPo/s265/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="257" data-original-width="265" height="388" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisPsrCpE_0ZSlfxOkIfcxPxxN3WWvTI4cyLeXEPexi8ZgopVeUhR6l6WO6We5tnwzvrggU8b7sergvr0KDHvOvOqa-V6p01_BfzB_mVUfDwAuF6Pbp-pYkMn9qVICS4PCjZw4AAtku2jPo/w400-h388/A1.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os inimigos deixam cair as suas máscaras.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na encarniçada refrega que se seguiu, o Homem-Aranha eletrocutou acidentalmente o Duende Verde. Este sobreviveu mas ficou amnésico. Desejando resguardar Harry de novo trauma, o Homem-Aranha destruiu a fantasia do Duende Verde no incêndio resultante. À polícia, relatou que Norman Osborn perdera a memória depois de ter sido atacado pelo vilão. </div><div style="text-align: justify;">Meses mais tarde Norman recuperaria, porém, a memória. Sedento de vingança, reviveu o Duende Verde e raptou Gwen Stacy, a namorada de Peter Parker. Durante uma batalha noturna, o vilão, num assomo de sadismo, atirou Gwen do alto de uma ponte. Ao tentar resgatá.la com a sua teia, o Homem-Aranha partiu acidentalmente o pescoço da jovem, matando-a. Essa seria, no entanto, apenas a primeira tragédia na periferia da vida de Peter Parker com a marca do seu némesis.</div><div style="text-align: justify;">Com a fúria a rasgar por ele acima, o herói aracnídeo perseguiu o Duende Verde até ao seu covil. No clímax da contenda, o Duende Verde teve o peito transfixado pelo próprio planador.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxv59X6DA_MZHK_2jAdxssBjTyKUqx2ygLjEZb5hIdaqB6zundj7OF47Hb0lYiVfByPqBye19ZwOcWV2iIJdrDqlc57cZSm2PdEyKZdeqJ_DXOsWzK62ukErpnL_E3hVVOjeGZU3IfxyPz/s984/a2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="984" data-original-width="936" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxv59X6DA_MZHK_2jAdxssBjTyKUqx2ygLjEZb5hIdaqB6zundj7OF47Hb0lYiVfByPqBye19ZwOcWV2iIJdrDqlc57cZSm2PdEyKZdeqJ_DXOsWzK62ukErpnL_E3hVVOjeGZU3IfxyPz/w608-h640/a2.jpg" width="608" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A morte do Duende Verde não seria o fim do seu vil legado.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acoitado nas sombras, Harry Osborn testemunhou, impotente, a derrota fatal do pai às mãos do Homem-Aranha e jurou vingança. Seria ele o primeiro a assumir o sinistro legado do Duende Verde, durante o longo período em que Norman Osborn esteve morto para o mundo..</div><div style="text-align: justify;">Harry foi curado da sua obsessão com o Homem-Aranha por um psiquiatra chamado Bart Hamilton. Ironicamente, Hamilton tornar-se-ia o terceiro Duende Verde. Mas outros sucessores se perfilaram. </div><div style="text-align: justify;">Anos mais tarde, seria a vez de Phil Urich - sobrinho de Ben Urich, repórter do <i>Daily Bugle -</i>, reclamar para si o legado do Duende Verde. Ao contrário dos seus antecessores, usou-o para benefício da comunidade. </div><div style="text-align: justify;">Por fim, Roderick Kingsley, um milionário excêntrico que descobriu um antigo esconderijo do Duende Verde, criou um pastiche do vilão original chamado Duende Macabro. De entre a chusma de imitadores, foi, sem dúvida, o mais bem-sucedido. </div><div style="text-align: justify;">Nenhum deles imaginava no entanto que Norman Osborn estava vivo, algures na Europa, marinando a sua vingança suprema. Aquela que, anos volvidos, seria servida sob a forma de uma rebuscada conspiração que levou Peter Parker a acreditar ser um clone criado em tempos pelo Professor Miles Warren (vulgo Chacal, outro velho inimigo do Cabeça de Teia). A verdade só seria reposta quando Ben Reilly, o verdadeiro clone, se sacrificou para salvar a vida de Peter. Na mórbida contabilidade da guerra sem quartel entre o Homem-Aranha e o Duende verde, foi ele o segundo ente querido do herói morto às mãos do seu arqui-inimigo.</div><div style="text-align: justify;">Numa inesperada reviravolta, desde a morte do filho, devido aos efeitos adversos de uma versão experimental do Soro do Duende, Norman Osborn passou a ver em Peter Parker um herdeiro digno do seu legado. Uma "honra" que Peter rejeitou sem pensar duas vezes, Mas isso não impedirá que ele continue a ser assombrado pelo Duende Verde até ao final dos seus dias. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ5RvuYTldkTSQoZQ_EOJNq2zK1IRGZ6qffh5UATrmPL7wNQ6unDxikzTEGVG5SBH68PAzDB3_yT-sKKA2VJkpd5Ka0-YbgWcvIwBq_cuJkA-P5oh7VxIVEUFqSm7heZXF7LQP1bY4cIOl/s960/planador.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="642" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ5RvuYTldkTSQoZQ_EOJNq2zK1IRGZ6qffh5UATrmPL7wNQ6unDxikzTEGVG5SBH68PAzDB3_yT-sKKA2VJkpd5Ka0-YbgWcvIwBq_cuJkA-P5oh7VxIVEUFqSm7heZXF7LQP1bY4cIOl/w429-h640/planador.jpg" width="429" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Forças opostas em conflito perpétuo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">*Grande e Terrível, Duende Rei do Crime e Senhor dos Duendes são cognomes pelos quais o Duende Verde está habituado a responder no submundo nova-iorquino onde há muito consolidou a sua temível reputação;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Duende Verde foi um dos supervilões a figurar na série A de selos de valor lançados pela Marvel em 1974. Esteve, no entanto, ausente de todas as séries subsequentes;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em <i>Amazing Spider-Man</i> #122, quando o Duende Verde morre empalado pelo próprio planador, o Homem-Aranha cita a Bíblia, numa notória referência ao complexo de Deus do seu inimigo: "Assim morrem os homens orgulhosos: crucificados, não numa cruz de ouro, mas numa modesta estaca de lata.";</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Ao matar Gwen Stacy, o Duende Verde destronou o Doutor Octopus como arqui-inimigo do Homem-Aranha. Norman Osborn, considera, aliás, esse um dos seus maiores feitos, dos quais gosta de vangloriar-se. No entanto, num controverso <i>retcon</i> de 2004, intitulado <i>Sins Past</i> (<i>Pecados Pretéritos</i>), foi revelado que ele tivera um <i>affair</i> com Gwen Stacy, poucos meses antes da morte da jovem e quando esta ainda namorava com Peter Parker. Mais escabrosa ainda, a revelação de que desse relacionamento resultara uma gravidez. Gwen terá dado secretamente à luz um casal de gémeos, que Norman criou algures na Europa durante a sua longa ausência. Escusado será dizer que tal heresia mereceu o repúdio dos leitores - em especial, os da velha guarda -, enojados com o revisionismo que transformou a angelical Gwen Stacy numa promíscua;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOq6hSxN0UFumcAvIiSRlWShxzWyYK3uRJWChQLvAU5wCoWiXWJ1VZRdSY_jqTJOCjk8_UT3O1ahe6G8tfLOFY3Fv2uc9cMeDJGHULnI0mlP3-T1nRecNydBWSSxqAZXKxyRJ3mkXIyEbg/s760/a3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="740" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOq6hSxN0UFumcAvIiSRlWShxzWyYK3uRJWChQLvAU5wCoWiXWJ1VZRdSY_jqTJOCjk8_UT3O1ahe6G8tfLOFY3Fv2uc9cMeDJGHULnI0mlP3-T1nRecNydBWSSxqAZXKxyRJ3mkXIyEbg/w624-h640/a3.jpg" width="624" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Norman Osborn e Gwen Stacy, o pecado da carne.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Duende Verde foi o primeiro supervilão da Marvel a aparecer num jogo de vídeo: <i>Spider-Man</i> foi desenvolvido em 1982 pela Parker Brothers para a consola Atari 2600;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Desde 2016 que o Duende Verde ocupa o 24º lugar na tabela dos 100 melhores vilões de todos os tempos divulgada pelo IGN. Entre os seus congéneres da Marvel, apenas Magneto e Doutor Destino conseguiram melhor classificação. No ano anterior, o <i>site</i> Comics Alliance elegera o Duende Verde como o melhor inimigo do Homem-Aranha;</div><div style="text-align: justify;">*Na continuidade da Amalgam Comics, o Duende Verde foi combinado com o Duas-Caras da DC, originando o Duende de Duas Caras (<i>alter ego</i> de Harvey Osborn). O uniforme do vilão dessa realidade paralela era em tudo idêntico ao do original. Sob a sua máscara, escondia-se, porém, o rosto desfigurado de Harvey Dent. Em aparições posteriores, o Duende de Duas Caras teria o seu visual retocado e ganharia um planador em forma de moeda gigante. Curiosamente, o Duende Verde é visto por muitos como o Joker da Marvel, ao passo que Norman Osborn tem muito em comum com Lex Luthor;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir764eRoCWui37AkC41aDHas73vYDm8jWdB3ONNwxiAaPXMDTiNEzQVdgQwlQO2YK7nViSo_s-_L0n4tWvb3ufTZAxMiGGiz7DKze5UPsxRJ4Xj_pzcLrcqEGaylIs83-gFz-Lu0KMRVAV/s450/A4.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="181" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir764eRoCWui37AkC41aDHas73vYDm8jWdB3ONNwxiAaPXMDTiNEzQVdgQwlQO2YK7nViSo_s-_L0n4tWvb3ufTZAxMiGGiz7DKze5UPsxRJ4Xj_pzcLrcqEGaylIs83-gFz-Lu0KMRVAV/w258-h640/A4.jpg" width="258" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Duende de Duas Caras.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>O Duende Verde foi o primeiro antagonista do Escalador de Paredes em todas as suas adaptações audiovisuais. O seu salto para fora das vinhetas aconteceu num dos episódios iniciais de <i>Spider-Man</i>, série animada da ABC, no ar entre 1967 e 1970. No cinema, o Duende Verde começou por ser vivido, em 2002, por Willem Dafoe, na longa-metragem <i>Homem-Aranha</i>. Em 2014, seria a vez de Dane DeHann vestir-lhe a pele em <i>O Espetacular Homem-Aranha 2</i>: <i>O Poder de Electro</i>. O Duende Verde foi também o vilão de serviço em <i>Spider-Man: Turn Off the Dark</i>, musical levado à cena na Broadway, e que se manteve em cartaz durante quase três anos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ3k8UQH3gAQlnJdO3SM9kXg4y8vA8Orr5GRNZjVXMt3S3G5FsrEuES6t_HPsi_TnBO7vPXukl2M8BUBmP_6-KRSMqo8xXNQo57Kquh3jno9aKe1EFLF6MiULTxiv8BksVATE0eM18n3kL/s626/a5.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="626" height="501" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ3k8UQH3gAQlnJdO3SM9kXg4y8vA8Orr5GRNZjVXMt3S3G5FsrEuES6t_HPsi_TnBO7vPXukl2M8BUBmP_6-KRSMqo8xXNQo57Kquh3jno9aKe1EFLF6MiULTxiv8BksVATE0eM18n3kL/w640-h501/a5.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dane DeHann (esq.) e Willem Dafoe encarnaram o Duende Verde no cinema.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa;</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Artigos sobre Steve Ditko, <i>Saga do Clone</i>, <i>A Morte de Gwen Stacy, </i>Homem-Aranha e Duende Macabro disponíveis para leitura suplementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-9950452369940941472021-06-17T19:00:00.004+01:002021-06-21T11:25:29.172+01:00ETERNOS: JERRY ROBINSON<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn3PGvFttF9W4k80rEncdWmItTlR9fJhuEN_wGF0VczpD58SKGaSSGsWkfUtWJ-pqssM28Sf-UEzqXEyUKRmZQWW4nRXpYyUDS2VSns9vFdMI_frrWZrcvN4CDYoxbOzfWJe2ZEDO9wRF0/s480/JR.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="320" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn3PGvFttF9W4k80rEncdWmItTlR9fJhuEN_wGF0VczpD58SKGaSSGsWkfUtWJ-pqssM28Sf-UEzqXEyUKRmZQWW4nRXpYyUDS2VSns9vFdMI_frrWZrcvN4CDYoxbOzfWJe2ZEDO9wRF0/w426-h640/JR.jpg" width="426" /></a></div><p></p><div style="text-align: justify;"> Ele próprio um menino-prodígio, cresceu na sombra do seu mentor apesar de ter criado várias figuras fundamentais da mitologia do Cavaleiro das Trevas. Artista por acaso, cartoonista por vocação e ativista por paixão, foi incansável como embaixador dos<i> comics</i> e na defesa dos direitos dos seus pares. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Imagine-se um artista cuja carreira ímpar remonta à Idade de Ouro dos <i>comics</i>, criador de um dos mais carismáticos e infames vilões da banda desenhada. Imagine-se que esse mesmo autor, pioneiro da Era Heroica, foi um dos mais prestigiados cartoonistas do mundo, cumulando honrarias e reconhecido internacionalmente como um dos mais influentes do último século. Acrescente-se a tudo isso uma campanha sem fronteiras em prol dos direitos autorais e da liberdade de expressão dos seus colegas de ofício, e ter-se-á uma ligeira noção da importância de Jerry Robinson para a Arte Sequencial. No ano em que se cumpre uma década sobre o seu desaparecimento, evoquemos o essencial da vida e obra do mais novo dos três mosqueteiros que arvoraram o Batman a ícone global.</div><div style="text-align: justify;">Batizado Sherrill David Robinson, Jerry Robinson nasceu no primeiro dia do ano da graça de 1922. Astrólogos e outros especialistas na leitura das linhas tortas dos bons e maus augúrios porventura lobrigariam nesse facto um sinal de que veio ao mundo predestinado a grandes feitos. Quinto filho de um casal pequeno-burguês - o pai um empresário com raízes judaicas, a mãe uma contabilista nova-iorquina - Robinson teve como berço Trenton, a melancólica capital da Nova Jérsia, banhada pelas águas turvas do rio Delaware. Influentes na comunidade, os seus pais haviam sido, no ano anterior, os responsáveis pela abertura do primeiro cinema na cidade. </div><div style="text-align: justify;">Ainda pessoa de palmo e meio, Robinson foi apresentado à pobreza, que se infiltrou no quotidiano familiar quando os desvarios de Wall Street reduziram a economia americana - e os negócios paternos - a um cemitério de sonhos destruídos. Para manter vivo o seu de ser jornalista, Robinson vendia gelados e alguns desenhos que fazia. Seriam aliás estes a mudar-lhe as agulhas do destino.</div><div style="text-align: justify;">Então com 17 anos e prestes a ingressar na Universidade de Columbia no curso dos seus sonhos, em 1939 Robinson encontrava-se de férias numa modesta pousada nas montanhas Pocono (Pensilvânia). Durante um passeio matinal, os desenhos estampados no casaco que vestia atraíram a atenção de um desconhecido, que indagou sobre a autoria dos mesmos. Quando Robinson anunciou ser ele o artista, o desconhecido apresentou-se: Bob Kane.</div><div style="text-align: justify;">Sete anos mais velho do que Robinson, Kane mostrou-lhe a primeira história do Batman - acabada de dar à estampa em <i>Detective Comics</i> #27 - e ofereceu-lhe um emprego como seu assistente. Sem particular apreço pelos quadradinhos, tampouco impressionado com o traço de Kane, Robinson aceitou contudo de bom grado o emprego. Desse encontro fortuito nasceria uma das mais brilhantes parcerias criativas da 9ª Arte, mas também uma das mais duradouras disputas por direitos autorais da sua história. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipXBZxTGg8R0tuc4l-7MVaV60a7JrWf7u753j3yyQCKvb598zPGWRaphZqWjNkfBs_RWU2LdG2sE0GDxE0qZTDnj7MmJo401k6d2-GHu3AxhPHwEy8E8XbKnlqf_GJbcjL1jDrCbDZMXgT/s671/playback-fm_colorize-photo_0c701f37a8e34ac1485950670c29fb05.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="317" data-original-width="671" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipXBZxTGg8R0tuc4l-7MVaV60a7JrWf7u753j3yyQCKvb598zPGWRaphZqWjNkfBs_RWU2LdG2sE0GDxE0qZTDnj7MmJo401k6d2-GHu3AxhPHwEy8E8XbKnlqf_GJbcjL1jDrCbDZMXgT/w640-h302/playback-fm_colorize-photo_0c701f37a8e34ac1485950670c29fb05.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson: três homens e um destino.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Robinson viajou de imediato para Nova Iorque, levando na bagagem a missão de assistir Bob Kane e Bill Finger na produção da série mensal do Batman. O fenomenal sucesso desta apanhara desprevenidos os próprios autores que, atolados em trabalho, sentiam crescente dificuldade em cumprir os prazos estipulados pela National Comics (futura DC). </div><div style="text-align: justify;">Robinson assumiu inicialmente a arte-final e a legendagem das histórias, levando pouco tempo a perceber o enorme potencial narrativo e comercial dos <i>comics</i>. No entanto, o seu primeiro trabalho só apareceu no quarto número da revista.</div><div style="text-align: justify;">Dono de um traço marcante - muito superior ao do próprio Kane - Robinson desenvolveu o seu estilo ao longo do ano seguinte. Graças a ele, o desenho quadrado e estático de Kane cedeu lugar a um visual mais dinâmico e refinado.</div><div style="text-align: justify;">Mesmo após a contratação de George Roussos para preencher os cenários das histórias do Batman, Jerry Robinson - que Kane considerava seu protegido - continuou a ser o principal arte-finalista da equipa. Com a chegada de mais um elemento, esta mudou-se do estúdio improvisado no apartamento de Kane para um espaço alugado nas Times Towers, um dos mais icónicos edifícios da Grande Maçã. Robinson, por seu lado, permaneceu aboletado na casa de uma família do Bronx, da privança de Kane.</div><div style="text-align: justify;">Descrito como dorminhoco por Roussos, Robinson odiava levantar-se cedo, preferindo trabalhar madrugada adentro. Conjugada com o seu perfecionismo, a indisciplina horária de Robinson originava constantes atrasos na entrega dos trabalhos que tinha em mãos, o que deixava os seus colegas - particularmente Bob Kane - à beira de um ataque de nervos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6qvPkjeXRXbsUUarmm0NRelNGtl29lzerKMRkE1f57c1OK4rJx7weeyEPZOv0RxU0v4esKuiRURJweY3wIc7heLnlKEOasKqoCoiQ8EBCya8lHl6iluIskqzCVLD0WV1ZQn43I1YR1k2E/s499/playback-fm_colorize-photo_7fc39555b932b444317c55c1766f5b82.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="419" data-original-width="499" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6qvPkjeXRXbsUUarmm0NRelNGtl29lzerKMRkE1f57c1OK4rJx7weeyEPZOv0RxU0v4esKuiRURJweY3wIc7heLnlKEOasKqoCoiQ8EBCya8lHl6iluIskqzCVLD0WV1ZQn43I1YR1k2E/w400-h336/playback-fm_colorize-photo_7fc39555b932b444317c55c1766f5b82.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jerry Robinson fotografado<br /> nos estúdios da National Comics, por volta de 1942.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No início de 1940, Bob Kane e Bill Finger discutiram a introdução de um parceiro que adjuvasse o Homem-Morcego na sua cruzada contra o crime em Gotham City. Apesar de a ideia não ter partido dele, foi Robinson quem sugeriu o nome Robin (em homenagem a Robin Hood, seu ídolo de infância) e concebeu o colorido visual ( inspirado nas ilustrações de um livro de Newell Convers Wyeth) do jovem escudeiro do Cavaleiro das Trevas.</div><div style="text-align: justify;">O Menino-Prodígio debutou em abril desse mesmo ano, nas páginas de <i>Detective Comics</i> #38, sendo considerado o protótipo do <i>sidekick</i>. Robin prenunciou, com efeito, um figurino que se tornaria moda nos anos imediatos. O seu sucesso junto dos leitores mais novos aplanou caminho para uma multidão de epígonos. Muitos dos heróis seniores passaram, assim, a não dispensar a ajuda dos seus imberbes companheiros.</div><div style="text-align: justify;">Se a referência a Bob Kane e Bill Finger na criação do Menino-Prodígio é uma mera formalidade, a discussão em redor da autoria do tétrico némesis do Batman ainda hoje faz correr rios de prosa.</div><div style="text-align: justify;">Segundo rezam as crónicas oficiais, Finger, à beira do esgotamento, terá pedido ajuda a Robinson para conceber um novo vilão capaz de testar as capacidades do Homem-Morcego, habituado a lidar apenas com bandidos comuns. Robinson passou a noite a matutar na ideia, voltando no dia seguinte com uma carta de baralho representando o Joker. Em entrevistas concedidas ao longo dos anos, Robinson explicou que o <i>bridge</i> sempre preenchera os seus serões familiares, tendo sido essa a fonte de inspiração para o Palhaço do Crime. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRLBle3Uoj43JxlbTsvsSoN1nKIS7CXTWs526B5Nk4i0Q2RkLbbZKl09rH70C8c_ZeX4bROWOLekAbCjsdxErKRdqAe-oAlLlyvbcwvWjIZuj70O7TV63umw4C9D7Z1WSFlNhdAe4iMsji/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="676" data-original-width="494" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRLBle3Uoj43JxlbTsvsSoN1nKIS7CXTWs526B5Nk4i0Q2RkLbbZKl09rH70C8c_ZeX4bROWOLekAbCjsdxErKRdqAe-oAlLlyvbcwvWjIZuj70O7TV63umw4C9D7Z1WSFlNhdAe4iMsji/w467-h640/Joker.png" width="467" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A carta original desenhada por Jerry Robinson<br /> é hoje uma peça de museu.</b></span></td></tr></tbody></table><br />Ao examinar os esboços do vilão, Finger, cinéfilo apreciador de filmes europeus, notou as semelhanças com a sinistra personagem interpretada por Conrad Veidt em <i>O Homem Que Ri</i> (1928). Robinson explicou aos seus companheiros que Joker seria o Professor Moriarty do Batman: um arqui-inimigo capaz de pôr à prova os talentos dedutivos do maior detetive do mundo. Outra peculiaridade da personagem radicava no seu retorcido sentido de humor, por contraponto à circunspeção do Cavaleiro das Trevas. </div><div style="text-align: justify;">Kane e Finger avalizaram a proposta de Robinson, e o Joker foi apresentado aos leitores em <i>Batman</i> #1 (abril de 1940). Robinson não foi, contudo, creditado pela criação daquele que viria a ser um dos maiores ícones da cultura popular. Estatuto que só foi alcançado graças à intervenção providencial de um editor que, percebendo o enorme potencial do vilão, evitou que este morresse no final da sua primeira aparição.</div><div style="text-align: justify;">Até ao dia da sua morte, em 1998, Bob Kane, conhecido pela sua renitência em dividir os louros pelo sucesso do Batman, foi sempre perentório em afirmar que Robinson nada tivera que ver com o processo criativo do Joker. Atribuindo, ao invés, a "paternidade" do vilão a si próprio e a Bill Finger, resumindo o contributo de Robinson à carta de baralho que serviu de cartão de visita ao Palhaço do Crime nas suas primeiras aparições. Salvo algumas vozes dissonantes, a generalidade dos historiadores apontam, porém, Robinson como o único e verdadeiro autor do Joker.</div><div style="text-align: justify;">A partir de 1941, com Kane focado exclusivamente na tira do Batman, Robinson e Finger passaram a trabalhar diretamente com a National Comics. Num claro sinal de reconhecimento do seu talento, Robinson teve os seus serviços requisitados por várias editoras concorrentes. Na Harvey Comics e na Nedor Comics - citando apenas dois exemplos - assumiu, respetivamente, a arte de <i>Green Hornet</i> e <i>Black Terror</i>. Ao passo que a Spark Publications lhe apadrinhou a sua primeira criação a solo: Atoman.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicw5wreOQsrNO8UzWAbEnwvhGjVDswOcQjKSb87xFa2zLRVfmDMfpLgAFCRL1bFwDUIJxkpJ972ZiBNqmreEJytFodGXK_zH5gfvK7-bxbXVFxc4rxTpC9n1x0vFEm-Gn8yUl0bW_rYLNA/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="620" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicw5wreOQsrNO8UzWAbEnwvhGjVDswOcQjKSb87xFa2zLRVfmDMfpLgAFCRL1bFwDUIJxkpJ972ZiBNqmreEJytFodGXK_zH5gfvK7-bxbXVFxc4rxTpC9n1x0vFEm-Gn8yUl0bW_rYLNA/w413-h640/A3.jpg" width="413" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Atoman foi a primeira criação a solo de Jerry Robinson.</b></span></td></tr></tbody></table><br />Foi também nessa sua fase seminal que Robinson, percebendo o valor estético e comercial da arte original, começou a requerer a devolução dos seus desenhos junto das editoras. Passando, em seguida, a recolher também os desenhos dos seus colegas que, depois de impressos, teriam como destino o lixo. Ao longo das décadas seguintes reuniu apreciável quantidade desse material, algum do qual avaliado em milhões de dólares. Seja em museus ou em exposições itinerantes, esse valioso acervo serve a preservação da memória dos <i>comics</i> e dos seus autores.</div><div style="text-align: justify;">Antes de trocar os quadradinhos pelo ensino, Jerry Robinson participou na conceção visual do Pinguim e criou Alfred Pennyworth, o fiel mordomo de Bruce Wayne. Em meados da década 50, reforçou o corpo docente da School of Visual Arts, acrescentando dessa forma ao seu currículo a formação de novas gerações de artistas. Em Steve Ditko, cocriador do Homem-Aranha, teve o seu aluno mais ilustre.</div><div style="text-align: justify;">Nessa sua nova senda, Jerry Robinson explorou uma amplitude de registos. Ao mesmo tempo que ilustrava as capas da revista <i>Playbill</i> (dedicada aos espectadores de teatro) e livros infantis, assinava diariamente <i>Jet Scott</i>, uma bem-sucedida tira de ficção científica distribuída nacionalmente pelo Herald Tribune Syndicate.</div><div style="text-align: justify;">Sem embargo para o seu importantíssimo contributo para a elevação dos <i>comics </i>a arte respeitável, foi nos <i>cartoons</i> que Jerry Robinson encontrou a sua verdadeira vocação. Dois dos seus maiores sucessos nessa área foram <i>Flubbs and Fluffs</i> e <i>Still Life</i>. A primeira reproduzia algumas das mais hilariantes gafes cometidas pelos alunos americanos; a segunda, protagonizada apenas por objetos inanimados, analisava com humor as notícias que marcavam a atualidade.</div><div style="text-align: justify;">A sátira política e a crítica de costumes eram, com efeito, as pedras angulares do seu trabalho. Em plena Guerra Fria, Robinson foi diretor artístico e coargumentista de <i>Stereotypes,</i> filme de animação que mostrava a forma como russos e americanos se percecionavam mutuamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKlSfz83AgSFFJu4_bYxqXvgwMYOEaQHVM516P6ScnNRaNoV9P-FjZUHt6R_7s96iAvxDxiRFSxhCaCjc-NE3GkeQ0VV8MCUxF8f-2yGxo7QC9eHgjKBSDB1yVbohx03loSPm04k5Z1K96/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="311" data-original-width="236" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKlSfz83AgSFFJu4_bYxqXvgwMYOEaQHVM516P6ScnNRaNoV9P-FjZUHt6R_7s96iAvxDxiRFSxhCaCjc-NE3GkeQ0VV8MCUxF8f-2yGxo7QC9eHgjKBSDB1yVbohx03loSPm04k5Z1K96/w303-h400/a4.gif" width="303" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Still Life rendeu vários prémios ao seu autor.</b></span></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;">Às inquestionáveis capacidade técnicas Jerry Robinson somava igualmente inquestionáveis qualidades humanas. Entre 1967 e 1969, presidiu à Sociedade Nacional de Cartoonistas, precedendo o seu mandato de dois anos (1973-75) à frente da Associação de Cartoonistas Editorais Americanos. Ambas as organizações forneceram uma plataforma poderosa para Robinson contactar artistas de todo o mundo, lançando assim as bases de um sindicato global. Sob a égide do qual foi conseguida a libertação de cartoonistas presos pelas suas opções políticas, em países como a ex-União Soviética ou o Chile.</div><div style="text-align: justify;">Mais ou menos pela mesma altura, Jerry Robinson - assistido por Neal Adams - foi crucial na resolução do contencioso que opunha Jerry Siegel e Joe Shuster à DC Comics. Graças à sua campanha solidária para com os desafortunados criadores do Super-Homem, a Editora das Lendas concordou em pagar-lhes uma pensão vitalícia e creditá-los em todas as vindouras publicações e adaptações do Homem de Aço aos diferentes meios de comunicação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVZ_9LYMw-A-5uWg_t-CdiiEPIYP8ZrMtCmAgDcC8aFkz6yAILLmUL42zq2q0RzIUFNJzOmTpjQ0twUUVwe_qS9WMOdHqne3S96IYVtRcBiA4EPLDHSPttEEFTrPzXV3UX_BDC5UP6wz2O/s640/playback-fm_colorize-photo_f9224448ebe8de5da151b0e26516f33f.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="434" data-original-width="640" height="434" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVZ_9LYMw-A-5uWg_t-CdiiEPIYP8ZrMtCmAgDcC8aFkz6yAILLmUL42zq2q0RzIUFNJzOmTpjQ0twUUVwe_qS9WMOdHqne3S96IYVtRcBiA4EPLDHSPttEEFTrPzXV3UX_BDC5UP6wz2O/w640-h434/playback-fm_colorize-photo_f9224448ebe8de5da151b0e26516f33f.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Jerry Robinson (dir.) com Neal Adams, Jerry Siegel e Joe Shuster.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Autor de vasta bibliografia acerca da história dos <i>comics</i>, Jerry Robinson, o homem que nunca se viu apenas como um artista dos quadradinhos, foi seu embaixador incansável. A sua devoção à causa beneficiou as carreiras de centenas de oficiais do mesmo ofício. Estes retribuíram cobrindo-o de prémios e honrarias, algumas das quais pecaram apenas por tardias. Foi o caso, por exemplo, da inclusão do seu nome, em 2004, no Comic Book Hall of Fame, que, na era do efémero, eterniza os demiurgos da 9ª Arte. Robinson, por sua vez, instituiu no ano seguinte o Prémio Bill Finger, atribuído postumamente a escritores a quem foi negado o devido reconhecimento em vida. Jerry Siegel foi o primeiro contemplado.</div><div style="text-align: justify;">A 7 de dezembro de 2011 (Dia de Pearl Harbor, data tão simbólica como a do seu nascimento), Jerry Robinson, prestes a completar 90 anos, partiu tranquilamente durante o sono. O sonho de qualquer dorminhoco. Sobreviveram-lhe a esposa, dois filhos, dois netos e um riquíssimo legado cultural, sem precedentes nem paralelo. </div><div style="text-align: justify;">Se a grandeza de um homem é mensurável pela nobreza das causas que abraçou ao longo da vida, Jerry Robinson foi, sem sombra de dúvida, um gigante. Cujas pegadas no imaginário coletivo jamais serão apagadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifoDaQsEXGZiUsxQTuuVSn3k89THDHW_KbHdbLVu8lZTkQ4wjru8uYDvxgBEEKJZcG_-iIbkLqoOeTw6TJAYhA5-ZoM8r79JO1ApmQoYNVxDLI-FYf_UpCesYY4Ys8nSywRPGq1o7zd0OK/s514/RIP.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="514" data-original-width="440" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifoDaQsEXGZiUsxQTuuVSn3k89THDHW_KbHdbLVu8lZTkQ4wjru8uYDvxgBEEKJZcG_-iIbkLqoOeTw6TJAYhA5-ZoM8r79JO1ApmQoYNVxDLI-FYf_UpCesYY4Ys8nSywRPGq1o7zd0OK/w343-h400/RIP.jpg" width="343" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;">O dia em que o Palhaço chorou a morte do seu criador.</span></b></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à variante europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Textos sobre Bob Kane, Bill Finger, Joker e Robin disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-84754860479157374522021-05-20T18:57:00.005+01:002021-05-21T11:41:08.180+01:00HERÓIS EM AÇÃO: JUIZ DREDD<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjObPV0bDG18HgnLW-h58_Hpf8EJgowLgScljayeM0fWOk539z843rHmdX_2P-xGpozM4-TFSpUWMcHHvD0Dc8qpcVmHc0s9M0EBQXBNwLgsoTm6iY6AicC46lQHHuFEZuOhxUydJPss_Ve/s871/Dredd.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="871" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjObPV0bDG18HgnLW-h58_Hpf8EJgowLgScljayeM0fWOk539z843rHmdX_2P-xGpozM4-TFSpUWMcHHvD0Dc8qpcVmHc0s9M0EBQXBNwLgsoTm6iY6AicC46lQHHuFEZuOhxUydJPss_Ve/w414-h640/Dredd.jpg" width="414" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"> Num futuro distópico sob o signo do autoritarismo, polícias urbanos são juízes, júris e executores. Mas nenhum é tão temido como aquele que representa a face empedernida da Lei. No implacável tribunal das ruas, o seu nome ecoa como uma sentença de morte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original: </b>Judge Dredd</div><div style="text-align: justify;"><b>Editoras: </b>Fleetway/ IPC Media (1977-2000); Rebellion Developments (desde 2000)</div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores:</b> Pat Mills (nome), John Wagner (conceito) e Carlos Ezquerra (arte conceptual)</div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia: </b><i>2000 A.D.</i> #2 (março de 1977)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil:</b> Joseph Dredd</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie:</b> Humano</div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Mega City 1</div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Eustace Fargo ("pai"); Rico Dredd (irmão gémeo, falecido); Vienna Dredd (sobrinha); Jessica Paris (clone); Dolman (clone)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação:</b> Juiz de Rua</div><div style="text-align: justify;"><b>Base operacional: </b>Mega City 1</div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações:</b> Departamento de Justiça de Mega City 1</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis:</b> Juiz Morte</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Dredd é o Juiz supremo, um agente veterano e altamente treinado da melhor força policial alguma vez criada. Especialista em técnicas de autodefesa, é exímio no combate corpo a corpo. O seu físico imponente torna a sua presença intimidante em qualquer contexto. Também já provou possuir força superior à de um homem da sua idade e tamanho. É frequente derrubar adversários mais corpulentos com um único golpe.</div><div style="text-align: justify;">Por razões nunca explicitadas, Dredd é imune a sondagens telepáticas e ataques psíquicos. Nem a Juíza Anderson, sua ocasional parceira precognitiva, lhe consegue perscrutar a mente. Este talento reveste-se de grande utilidade, considerando a profusão de mutantes telepatas recenseados em Mega City 1.</div><div style="text-align: justify;">Do equipamento-padrão dos Juízes de Rua fazem parte uma espingarda compacta com munição de alto calibre, um bastão extensível com preenchimento de titânio e uma faca balística. Originalmente, Dredd dispunha também de um detetor de mentiras portátil. Apesar de virtualmente infalível, o aparelho depressa seria descartado pelos argumentistas, a fim de evitar óbvios constrangimentos narrativos.</div><div style="text-align: justify;">O uniforme de Dredd é isotérmico e reforçado por uma liga especial de plástico e aço, assegurando-lhe proteção eficaz contra esfaqueamentos ou ataques com outro tipo de objetos contundentes. Depois de ter tido as suas córneas danificadas em combate, Dredd recebeu implantes biónicos que lhe proporcionam visão noturna de elevadíssima resolução. </div><div style="text-align: justify;">Fabricado com o mesmo material ultrarresistente do seu uniforme, o capacete de Dredd possui um comunicador e um respirador embutidos, além de uma viseira polarizada.</div><div style="text-align: justify;">No entanto, a verdadeira coqueluche do arsenal ambulante de qualquer Juiz de Rua é a Lawgiver. Trata-se de uma sofisticada pistola programada para reagir apenas à impressão palmar do respetivo usuário, autodestruindo-se se manuseada por outrem. A Lawgiver usa seis tipos de munição diferentes: balas comuns, de borracha, de rastreamento, perfurantes, incendiárias e explosivas. Pode ainda efetuar disparos paralisantes, embora careça, para esse efeito, de munição especial.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhowthwUfHeySqpLs8mUSUvkv6kTb6C1EPEaG_KFTuY5yxWkL-XKzKZoy4AaQIfL_qirXpyZruTC85oI4CnTqNUMijWsrIASWOMYU3l0tsqXCq4i1b0Nqhl81bCNnoVj_Xu_wV4gEK4C6bl/s2048/Miko%25C5%2582aj+Ostapiuk.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1440" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhowthwUfHeySqpLs8mUSUvkv6kTb6C1EPEaG_KFTuY5yxWkL-XKzKZoy4AaQIfL_qirXpyZruTC85oI4CnTqNUMijWsrIASWOMYU3l0tsqXCq4i1b0Nqhl81bCNnoVj_Xu_wV4gEK4C6bl/w450-h640/Miko%25C5%2582aj+Ostapiuk.jpg" width="450" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A munição incendiária da Lawgiver<br /> incinera instantaneamente os seus alvos.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Nas suas ações diárias de patrulhamento urbano, Dredd faz-se habitualmente transportar na sua Lawmaster. Um motociclo de alta cilindrada, com blindagem antibala, dois pequenos canhões montados nas laterais e um feixe laser de alta precisão embutido centralmente. Equipada com inteligência artificial, esta autêntica máquina de guerra de duas rodas responde aos comandos vocais do seu usuário, pode operar autonomamente e dispõe de um sistema de videocomunicação integrado. A interface do veículo com o Departamento de Justiça permite, adicionalmente, receber e transmitir informação em tempo real. Apesar da Lawmaster ser o meio de transporte favorito de Dredd, ele já foi visto a montar um alazão negro chamado Henry Ford (em homenagem ao visionário da indústria automóvel americana) e até um alce(!).</div><div style="text-align: justify;">Ao cabo de décadas a policiar as violentas ruas de Mega City 1, tendo sobrevivido a incontáveis atentados contra a sua vida, Dredd desenvolveu sentidos aguçados quase ao nível de um felino. Graças a eles e ao seu instinto apurado, raramente é apanhado de surpresa. Tanto mais que é também um perito em contraguerrilha urbana.</div><div style="text-align: justify;">Apesar de enfrentar ameaças tão diversificadas como mutantes, canibais ou juízes exterminadores de outra dimensão, Dredd confia plenamente nas suas capacidades. Porque ele é o braço forte da Lei, a Justiça com nervos de aço que não vacila perante nada nem ninguém.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirmAi6npLIw96P5a9I4Vt9NlaHOl3riatIsV71e7tgHsVbvehYF2hEVBfEfdt8aCM9CDy9FUhpmGZqAInL6apgbGC6WdnxniKtF2X_wAI31u9BHSaer9tCS7Ss7XuCeE2Pef4XyLL-I09-/s1271/Lawmaster.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="934" data-original-width="1271" height="470" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirmAi6npLIw96P5a9I4Vt9NlaHOl3riatIsV71e7tgHsVbvehYF2hEVBfEfdt8aCM9CDy9FUhpmGZqAInL6apgbGC6WdnxniKtF2X_wAI31u9BHSaer9tCS7Ss7XuCeE2Pef4XyLL-I09-/w640-h470/Lawmaster.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Lawmaster, máquina de guerra de duas rodas.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas:</b> Em virtude da sua condição humana, Dredd é tão suscetível a maleitas, ferimentos e lesões incapacitantes como qualquer outra pessoa. Anos atrás, foi-lhe diagnosticado um tumor benigno no duodeno que, apesar de operável, representou um <i>memento mori</i>. Também os seus olhos biónicos podem ser permanentemente inutilizados por um pulso eletromagnético, deixando-o cego e indefeso em plena batalha. </div><div style="text-align: justify;">O principal ponto fraco de Dredd radica, porém, no seu fanatismo. O zelo apostólico com que aplica a Lei afeta-lhe o discernimento e isenta-o de empatia. Desse desacoplamento moral resulta a sua incapacidade para julgar de forma diferenciada delitos graves e infrações menores (como atirar lixo para o chão ou atravessar a rua fora da passadeira) cometidas pelos cidadãos que deveria proteger. Para ele, mais importante do que salvar inocentes é castigar os culpados. Dredd personifica, em última análise, a Justiça desumanizada que atua de forma arbitrária e sem autocrítica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fascismo <i>chic</i></b></div><div style="text-align: justify;"><b><i><br /></i></b></div><div style="text-align: justify;">Quando, no final de 1976, o veterano editor da Fleetway, Pat Mills, preparava o lançamento de um novo magazine de ficção científica, convidou o escritor John Wagner a assessorá-lo no desenvolvimento de personagens para o número inaugural. Pouco tempo antes, Wagner idealizara um polícia austero ao estilo de Dirty Harry e sugeriu-o como mote. Mills, por seu turno, escrevera uma tira de terror chamada <i>Judge Dread</i> (Juiz Pavor, em tradução livre), tomando emprestado o pseudónimo artístico de Alexander Minto Hughes, um cantor britânico de <i>reggae</i>. Apesar de a ideia ter sido descartada, o nome, com a grafia alterada para "Dredd" por sugestão do subeditor Kelvin Gosnell, acabaria por ser aproveitado para o novo projeto.</div><div style="text-align: justify;">A conceção visual do Juiz Dredd ficou a cargo de Carlos Ezquerra, artista espanhol (já falecido) que colaborara anteriormente com Mills em <i>Battle Picture Weekly</i>, uma antologia de contos de guerra ilustrados também editada com a chancela da Fleetway. </div><div style="text-align: justify;">Como sugestão de aparência, Wagner forneceu a Ezquerra um <i>poster</i> promocional do filme <i>Death Race</i> <i>2000 </i> em que pontuava uma burlesca figura vestida de couro preto ao volante de um potente bólide. Tratava-se de Frankenstein, anti-herói de um futuro distópico interpretado por David Carradine.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu7RP5nacwISwTsotIV0JkNG3jNB6lhM2tM_PzO3PpxR337W6dZmYUdpH2tLIGdW5IayCGAk9pHb4flmQmBfF_MukZDKL1Alc3SxcqMlbUdU4CnMIfjlbxrDLho1av8LsTCUEt0zSMCXEi/s500/Race.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="500" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu7RP5nacwISwTsotIV0JkNG3jNB6lhM2tM_PzO3PpxR337W6dZmYUdpH2tLIGdW5IayCGAk9pHb4flmQmBfF_MukZDKL1Alc3SxcqMlbUdU4CnMIfjlbxrDLho1av8LsTCUEt0zSMCXEi/w640-h480/Race.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A inspiração para o visual de Dredd.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A esse já de si bizarro figurino, Ezquerra adicionou um sortido de adereços retirados da memorabilia <i>punk</i>: ombreiras, joelheiras, fechos e correntes. O resultado final desagradou, contudo, a Wagner, que comparou a personagem a um pirata espanhol. Ademais, a tecnologia e as paisagens urbanas imaginadas por Ezquerra eram demasiado futuristas para o primeiro quartel do século XXI que fora escolhido como enquadramento. A solução passou, então, por transplantar a história para o século XXII, cabendo a Mills fazer os ajustes necessários à narrativa original.</div><div style="text-align: justify;">Mills baseou a caracterização do Juiz Dredd num dos seus antigos professores do colégio católico onde estudara na infância. Tal como essa figura do mundo real, Dredd seria um excelente profissional, mas também um disciplinador excessivamente rígido e, a espaços, abusivo. </div><div style="text-align: justify;">Por essa altura, Wagner, desiludido com o fracasso de uma proposta de compra do seu conceito por outra empresa, tinha já desistido de participar no projeto. Relutante em abrir mão do seu conceito, Wagner incumbiu vários escritores <i>freelance</i> de aprimorá-lo. Em consequência desse constrangimento de última hora, a história não ficaria pronta a tempo do lançamento do primeiro número de <i>2000 AD</i>.</div><div style="text-align: justify;">Por fim, a história escolhida para apresentar o Juiz Dredd aos leitores saiu da pena de Pete Harris. Por considerá-la demasiado violenta, o conselho de administração da Fleetway vetou-a sem apelo nem agravo. Uma vez mais, a solução passou por Mills reescrever a história, alterando-lhe inclusivamente o final.</div><div style="text-align: justify;">Contrariamente ao previsto, não foi Ezquerra a assumir a respetiva arte, mas o recém-chegado Mike McMahon. Decisão que originou alguns atritos no seio da equipa criativa, com Ezquerra a não esconder o seu desagrado por ter sido preterido. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO8K5fkFcD-kP33KbtGyEz7Htiv_2rbAAjtVK2UVsr7pmKvOWnIwYtpuQWgySAl05_g7fHzZUcm78lnuwpy3w_qFr5fho6zZtKatK1PIpFBJ_Ys6d4kDrDWD1Zb13-PS9wvr9b3MgzgDJo/s400/Carlos.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="400" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO8K5fkFcD-kP33KbtGyEz7Htiv_2rbAAjtVK2UVsr7pmKvOWnIwYtpuQWgySAl05_g7fHzZUcm78lnuwpy3w_qFr5fho6zZtKatK1PIpFBJ_Ys6d4kDrDWD1Zb13-PS9wvr9b3MgzgDJo/w640-h480/Carlos.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Carlos Ezquerra (esq.) e John Wagner.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dredd fez a sua <i>mise-en-scène</i> no segundo número de <i>2000 AD</i> (março de 1977) e não deixou ninguém indiferente. Desde logo porque o seu rosto inteiro nunca era mostrado, conferindo-lhe uma aura de mistério e desumanidade. De facto, o que começou por ser uma diretriz não oficial, rapidamente se transformou num sacramento. A ideia era que Dredd simbolizasse a Justiça anónima e sem alma. Aquela que não poupava ninguém e que infundia temor. Mais do que um homem, Dredd era, pois, um instrumento repressivo do sistema.</div><div style="text-align: justify;">Nos esboços iniciais de Ezquerra, Dredd possuía lábios grossos, tornando ambígua a sua origem racial. Nem todos os artistas que passaram pela tira levaram, porém, esse pormenor em conta. Ao passo que McMahon desenhou Dredd como um afro-americano, outros, como Brian Bolland, atribuíram-lhe traços caucasianos. Diferenças que passaram despercebidas aos leitores, porquanto a tira era impressa a preto e branco. De todo o modo, com o tempo essa ideia seria abandonada prevalecendo o biótipo branco do herói. </div><div style="text-align: justify;">Nas suas primícias, a tira de Dredd era uma sátira mordaz à burocracia e à violência policial. Caricatura da autoridade, Dredd interpretava literalmente as leis, sem atenuantes e sem compreender o espírito das mesmas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_AIH11V18iymKhltuHJG3SAVVT-T_kzWO7VfM_KACSrNkPTNvRz5a6qdIqJrVvFjFZjG9TSUXSwav-0dNaaEaERFPWywRVRrG6YZg9rVbrskqlV12rM4zl5v4jI3cTsrCe3AuzP6t-Zvp/s2048/Capacete.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1516" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_AIH11V18iymKhltuHJG3SAVVT-T_kzWO7VfM_KACSrNkPTNvRz5a6qdIqJrVvFjFZjG9TSUXSwav-0dNaaEaERFPWywRVRrG6YZg9rVbrskqlV12rM4zl5v4jI3cTsrCe3AuzP6t-Zvp/w296-h400/Capacete.jpg" width="296" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Nos esboços iniciais de Dredd, <br />os lábios carnudos sugeriam uma origem não-caucasiana.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O envoltório espampanante de Dredd combinava de forma pouco harmoniosa elementos retirados da iconografia fascista (capacete e águia como insígnia) com os já citados elementos da estética <i>punk</i>. Uma associação contranatura explicada pelo facto de Ezquerra ter crescido sob o regime franquista na sua Espanha natal e de ter presenciado de perto o nascimento da contracultura <i>punk</i> em terras de Sua Majestade. </div><div style="text-align: justify;">Essa ênfase no fascismo <i>chic</i> empurrou a personagem para um inusitado território narrativo. Em algumas histórias, Dredd era o herói, noutras o vilão, e, muitas vezes, sequer era o protagonista. Consequentemente, a sua tira semanal transitou por diferentes géneros: ficção científica, terror, comédia, etc. Sempre pautada por um humor coriscante, fez particular furor durante o consulado conservador de Margaret Thatcher. </div><div style="text-align: justify;">Inicialmente, as histórias de Dredd eram ambientadas no ano 2099. No entanto, contrariamente ao que é habitual na banda desenhada, aplicam-se-lhe as leis do tempo. Cada ano na tira corresponde a um ano na vida real. Por conseguinte, Dredd, que contava 33 anos em 1977, é hoje um octogenário e o decano dos Juízes de Rua. Após muita controvérsia e especulação, em 2016 foi finalmente revelado o segredo da sua jovialidade: tratamentos de rejuvenescimento. Dredd submete-se ciclicamente a eles, tendo a sua epiderme, tecido muscular e sistema vascular reconstruídos ao nível celular. É assim que se mantém eternamente jovem e vigoroso.</div><div style="text-align: justify;">Às suas histórias serve de cenário um futuro distópico em que sucessivos conflitos em grande escala transformaram grande parte do planeta num imenso deserto radioativo chamado Terra Amaldiçoada. Quais oásis de civilização, gigantescos aglomerados urbanos acomodam milhões de pessoas. Mega City 1 é a maior dessas megalópoles. No seu interior, a automatização extensiva deixou a maioria da população desempregada, pelo que a criminalidade atinge níveis estratosféricos. Embora existam outras megacidades, grande parte da geografia mundial é vaga.</div><div style="text-align: justify;">Além de ser um caso raro de longevidade editorial no Reino Unido (marcando presença em mais de mil edições de <i>2000 AD</i> e dos seus próprios títulos), Dredd afirmou-se também na outra margem do Atlântico. Em 1983, a IPC (proprietária da Fleetway) lançou uma subsidiária nos EUA - a Eagle Comics -, a qual distribuía, essencialmente, reimpressões das tiras originais.</div><div style="text-align: justify;">À parte algumas minisséries lançadas pontualmente pela IDW Publishing, Dredd não tem sido visto com muita frequência em terras do Tio Sam. Por contraponto, na Velha Albion continua a ser a figura de proa do magazine <i>2000 AD</i>, agora publicado pela Rebellion, uma produtora de jogos de vídeo convertida em editora de quadradinhos.</div><div style="text-align: justify;">Semana após semana, Dredd continua a arrastar uma legião de fãs de diferentes gerações e parece ter ganho novo fôlego com o totalitarismo sanitário que vai fazendo o seu caminho à boleia da pandemia de Covid-19. Com a indústria britânica de quadradinhos a fazer ponto de honra que o seu maior ícone seja também o mais subversivo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1972" data-original-width="1500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9_ZU77jpM3IbA1Vk2O-pSMHMjoVemMwrIAEHqsL194jLLc4SFxYvVjQmmAzl6WL_od09IN5xFgQ8pbCY-ekpktQ7CwtVWAAqK008tSn2aMaFJk12tYGoc09_-3kIf55S2689qBX6npZIJ/w486-h640/ad.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="486" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>2000 AD</i> continua a ter Dredd como astro principal.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9_ZU77jpM3IbA1Vk2O-pSMHMjoVemMwrIAEHqsL194jLLc4SFxYvVjQmmAzl6WL_od09IN5xFgQ8pbCY-ekpktQ7CwtVWAAqK008tSn2aMaFJk12tYGoc09_-3kIf55S2689qBX6npZIJ/s1972/ad.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Juiz Supremo</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">O Sistema de Juízes foi idealizado por Eustace Fargo, Procurador Especial nomeado pelo Governo entre 2027 e 2031, em resposta à onda de criminalidade violenta que empurrava a sociedade americana para a anarquia. Ultrapassada a resistência do Congresso, que contestava a suspensão do Estado de Direito, o plano de Fargo foi aprovado com o inequívoco apoio do povo e do próprio Presidente.</div><div style="text-align: justify;">Investidos de autoridade para agirem como juízes, júris e executores, os membros da nova força policial de elite conseguiram suster o crime e a desordem que campeavam um pouco por todo o país. Enquanto os Juízes de Rua assumiam o patrulhamento urbano, os Juízes Administrativos encarregavam-se dos procedimentos burocráticos. A incorruptibilidade de uns e outros era, aparentemente, preservada pelo Conselho Superior da Magistratura - ainda que alguns dos seus membros tenham, também, infringido a Lei. </div><div style="text-align: justify;">No rescaldo da III Guerra Mundial (2070) e da descoberta de que o Presidente em funções adulterara o processo eleitoral, os Juízes invocaram a "mãe de todas as leis" (a Constituição dos EUA) para derrubarem o Governo federal e legitimarem a sua consequente tomada do poder. </div><div style="text-align: justify;">Sempre estribados no forte apoio dos seus concidadãos, os Juízes extinguiram o cargo presidencial e indigitaram o Juiz-Chefe como novo líder da nação. Com o passar dos anos, o Sistema de Juízes disseminou-se por quase todo o globo, tornando-se o modelo mais comum de governação na viragem do século XXI.</div><div style="text-align: justify;">Pouco anos antes, em 2066, Joseph e Rico Dredd haviam sido clonados a partir do ADN do Juiz-Chefe Fargo, dado como morto no cumprimento do dever. A ideia era criar uma estirpe superior de Juízes, que serviria de modelo aos restantes. Nesse sentido, o crescimento dos gémeos foi artificialmente acelerado durante a gestação. </div><div style="text-align: justify;">Em resultado desse processo de bioengenharia, eles nasceram com o desenvolvimento fisiológico e mental de uma criança de 5 anos, com conhecimento e treino adequados às futuras funções já implantados nos seus cérebros. Ufano do seu trabalho, o cientista que os criou escolheu o apelido Dredd para instilar medo na população. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGh1JAcfo6v3fVRYgTTaNzxeQaO8A_s4yiL7Lyuwhy84Z_mA-XAY9GkP5ZBIpOlSfRaCi2j22ZTwvKo3GvJXwLI8ej0sEJXqp6V4x2f92klSd6zkmw9uQvyzhyIzwHObiI3Cm5Dwc77UDH/s1024/Rico.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="743" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGh1JAcfo6v3fVRYgTTaNzxeQaO8A_s4yiL7Lyuwhy84Z_mA-XAY9GkP5ZBIpOlSfRaCi2j22ZTwvKo3GvJXwLI8ej0sEJXqp6V4x2f92klSd6zkmw9uQvyzhyIzwHObiI3Cm5Dwc77UDH/w464-h640/Rico.jpg" width="464" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Os gémeos Joseph e Rico Dredd<br /> nos teus tempos de cadetes na Academia de Direito.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Chamados, uma vez mais, a restaurar a ordem e o primado da Lei, os Juízes tiveram os seus poderes ainda mais reforçados no pós-guerra. Sob a supervisão de um Juiz sénior, os irmãos Dredd, cadetes recém-admitidos na Academia de Direito, foram nomeados Juízes temporários. Apesar de serem apenas crianças, eles cumpriram exemplarmente a sua missão, exibindo sangue-frio quando foram obrigados a tirar a vida a criminosos.</div><div style="text-align: justify;">Num feliz acaso, Joseph e Rico descobriram que o seu "pai", o Juiz-Chefe Fargo, estava afinal vivo e de boa saúde. Agora um crítico acerbo do sistema que ajudou a fundar, Fargo partilhou com os "filhos" as suas dúvidas acerca das virtudes do Departamento de Justiça. E, sobretudo, em relação à forma como este sonegara liberdades e direitos para erigir um estado policial sobre as ruínas da democracia. Contudo, nenhum dos irmãos questionou o papel que o sistema lhes atribuíra e Fargo, por conta das suas diatribes, foi colocado em animação suspensa.</div><div style="text-align: justify;">De regresso à Academia de Direito, os irmãos Dredd destacaram-se dos restantes cadetes pela sua disciplina e eficiência. Rico formou-se em primeiro lugar na classe de 79, logo seguido por Joseph. A rivalidade corria-lhes no sangue, com Rico a superar invariavelmente o irmão. Apesar disso, mantiveram-se inseparáveis até o destino intervir. </div><div style="text-align: justify;">Anos mais tarde, ao tomar conhecimento de um esquema de extorsão montado por Rico, Joseph não hesitou em prender o irmão. Finalmente livre da sombra de Rico, ele logo conquistou a reputação de Juiz supremo de Mega City 1, a caótica e sobrepovoada megalópole que ocupa o território correspondente à antiga Costa Leste dos EUA.</div><div style="text-align: justify;">No implacável tribunal das ruas da sua cidade, Dredd é a Lei e o seu nome ecoa como uma sentença de morte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsz213RvpstjRpNoJNrPnzQodDsMG62aAa8cpdL0ayPb_D7BKUEgprVMXo_MeRZfxts_qSh4EQSiux0ze8VQcNfqItKf5fMonK2QQa2eyFHZYrvyJMH2yWGuNl5i5gWhJqRdCwKLXoO4T6/s714/DREDD.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="539" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsz213RvpstjRpNoJNrPnzQodDsMG62aAa8cpdL0ayPb_D7BKUEgprVMXo_MeRZfxts_qSh4EQSiux0ze8VQcNfqItKf5fMonK2QQa2eyFHZYrvyJMH2yWGuNl5i5gWhJqRdCwKLXoO4T6/w484-h640/DREDD.jpg" width="484" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Justiça sem rosto.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Numa alusão à expressão granítica de Dredd é à rigidez da sua conduta, os seus tutores da Academia de Direito deram-lhe a alcunha de Velho Cara de Pedra. Nas ruas de Mega City 1, o mais famoso dos Juízes é também conhecido por Homem Morto e Rei Queixo (devido à mandíbula proeminente que é sua imagem de marca);</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em mais de quatro décadas de publicação, Dredd quase nunca removeu o capacete. Numa das raríssimas ocasiões em que o fez (<i>2000 AD</i> #7), a imagem foi sombreada e o diálogo que a acompanhava sugeria que o seu rosto seria horrivelmente desfigurado. Numa outra ocasião, quando assaltantes surpreenderam Dredd no seu apartamento durante a madrugada, ficou implícito que ele dormiria de capacete. Houve ainda uns quantos <i>flashbacks</i> mostrando o rosto de Dredd na puberdade mas, fora isso, a sua verdadeira aparência permanece uma incógnita;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Dredd é o autor de <i>A Conduta do Juiz</i>, compêndio usado para doutrinar subliminarmente os candidatos a Juízes com recurso às máquinas de sono;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Num raro momento de lazer, mostrado em <i>2000 AD</i> #33, Dredd foi visto a ler<i> Crime e Castigo</i>, a obra-prima de Dostoievski, que se presume ser o seu livro favorito;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Embora vigente no ordenamento jurídico de Mega City 1, a pena capital raramente é aplicada. Em contrapartida, as execuções sumárias motivadas por resistência à autoridade são corriqueiras;</div><div style="text-align: justify;">*Dredd está legalmente habilitado a unir duas ou mais pessoas pelos laços do matrimónio, assim como a oficializar divórcios;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A Classe de 79 da Academia de Direito incluiu um número excecionalmente alto de juízes moralmente enviesados. Rico Dredd, Gibson e Raider traíram o seu juramento solene e foram sumariamente executados por Dredd. Após ser encontrado na posse de imagens indecorosas, o Juiz Nestor foi destacado para administrar uma colónia penal na Terra Amaldiçoada, acabando por suicidar-se no seu posto. Já o Juiz Kimble foi preso devido a um esquema de peculato. Por fim, a conduta do próprio Dredd, apesar de completamente legal, causou a morte a 500 milhões de pessoas durante a Guerra do Apocalipse, naquele que foi considerado o maior genocídio da História;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Dredd tem como arqui-inimigo o Juiz Morte, líder dos Juízes Negros originários de uma dimensão paralela onde a vida foi criminalizada. No fundo, o Juiz Morte é um reflexo distorcido do próprio Dredd;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYGrizocLVBPiuiiwHM7SmTMngOqLfcP-Sln7aI5lyEgbP1AeNuwJm6Bmm5DtsMJeaxYrnZ0Prh6adC9-nEYwxmLOE5KcbBvlxIvsx0kLHP5bvwtRZpySsIUw0KVYUBdu16UASrDnJjoG8/s1600/dEath.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1037" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYGrizocLVBPiuiiwHM7SmTMngOqLfcP-Sln7aI5lyEgbP1AeNuwJm6Bmm5DtsMJeaxYrnZ0Prh6adC9-nEYwxmLOE5KcbBvlxIvsx0kLHP5bvwtRZpySsIUw0KVYUBdu16UASrDnJjoG8/w414-h640/dEath.jpg" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Para o Juiz Morte, a vida é o crime supremo.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Em 2012, o Juiz Dredd foi uma das dez personagens dos quadradinhos britânicos homenageadas numa série especial de selos emitidos pelo Royal Mail. Isto depois de, no ano anterior, ter sido escolhido para figurar na capa da edição europeia da antologia <i>1001 Comics You Must Read Before You Di</i>e;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Espremido entre Spawn (Image Comics) e Preacher (DC), o Juiz Dredd surge em 35º lugar entre os 100 melhores super-heróis de todos os tempos selecionados em 2011 pelo IGN;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b><i>I Am the Law, </i>um dos temas mais conhecidos da banda americana de <i>trash metal</i> Anthrax, foi inspirado no Juiz Dredd. O grupo lançou também um <i>single</i> com a imagem do herói estampada na capa;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Dredd é frequentemente invocado no âmbito de debates sobres estados policiais, autoritarismo e direitos humanos organizados em fóruns britânicos. Aos olhos de muitos políticos e académicos, ele representa uma das melhores sátiras do justicialismo fascizante arreigado na cultura anglo-saxónica;</div><div style="text-align: justify;">*À semelhança de tantas outras obras de ficção científica, as histórias de Dredd anteciparam, com estranha precisão, diversas tendências e acontecimentos futuros. Foram os casos, por exemplo, da obesidade epidémica, do advento dos <i>reality shows</i> televisivos, da ascensão dos políticos populistas, da vigilância em massa e da arte urbana como instrumento subversivo. Por realizar estão ainda as competições de taxidermia humana e o túnel submarino entre as ilhas britânicas e a Costa Leste dos EUA;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5py43kQMHC8rW0qRqG3FfKdS0dabyUSKfj72FNAdgQAxdzjqs45tlCKM4zthrnAPZZZslEe2YsNfwQxhhHgVkVNxUXbE3NsFQyQ8Z8qHLG7FZSbul6BqikfUy0V1caI3a_sKgBK_-4JIW/s500/vinil.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="499" data-original-width="500" height="399" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5py43kQMHC8rW0qRqG3FfKdS0dabyUSKfj72FNAdgQAxdzjqs45tlCKM4zthrnAPZZZslEe2YsNfwQxhhHgVkVNxUXbE3NsFQyQ8Z8qHLG7FZSbul6BqikfUy0V1caI3a_sKgBK_-4JIW/w400-h399/vinil.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dredd imortalizado na capa do <i>single</i> mais famoso dos Anthrax.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>No Brasil, as histórias do Juiz Dredd foram inicialmente publicadas pela EBAL que, em 1979, as incluiu no alinhamento do seu magazine <i>Ano 2000</i> (versão traduzida de <i>2000 AD</i>). A partir da década de 1990, da Abril à Mythos, passando pela Pandora Books, foram várias as editoras a assumirem a publicação desse material em terras de Vera Cruz. Ao passo que, em Portugal, o ineditismo de Dredd foi apenas interrompido em 1995, quando a Meribérica, numa tentativa de capitalizar a estreia cinematográfica do herói nesse mesmo ano, lançou o <i>crossover Batman / Juiz Dredd: Julgamento em</i> <i>Gotham</i>;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Já adaptado a diferentes <i>media</i>, foram até ao momento produzidos dois filmes do Juiz Dredd: <i>A Lei de</i> <i>Dredd</i> (1995), com Sylvester Stallone como protagonista, e <i>Dredd</i> (2012), com Karl Urban como cabeça de cartaz. Apesar do pífio desempenho comercial de ambos, serviram para reforçar o estatuto de totem da cultura popular de uma personagem que Hollywood descaracterizou grosseiramente. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX1rEJVpcuMaRJjUHjOQN6yTM6AFyGOO1N2VH6E3EnVzCCCW3XjqoWl9sraOBIcGzfzpU-JLEAN1igmcTDLFcS7i6shcOxB6V-ONBfMWWXKrE4LXwT-fkgyoX7mbNNNqlZPhsFRU0AqHrX/s2048/48168f50170175a3fc66c67b9f5b438d.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1356" data-original-width="2048" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX1rEJVpcuMaRJjUHjOQN6yTM6AFyGOO1N2VH6E3EnVzCCCW3XjqoWl9sraOBIcGzfzpU-JLEAN1igmcTDLFcS7i6shcOxB6V-ONBfMWWXKrE4LXwT-fkgyoX7mbNNNqlZPhsFRU0AqHrX/w640-h424/48168f50170175a3fc66c67b9f5b438d.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dois juízes, o mesmo veredito: fiasco!</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Resenha do filme <i>Dredd</i> disponível para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><p><br /></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-43986168787613966202021-04-23T10:45:00.004+01:002022-01-06T17:47:27.405+00:00CLÁSSICOS DA 9ªARTE: «BATMAN - ASILO ARKHAM»<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrQ5Ncr-dikYBXHZORpXngfgp0SLxUDg3lqK0OkYcSdG_g0hR4JPFmt-sY0ZynHr5CHtph__0qupEG0HrA3zpir54HykBXcGSfiurcz15d8MobRBXlDyMbfiZF1ROpSos5XSWz2UGesAuU/s582/Arkham.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="582" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrQ5Ncr-dikYBXHZORpXngfgp0SLxUDg3lqK0OkYcSdG_g0hR4JPFmt-sY0ZynHr5CHtph__0qupEG0HrA3zpir54HykBXcGSfiurcz15d8MobRBXlDyMbfiZF1ROpSos5XSWz2UGesAuU/w440-h640/Arkham.jpg" width="440" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> Ao transpor os altos portões do Palácio da Loucura, assombrado por males e segredos indizíveis, o Homem-Morcego sente-se como o filho pródigo de volta a casa. Preso nos infernos pessoais dos seus inimigos e à mercê dos seus demónios interiores, ele sabe que a derradeira batalha será travada dentro da própria mente.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Título original: </b><i>Arkham Asylum: A Serious House on Serious Earth </i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Editora:</b> DC</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>País:</b> Estados Unidos da América</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Data de lançamento: </b>Outubro de 1989</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Autores: </b>Grant Morrison (argumento) e Dave McKean (ilustrações)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Personagens: </b>Batman, Joker, Duas-Caras, Dr. Charles Cavendish, Maxie Zeus, Espantalho, Máscara Negra, Chapeleiro Louco, Cara-de-Barro, Drª Ruth Adams, Amadeus Arkham, Comissário James Gordon</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Cenários: </b>Departamento de Polícia de Gotham City, Asilo Arkham</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Edições em português: </b>A primeira edição em língua portuguesa desta obra foi lançada em dezembro de 1990 pela Abril brasileira. Só em 2005, sob os auspícios da Devir, ganharia finalmente uma versão em português europeu. Uma década mais tarde, em 2015, seria reeditada em terras lusas pela Levoir, no quarto volume da coleção <i>75 Anos do Batman</i>. Todas as edições dadas à estampa nas duas margens do Atlântico adotaram o formato americano, alternando, porém, entre as capas duras e as capas moles. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvyGnn2CCOWXye5QJ-CvMHxRRHz8QSlFRQJYvXce8rpYBxMJZirf9aNN42DoOQQDNyyu1as5yQbQyeQHQXyecCcAAFUxRLeumpz0ppqpVQlk-Fl9s-YFDVUO9GxeIkGDMWrvxQBn-dq3Fu/s960/asiloarkham.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="650" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvyGnn2CCOWXye5QJ-CvMHxRRHz8QSlFRQJYvXce8rpYBxMJZirf9aNN42DoOQQDNyyu1as5yQbQyeQHQXyecCcAAFUxRLeumpz0ppqpVQlk-Fl9s-YFDVUO9GxeIkGDMWrvxQBn-dq3Fu/w434-h640/asiloarkham.jpg" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A mais recente reedição da obra em Portugal, <br />lançada pela Levoir em 2020.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Prisão sem grades</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i>"Nos manicómios faltam ainda celas para homens honestos." </i> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> - Emanuel Wertheimer (filósofo húngaro) - </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Qualquer super-herói que se preze possui uma galeria privada de supervilões, sobrevindo daí a necessidade de um lugar onde possa trancafiá-los longe dos inocentes que jurou proteger. Para o Batman, esse lugar é o Asilo Arkham. Trata-se do mais infame hospital psiquiátrico da banda desenhada - ainda que, durante a maior parte do tempo, mal se diferencie de uma prisão convencional.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Pedra angular do burlesco imaginário do Homem-Morcego, o Asilo Arkham já marcou presença em diferentes segmentos culturais além dos <i>comics</i>. Do cinema à animação, passando pelos jogos de vídeo, o Palácio da Loucura granjeou um estatuto mediático quase tão importante como a própria Gotham City.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A despeito dessa sua proeminência, o Asilo Arkham encerra ainda muitos (e sórdidos) segredos no interior das suas paredes. Segredos sobre os quais vários escritores - com Grant Morrison à cabeça - têm tentado verter alguma luz. Sempre que o fazem, emerge da obscuridade outro capítulo aterrador da história de um lugar que muitos, a começar pelo próprio fundador, acreditam estar amaldiçoado. Passemos, então, em revista alguns deles.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Localizado nos arrabaldes de Gotham City, o Asilo Elizabeth Arkham para Criminosos Insanos - é essa a sua designação oficial, em homenagem à demencial matriarca do clã Arkham - fez a sua primeira aparição em <i>Batman</i> #258 (outubro de 1974). Pese embora um sanatório não identificado tivesse sido previamente referenciado, designadamente em algumas aventuras do Homem-Morcego na Idade de Ouro, foi nessa história, assinada por Dennis O'Neil e Irv Novick, que o Arkham adquiriu canonicidade. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Da sua lista inicial de residentes VIP fazia parte o Duas-Caras, cuja evasão foi premonitória do embaraçoso historial de fugas, escândalos e motins que manchariam de forma indelével a reputação da instituição. Com efeito, apesar do contínuo influxo de novos pacientes, ficou claro desde o início que praticamente qualquer pessoa poderia escapar dessa espécie de prisão sem grades. Em vez de reclusos, o Arkham parece ter hóspedes que lá permanecem apenas enquanto assim o desejarem.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1zQSGTU6HPzL8laKOolqxwgpWd_Eldx0yWDXV_PuKOkd_is-2N4lnB5BEhGpj56VBWYSFCzcd0RlPmYTWlbAj-7bTL2GhE53Dm761faA8rfJk-UXbgEFrP98XDJ3Nu9tu2DDodmuU3tCt/s660/a2.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="660" data-original-width="432" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1zQSGTU6HPzL8laKOolqxwgpWd_Eldx0yWDXV_PuKOkd_is-2N4lnB5BEhGpj56VBWYSFCzcd0RlPmYTWlbAj-7bTL2GhE53Dm761faA8rfJk-UXbgEFrP98XDJ3Nu9tu2DDodmuU3tCt/w418-h640/a2.png" width="418" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Duas-Caras foi o primeiro inimigo do Batman a evadir-se do Arkham.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Originalmente, as celas do Arkham eram idênticas às de qualquer prisão. Com o tempo, porém, os internos foram autorizados a personalizá-las. Joker, Duas-Caras e Maxie Zeus foram os primeiros a beneficiar desta prerrogativa, com o Príncipe Palhaço do Crime a optar por decorar a sua com uma gigantesca carta do Coringa e um manequim do Batman.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Boa parte da inspiração por trás do Asilo Arkham derivou de uma cidade homónima do Massachusetts que serve de cenário a numerosas passagens de <i>Mitos de Cthulu</i>, de H.P. Lovecraft. Os pacientes do Arkham espelham, de facto, a filosofia dessa obra literária, na qual a existência de males antigos e poderosos é usada como metáfora para a insignificância da condição humana aos olhos dessas divindades. Um conceito, como se percebe, análogo à eterna luta do Batman contra as forças maléficas que incessantemente flagelam a sua cidade natal; aquelas que ele procura desesperadamente trancar no Asilo Arkham.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Oficialmente inaugurado em 1921, o Asilo Arkham teve como fundador e primeiro administrador Amadeus Arkham. O tenebroso hospital que tantos calafrios causa aos gothamitas começou por ser uma mansão vitoriana, ex-propriedade de Jason Blood. Mestre do Ocultismo, Blood terá aprisionado vários demónios e espíritos malignos nas catacumbas do palácio, antes de vendê-lo. Especula-se que será essa a verdadeira origem da maldição que impende sobre o lugar, desde sempre assombrado pelo caos e pela depravação.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mesmo após a reconstrução do edifício original - parcialmente destruído durante a fuga em massa instigada por Bane em <i>A Queda do Morcego</i> -, permanecem resquícios da sua arquitetura gótica. Destacando-se as sinistras gárgulas que lhe adornam a fachada e o imponente portão principal que franqueia o acesso à propriedade. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8zvsyr7VTGv-4o3BdkFba-R7j-oNTatnd-SilYSfcAgGhhZysU3oskhICuDSqHfPDlQunxk22nGluofkwyMqR_7TNi5r1pEQpJ8682FTN_yBPVNunIMn7vJMIh3w_Br3djWFMoaFiHTc6/s332/Arkham-Asylum.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="332" data-original-width="300" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8zvsyr7VTGv-4o3BdkFba-R7j-oNTatnd-SilYSfcAgGhhZysU3oskhICuDSqHfPDlQunxk22nGluofkwyMqR_7TNi5r1pEQpJ8682FTN_yBPVNunIMn7vJMIh3w_Br3djWFMoaFiHTc6/w361-h400/Arkham-Asylum.jpg" width="361" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Asilo Arkham, o Palácio da Loucura.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À crónica incapacidade do Arkham de manter psicopatas presos, acresce a sua desastrosa política de Recursos Humanos. De administradores a terapeutas, foram vários os seus ex-funcionários a regredir para a condição de alienados inimputáveis. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">De tão elevada, a prevalência de inimigos do Batman que integraram outrora a equipa médica do Arkham parece evidenciar que o asilo está a funcionar ao contrário. Em vez de os psiquiatras trabalharem para estabilizar os pacientes, são estes que os empurram para o abismo da insanidade. Casos paradigmáticos desta inversão de papéis são a Drª Harleen Quinzel e o Dr. Jonathan Crane. Ambos promissores profissionais de saúde mental contagiados pela loucura dos seus pacientes, transformaram-se, respetivamente, na Arlequina e no Espantalho.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Perante este quadro perturbador, escusado será dizer que o Arkham falha miseravelmente naquela que deveria ser a sua função primordial: reabilitar criminosos antissociais. À falta de melhor alternativa, é lá, porém, que o Batman continua a depositar os <i>freaks</i> cujo propósito de vida se resume a fazer de Gotham um gigantesco circo de horrores.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtHRpyGiPglDKUJvurWi4CsDEalz-15rF2pGzMIl0sgQJmfYzEkOEWCxIyl20mdqpkEQma_nKX9oAniXzSpws6Se7o-9Qrg5Ie288m0y-sUe3B6zirx2GzW6RosJ0cflWEjUqwSofxvyM-/s1300/joker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="867" data-original-width="1300" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtHRpyGiPglDKUJvurWi4CsDEalz-15rF2pGzMIl0sgQJmfYzEkOEWCxIyl20mdqpkEQma_nKX9oAniXzSpws6Se7o-9Qrg5Ie288m0y-sUe3B6zirx2GzW6RosJ0cflWEjUqwSofxvyM-/w640-h426/joker.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Joker, loucura elevada ao seu expoente máximo.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Arquitetos do surreal</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i>"A alma humana é um manicómio de caricaturas."</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i> </i>- Fernando Pessoa (poeta português) -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na segunda metade da década de 1980, a indústria dos <i>comics</i> passava por uma profunda transformação. O mote realista dado por <i>O Regresso do Cavaleiro das Trevas</i>, de Frank Miller, fora novamente glosado por <i>Watchmen</i>, de Alan Moore e Dave Gibbons, acrescentando-lhe dose generosa de cinismo. Duas sagas iconoclásticas da DC que, ao mesmo tempo que desconstruíam convenções do género super-heroico, expunham fórmulas narrativas inovadoras e apelativas a audiências mais maduras.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À boleia dessa revolução conceptual, um jovem escriba britânico de pluma incisiva chegou à contracultura, determinado em deixar a sua marca. O seu nome era Grant Morrison e o que propunha era uma espécie de terceira via. Uma que ficaria a meio caminho entre os lugares-comuns das histórias com justiceiros fantasiados e o realismo incensado por Miller e Moore nas respetivas obras.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i>Arkham Asylum - A Serious House on Serious Earth</i> (subtítulo retirado da última estrofe do poema <i>Church Going,</i> de Philip Larkin) foi a primeira história do Homem-Morcego assinada por Morrison antes de ele se tornar um dos mais prolixos autores da personagem.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3aAH6Ol-LaTJrHDAeUmEGHhfTnpUOQjJO8fep_t8KxkpVcD7BZib388bO6KWeHvG00Np9l644rcif5WtCBlatZ2NBOMP-57XbpS5LBfgNDu-qcrgpjGVDWf_kfW26kcnZssoTSwa1Lv8h/s700/Criadores.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="404" data-original-width="700" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3aAH6Ol-LaTJrHDAeUmEGHhfTnpUOQjJO8fep_t8KxkpVcD7BZib388bO6KWeHvG00Np9l644rcif5WtCBlatZ2NBOMP-57XbpS5LBfgNDu-qcrgpjGVDWf_kfW26kcnZssoTSwa1Lv8h/w640-h370/Criadores.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Grant Morrison & Dave McKean, a Dupla Dinâmica da Velha Albion.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Após uma longa reflexão acerca da melhor abordagem, Morrison decidiu estabelecer um paralelismo entre a construção da narrativa e a arquitetura de uma casa. Nesse sentido, o passado de Amadeus Arkham seria uma alegoria para as fundações do edifício, ao passo que os símbolos e metáforas invocariam os pisos superiores. De permeio, passagens secretas e corredores labirínticos ligariam segmentos da trama e levariam o leitor a percorrer os recantos do Palácio da Loucura, ele próprio reflexo da psique distorcida dos seus moradores.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Qual arquiteto do surreal, Morrison elegeu como matérias-primas bastas referências a <i>Alice no País</i> <i>das Maravilhas</i>, aos arquétipos Junguianos, ao Tarô e até à Física Quântica. Nessa complexa empreitada teve como sócio outro súbdito de Sua Majestade, o escocês Dave McKean, cuja arte imprimiu um toque abstrato à história. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O resultado final foi uma obra ímpar na história da 9ª Arte e um dos maiores <i>best-sellers</i> (mais de 600 mil exemplares vendidos) da Editora das Lendas. Ao Batman realista sucedia, assim, o Batman onírico.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Do outro lado do espelho</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i>"Alice: Como sabes que sou louca?</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><i>Gato: Só podes ser. Se não fosses, não terias vindo aqui."</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b> -</b> in <i>Alice no País das Maravilhas</i> -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na viragem da década de 1920, o jovem Amadeus Arkham testemunhou, impotente, o declínio mental da sua mãe; estuário de loucura que desaguaria no suicídio. Já adulto, Amadeus fundou o Asilo Arkham, uma instituição psiquiátrica orientada para a reabilitação de criminosos insanos, mantendo-os afastados do sistema penal. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">No presente, é Dia das Mentiras e o Comissário Gordon informa Batman que o Asilo Arkham foi tomado pelos lunáticos, que ameaçam matar todo o pessoal, a menos que o Cavaleiro das Trevas concorde em ir ao encontro deles. Entre os reféns encontram-se Pearl, uma jovem copeira; a Drª Ruth Adams, a nova terapeuta; e o Dr. Cavendish, o atual administrador da instituição. Os amotinados são liderados pelo Joker que, para estimular o Batman a obedecer às suas exigências, mata um dos guardas a sangue-frio. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbWzwMcqW022QoUcTkLDWG1TJTMaE-1TuPIzAzDTSCZwpZi_CftBu-OJ7KrbFjLCetihWSj06yDPCpj8xkfdC2kcpbcYkCeHr9u9Fk4lPedZ4fdwMlAns7mPIFOTg6W-vjkDgijUrdLuxc/s1469/joker2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1469" data-original-width="950" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbWzwMcqW022QoUcTkLDWG1TJTMaE-1TuPIzAzDTSCZwpZi_CftBu-OJ7KrbFjLCetihWSj06yDPCpj8xkfdC2kcpbcYkCeHr9u9Fk4lPedZ4fdwMlAns7mPIFOTg6W-vjkDgijUrdLuxc/w414-h640/joker2.jpg" width="414" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Batman não tem como escapar ao jogo mortal do Joker.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Por sua vez, o Duas-Caras soçobrou ainda mais na sua demência como resultado da bem-intencionada, porém desadequada, terapia ministrada pela Drª Adams. Desde que ela lhe confiscou a sua moeda riscada, substituindo-a por um dado de seis faces e, depois, por um baralho de Tarô, Harvey Dent ficou incapaz de tomar mesmo as decisões mais simples, como ir à casa de banho. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Chegado ao Arkham, Batman é coagido a jogar às escondidas com os seus inimigos. O Joker concede-lhe uma hora para percorrer os corredores labirínticos e encontrar uma saída antes que ele e os restantes pacientes vão no seu encalço. Previsivelmente, o Palhaço do Crime faz batota, encurtando o tempo para apenas dez minutos. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À medida que penetra nas lúgubre entranhas do Arkham, Batman luta contra o seu subconsciente, onde a loucura se insinua. Enredado em delírios, o herói encontra, por fim, um compartimento secreto no alto de uma das torres do asilo; uma divisão intocada desde a época em que a propriedade serviu como residência familiar do clã Arkham. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjRVyUPwO17YZWh2mOJxjtpPfwQwLutQWdO03kT2otLfb4U-t0durY2JbC8PG_2RzAZomUmYATfLMYwOfkfD7g8f1g5OaQNn8_weHyz7HTsFY_jB29waRfwF8Xt65fHUz3IQoy3tAkVjh9/s400/duas+caras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="400" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjRVyUPwO17YZWh2mOJxjtpPfwQwLutQWdO03kT2otLfb4U-t0durY2JbC8PG_2RzAZomUmYATfLMYwOfkfD7g8f1g5OaQNn8_weHyz7HTsFY_jB29waRfwF8Xt65fHUz3IQoy3tAkVjh9/w400-h313/duas+caras.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sem a sua moeda, Duas-Caras é um destroço humano.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Lá dentro, Batman encontra o Dr. Cavendish trajando um vestido de noiva e com uma elegante navalha com cabo de madrepérola encostada à garganta da Drª Adams. Perante a perplexidade do Homem-Morcego, Cavendish revela ter sido a ele orquestrar o motim e ordena-lhe que leia uma entrada assinalada no diário secreto de Amadeus Arkham. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao lê-la, Batman descobre que aquela divisão secreta fora o quarto de Elizabeth Arkham. Durante muitos anos, a mãe de Amadeus Arkham acreditou ser atormentada por uma criatura sobrenatural, chamando constantemente o filho para protegê-la. No dia em que Amadeus teve, finalmente, um vislumbre da criatura - um grande morcego adejando, qual espectro da morte - ele usou uma navalha com cabo de madrepérola para degolar a mãe, libertando-a, assim, do seu sofrimento. No entanto, Amadeus bloqueou essa memória, atribuindo a morte da progenitora ao suicídio. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A memória suprimida reemergiria, porém, dos recessos do subconsciente de Amadeus quando, anos mais tarde, a sua esposa e filha foram brutalmente assassinadas por um dos seus ex-pacientes. Profundamente traumatizado, Amadeus enfiou o vestido de noiva da mãe e, ajoelhado sobre o sangue da sua família morta, jurou esconjurar o espírito maligno que ele acreditava assombrar a casa. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mesmo depois de ter sido encarcerado no próprio manicómio, Amadeus continuou a sua desvairada missão, riscando com as próprias unhas - e até ao dia da sua morte - as palavras de um feitiço no chão e nas paredes da sua cela.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilEkfYXZUgheUS5RYLCf-d3eGXT7jpWynmOrxqQdBOErlFSTEE5GxW15zp5CQ0BnoqSw3V75LgedI62SNT5jShHHe-d1Oydc2cm8Jh5QU8Dy49FEJ2_z12VF6QkXiRTHTceQGDH9yYyqSC/s955/m%25C3%25A3e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="955" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilEkfYXZUgheUS5RYLCf-d3eGXT7jpWynmOrxqQdBOErlFSTEE5GxW15zp5CQ0BnoqSw3V75LgedI62SNT5jShHHe-d1Oydc2cm8Jh5QU8Dy49FEJ2_z12VF6QkXiRTHTceQGDH9yYyqSC/w402-h640/m%25C3%25A3e.jpg" width="402" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Amadeus Arkham devotou a vida<br /> a caçar o demónio que enlouqueceu a sua mãe.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao descobrir por acaso os diários de Amadeus Arkham, a navalha e o vestido, Cavendish convenceu-se que estaria destinado a terminar o trabalho do seu antecessor. No 1º de abril, data em que a família de Amadeus foi assassinada, ele orquestrou um motim no Arkham para atrair Batman a uma cilada mortal. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Convicto de que o Homem-Morcego é o espírito que levara Elizabeth Arkham à loucura, Cavendish acusa-o de, ao trazer mais almas insanas, alimentar o mal que habita o asilo. Na refrega que se segue, Batman é ferido e Cavendish deixa cair a navalha, que acaba nas mãos da Drª Adams. Reagindo instintivamente, ela corta a garganta de Cavendish, que sangra até morrer.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">No seu caminho de volta, Batman derrota o monstruoso Crocodilo num violento <i>mano a mano</i>. De machado em riste, o Homem-Morcego despedaça, em seguida, a porta da frente do hospício, proclamando que os pacientes estão livres. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Enquanto o Joker se oferece para lhe abreviar o sofrimento, Batman devolve a moeda ao Duas-Caras, afirmando que lhe cabe decidir o seu destino. O vilão aquiesce antes de anunciar que, se a moeda cair com a face riscada para cima, o Morcego será morto. Caso contrário, ele poderá ir em paz.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUIOBTLqtC0XYXoBPGQYQcxnhc5hXYnzuxiiN_jKrkm8j0gjLMPVlGcO7x0wNWofhE1IYSpEJJ4KZ2HFTf_70AOttbIqeE-7_x68mp94V7QI0FknhFbEwygTLT2ONlYdjMlPrlpbdPbg_-/s1100/duas+caras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1100" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUIOBTLqtC0XYXoBPGQYQcxnhc5hXYnzuxiiN_jKrkm8j0gjLMPVlGcO7x0wNWofhE1IYSpEJJ4KZ2HFTf_70AOttbIqeE-7_x68mp94V7QI0FknhFbEwygTLT2ONlYdjMlPrlpbdPbg_-/w418-h640/duas+caras.jpg" width="418" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Batman coloca o seu destino nas mãos do Duas-Caras.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Duas-Caras lança a moeda ao ar e declara o Batman livre. Em tom chocarreiro, Joker despede-se do seu inimigo de estimação, dizendo-lhe que, se a vida se tornar insuportável lá fora, haverá sempre uma cela confortável à sua espera no Arkham.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao mesmo tempo que Batman desaparece na noite, os prisioneiros regressam calmamente às suas celas. Todos, exceto Duas-Caras. O vilão fita a Lua antes de revelar a moeda com a face riscada para cima na palma da sua mão. Pela primeira vez, ele ignorou a sorte ditada pela sua moeda, aplicando dessa forma uma sentença de vida ao seu velho inimigo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Depois de derrubar uma pilha de cartas de Tarô, Duas-Caras recita uma passagem de <i>Alice no País das</i> <i>Maravilhas</i>: "Quem se importa contigo? Não és nada além de um baralho de cartas."</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><b>Apontamentos</b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b>Em 2004, uma edição especial lançada para assinalar o 15º aniversário de<i> Batman - Asilo Arkham</i> continha extensas anotações de Grant Morrison, explicando as influências, o simbolismo e as referências culturais da obra. Na última dessas anotações, o autor considera a história um rebuscado pesadelo simbólico fabricado pelo subconsciente do Batman, sugerindo desse modo o caráter apócrifo dos eventos nela narrados;</div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b>No supramencionado volume, Morrison evoca também um episódio pouco edificante. Sem o seu consentimento, o primeiro rascunho da história foi revisto por vários dos seus pares. A apreciação foi unânime: simbolismo pesado, conceito pretensioso e elementos de terror psicológico risíveis. À laia de dedicatória, Morrison escreveu: "Quem é que se está a rir agora, parvalhões?";</div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b>Morrison criticou a escolha de Dave McKean para ilustrar a sua história. Grande admirador do trabalho de Brian Bolland em <i>A Piada Mortal</i>, teria preferido que tivesse sido ele o seu parceiro criativo;</div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b><i>Batman - Asilo Arkham</i> é amplamente celebrado pelo trabalho de <i>lettering</i> executado por Gaspar Saladino, atribuindo a cada personagem uma fonte personalizada nos seus diálogos. A prática de tratamentos personalizados de letras generalizou-se pouco tempo depois, especialmente na linha Vertigo, da DC;</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZL82VP7TQuSY_Md5bxr56t-AK87couvP_VtuJiul8fV6zOCc0-q8EprhuYJA_RovMQwzei3Ykrb5hyphenhyphen80I_Ng0M_mU3EMbZnF-99gRJ5NDeWeEHcEaczrhmJK1nuBEPMAwoMZtAcI3Naf-/s489/joker.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="310" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZL82VP7TQuSY_Md5bxr56t-AK87couvP_VtuJiul8fV6zOCc0-q8EprhuYJA_RovMQwzei3Ykrb5hyphenhyphen80I_Ng0M_mU3EMbZnF-99gRJ5NDeWeEHcEaczrhmJK1nuBEPMAwoMZtAcI3Naf-/w406-h640/joker.jpg" width="406" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>As letras respingadas a vermelho simbolizam<br /> o fluxo caótico emanado do Palhaço do Crime.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b>Durante a sua preparação para o papel de Joker em <i>O Cavaleiro das Trevas</i> (2008), Heath Ledger recebeu uma cópia de <i>Batman - Asilo Arkham</i> como referência para a sua interpretação. Segundo consta, Ledger terá ficado fascinado com a história, ao ponto de relê-la repetidas vezes;</div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b>O aclamado jogo de vídeo <i>Arkham Asylum</i> (2009) é vagamente baseado na obra de Grant Morrison e Dave McKean. Embora considerada inadaptável pelo seu diretor criativo, a atmosfera do conto foi a principal influência do jogo;</div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*</b>Na lista das 25 melhores sagas de sempre do Batman divulgada pelo IGN, <i>Batman - Asilo Arkham</i>, surge classificada em 4º lugar, atrás de<i> Piada Mortal</i>, <i>O Regresso do Cavaleiro das Trevas</i> e <i>Ano Um</i> (todas já aqui esmiuçadas).</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>Vale a pena ler?</b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;">Estamos em presença de uma história menos objetiva e muito mais densa do que é apanágio da DC. Em momento algum isso significa, porém, decréscimo de qualidade. Apesar do simbolismo que a permeia, a trama é coerente, abordando uma problemática deveras fascinante: não sendo vitalício, o contrato que nos vincula à racionalidade poderá ser inopinadamente revogado por meio do acionamento da cláusula de insanidade. Mesmo o homem mais sensato poderá, por isso, despencar no negro abismo da sua mente. Bastará que ceda ao peso avassalador da realidade ou à dor de uma tragédia na periferia da vida.</div><div class="separator" style="clear: both;">O vulto difuso - quase um borrão em forma de morcego saído de um teste de Rorschach - escolhido pelos autores para representar o Batman é uma metáfora para essa fragilidade da psique humana. Bruce Wayne, Harvey Dent, Amadeus Arkham ou o próprio Joker são pessoas como outras quaisquer. A única coisa que os aparta da "normalidade" é o lado para o qual a sombra de cada um deles aponta. A passagem em que Batman confessa ter medo de entrar no Arkham e sentir-se em casa é fortíssima, e estabelece claramente a ideia de Morrison de manter o protagonista em perpétuo conflito - desta vez, consigo próprio. </div><div class="separator" style="clear: both;">Nem sempre de fácil interpretação, a simbologia de Morrison é um espetáculo à parte. Referências a Jung, Freud, Lewis Carroll e outros autores e conceitos notáveis ajudam a percecionar o Asilo Arkham como um organismo vivo, espécie de monstro arquitetónico que se alimenta do caos e depravação dos seus residentes. Qualquer um que transponha os seus altos portões, incorre numa viagem sem retorno.</div><div class="separator" style="clear: both;">Em complemento a tudo isso, a arte de Dave McKean, impressionista e complexa, quase torna palpável o aluvião de delírios <i>nonsense</i> que fomentam a claustrofobia do leitor, arrastado para dentro de um pesadelo sufocante. Dada a importância da estética, esta é uma daquelas histórias que carecem ser lidas a um ritmo mais vagaroso, porquanto só assim se pode apreciar devidamente os quadros surrealistas que preenchem cada página.</div><div class="separator" style="clear: both;">A ler de mente aberta, mas não em demasia porque nunca se sabe o que poderá entrar...</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALyNaN3ypMcxb5La_Pm28h4YSsSazSNes9wgMWwULQlAlWaBRKQlFm_NFcphGo3vxORtQ2SG1Ll4yysXbhEgYgnrEKmWbbXi1xGIcmvXQ7PSXnsJTfORCbp013y-AMEno8ZfEjx-rVLBt/s554/fim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="554" data-original-width="500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhALyNaN3ypMcxb5La_Pm28h4YSsSazSNes9wgMWwULQlAlWaBRKQlFm_NFcphGo3vxORtQ2SG1Ll4yysXbhEgYgnrEKmWbbXi1xGIcmvXQ7PSXnsJTfORCbp013y-AMEno8ZfEjx-rVLBt/w578-h640/fim.jpg" width="578" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Serão Batman e Joker as duas faces da mesma moeda?</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>*Prontuários do Joker, Duas-Caras e Espantalho disponíveis para leitura complementar.</b></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><br /><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-49713937157833113102021-03-27T17:34:00.002+00:002021-04-01T11:33:26.064+01:00RETROSPETIVA: «CAPITÃO AMÉRICA: O SOLDADO DO INVERNO»<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdh-zj-TRFIEwwSVcEPIpw_Wm9-RVEK2gwarH7OTKEVcUZR6N4P_G85C-kSgC8I7W73ieIcgbyG9x4gIg_AmzPhL65qCPXZNe9arwCsbtnCEDZkc5mrsEcemZhi7h-KVROxU64ffrR4SIz/s480/Capit%25C3%25A3o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="320" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdh-zj-TRFIEwwSVcEPIpw_Wm9-RVEK2gwarH7OTKEVcUZR6N4P_G85C-kSgC8I7W73ieIcgbyG9x4gIg_AmzPhL65qCPXZNe9arwCsbtnCEDZkc5mrsEcemZhi7h-KVROxU64ffrR4SIz/w426-h640/Capit%25C3%25A3o.jpg" width="426" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"> Forças sinistras conspiram nas sombras para erigir uma nova ordem mundial. Com o arsenal da democracia prestes a cair em mãos erradas e sem saber em quem confiar, o Sentinela da Liberdade depara-se com um inimigo tão perigoso quanto perturbadoramente familiar.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original: </b><i>Captain America: The Winter Soldier</i></div><div style="text-align: justify;"><b>Ano:</b> 2014</div><div style="text-align: justify;"><b>País: </b>Estados Unidos da América</div><div style="text-align: justify;"><b>Duração:</b> 136 minutos</div><div style="text-align: justify;"><b>Género:</b> Ação / Espionagem / Super-heróis</div><div style="text-align: justify;"><b>Produção: </b>Marvel Studios</div><div style="text-align: justify;"><b>Realização:</b> Joe e Anthony Russo</div><div style="text-align: justify;"><b>Argumento: </b>Christopher Markus e Stephen McFeely</div><div style="text-align: justify;"><b>Distribuição: </b>Walt Disney Studios Motion Pictures</div><div style="text-align: justify;"><b>Elenco:</b> Chris Evans (Steve Rogers / Capitão América); Scarlett Johansson ( Natasha Romanoff / Viúva Negra); Sebastian Stan ( Bucky Barnes / Soldado do Inverno); Anthony Mackie ( Sam Wilson / Falcão); Robert Redford (Alexander Pierce); Samuel L. Jackson (Nick Fury); Cobie Smulders (Maria Hill); Emily VanCamp (Sharon Carter / Agente 13); Frank Grillo (Brock Rumlow); Hayley Atwell (Peggy Carter)</div><div style="text-align: justify;"><b>Orçamento: </b>170 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b>Receitas globais: </b>714, 4 milhões de dólares</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Anatomia de um épico</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Aquele que seria o terceiro capítulo da Fase 2 do Universo Cinemático Marvel (MCU, na sigla inglesa) começou a ganhar forma ainda antes de <i>Capitão América: O Primeiro Vingador</i> chegar às salas de cinema. Logo em abril de 2011 - três meses antes da estreia da primeira longa-metragem do Sentinela da Liberdade com a chancela dos Estúdios Marvel -, foi confirmada a recontratação dos argumentistas Christopher Markus e Stephen McFeely para trabalharem na respetiva sequência. </div><div style="text-align: justify;">Inicialmente, Markus e McFeely consideraram inserir na trama múltiplos <i>flashbacks</i> da II Guerra Mundial, mas acabariam por deixar cair a ideia. Em vez disso, resolveram transitar de género: se o primeiro filme fora, em substância, uma história de guerra, o segundo seria um <i>thriller</i> de espionagem ao melhor estilo de John le Carré. Nesse sentido, clássicos como <i>Os Três Dias do Condor</i> (1975) e <i>O</i> <i>Homem da Maratona</i> (1976) serviram como principais influências temáticas e narrativas da estrutura do roteiro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFbMdjLxiPhyphenhyphenWzsbPH6Y_K-l1tjOExWsF46O8TTsqWii9fD9JXSTzU-AWYqbxmzSar55m9B_SseO8DqyA8IKKpdPQ3So1uR6ttAXA3Rb2l1uZYQqe99B7xCSfjqbezbKlvSQ1MbC4UZRmn/s576/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="417" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFbMdjLxiPhyphenhyphenWzsbPH6Y_K-l1tjOExWsF46O8TTsqWii9fD9JXSTzU-AWYqbxmzSar55m9B_SseO8DqyA8IKKpdPQ3So1uR6ttAXA3Rb2l1uZYQqe99B7xCSfjqbezbKlvSQ1MbC4UZRmn/w290-h400/a1.jpg" width="290" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Os 3 Dias do Condor</i> foi a principal inspiração<br /> para o segundo filme do Capitão América.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">A intenção de Markus e McFeely era confrontar Steve Rogers, eterno soldado e supremo patriota, com os tiques autoritários de uma agência governamental, enfraquecendo dessa forma a sua lealdade para com ela. Perfil que caía como uma luva à SHIELD, habituada a operar em zonas cinzentas, e com a qual o Capitão América vinha colaborando desde o seu "descongelamento". </div><div style="text-align: justify;">Estabelecida a premissa, a dupla de escribas decidiu adaptar a saga <i>The Winter Soldier</i> (<i>O Soldado do</i> <i>Inverno;</i> <i>O Soldado Invernal</i>, no Brasil). Da autoria de Ed Brubaker, a história, publicada originalmente entre setembro de 2005 e abril de 2006, fora aclamada pelos fãs e definira o tom da franquia moderna do Capitão América. Circunstâncias que a tornavam perfeita para uma transição ao celuloide. </div><div style="text-align: justify;">O processo de adaptação revelou-se, todavia, mais difícil do que o previsto e só ao fim de meio ano Markus e McFeely se consideram aptos a executá-lo. Ed Brubaker, por seu lado, ficou encantado com a perspetiva de ver a sua obra transposta ao grande ecrã. E mais empolgado ficou depois de ler o rascunho do guião que, apesar das muitas liberdades poéticas, captava na perfeição a essência da sua trama.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAWHqde7ldObPiXM14hJdUvDmPiG5BnKEMe8hQww0mgLNXk5qMns5B3iWSOkgeiIc88c6dSziSz2tq7GgYynpWYcymnlIhR-gaB9UYU5imhIqUx4U1Nx4rCGZgUmMKatLbrnAu4TEeOVWl/s2048/a1.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAWHqde7ldObPiXM14hJdUvDmPiG5BnKEMe8hQww0mgLNXk5qMns5B3iWSOkgeiIc88c6dSziSz2tq7GgYynpWYcymnlIhR-gaB9UYU5imhIqUx4U1Nx4rCGZgUmMKatLbrnAu4TEeOVWl/w300-h400/a1.png" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A saga homónima saída da pena de Ed Brubaker.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante esse ínterim, os Estúdios Marvel tinham incluído quatro nomes na sua lista de potenciais diretores do projeto: George Nolfi (<i>Ocean's Twelve</i>), F. Gary Gray (<i>Um Golpe em Itália</i>) e os irmãos Anthony e Joe Russo (<i>Eu, Tu e o Emplastro</i>). Descartados os nomes sonantes da Fase 1, como Jon Favreau (<i>Homem de Ferro</i>) ou Keneth Branagh (<i>Thor</i>), a aposta recaía agora sobre uma nova leva de cineastas.</div><div style="text-align: justify;">Depois de Gray ter manifestado a sua indisponibilidade para dirigir o projeto, as opções resumiam-se a Nolfi e aos irmãos Russo, com claro favoritismo do primeiro. Surpreendentemente, a escolha incidiria sobre os segundos. Uma opção que deixou alguns fãs apreensivos, uma vez que o currículo dos Russos incluía várias séries cómicas, como <i>Community</i> (de que o CEO dos Estúdios Marvel, Kevin Feige, era grande admirador), e tinham feito o grosso da sua carreira na televisão. </div><div style="text-align: justify;">Todas as dúvidas e rumores se desvaneceriam quando, na San Diego Comic-Con de 2013, a Marvel revelou o título oficial do segundo filme do Capitão América e confirmou os irmãos Russo como realizadores.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxfZHAPUuUnUwwQOZ3EgLCeMDueIAOMRxv5O7bMuxAzZc6yxGjoXcQ2zKLZ8Outzili7jHuxZO7PW5_on5aNOvj_yjcM7D2JNByLLL8FvTr7UMpPH9tYgS9f24DWKegYPF6r5UqajDpT8n/s700/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="700" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxfZHAPUuUnUwwQOZ3EgLCeMDueIAOMRxv5O7bMuxAzZc6yxGjoXcQ2zKLZ8Outzili7jHuxZO7PW5_on5aNOvj_yjcM7D2JNByLLL8FvTr7UMpPH9tYgS9f24DWKegYPF6r5UqajDpT8n/w640-h274/a1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A escolha dos irmãos Russo surpreendeu meio mundo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Com Cleveland como cenário, a rodagem de <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i> arrancou a 1 de abril de 2013. Depois de ter servido de pano de fundo a algumas das mais memoráveis sequências de <i>Os Vingadores</i> (2012), a hospitaleira cidade do Ohio, a troco de generosas benesses fiscais, voltava a acolher uma grande produção dos Estúdios Marvel. </div><div style="text-align: justify;">Em contraste com a turbulenta produção de<i> Thor: O Mundo Sombrio</i> (2013), as filmagens de <i>Capitão</i> <i>América: O Soldado do Inverno</i> decorreram sem sobressaltos, com o respetivo cronograma a ser cumprido na íntegra. Em razão desse elevado nível de eficiência, os irmãos Russo viram ser-lhes confiado não só o capítulo final da trilogia do Sentinela da Liberdade, mas também aquele que foi, até à data, o projeto mais ambicioso do MCU:<i> Vingadores: Ultimato</i> (2018) e <i>Vingadores: Guerra Infinita</i> (2019).</div><div style="text-align: justify;">Sob uma revoada de críticas positivas, <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i> fez a sua estreia mundial a 4 de abril de 2014, no mítico El Capitan Theatre de Los Angeles. Duplicando as receitas globais do seu antecessor, seria o sétimo filme mais rentável desse ano e um dos melhores de sempre dentro do seu género.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Enredo</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Dois anos volvidos sobre a épica Batalha de Nova Iorque (eventos narrados no filme <i>Os Vingadores</i>), Steve Rogers vive agora em Washington D.C. e trabalha para a agência de contraespionagem SHIELD enquanto prossegue a sua difícil adaptação ao mundo moderno.</div><div style="text-align: justify;">Integrados na equipa STRIKE sob o comando de Brock Rumlow, o Capitão América e a Viúva Negra participam numa operação de resgate em alto-mar. A tripulação de um navio da SHIELD foi sequestrada por piratas liderados pelo mercenário francês Georges Batroc. Durante a intervenção a bordo com vista à libertação dos reféns, o Sentinela da Liberdade descobre que a sua parceira tem uma missão paralela: extrair dados do computador da embarcação, por ordem de Nick Fury.</div><div style="text-align: justify;">De regresso ao Triskelion, o quartel-general da SHIELD, o Capitão América confronta Fury, sendo informado por este acerca do projeto Insight: três porta-aviões aéreos em rede com satélites-espiões, projetados para identificar e eliminar preventivamente ameaças à segurança nacional. Repugnado pelo viés fascizante da ideia, o Sentinela da Liberdade expressa a sua veemente discordância relativamente ao que está em preparação. </div><div style="text-align: justify;">Mais tarde, ao falhar em desencriptar os ficheiros obtidos pela Viúva Negra, o próprio Fury começa a ter suspeitas e pede ao Secretário da Segurança Interna, Alexander Pierce, para atrasar o projeto Insight. Pierce compromete-se então a analisar o pedido do diretor da SHIELD.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj22evPlvngyIfcWd4ly0wW6TOVGed-WdAtW_AJ_9EYFYWjvb9lDvXo3yMP4I8KdNaqB0YApG9lCGewgUtrJlyhHVxik4uC8JOXMpI9b4f51Pe1gykqkKlIIoTNHkndMzW_BmErUumT5uMz/s612/PIEERC.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="612" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj22evPlvngyIfcWd4ly0wW6TOVGed-WdAtW_AJ_9EYFYWjvb9lDvXo3yMP4I8KdNaqB0YApG9lCGewgUtrJlyhHVxik4uC8JOXMpI9b4f51Pe1gykqkKlIIoTNHkndMzW_BmErUumT5uMz/w640-h398/PIEERC.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Alexander Pierce, o todo-poderoso Secretário da Segurança Interna.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Porém, a caminho de um encontro com a agente Maria Hill, Fury é emboscado em plena rua por um grupo fortemente armado e liderado por um misterioso indivíduo com um braço metálico. Apesar de ferido, Fury consegue escapar ao ataque e procura refúgio no apartamento de Steve Rogers.</div><div style="text-align: justify;">Fury alerta Rogers para o facto de a SHIELD estar comprometida ao mais alto nível, momentos antes de ser baleado pelo homem com o braço de metal. Antes de desfalecer, Fury entrega a Rogers uma <i>pen drive</i>, instando-o a não confiar em ninguém.</div><div style="text-align: justify;">Rogers parte no encalço do atirador, mas este desaparece na noite sem deixar rasto. Horas depois, Fury é dado como morto durante uma cirurgia no hospital e a agente Hill reclama o corpo.</div><div style="text-align: justify;">No dia seguinte, o Capitão América é convocado ao Triskelion por Alexander Pierce. Perante a recusa do Sentinela da Liberdade em revelar a informação que lhe foi repassada por Fury, Pierce considera-o um renegado e dá ordens à SHIELD para capturá-lo.</div><div style="text-align: justify;">Após uma breve escaramuça com Rumlow e os seus homens, o Capitão América consegue escapar do Triskelion e vai ao encontro da Viúva Negra. Esta revela-lhe que o assassino de Fury é uma figura lendária nos meandros da espionagem internacional; um "fantasma" treinado pelos soviéticos e responsável por dezenas de assassinatos nos últimos 50 anos a quem chamam Soldado do Inverno.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJBT9l3IibOjsvZtpLGiGpqm_72NFNxB66qe6Cm2eRNP4K34aO8Y2kvpZegXf2S0zySvooG8wkPwcwraD2NosNUj3Z1XbRDIFeJZ1US89nqv8dknxgyXmjlZ_z3b1EiILrGfPDKxBNC0lC/s590/Winter-Soldier-holds-Captain-America-s-shield-634032.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="590" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJBT9l3IibOjsvZtpLGiGpqm_72NFNxB66qe6Cm2eRNP4K34aO8Y2kvpZegXf2S0zySvooG8wkPwcwraD2NosNUj3Z1XbRDIFeJZ1US89nqv8dknxgyXmjlZ_z3b1EiILrGfPDKxBNC0lC/w640-h380/Winter-Soldier-holds-Captain-America-s-shield-634032.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O misterioso e mortífero Soldado do Inverno.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Incapazes de decifrarem os dados da <i>pen drive</i>, o Capitão América e a Viúva Negra descobrem, contudo, a origem dos mesmos: a antiga base militar em Nova Jérsia onde Rogers foi treinado após receber o Soro do Supersoldado.</div><div style="text-align: justify;">No interior de um <i>bunker</i> secreto instalado no perímetro da base, a Viúva Negra consegue ativar um supercomputador que contém a consciência preservada de Arnim Zola, um dos mais brilhantes cientistas do III Reich. É através dele que os dois heróis ficam a saber que a HIDRA está incrustada na espinha dorsal da SHIELD desde a sua fundação, no final da II Guerra Mundial. </div><div style="text-align: justify;">Semeando o caos global, a HIDRA espera pacientemente que a Humanidade troque a sua liberdade por segurança. Zola explica ainda que a <i>pen drive</i> armazena um algoritmo criado por ele, mas não tem tempo de explicar o seu propósito, uma vez que o<i> bunker</i> é atingido por um míssil da SHIELD.</div><div style="text-align: justify;">Escapando por milagre ao ataque, o Capitão América e a Viúva Negra são atingidos pela dolorosa evidência de que o líder da HIDRA não é outro senão Alexander Pierce.</div><div style="text-align: justify;">Depois de garantirem a ajuda de Sam Wilson, um ex-militar paraquedista com quem Rogers contraíra estreita amizade, o Capitão América e a Viúva Negra interrogam um agente infiltrado da HIDRA. Jasper Sitwell revela-lhes o real propósito do algoritmo desenvolvido por Zola: identificar indivíduos que possam representar ameaça para os planos da HIDRA, sendo a função dos porta-aviões aéreos da SHIELD eliminar esses alvos. </div><div style="text-align: justify;">Longe dali, Pierce convoca o Soldado do Inverno e ordena-lhe que mate o Capitão América e a Viúva Negra.</div><div style="text-align: justify;">A caminho do Triskelion, o Capitão América e os seus aliados são atacados pelo Soldado do Inverno, que trata de matar Sitwell em primeiro lugar. Na contenda que se segue, a máscara do vilão cai e o Sentinela da Liberdade, mortificado, reconhece Bucky Barnes, o seu melhor amigo dado como morto desde os últimos dias da II Guerra Mundial. O reconhecimento, porém, não é mútuo e o Soldado do Inverno investe ferozmente sobre o seu adversário.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjANZmMlPXm87r-KbHKFT-Z7RMeINgvpUHzDtGdOrsLiVgyyhrVnM8jNpDXwbjWlxJZUb7ro7R5HvIYNGoIJhdFuhJ-b-C6LeD43a4MtgrxLLUXXpL9jf9RwFEiCRwO3lSaeV3_3w-EmwL1/s2048/04CAPTAIN-superJumbo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjANZmMlPXm87r-KbHKFT-Z7RMeINgvpUHzDtGdOrsLiVgyyhrVnM8jNpDXwbjWlxJZUb7ro7R5HvIYNGoIJhdFuhJ-b-C6LeD43a4MtgrxLLUXXpL9jf9RwFEiCRwO3lSaeV3_3w-EmwL1/w640-h426/04CAPTAIN-superJumbo.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Um herói que só pode confiar em si mesmo.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O grupo liderado pelo Capitão América acaba capturado pela SHIELD, mas é libertado pouco depois pela agente Hill. Que, em seguida, os leva à presença de Nick Fury. O ex-diretor da SHIELD encenara a própria morte para poder prosseguir sem interferências a sua investigação ao projeto Insight. Sem delongas, apresenta o seu plano para neutralizá-lo: sabotar os porta-aviões aéreos substituindo os respetivos chips de controlo.</div><div style="text-align: justify;">Após a chegada dos membros do Conselho de Segurança Mundial ao Triskelion para acompanharem<i> in</i> <i>loco</i> o lançamento dos porta-aviões aéreos, o Capitão América invade o edifício e revela a todos os agentes fiéis à SHIELD que a organização é controlada pela HIDRA.</div><div style="text-align: justify;">Disfarçada como uma das conselheiras, a Viúva Negra captura Pierce, que é forçado por Fury a desbloquear o acesso ao banco de dados da SHIELD. Enquanto isso, o Capitão América e o Falcão conseguem sabotar dois dos porta-aviões aéreos, mas ao chegarem ao terceiro são atacados pelo Soldado do Inverno. Com o Falcão fora de combate, o Sentinela da Liberdade luta com Bucky mas recusa-se a matá-lo. Em nome da velha amizade que em tempos os uniu, tenta, em vão, fazê-lo lembrar-se de quem é. </div><div style="text-align: justify;">O Capitão América consegue substituir o último chip, transferindo desse modo o controlo remoto das aeronaves para a agente Hill. Esta faz com que elas disparem umas contra as outras, destruindo-se mutuamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbiGtV3v56qgFHODuODVgouocUoLgEoPlInpANJS25ihj9lfEAfojNNEsCl2omsdbgJBglMh_hRjHEATT2LNSH9udgxVm3YBEoALEKioENPTeeKFfYCrAjRXsm_RHzzHM_wQHrl5X195KL/s1280/maxresdefault.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbiGtV3v56qgFHODuODVgouocUoLgEoPlInpANJS25ihj9lfEAfojNNEsCl2omsdbgJBglMh_hRjHEATT2LNSH9udgxVm3YBEoALEKioENPTeeKFfYCrAjRXsm_RHzzHM_wQHrl5X195KL/w640-h360/maxresdefault.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O último dos porta-aviões aéreos da SHIELD despenca com um gigantesco pássaro ferido.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em meio às explosões, Bucky reconhece vagamente algo que lhe é dito pelo Capitão América. Quando este é derrubado da aeronave e cai inconsciente no rio Potomac, é resgatado pelo vilão, que o arrasta para a margem antes de desaparecer como um fantasma.</div><div style="text-align: justify;">Com a SHIELD em tumulto, a Viúva Negra participa numa subcomissão do Senado organizada para discutir o futuro da organização. Algures na Europa, Fury, ainda oficialmente morto, procura descobrir a localização das restantes bases secretas da HIDRA. Também Steve Rogers e Sam Wilson seguem o rasto do Soldado do Inverno, usando algumas informações fornecidas pela Viúva Negra.</div><div style="text-align: justify;">Numa primeira cena de epílogo, o barão von Strucker proclama que os esforços da HIDRA para impor uma nova ordem mundial irão prosseguir. Strucker observa, em seguida, o Cetro de Loki e dois estranhos prisioneiros: um com velocidade sobre-humana, outra com poderes telecinéticos (os gémeos Mercúrio e Feiticeira Escarlate, respetivamente). Na segunda cena pós-créditos, Bucky Barnes visita o Museu Nacional de História Natural, onde observa um memorial em sua homenagem, reconhecendo finalmente a sua verdadeira identidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Trailer</i></b></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/pLXGYVc0ZVY" style="background-image: url(https://i.ytimg.com/vi/pLXGYVc0ZVY/hqdefault.jpg);" width="480"></iframe><div><br /></div><div><br /></div><div><b>Prémios e nomeações</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">De um total de meia centena de indicações para galardões sortidos da 7ª Arte - incluindo o Óscar para Melhores Efeitos Visuais - ,<i> Capitão América: O Soldado do Inverno </i>saiu vencedor em apenas duas ocasiões. Ao Golden Trailer Award na categoria de Melhor Spot Televisivo acrescentou um prémio especial atribuído anualmente pelos críticos cinematográficos de Washington D.C. à película que melhor representa a capital federal dos EUA.</div><div style="text-align: justify;">A título individual, Chris Evans arrecadou o People´s Choice Award para Melhor Ator de Ação. Apesar da parada de estrelas que compunha o elenco, Evans foi o único dos seus representantes a ter a sua atuação premiada.</div><div style="text-align: justify;">Na lista dos cem melhores filmes de super-heróis divulgada em 2019 pela <i>Paste</i> - publicação independente especializada em música e entretenimento - , <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i> surge em 7º lugar, sendo o quarto filme da Marvel mais bem cotado no <i>ranking</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Curiosidades</b></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Comummente associado à Guerra Fria e ao período passado por Bucky Barnes em animação suspensa com recurso à criogenia, o epíteto Soldado do Inverno remete, de facto, para uma citação de Thomas Paine (1737-1809), um dos Pais Fundadores dos EUA: "Estes são os tempos que põem à prova as almas dos homens. O soldado estival e o patriota ensolarado irão, nesta crise, encolher-se ao serviço do seu país. Mas o soldado do inverno que se apresta a servi-lo, esse é merecedor da gratidão do povo em nome de quem luta.". Do ponto de vista simbólico, o verdadeiro Soldado do Inverno é, pois, o Capitão América, e não Bucky Barnes;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Organização terrorista internacional de extração fascista, a HIDRA, numa alusão à Hidra de Lerna da mitologia clássica, tem como divisa "Se uma cabeça for cortada, duas nascerão no seu lugar.". Fundada pelo Caveira Vermelha ainda durante a II Guerra Mundial, a HIDRA começou por ser uma excrescência do III Reich - espécie de Estado paralelo fora do controlo do Führer - que sobreviveu à capitulação deste. Sob a liderança do barão Wolfang von Strucker, no pós-guerra a HIDRA converteu-se num sindicato do crime de feição neonazi e deu prossecução às suas atividades subversivas. Nos <i>comics</i>, os seus agentes envergam tradicionalmente uniformes verdes adornados com o símbolo da serpente e praticam a saudação "Hail HIDRA!" de braço direito estendido. Foi em<i> Tales of Suspense</i> #135 (agosto de 1965) que esta sinistra organização fez a sua primeira aparição, numa história assinada por Stan Lee e Jack Kirby. Embora tenha na SHIELD a sua arquirrival, a HIDRA já teve os seus planos de dominação mundial gorados por uma extensa lista de justiceiros fantasiados encabeçada pelo Capitão América;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtEubAqNN9eFOe75AH4zN2LhsMb6NRoqQbjmEbhm6EUlJTQzYF04JBGa6Wqum1NrOETF-ED0aqnCzOtQib01gfD6AJOIzMqVUXRfzV4kA5SlCjKCQUpDuGBU1jML8E9wjNu42CjjrvHXfd/s1178/Baron-Wolfgang-Strucker-Marvel-Comics-Hydra-a.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1178" data-original-width="500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtEubAqNN9eFOe75AH4zN2LhsMb6NRoqQbjmEbhm6EUlJTQzYF04JBGa6Wqum1NrOETF-ED0aqnCzOtQib01gfD6AJOIzMqVUXRfzV4kA5SlCjKCQUpDuGBU1jML8E9wjNu42CjjrvHXfd/w272-h640/Baron-Wolfgang-Strucker-Marvel-Comics-Hydra-a.jpg" width="272" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O barão von Strucker refundou a HIDRA no pós-guerra.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Sebastian Stan só percebeu a importância do papel que lhe caberia representar quando o título do segundo filme do Capitão América foi formalmente anunciado na San Diego Comic-Con de 2013. A sua preparação para dar corpo ao Soldado do Inverno incluiu cinco meses de intenso treino físico e pesquisa exaustiva de temas relacionados com a Guerra Fria e lavagem cerebral. Stan aproveitava também as pausas entre filmagens para praticar os seus movimentos de combate com uma faca de plástico;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Através da sua participação em <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i>, Anthony Mackie cumpriu o sonho de interpretar uma personagem da Casa das Ideias. Nos anos que antecederam o seu escalonamento para o papel de Falcão, o ator entupiu a caixa de correio eletrónico dos Estúdios Marvel com dezenas de <i>emails</i> em que se oferecia para os mais variados papéis. As suas mensagens captaram a atenção de Kevin Feige, o presidente executivo dos Estúdios Marvel, que, por fim, lhe fez a vontade. Mackie ficou no entanto desapontado com o figurino <i>hi-tech</i> da sua personagem, visto que preferia o uniforme de licra vermelha usado pelo Falcão nos quadradinhos. Em resposta às tensões raciais que ciclicamente irrompem na sociedade estadunidense, na viragem da década de 60 o Falcão foi emparelhado com o Capitão América, com quem passaria a dividir a respetiva série mensal. Foi também o primeiro super-herói afro-americano do Universo Marvel;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUAcAqo-PuJ2f-2W6mFx9x9-6yGnS6WqD2Pk5CY7kjcY7TwA1FKvl3glwyvWiM7vDkgVEhGpQONGkNoiaq5sWV8rknUXqspJBne7iTJG_yU2aRVFnofP7q19eriHFF-F2nSNTGwWuGc4Gk/s500/51-8yTqWonL._AC_.jpg"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="443" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUAcAqo-PuJ2f-2W6mFx9x9-6yGnS6WqD2Pk5CY7kjcY7TwA1FKvl3glwyvWiM7vDkgVEhGpQONGkNoiaq5sWV8rknUXqspJBne7iTJG_yU2aRVFnofP7q19eriHFF-F2nSNTGwWuGc4Gk/w355-h400/51-8yTqWonL._AC_.jpg" width="355" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Na BD, o Falcão foi o parceiro mais duradouro do Capitão América.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Robert Redford aceitou interpretar Alexander Pierce a pedido dos netos, fãs incondicionais do MCU. A escolha do veterano ator representou, em certa medida, uma homenagem ao seu papel em <i>Os Três Dias do Condor</i> (1975), o<i> thriller</i> de espionagem que mais influenciou a trama de <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i>. Redford ansiava, ademais, pela oportunidade de vestir a pele de um vilão, algo que raramente aconteceu ao longo da sua vetusta e oscarizada carreira;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Amigos de infância inseparáveis na vida real, Chris Evans e Scarlett Johansson escreveram juntos os próprios diálogos para algumas das partes do filme em que contracenavam. Partiu também de Johansson a ideia de usar em várias cenas um colar com um pendente em forma de flecha. Além da óbvia referência ao Gavião Arqueiro - seu colega nos Vingadores, cuja participação na película chegou a ser equacionada - a joia sugeria um hipotético relacionamento amoroso entre ambos, idêntico ao que em tempos as duas personagens viveram na banda desenhada;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>A cena em que o Capitão América salta de um avião militar a grande altitude sem se preocupar em usar um paraquedas referencia uma cena idêntica do número inaugural de <i>The Ultimates</i> (Os Supremos, versão moderna dos Vingadores). Já o uniforme em tons mais escuros usado pelo herói na primeira metade do filme foi decalcado do modelo por ele utilizado durante a fase em que, nos <i>comics</i>, foi diretor interino da SHIELD;</div><div style="text-align: justify;">*Velho inimigo do Capitão América, Batroc, o Saltador - um mercenário francês mestre em savate - foi interpretado por Georges St-Pierre, ex-campeão mundial de artes marciais mistas nascido na província canadiana do Québec;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgC0-Wzk-yWoARAbLwtJ0pxfqJI8U5__NNRiTfEhODI_XeN6QbhFApr2YcJA7U9cLitxHnHDf2IeFd8xCKQztU6sBCk9gx2aynHhAwh9V_zE4vjnibPmr0AMuqtEMqyGpfOwcc2h6ineet/s400/f25319ba9c0c55b23bc44793458b4376.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="382" data-original-width="400" height="383" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgC0-Wzk-yWoARAbLwtJ0pxfqJI8U5__NNRiTfEhODI_XeN6QbhFApr2YcJA7U9cLitxHnHDf2IeFd8xCKQztU6sBCk9gx2aynHhAwh9V_zE4vjnibPmr0AMuqtEMqyGpfOwcc2h6ineet/w400-h383/f25319ba9c0c55b23bc44793458b4376.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Batroc, o Saltador em ação.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>As filmagens em Washington D.C. tiveram como pano de fundo alguns dos monumentos nacionais mais importantes dos EUA, com destaque para o Memorial Abraham Lincoln, o Capitólio e a Ponte Theodore Roosevelt. Esta última foi encerrada pela primeira vez na sua história para acolher a gravação de um filme;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Elizabeth Olsen foi uma das atrizes cogitadas para interpretar Sharon Carter, antigo interesse amoroso do Capitão América nos quadradinhos. Apesar de o papel ter sido atribuído a Emily VanCamp, Olsen surgiu numa das cenas de epílogo como Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Além do inevitável Stan Lee, também Ed Brubaker, autor da saga homónima em que o filme foi baseado, fez um pequeno <i>cameo</i>: era ele um dos cientistas que testemunharam a apresentação do Soldado do Inverno num <i>bunker</i> secreto;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Antes do lançamento do filme, havia algumas dúvidas acerca do apelo que ele teria fora dos Estados Unidos, atendendo à circunstância de ter como protagonista um símbolo do patriotismo <i>yankee</i>. No entanto,<i> Capitão América: O Soldado do Inverno</i> obteve enorme êxito além-fronteiras. Surpreendentemente, foi na China que teve melhor acolhimento. Ao que parece, as aventuras de um super-herói disposto a desafiar o seu Governo quando o considera moralmente necessário mostraram-se particularmente atrativas para os cidadãos de uma nação com um regime autoritário;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwm5nikbQo8_zeWLQDyQbCkOIc_5yDNgWG98xjWHkHH_g6-M0_-n7UaHhl3tKkHqKnW7ztAhCcJsOnIL23XzsoADSxXaoOQpshMthOtkcSGjyb9iSegprM8leao_Zit3qqV_XerU8ZgOkv/s1957/acb6e7c4b41e3117f395b8abde79135b.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1957" data-original-width="1108" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwm5nikbQo8_zeWLQDyQbCkOIc_5yDNgWG98xjWHkHH_g6-M0_-n7UaHhl3tKkHqKnW7ztAhCcJsOnIL23XzsoADSxXaoOQpshMthOtkcSGjyb9iSegprM8leao_Zit3qqV_XerU8ZgOkv/w362-h640/acb6e7c4b41e3117f395b8abde79135b.jpg" width="362" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Sentinela da Liberdade é idolatrado mesmo pelos rivais dos EUA.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;">Veredito: 86%</b></div><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">À terceira foi de vez. Após duas partidas em falso (<i>Thor: O Mundo Sombrio</i> e, sobretudo, <i>Homem de</i> <i>Ferro 3</i>), a Fase 2 do MCU acertou o passo com <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i>. Os fãs puderam respirar de alívio com um filme que, além de épico, abriu caminho para o futuro. </span></div><div style="text-align: justify;">Apesar do título sugerir o contrário, <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i> não adapta apenas uma das melhores sagas do Sentinela da Liberdade; transpõe toda a respetiva ambientação e estilo narrativo. O próprio Soldado do Inverno, visualmente fiel aos quadradinhos, não é a personagem charneira da trama, antes uma peça importante de uma engrenagem muito maior. </div><div style="text-align: justify;">Sólida e cativante, a trama de <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i> faz inveja a muitos filmes de espionagem. Sem grandes falhas a nível de argumento e com uma toada empolgante - alternando entre sequências frenéticas e momentos mais calmos - a película é um autêntico festival de ação. O que não impediu o bom tratamento concedido a novas personagens, especificamente a Alexander Pierce e ao Falcão. Mesmo sem funcionar como um alívio cómico, este último proporciona alguns dos momentos mais divertidos da história. </div><div style="text-align: justify;">Com efeito, o humor típico da saga volta a destacar-se sem, contudo, cair nos exageros de capítulos anteriores. Do mesmo modo que o <i>bromance</i> entre Steve Rogers e Sam Wilson não resvala para um perturbante homoerotismo. </div><div style="text-align: justify;">No que respeita aos aspetos visuais, a película merece também rasgados elogios. Aos soberbos efeitos especiais - pedra de toque do MCU - acrescem vibrantes cenas de ação e lutas corpo a corpo muito bem coreografadas. O duelo inicial entre o Capitão América e Batroc é sensacional, perdendo apenas na comparação com as cenas de luta envolvendo o Soldado do Inverno.</div><div style="text-align: justify;">Lamentavelmente, esse nível elevado acaba por sair beliscado por aquele que é um dos pontos fracos do filme: a sequência final a bordo dos porta-aviões aéreos da SHIELD. Após tanta criatividade e emoção, custa a engolir a solução genérica de apertar um botão para neutralizar a ameaça. Ficando também a sensação de que o Soldado do Inverno poderia - e deveria - ter tido um papel mais grandioso no clímax.</div><div style="text-align: justify;">De resto, a história está pejada de <i>easter-eggs</i>: de menções a personagens novas a locais icónicos do Universo Marvel, são muitas as pequenas preciosidades a fazerem as delícias dos verdadeiros fãs da Casa das Ideias. </div><div style="text-align: justify;">Motivos de sobra para considerar <i>Capitão América: O Soldado do Inverno</i>, <i>ex aequo</i> com <i>Os</i> <i>Vingadores</i>, o melhor filme do MCU. Que me perdoem os fãs da Saga do Infinito, mas prefiro boas tramas a produções megalómanas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7WYDxU7x3fK4oyKSTsoMM24OI844jfSzaHGmkdT5irV1K1MpC1tCuwTk6wAffy8PoPg10uPD4AqmOcLTrWUn0zHVQQMCG3Ml6pughe2gO-4edlQlNSNeaHbzbJZ0jEB6hEw3ENQkvU3wG/s1002/CA2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1002" data-original-width="564" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7WYDxU7x3fK4oyKSTsoMM24OI844jfSzaHGmkdT5irV1K1MpC1tCuwTk6wAffy8PoPg10uPD4AqmOcLTrWUn0zHVQQMCG3Ml6pughe2gO-4edlQlNSNeaHbzbJZ0jEB6hEw3ENQkvU3wG/w360-h640/CA2.jpg" width="360" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O verdadeiro Soldado do Inverno é aquele<br /> que não se submete à tirania nem perde a esperança<br />em tempos sombrios.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*<span style="font-size: x-small;">Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: x-small;">*Artigos sobre a Viúva Negra e o filme dos Vingadores disponíveis para leitura complementar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div></div><div style="text-align: left;"><br /></div></span></div><div><b><br /></b></div>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-186880421795978262021-03-04T12:09:00.003+00:002021-03-09T16:48:47.889+00:00GALERIA DE VILÕES: DENTES-DE-SABRE<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZZ7HcoQtxK2lpyulQ2LUXd_bSRe92fBBsEOUDJnuZkIpJTI2_30j9E6yjvFKvEiQe6EfrDjfxj4hnKoyO8xlJw6ummg2SyYgXHGstF4lKoQXWPDYP1LmaQ2A3hiktRJPzfiGbmk4cehmw/s1152/Dentes+3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="877" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZZ7HcoQtxK2lpyulQ2LUXd_bSRe92fBBsEOUDJnuZkIpJTI2_30j9E6yjvFKvEiQe6EfrDjfxj4hnKoyO8xlJw6ummg2SyYgXHGstF4lKoQXWPDYP1LmaQ2A3hiktRJPzfiGbmk4cehmw/w488-h640/Dentes+3.jpg" width="488" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Matar faz parte da natureza de qualquer predador, mas apenas a besta-fera mutante o faz por diversão. A sua desvairada sede de sangue não poupa sequer a própria espécie e, por isso, tem Wolverine como presa favorita.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Denominação original: </b>Sabretooth</div><div style="text-align: justify;"><b>Editora: </b>Marvel Comics</div><div style="text-align: justify;"><b>Criadores: </b>Chris Claremont (história) & John Byrne (arte conceptual) </div><div style="text-align: justify;"><b>Estreia:</b><i> Iron Fist </i>#14 (agosto de 1977)</div><div style="text-align: justify;"><b>Identidade civil: </b>Victor Creed</div><div style="text-align: justify;"><b>Espécie:</b><i> Homo Superior</i></div><div style="text-align: justify;"><b>Local de nascimento: </b>Edmonton, na província canadiana de Alberta.</div><div style="text-align: justify;"><b>Parentes conhecidos: </b>Victoria e Zebadiah Creed (pais, falecidos); Luther e Saul Creed (irmãos, falecidos); Clara Creed (irmã); Graydon Creed (filho)</div><div style="text-align: justify;"><b>Ocupação: </b>Ex-soldado e ex-mercenário, ganha por estes dias a vida como assassino profissional a soldo de organizações criminosas como a Yakuza ou o Tentáculo.</div><div style="text-align: justify;"><b>Base operacional: </b>Sempre no encalço de novas presas e ele próprio com a cabeça a prémio, raramente permanece mais do que um par de semanas no mesmo local. </div><div style="text-align: justify;"><b>Afiliações: </b>Ex-operacional do Programa Arma X; ex-líder da Equipa X; ex-parceiro do Constritor; ex-membro dos Carrascos, do Tentáculo e da Irmandade de Mutantes. Apesar de preferir operar a solo, Dentes-de-Sabre possui uma faceta gregária. As suas alianças são no entanto sempre precárias. A sua torpeza moral fará com que, à primeira oportunidade, traia e/ou mate os seus companheiros de equipa.</div><div style="text-align: justify;"><b>Némesis: </b>Wolverine</div><div style="text-align: justify;"><b>Poderes e parafernália:</b> Dentes-de-Sabre é um mutante cuja habilidade primária consiste, tal como Wolverine, num fator de cura acelerado que lhe permite regenerar tecidos destruídos e ossos fraturados em questão de minutos. Esse poder inato concede-lhe, ademais, imunidade a um amplo espectro de doenças, venenos e toxinas, retardando, ainda, drasticamente o seu processo natural de envelhecimento. Embora a data precisa do nascimento de Victor Creed seja uma incógnita, estima-se que terá vindo ao mundo cerca de 200 anos atrás.</div><div style="text-align: justify;">Em função da equipa criativa, a extensão dos poderes de Victor Creed oscilou ao longo dos anos. O seu fator de cura, por exemplo, só seria introduzido no âmbito de um <i>retcon</i> que o transformou no inimigo figadal de Wolverine. Tanto assim que, nas suas aparições inicias em<i> Iron Fist</i>, Dentes-de-Sabre era um vilão mediano, facilmente derrotado pelo Punho de Ferro num <i>mano a mano.</i> </div><div style="text-align: justify;">Imitando o animal pré-histórico de quem tomou emprestado o nome, Dentes-de-Sabre possui sentidos aguçados que lhe permitem, entre outras coisas, rastrear pessoas através do respetivo odor corporal, mesmo que este se tenha deteriorado ou sido mascarado por outros cheiros. Esse é, de resto, um dos talentos mais apreciados pelos seus empregadores.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhqd0rbyzUXWjedsSJGEv9694uY-FuJIAcdZriLFV_OUkT26V4V5c_jIgCL62HUI-uelERBzj6VIsKVkiCDVNxJoKz1XVSHBSfhAnWRKkAk2c-Ox1fv3a1ZMnZo7UpdOEX4RpJCZ83D1NP/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="1200" data-original-width="791" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhqd0rbyzUXWjedsSJGEv9694uY-FuJIAcdZriLFV_OUkT26V4V5c_jIgCL62HUI-uelERBzj6VIsKVkiCDVNxJoKz1XVSHBSfhAnWRKkAk2c-Ox1fv3a1ZMnZo7UpdOEX4RpJCZ83D1NP/w421-h640/image.png" width="421" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Dentes-de-Sabre nunca perde o rastro da presa.</b></span></td></tr></tbody></table><br />Dependendo do nível de ruído ambiente, Dentes-de-Sabre consegue ouvir qualquer coisa num raio de cinco quilómetros. É também um excelente caçador noturno, graças à sua capacidade de enxergar no escuro. Diz-se até que os seus olhos conseguem detetar porções infravermelhas e ultravioletas do espectro luminoso impercetíveis ao olho humano.</div><div style="text-align: justify;">Dono de um físico imponente, Dentes-de-Sabre teve a sua força artificialmente aumentada em diversas ocasiões. Apesar do limite superior da mesma nunca ter sido aferido, sabe-se que o vilão é capaz de dobrar barras de ferro com as próprias mãos e levantar perto de meia tonelada.</div><div style="text-align: justify;">Em complemento a estes aprimoramentos físicos, o fator de cura de Dentes-de-Sabre dota-o de vigor e resistência sobre-humanos, inibindo o acúmulo de ácido lático nos seus músculos. Mesmo em esforço contínuo, serão precisos vários dias até que ele sinta fadiga.</div><div style="text-align: justify;">Tanto as garras retráteis nas mãos e pés de Dentes-de-Sabre como os seus caninos salientes são feitos de uma substância mais densa do que os ossos humanos, a qual lhe permite estraçalhar facilmente a carne dos seus oponentes. Depois de revestido com <i>adamantium</i>, o esqueleto do vilão tornou-se virtualmente inquebrável. Como se perceberá na secção seguinte, não sendo imortal, Dentes-de-Sabre é duro de matar.</div><div style="text-align: justify;">A agilidade e reflexos felinos de Dentes-de-Sabre fazem dele um exímio caçador furtivo. Raramente as suas presas se apercebem da sua presença até ser tarde demais. E mais raramente ainda sobrevivem ao ataque. </div><div style="text-align: justify;">Guiado pela sua mente predatória, o Mutante Selvagem não faz distinção entre humanos e <i>Homo Superior</i>. Uns e outros não passam de carniça para aplacar a sua fome leonina de violência e morte. No entanto, quanto mais exigente for a caçada, maior será o prazer que Dentes-de-Sabre retirará dela.</div><div style="text-align: justify;">Quando tomado pela sua fúria animalesca - algo que sucede com perturbadora frequência - Dentes-de-Sabre torna-se imune à dor e aumenta a sua resistência ao controlo mental. Apesar dessa sua ferocidade intrínseca, Victor Creed evidencia elevada inteligência a nível tático e estratégico. Patente, por exemplo, na sua habilidade para evitar a captura e para escapar, sem qualquer tipo de assistência, de estabelecimentos prisionais de segurança máxima. </div><div style="text-align: justify;">Em resultado do treino recebido na Equipa X, Dentes-de-Sabre é extremamente competente no combate armado e desarmado, revelando proficiência no manejo de armamento diversificado. É também fluente em Alemão e Espanhol.</div><div style="text-align: justify;">Em suma, pelo seu sadismo e crueldade, Dentes-de-Sabre representa sempre um festival de sofrimento para os seus oponentes. Mesmo o mais endurecido dos guerreiros sente o toque gelado do medo perante as suas erupções de violência irracional. Que o diga Wolverine, que nunca saiu vitorioso de um duelo com o seu sanguinolento arquirrival.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnZGHjVTQzJjNVP-inlnmpzUXTckglhYFwbMhKe4zU7QJqmnA5V0dsZqGdN5Wp2h9EAonrlHEJR6iZaJuTTh40zdcG8ybDqTz1rTR8i5FhsuoRxlmhGtsWlDDfz6tFiS60C_5AGN_XHwMt/s915/Salvador+Vel%25C3%25A1squez.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="915" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnZGHjVTQzJjNVP-inlnmpzUXTckglhYFwbMhKe4zU7QJqmnA5V0dsZqGdN5Wp2h9EAonrlHEJR6iZaJuTTh40zdcG8ybDqTz1rTR8i5FhsuoRxlmhGtsWlDDfz6tFiS60C_5AGN_XHwMt/w420-h640/Salvador+Vel%25C3%25A1squez.jpg" width="420" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Brinde a um velho inimigo.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>Fraquezas: </b>Devido às semelhanças entre os poderes de ambos, Dentes-de-Sabre e Wolverine possuem algumas fragilidades em comum. Desde logo, a vulnerabilidade à Lâmina Muramasa. Também conhecida como Catana Amaldiçoada, trata-se de uma espada mística forjada, segundo reza a lenda, a partir de um fragmento da alma do ferreiro japonês do século XV que lhe deu nome. A Muramasa ceifa a vida de todos aqueles que corta, aprisionando as almas das suas vítimas na sua lâmina encantada. Mesmo fatores de cura ultraeficientes como os de Dentes-de-Sabre e Wolverine podem ser anulado por ela.</div><div style="text-align: justify;">Também a exposição ao <i>carbonadium</i> pode comprometer seriamente o fator de cura de Dentes-de-Sabre. Se uma bala comum dificilmente arrancará mais do que um rosnado de dor à besta-fera mutante, um projétil revestido por esse material radioativo de fabrico soviético poderá provocar-lhe ferimentos graves, que demorarão muito mais tempo a sarar do que o habitual.</div><div style="text-align: justify;">Não obstante, existem apenas dois métodos comprovadamente capazes de matar Dentes-de-Sabre: afogamento e decapitação / dano espinhal severo. Na primeira opção, os mais de 45 Kg de <i>adamantium</i> implantados no corpo do Mutante Selvagem reduzem a sua flutuabilidade. A imersão em água ou em qualquer outro líquido privará de oxigénio o seu cérebro, desabilitando dessa forma o seu fator de cura. Idêntico princípio decorre da segunda opção: o seccionamento da cabeça de Dentes-de-Sabre impedirá a sua mente de enviar sinais aos órgãos vitais, que assim entrarão em falência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn9JNBkTlfhRamPO_CTrOcwjAli9_0EuODfJ4spm5GeTKQJ-s2jXdIdj9tPSweMFVKbEDj1z6g9hm8Szvl4xQPXrGP4pnrJWSFFUprhZvHWN_wvyBFbKyZvucyC-0q653PrZk19TATwXT2/s1024/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="723" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn9JNBkTlfhRamPO_CTrOcwjAli9_0EuODfJ4spm5GeTKQJ-s2jXdIdj9tPSweMFVKbEDj1z6g9hm8Szvl4xQPXrGP4pnrJWSFFUprhZvHWN_wvyBFbKyZvucyC-0q653PrZk19TATwXT2/w452-h640/a1.jpg" width="452" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Wolverine recebe a Lâmina Muramasa das mãos do seu criador. </b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Instinto assassino</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">À primeira vista, Dentes-Sabre pode parecer apenas uma versão perversa (e ainda mais sanguinária) de Wolverine. Estreitando, porém, o <i>zoom</i>, descobre-se uma personagem complexa com alguns apontamentos surpreendentes. Desde logo o facto de nem sempre ter sido mutante ou ter tido qualquer ligação aos X-Men.</div><div style="text-align: justify;">De facto, quando em agosto de 1977, Dentes-de-Sabre fez a sua estreia em <i>Iron Fist</i> #14, não possuía fator de cura nem foi feita qualquer referência à sua condição de <i>Homo Superior.</i> Chris Claremont e John Byrne tinham-no concebido como antagonista recorrente do Punho de Ferro, com quem foi à liça repetidas vezes antes de cruzar o caminho dos pupilos do Professor X.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXihRhXNmB52AKut809mhbijE-0yX4orTTqdZ30zMFVb5AohO2IVEogkmmiSd-2BMjdzPBDUay2NcQpQJ3E7kzq_5toRv0gpVN_aVaMbBFIHJHYl_Zh0slWmpOV9ckV-iXeW9VS_V7ns7N/s466/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="300" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXihRhXNmB52AKut809mhbijE-0yX4orTTqdZ30zMFVb5AohO2IVEogkmmiSd-2BMjdzPBDUay2NcQpQJ3E7kzq_5toRv0gpVN_aVaMbBFIHJHYl_Zh0slWmpOV9ckV-iXeW9VS_V7ns7N/w412-h640/a1.jpg" width="412" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A sangrenta estreia de Dentes-de-Sabre em <i>Iron Fist</i> #14 (1977).</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Em aparições subsequentes, Dentes-de-Sabre foi emparelhado com o Constritor, passando a dupla a enfrentar vigilantes urbanos como os Heróis de Aluguer. Sem que (quase) nada fosse revelado acerca do seu passado, Dentes-de-Sabre parecia predestinado a ser apenas outro vilão genérico. Mas Chris Claremont tinha outros planos para ele e aprestou-se a desvelar-lhe a origem, com muitos paralelismo com a de Wolverine.</div><div style="text-align: justify;">Acredita-se que Victor Creed, o homem que o mundo aprendeu a temer como Dentes-de-Sabre, terá nascido nas primeiras décadas do século XIX, numa cidadezinha esquecida na província canadiana de Alberta. No entanto, as suas memórias foram adulteradas por organizações clandestinas como a Arma X, pelo que se afigura difícil saber quais são reais e quais aquelas que foram implantadas na sua mente.</div><div style="text-align: justify;">De todo o modo, a memória mais antiga de Victor remonta ao dia em que, ainda criança, assassinou o seu irmão por causa de uma fatia de bolo. Especula-se que esse trágico incidente poderá ter coincidido com a primeira manifestação dos seus poderes mutantes. Outros relatos apontam para que isso tenha acontecido anos antes, quando o pequeno Victor terá matado o médico que, a pedido dos pais, o examinava.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7y1smS5nHW1pR-4XzXekoYU7B9MDKVsgg8wAm87GqR5NjGdCxZ_2VCe4lXgtBMgW-UgvZYsbu19qYzbHLPvjO8J5qN0n5gB0MI7baNu0W_7XOglic4m8avuAuyYF0Cbgevb9B2nebsKxk/s837/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="699" data-original-width="837" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7y1smS5nHW1pR-4XzXekoYU7B9MDKVsgg8wAm87GqR5NjGdCxZ_2VCe4lXgtBMgW-UgvZYsbu19qYzbHLPvjO8J5qN0n5gB0MI7baNu0W_7XOglic4m8avuAuyYF0Cbgevb9B2nebsKxk/w400-h334/a1.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O irmão de Victor Creed foi a primeira vitima da sua selvajaria.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acorrentado pelo pai numa cave, Victor viveu os anos seguintes como um animal enjaulado. Até ao dia em que mordeu a própria mão para escapar. Apesar de ter matado o pai que o torturara, poupou a vida à mãe que fora surda às suas súplicas.</div><div style="text-align: justify;">Finalmente livre do seu longo cativeiro, Victor, qual besta-fera sedenta de sangue e vingança, deu rédea solta ao seu instinto assassino. Aos 13 anos já assolara três províncias canadianas e matara outros tantos agentes da Lei. </div><div style="text-align: justify;">Mais tarde, em 1912, Victor atacou Blackfoot, uma pequena comunidade onde coabitavam brancos e indígenas. E que, por aqueles dias, dava guarida a um homem solitário e sem passado chamado Logan. Do ataque resultou a (aparente) morte de Raposa Prateada, a amante índia de Logan. Foi, pois, com o sangue de uma inocente que começou a ser escrita a história de uma das mais velhas e cruéis inimizadas dos quadradinhos. </div><div style="text-align: justify;">Após várias décadas em paradeiro incerto, Victor Creed, agora cognominado Dentes-de-Sabre, ressurgiu em plena Guerra do Vietname no comando da Equipa X, grupo especializado em operações clandestinas com o patrocínio da CIA. Durante esse período, Victor e Logan combateram lado a lado. Mas nem o facto de serem irmãos de armas amenizou o ódio mútuo. Ao contrário do rival, Victor não fazia o menor esforço para reprimir a sua selvajaria e deliciava-se com a matança de aldeões.</div><div style="text-align: justify;">´<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj4-Z-vVwa9rSzaAYxX0H4NrJ-jEDQTm9VETBQ_kNsoVbdcRgITju7XMhJD9Mwhj5tkHv-0qKZWAHlCdOGB4qd5Cbo5-mJFxw3pJZfZGFoV1pdEEhOPolO8EjYPR6P3bmNKjuKxniggdcT/s328/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="328" data-original-width="250" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj4-Z-vVwa9rSzaAYxX0H4NrJ-jEDQTm9VETBQ_kNsoVbdcRgITju7XMhJD9Mwhj5tkHv-0qKZWAHlCdOGB4qd5Cbo5-mJFxw3pJZfZGFoV1pdEEhOPolO8EjYPR6P3bmNKjuKxniggdcT/w305-h400/a1.jpg" width="305" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Victor Creed reencontrou Logan na Equipa X.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;">Anos mais tarde, durante uma missão na Alemanha, Dentes-de-Sabre foi designado para proteger Leni Zauber, uma sedutora espia germânica. O casal tornou-se íntimo e Zauber (na verdade, Mística sob disfarce) acabaria por dar à luz um filho em segredo. Em adulto, Graydon Creed fundaria os Amigos da Humanidade em vésperas de se candidatar à Casa Branca estribado numa agenda antimutante. Graydon nunca perdoou o abandono a que foi votado pelos pais mutantes - embora, em abono da verdade, Victor ignorasse a sua existência. </div><div style="text-align: justify;">Cooptado para a Arma X, um programa militar ultrassecreto do Governo canadiano objetivando a criação de supersoldados, Dentes-de-Sabre foi submetido a uma lavagem cerebral e teve falsas memórias implantadas. Reencontrou, uma vez mais, Logan (vulgo Wolverine) e, tal como ele, teve o seu esqueleto revestido com <i>adamantium</i>. Se um e outro já eram perigosos antes dessa transformação, depois dela converteram-se em máquinas de matar virtualmente indestrutíveis. </div><div style="text-align: justify;">Primeiro sozinho, depois em parceria com o Constritor, Dentes-de-Sabre passaria entretanto a operar como um assassino de aluguer muito requisitado no submundo do crime. Tal como Wolverine, ele era o melhor naquilo que fazia. Mas o que fazia não era bonito de se ver.</div><div style="text-align: justify;">Logo após a dissolução da sua sociedade com o Constritor (e de o ter deixado às portas da morte), Dentes-de-Sabre foi recrutado por Gambit para integrar os Carrascos. Às ordens do Senhor Sinistro, o grupo massacrou os Morlocks, a comunidade de párias mutantes instalada nos túneis subterrâneos de Nova Iorque. Dentes-de-Sabre e Wolverine voltaram a então a digladiar-se, tendo sido essa a primeira ocasião em que o vilão se assumiu como mutante.</div><div style="text-align: justify;">Fiel à sua natureza selvagem, Dentes-de-Sabre reconhece apenas a lei do mais forte e continua a ter em Wolverine a sua presa favorita. Todos os anos, no dia de aniversário de Logan, Dentes-de-Sabre acossa o seu rival e tenta matá-lo. Numa versão mais brutal do jogo do gato e do rato, em que apenas o primeiro se diverte.</div><div style="text-align: justify;">.<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj54vfLe7q0m5olDlx1AenjxTsiNdNIarcJmH882Tj20begSQfbPA99gVsjxL2wCDwPpCVfhnPIn5EL7iidtBvDR74l6kH-BexMVcCCM0GtM6KofhTGWz_JmcnLUtjwHlAnjMc3n10vvVxK/s677/Wolvie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="677" data-original-width="471" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj54vfLe7q0m5olDlx1AenjxTsiNdNIarcJmH882Tj20begSQfbPA99gVsjxL2wCDwPpCVfhnPIn5EL7iidtBvDR74l6kH-BexMVcCCM0GtM6KofhTGWz_JmcnLUtjwHlAnjMc3n10vvVxK/w446-h640/Wolvie.jpg" width="446" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sangue na neve.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b>Miscelânea</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Esquartejador, El Tigre, Deus da Caça, Mutante Selvagem, Senhor dos Assassinos do Hemisfério Oriental e Carniceiro de Daimsho são as macabras alcunhas associadas a Dentes-de-Sabre. Com centenas de mortes no currículo, faz jus a cada uma delas e a sua sangrenta reputação precede-o;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Dentes-de-sabre é a designação genérica atribuída aos grandes felídeos pré-históricos que, cerca de 700 mil anos atrás, percorriam os vastos territórios correspondentes à América do Norte e do Sul. Caçadores eficientes, dispunham de membros anteriores excecionalmente desenvolvidos e longos caninos concebidas para abaterem animais de porte superior ao seu, como bisontes, cavalos ou até mamutes. O mais conhecido era o esmilodonte, extinto há, aproximadamente, 10 mil anos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Antes de deixar a série mensal dos X-Men, John Byrne tinha várias histórias prontas. Uma delas mostraria como Dentes-de-Sabre (que, até então, tinha aparecido apenas em <i>Iron Fist)</i>, depois de assassinar Mariko, a amada de Wolverine, acabava morto às mãos deste. Não sem antes revelar que era o pai de Logan. Esta revelação iria ao encontro da velha pretensão de Chris Claremont de atribuir a paternidade de Wolverine ao seu arquirrival, ligação familiar que outros escritores dos Filhos do Átomo descartaram;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Apesar de, ao longo da vida, Victor Creed pouco ou nada ter feito para contrariar o seu instinto assassino, por vezes o seu lado animalesco oprime-o. Para o manter controlado, coagiu em tempos uma telepata chamada Colibri a ministrar-lhe regularmente um sedativo psíquico a que ele chamava "Brilho". Após a morte de Colibri, os sintomas de abstinência exacerbaram ainda mais a ferocidade de Dentes-de-Sabre, levando-o a procurar ajuda junto dos X-Men. Acabaria no entanto lobotomizado pelo Professor X e, durante algum tempo, colocou os seus extraordinários talentos de rastreador ao serviço do grupo;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFRWw0ka1lSo-IQoVFQ5PchYjWTyj-vRiY-BbvkdVjKBiuKM9XP_fxAIgDoAR4doDcVv_0_OJGKMs7tylyHpzLHysyq9bAcKb_yuVkTTkbM8kv7PMt5RaMD8HmZy9OABe0WH1yMRaD2j7g/s2048/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1309" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFRWw0ka1lSo-IQoVFQ5PchYjWTyj-vRiY-BbvkdVjKBiuKM9XP_fxAIgDoAR4doDcVv_0_OJGKMs7tylyHpzLHysyq9bAcKb_yuVkTTkbM8kv7PMt5RaMD8HmZy9OABe0WH1yMRaD2j7g/w410-h640/a1.jpg" width="410" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Colibri era um bálsamo para alma atormentada de Victor Creed.</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Quando, a fim de garantir a subserviência dos Carrascos, o Senhor Sinistro clonou os seus membros aos pares, Maré Selvagem (Riptide, no original) foi o parceiro genético de Dentes-de-Sabre. Por razões nunca explanadas, o Senhor Sinistro lamentaria mais tarde a impossibilidade de voltar a clonar Dentes-de-Sabre;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Dentes-de-Sabre serviu de inspiração a um vilão da DC chamado Coiote. Trata-se de um dos integrantes dos Extremistas, grupo de terroristas meta-humanos que, em diversas ocasiões, mediram forças com a Liga da Justiça;</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyrLIxvQzSb1as4LdRx1MbuANyh-orT8z_5OS8SKIm_WMlSm3Yvgqn6Q9SVHwKQJPuRvDYUfi1Z5qlZEzsNGNmwJjLs01Lb8VgItzLl_worDkTGN1oQcEdmwNwgIqR0j3RzuWUAh3U8l9/s512/a1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="321" data-original-width="512" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyrLIxvQzSb1as4LdRx1MbuANyh-orT8z_5OS8SKIm_WMlSm3Yvgqn6Q9SVHwKQJPuRvDYUfi1Z5qlZEzsNGNmwJjLs01Lb8VgItzLl_worDkTGN1oQcEdmwNwgIqR0j3RzuWUAh3U8l9/w400-h251/a1.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Coiote (DC) <i>versus </i>Dentes-de-Sabre. <br />Descubram as diferenças.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Dentes-de-Sabre fez a sua primeira aparição no Brasil em<i> Mestre do Kung Fu</i> nº30 (Bloch, 1978). Três anos mais tarde, em 1981, já sob o selo da Abril, a sua origem seria revisitada em <i>Heróis da TV</i> nº21. Nessa e noutras histórias subsequentes publicadas pela mesma editora, o vilão surgiu identificado como Dente-de-Sabre, numa tradução literal da sua nomenclatura original (em inglês, "tooth" é o singular de "teeth");</div><div style="text-align: justify;">*Desde 2009 que Dentes-de-Sabre ocupa, resvés com Pistoleiro e Arlequina (ambos da DC), o 44º lugar na lista dos cem maiores vilões de todos os tempos elaborada pelo<i> site </i>de entretenimento IGN. No ano anterior, a revista <i>Wizard</i> atribuíra-lhe a 193ª posição no seu <i>ranking</i> das 200 melhores personagens dos quadradinhos;</div><div style="text-align: justify;"><b>*</b>Presença assídua em várias séries animadas e jogos de vídeo dos Filhos do Átomo, no cinema Dentes-de-Sabre foi interpretado pelo ex-<i>wrestler </i>Tyler Mane em <i>X-Men</i> (2000) e por Liev Schreiber em <i>X-Men Origins:</i> <i>Wolverine</i> (2009), sendo retratado neste último como meio-irmão de Logan.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaNqgkX69ZbuwjGCeOkUXGjyOSJKrgG7EC80lJV07WrzurIkFp2HNB_R9DY3sphdek0zUmIL2rRkec3i9ZwszTTxkPOsM0ViFmYeyYRmqq_g_62mJMmbPAQ9YjZU1wqPVk8yKEgUtRwqVA/s491/Atores.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="276" data-original-width="491" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaNqgkX69ZbuwjGCeOkUXGjyOSJKrgG7EC80lJV07WrzurIkFp2HNB_R9DY3sphdek0zUmIL2rRkec3i9ZwszTTxkPOsM0ViFmYeyYRmqq_g_62mJMmbPAQ9YjZU1wqPVk8yKEgUtRwqVA/w640-h360/Atores.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Liev Schreiber (esq.) e Tyler Mane encarnaram Dentes-de-Sabre no cinema.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à variante europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Artigos sobre Chris Claremont, John Byrne, Mística, Senhor Sinistro e <i>Massacre de Mutantes</i> disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-829662881004929683.post-70761694342930366192021-02-04T12:21:00.002+00:002021-02-11T10:58:44.065+00:00HERÓIS EM AÇÃO: SOCIEDADE DA JUSTIÇA DA AMÉRICA <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBZyYz36pd4oQy8vKnJRqhhA1-jcZyaRg7O-OnmHwECf9Ppr4_hOnusRJb4g7572Iht2kfaZ4DaFqhbw_9FlFxvhFRfhDyPUq2FaeMi-sGXxiMEJKg4uP178PBBCoqzTdjS6UMHZt0Pw_b/s533/JSA3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="385" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBZyYz36pd4oQy8vKnJRqhhA1-jcZyaRg7O-OnmHwECf9Ppr4_hOnusRJb4g7572Iht2kfaZ4DaFqhbw_9FlFxvhFRfhDyPUq2FaeMi-sGXxiMEJKg4uP178PBBCoqzTdjS6UMHZt0Pw_b/w462-h640/JSA3.jpg" width="462" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"> A história da primeira equipa de super-heróis - aliança de velhas glórias da Idade de Ouro - confunde-se com a da própria DC. Tantas vezes arrastado pelo inelutável caudal de uma continuidade convulsa, o seu legado mantém-se teimosamente à tona na memória coletiva.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Denominação original:</b> Justice Society of America</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Editora:</b> DC</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Criadores: </b>Sheldon Mayer e Gardner Fox</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Estreia:</b> <i>All-Star Comics</i> #3 (dezembro de 1940)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Local de formação: </b>Casa Branca, Washington D.C.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Membros fundadores: </b>Lanterna Verde (Alan Scott), Flash (Jay Garrick), Homem-Hora (Rex Tyler), Senhor Destino (Kent Nelson), Átomo (Albert Pratt), Gavião Negro (Carter Hall), Espectro (Jim Corrigan) e Sandman (Wesley Dodds)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Base operacional: </b>Civic City, um subúrbio de Filadélfia, foi o primeiro quartel-general da equipa, sediada desde o pós-Crise num discreto edifício de arenito no centro da Nova Iorque da Terra-2.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Némesis: </b>Sociedade da Injustiça</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b>Cavaleiros da Távola Redonda</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Qual figuração moderna dos Cavaleiros da Távola Redonda, a Sociedade da Justiça da América (SJA) vem combatendo o Mal nas suas diferentes formas desde 1940, ano em que inaugurou uma nova e bem sucedida tendência. Foi ela, com efeito, a primeira equipa de super-heróis da história dos <i>comics</i>, pavimentando o caminho para uma multidão de epígonos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">De tão inextricavelmente ligada à fundação da DC, a origem da SJA confunde-se com a da própria editora que a apadrinhou. Tudo começou em 1939, quando o proprietário da National Comics, Harry Donenfeld, se associou ao pioneiro da indústria dos quadradinhos Max Gaines para formar uma empresa irmã chamada All-American Publications. A despeito do seu estatuto de subsidiária, a nova companhia disporia de ampla autonomia editorial, bem como do seu próprio acervo de personagens.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao cabo do primeiro ano de existência, no inventário da All-American Publications pontificavam ativos tão valiosos como Flash, Lanterna Verde ou Gavião Negro. Todos eles desfilavam o seu heroísmo pelas páginas de <i>All-American Comics</i>, título antológico que serviria de inspiração ao lançamento de <i>All-Star</i> <i>Comics,</i> em junho de 1940.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A proposta editorial de <i>All-Star Comics </i>consistia inicialmente em reunir numa mesma revista os heróis mais populares das duas empresas que, pouco tempo depois, se fundiriam para dar origem à DC. Um almanaque pejado de justiceiro fantasiados representava, por si só, uma novidade, logo replicada pela concorrência. Nos meses seguintes, a MLJ (subsidiária da Archie Comics) apostaria forte em <i>Jackpot</i> <i>Comics</i>, ao passo que a Timely (antepassada da Marvel) brindaria os leitores com <i>All-Winners Comics</i>.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A verdadeira inovação chegaria, porém com o terceiro número de<i> All-Star Comics</i>, datado de dezembro de 1940. Por sugestão de Sheldon Mayer, editor-chefe da All-American Publications, os <i>habitués</i> da série foram, pela primeira vez, reunidos numa mesma história. Assinada por Gardner Fox, nela participaram dois representantes de cada uma das quatro antologias então publicadas pela National e pela All-American: Flash & Gavião Negro (<i>Flash Comics</i>), Átomo & Lanterna Verde (<i>All-American</i> <i>Comics</i>), Senhor Destino & Espectro (<i>More Fun Comics</i>) e ainda Homem-Hora & Sandman (<i>Adventure</i> <i>Comics</i>). Oito titãs da justiça que nunca antes haviam trabalhado juntos. Mas isso estava prestes a mudar. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizKnedOdIw-Cf5-NEmenxSqjtp-Z2dwoqE3lj13a3IKzS3xxU-Qn0qXEPdQBSlrCkXTwf3sf8AqHwwzsYdwHx2EwU5N9RxuqROfrOE14T7pSDyf90wyc3z9fUYOcKNJUzbhjO37paG8v9a/s1650/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1650" data-original-width="1073" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizKnedOdIw-Cf5-NEmenxSqjtp-Z2dwoqE3lj13a3IKzS3xxU-Qn0qXEPdQBSlrCkXTwf3sf8AqHwwzsYdwHx2EwU5N9RxuqROfrOE14T7pSDyf90wyc3z9fUYOcKNJUzbhjO37paG8v9a/w416-h640/A1.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O ato fundador da SJA teve lugar em<i> All-Star Comic</i>s #3 (1940).</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Desse primeiro conclave informal resultou a formação da Sociedade da Justiça da América. À falta de um inimigo comum que justificasse a união de esforços, os heróis, sentados a uma mesa de restaurante(!), limitaram-se a compartilhar entre si algumas das suas maiores façanhas. Extasiados, os leitores ficaram no entanto sem saber o que motivara aquela inusitada reunião. Com efeito, conforme se perceberá na segunda parte deste artigo, só três décadas mais tarde seria revelada a origem oficial do grupo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Conscientes de que haviam tropeçado numa mina de ouro, a National e a All-American apressaram-se a alterar a periodicidade de<i> All-Star Comics </i>de trimestral para bimestral. Ao invés de apenas revisitarem os seus feitos individuais, os heróis passaram, também, a operar como um verdadeiro coletivo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nas suas primícias, <i>All-Star Comics</i> apresentava aventuras a solo de vários heróis (frequentemente desenhados pelas seus equipas criativas regulares), culminando com a reunião da SJA contra um inimigo comum na ponta final de cada história. Com uma extensão até 58 páginas, os contos de recorte épico enlevavam os leitores, aparentemente indiferentes à arte tosca e às muitas inconsistências cronológicas (à época, continuidade era mera abstração).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Ao elenco estelífero da SJA começou por presidir o Flash, mas o seu mandato seria curto. Devido às suas obrigações como defensor de Keystone City, o Velocista Carmesim viu-se obrigado, logo em <i>All-Star-Comics</i> #7, a renunciar à liderança da recém-fundada equipa. Em boa verdade, o motivo para essa circunstância foi outro. Flash acabara de ganhar a sua própria série mensal, prerrogativa que ditou a sua inapelável expulsão da antologia.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSxD9nt_eE5YQBrCdBHVPLQjWnCeou2i56nHn4WmIdGi6nRdSShBNgFyNfTxZ8x8DxNKE4JBYzs-WP5fyyXc2VHEH3WFltFteqEMCvOnLyV4aSrHVhj9s7Riup3FYt2xPAvdY9Rs8xrFJw/s800/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="604" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSxD9nt_eE5YQBrCdBHVPLQjWnCeou2i56nHn4WmIdGi6nRdSShBNgFyNfTxZ8x8DxNKE4JBYzs-WP5fyyXc2VHEH3WFltFteqEMCvOnLyV4aSrHVhj9s7Riup3FYt2xPAvdY9Rs8xrFJw/w303-h400/A1.jpg" width="303" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Flash foi o primeiro líder da SJA.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Com o tempo, <i>All-Star Comics</i> passara a ter como objetivo primordial a promoção de personagens de segunda linha. Em razão dele, qualquer herói que protagonizasse a sua própria série seria considerado inelegível para participar na antologia. De modo a prevenir os perigos subjacentes à sobre-exposição, era pois esse o principal critério de admissão na SJA. O mesmo que explica a atribuição do estatuto de membros honorários ao Super-Homem e ao Batman, reduzidos a participações esporádicas nas histórias do grupo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">No entanto, a recíproca também era aplicável: se uma personagem perdia destaque noutra série era prontamente desfiliada da SJA. A primeira vítima dessa regra foi o Homem-Hora, após ter tido o respetivo segmento cancelado em <i>Adventure Comics.</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Após a saída forçada do Flash, a SJA seria brevemente capitaneada pelo Lanterna Verde. Cujo mandato seria ainda mais curto do que o do antecessor, ao ser-lhe, logo em seguida, atribuída uma série epónima. Sucedeu-lhe então o Gavião Negro, que lideraria a equipa até ao cancelamento de <i>All-Star Comics</i>, no início de 1951.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Desfalcada de dois dos seus membros mais proeminentes, a SJA admitiria logo depois nas suas fileiras Johnny Trovoada (até então uma espécie de mascote da equipa) e Starman (Ted Knight), em quem os editores depositavam grandes esperanças. Menores, ainda assim, do que aquelas que depositavam na Mulher-Maravilha, cuja estreia ocorreu em <i>All-Star Comics</i> #8 (dezembro de 1941). Em nome da diversidade, Diana juntar-se-ia à equipa quatro números depois, mas como sua secretária(!). Uma indignidade para a Princesa Amazona, que deixaria qualquer feminista moderna de cabelos em pé. No entanto, eram os anos 1940 e a descrição de funções da novata incluía, por exemplo, a redação das atas das reuniões da SJA.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM3RR7JyKBAY4i8fabbneRTblmGZpd_9HCnx97eyUXRcTF4E7LFNCKPU9L74JkeamvpDRIYy4tcupbiBGZ7QatWvH1mclqhP6FBZQOYLS85cnqjX-n9m0HswxlKRzbsjm3L3upOt4Sk_6Q/s980/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="582" data-original-width="980" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM3RR7JyKBAY4i8fabbneRTblmGZpd_9HCnx97eyUXRcTF4E7LFNCKPU9L74JkeamvpDRIYy4tcupbiBGZ7QatWvH1mclqhP6FBZQOYLS85cnqjX-n9m0HswxlKRzbsjm3L3upOt4Sk_6Q/w640-h380/A1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Mulher-Maravilha rejubila com a sua "promoção" a secretária da SJA.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Em consequência da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, a SJA foi temporariamente transformada numa força-tarefa especial denominada Batalhão da Justiça, que tinha por missão combater as forças do Eixo ao lado do Exército americano. Durante essa fase, a equipa recrutou dois novos membros: Senhor Incrível (Terry Sloane) e Pantera (Ted Grant). Apesar de a participação de ambos se ter resumido a <i>All-Star</i> <i>Comic</i>s #24, histórias posteriores estabelecê-los-iam como integrantes mais ativos. Quem também em, diversas ocasiões, colaborou com a SJA sem, contudo, ter sido oficialmente admitida no grupo foi a Mulher-Gavião - essencialmente devido à sua parceria heroica e amorosa com o Gavião Negro.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">No final de 1944, coincidindo com o auge de <i>All-Star Comics</i>, Max Gaines dissolveu inopinadamente a sua sociedade com Harry Donenfeld. Decisão tomada no rescaldo de uma querela entre ambos motivada pela entrada de Jack Liebowitz (o contabilista da National Comics) no Conselho de Administração da All-American Publications. Consequentemente, Espectro e Starman, ambos detidos pela National, foram expulsos da SJA. Castigo idêntico àquele que já havia sido aplicado a Sandman e Senhor Destino, após o cancelamento dos respetivos títulos a solo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Quando a poeira assentou, Gaines vendeu a Donenfeld a sua participação na All-American Publications, e esta foi formalmente fundida com a National, dando origem à neófita Detective Comics. Surpreendentemente, o elenco da SJA continuou a ser composto na totalidade por heróis da All-American.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Indiferente a tudo isto, o grupo continuava a medir forças com alguns dos mais formidáveis vilões da Idade de Ouro. De Vandal Savage a Solomon Grundy, passando pelo Pirata Psíquico, eram muitos os adversários que punham à prova as capacidades da SJA. Seguindo o velho mantra "A união faz a força.", alguns desses supervilões formariam entretanto a Sociedade da Injustiça, depressa elevada a némesis da SJA.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4yZLUyDjXCmMFzlBIT4N2HwnCTqiwe_kDoKtIdR-SJdWfPqjRrI7Kt3hasBS_3SrOZZ1LacrE-J7XsUFZ2SZZQqHym8DJRGR6kOlDJQX1QRVH6A0M2oW9g_rV6tUtgtmhf5V-IoxsLPtK/s640/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="471" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4yZLUyDjXCmMFzlBIT4N2HwnCTqiwe_kDoKtIdR-SJdWfPqjRrI7Kt3hasBS_3SrOZZ1LacrE-J7XsUFZ2SZZQqHym8DJRGR6kOlDJQX1QRVH6A0M2oW9g_rV6tUtgtmhf5V-IoxsLPtK/w472-h640/A1.jpg" width="472" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A Sociedade da Injustiça reunia alguns dos mais poderosos vilões da Idade de Ouro.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;">Com os regressados Flash e Lanterna Verde e a arte aprimorada de uma nova leva de talentosos desenhadores encabeçada, entre outros, por Alex Toth e Andy Kubert, <i>All-Star Comics</i> escapou à primeira onda de cancelamentos determinada pela perda de tração do género super-heroico no pós-guerra. Em 1947, quando esse declínio era já uma evidência solar, a SJA daria as boas-vindas à sua segunda integrante feminina. Canário Negro juntou-se à equipa em <i>All-Star Comics</i> #38, preenchendo a última vaga no elenco clássico.</div><div class="separator" style="clear: both;">Quando, em 1949, a DC cancelou praticamente toda a sua linha de super-heróis, à razia foram somente poupados os títulos solo da Trindade e <i>All-Star Comics</i>. Foi nele que as personagens antes queridas da All-American se entrincheiraram para resistir às investidas do oblívio. Mas o melhor que conseguiram foi adiar o inevitável.</div><div class="separator" style="clear: both;">Sem pompa nem circunstância, a SJA fez a sua última aparição na Idade de Ouro em<i> All-Star Comics</i> #57 (março de 1951). Na edição seguinte, a série foi renomeada <i>All-Star Western</i>, assinalando o fim de uma era. E o início do longo purgatório da Sociedade da Justiça da América.</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>Regresso ao futuro</b></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Contrastando com a miríade de super-heróis relegados ao ostracismo nos anos terminais da Idade de Ouro, após a sua saída de circulação a SJA converteu-se num fenómeno de culto entre os fãs. Mesmo longe da vista, o grupo manteve-se, assim, perto do coração do público.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Na segunda metade da década de 1950, quando a DC começou a apresentar versões modernas de algumas das suas velhas glórias, a SJA inspirou a criação da sua sucessora espiritual da Idade de Prata: a Liga da Justiça da América.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Para explicar a (co)existência de dois Flashes, dois Lanternas Verdes, dois Gaviões Negros, etc., a DC inventou outras tantas realidade paralelas. Ficando desse modo estabelecido que os integrantes da SJA e demais heróis clássicos eram, na verdade, originários, da Terra-2, servindo a Terra-1 de lar aos seus congéneres contemporâneos. Um jogo de espelhos geracional que lançou as bases do complexo Multiverso da Editora das Lendas.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Em 1963, o intenso clamor dos fãs pelo regresso da SJA motivou Julius Schwartz (à época, editor da Liga da Justiça) a produzir um <i>crossover </i>entre as duas equipas. Perante a reação entusiástica dos leitores, Schwartz resolveu transformar o evento numa tradição anual, apenas interrompida em 1985 pelos efeitos disruptivos da Crise nas Infinitas Terras.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz5ys9ibHQu9KqX9l4kdZDNi8duCGwgNT6ItocvjkBXO7qTMhl2DW5ut8oZOd16yLYbUUsm4AetYn5GwwWRL0JuyqclG6tqWmp5meYydnr61ghrpfV51MylDqVmJqUgECKKgX0I-LeEXUb/s1024/A2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="1024" height="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz5ys9ibHQu9KqX9l4kdZDNi8duCGwgNT6ItocvjkBXO7qTMhl2DW5ut8oZOd16yLYbUUsm4AetYn5GwwWRL0JuyqclG6tqWmp5meYydnr61ghrpfV51MylDqVmJqUgECKKgX0I-LeEXUb/w640-h450/A2.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O primeiro encontro SJA/LJA ocorreu em<i> Justice League of America</i> #21-22 (1963).</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Essa renovada onda de afeição pela SJA culminaria em 1976 com a revivificação de <i>All-Star Comics</i> retomando a sua numeração original, um quarto de século após a chegada da última edição às bancas.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A nova vida de <i>All-Star Comics</i> não foi, contudo, um mero exercício nostálgico a pensar nos leitores da velha guarda. Recém-contratado à Marvel, o escritor Gerry Conway encarregou-se de injetar sangue fresco na série.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nos seus últimos anos de atividade, a SJA, já curada da sua misoginia, funcionara como monstra para as suas integrantes femininas. Tanto a Mulher-Maravilha como a Canário Negro vinham ganhando cada vez maior preponderância no grupo. Dentro do mesmo espírito, a SJA admitiu duas novas heroínas: Caçadora e Poderosa (respetivamente, a filha do Batman e da Mulher-Gato e a versão madura da Supergirl, ambas da Terra-2). Nem o poder combinado da SJA evitou, porém, o cancelamento de <i>All-Star Comic</i>s. Cujo número 78, dado à estampa em outubro de 1978, sinalizou a segunda morte desse histórico título da DC.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi7m0-OOEKKCEhGF2oVh5b7_neQ4yOhC2jAee3eL_jdG95v0CavwfEQa9zYA6woxfLuE2-OiHOZaXuc_ELVRzZHtSMRAm8Cp42K61-H9gL-5K-xqGpGG6PSNrYBDcurIQZX0ga_uBlN8C-/s604/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="400" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi7m0-OOEKKCEhGF2oVh5b7_neQ4yOhC2jAee3eL_jdG95v0CavwfEQa9zYA6woxfLuE2-OiHOZaXuc_ELVRzZHtSMRAm8Cp42K61-H9gL-5K-xqGpGG6PSNrYBDcurIQZX0ga_uBlN8C-/w424-h640/A1.jpg" width="424" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O último número de<i> All-Star Comics</i>.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Concebida como a solução final para a convulsa continuidade da DC, em 1985 a saga <i>Crise nas</i> <i>Infinitas Terras</i> implodiu o Multiverso. Dada a existência de uma única Terra, os editores, prevenindo novas incongruências cronológicas, entenderam por bem desembaraçar-se de vez da SJA. Com o seu desaparecimento a ser explicado através da recriação do mito de Sísifo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Numa desesperada tentativa para inverter o rumo do conflito, nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial Adolf Hitler pusera em marcha o Ragnarok, equivalente do Apocalipse na mitologia nórdica. Para travá-lo, Espectro e Senhor Destino transportaram a SJA para o Limbo, onde o grupo enfrentou e derrotou os deuses antigos. No entanto, sempre que o faziam a batalha recomeçava. À semelhança do ordálio de Sísifo, a SJA viu-se obrigada a combater os mesmos inimigos até ao fim dos tempos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Objeto de sucessivos revivalismos ao longo de toda a década de 1990, sob a forma de séries e minisséries, a SJA teve finalmente a sua origem revelada em <i>Secret Origins</i> Vol.2 #31. Saída da pena de Roy Thomas (que, desde a infância, idolatrava o grupo), a história mostrava como, em finais de 1940, o Presidente Franklin D. Roosevelt, contornando o isolacionismo americano imposto pelo Congresso, recrutara um contingente de justiceiros fantasiados para colaborarem secretamente com os aliados europeus que resistiam como podiam ao ímpeto conquistador do III Reich. Findo o conflito, a SJA mantivera-se ativa no combate ao crime e à corrupção.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Num outro <i>retcon</i> foi igualmente aduzida a verdadeira razão para a saída de cena da SJA. Intimados, em 1951, a depor perante o Comité de Atividades Antiamericanas presidido pelo senador republicano Joseph McCarthy, os seus membros recusaram revelar as suas identidades civis, preferindo a reforma antecipada e uma velhice tranquila.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikbW7_aFtO65nW6uH05R7DUyM1N-lNThL89daH4xd8scDQl-heFbi_cap15TwOLyIv8x4oSoGHcRauNRD42EbCWJRq1RQdiRCSmMOM_NkK29R1tUI3z9s3d1dC92lz8mQFbZF89KGVoWDl/s1178/A1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="521" data-original-width="1178" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikbW7_aFtO65nW6uH05R7DUyM1N-lNThL89daH4xd8scDQl-heFbi_cap15TwOLyIv8x4oSoGHcRauNRD42EbCWJRq1RQdiRCSmMOM_NkK29R1tUI3z9s3d1dC92lz8mQFbZF89KGVoWDl/w640-h284/A1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>A SJA desafia o todo-poderoso Comité de Atividades Antiamericanas.</b></span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />No contexto dos <i>Novos 52</i>, o último evento redefinidor do Universo DC, diversas personagens da Idade de Ouro foram reimaginadas por forma a torná-las apelativas para as novas gerações. Cinco anos após a morte da Trindade às mãos do Lobo da Estepe, o poderoso general de Darkseid, a Terra-2 testemunhou o alvorecer de uma nova era heroica. Flash (agora adolescente), Lanterna Verde (agora homossexual), Senhor Incrível (agora negro) e outras maravilhas uniram forças para repelir nova invasão massiva das hordas de Apokolips. Apesar de o espírito ser o mesmo, o grupo não reclamou para si o legado nominal da Sociedade da Justiça da América. Aquele que, em 2010, marcou presença em dois episódios da 9ª temporada de <i>Smallville</i> e que, por estes dias, desempenha papel central na série <i>Stargirl.</i> Neste seu regresso ao futuro pelas estradas digitais do terceiro milénio, a SJA terá ainda oportunidade de brilhar no vindouro filme do Adão Negro. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">À luz dos padrões contemporâneos, os heróis da Idade de Ouro parecem demasiado simplistas, mas personificavam uma visão esperançosa e moralizadora do mundo, bastante revigorante neste século XXI sob o signo do relativismo. Nas suas diferentes encarnações, a SJA provou ser notavelmente resistente às ondas de revisionismo e cinismo que, de tempos a tempos, varrem a indústria dos <i>comics</i>. Em vários aspetos, estas reminiscências da Idade de Ouro representam o passado da DC (e, por extensão, de toda uma subcultura), e por mais que a empresa tente matá-las ou apagar o seu lastro histórico, elas aí estão para enriquecer novas gerações de leitores. Porque não existe futuro despido de passado e porque certos valores, tal como os heróis que os representam, nunca saem de moda.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU5nCF_8yTIuaGWZChs36HR8QdCWg8y3l-f3POOV48rUNpgsl6hOGXI5pGsPLKmyJsVRre5-guYY8joUZkri4y58IkMNN-6xxsL_ndeWXoN1PnkC4ZoUxHD7c6MvlKEfdiCMR4EP5Vr5l6/s1024/SJA+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU5nCF_8yTIuaGWZChs36HR8QdCWg8y3l-f3POOV48rUNpgsl6hOGXI5pGsPLKmyJsVRre5-guYY8joUZkri4y58IkMNN-6xxsL_ndeWXoN1PnkC4ZoUxHD7c6MvlKEfdiCMR4EP5Vr5l6/w640-h480/SJA+1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Heróis de ontem, hoje e amanhã.</b></span></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>*Este blogue tem como Guia de Estilo o Acordo Ortográfico de 1990 aplicado à norma europeia da Língua Portuguesa.</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><b>* Artigos sobre Gardner Fox, Gavião Negro, Lanterna Verde, Vandal Savage, Roy Thomas e Crise nas Infinitas Terras disponíveis para leitura complementar.</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p>Ricardo Cardosohttp://www.blogger.com/profile/05080872601375469231noreply@blogger.com5