19 novembro 2018

GALERIA DE VILÕES: CAVEIRA VERMELHA


  Apóstolo dileto de Hitler, propagou o odioso evangelho nazi até ser silenciado pelo Sentinela da Liberdade. Sobreviveu à queda do III Reich e, tal como o seu némesis, é hoje um homem deslocado no tempo, tão imortal porém como os sinistros ideais que representa.

Denominação original: Red Skull
Licenciadoras: Timely Comics (1941-45), Atlas Comics (1954) e Marvel Comics (desde 1965)
Criadores: Joe Simon e Jack Kirby
Estreia (George Maxon): Captain America nº1 (março de 1941)
Estreia (Johann Shmidt): Captain America nº7 (outubro de 1941)
Identidade civil: Johann Shmidt (para mais informações sobre os outros indivíduos que, ao longo do tempo, usaram a máscara do Caveira Vermelha ver  Rubras faces do terror)
Espécie: Humano geneticamente aprimorado
Local de nascimento: Um vilarejo não identificado algures na Alemanha
Parentes conhecidos: Hermann e Martha Shmidt (pais, falecidos); Sinthea Shmidt (filha)
Ocupação: Ex-paquete de hotel, ex-oficial das SS e ex-espião nazi, é hoje um terrorista internacional a agir sob o disfarce de homem de negócios.
Base operacional: Durante a II Guerra Mundial, o Caveira Vermelha operava, essencialmente, a partir de Berlim, a capital do III Reich. Atualmente acha-se sediado algures no estado norte-americano do Nevada, embora prime pela mobilidade geográfica. Algo que já se verificava no passado, quando utilizava como esconderijos bases da HIDRA espalhadas pelo mundo.
Afiliações: Outrora destacado militante do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (vulgo Partido Nazi ou Nazista) e oficial superior das SS (a guarda pretoriana de Hitler), liderou também várias organizações de terrorismo transnacional como a HIDRA e a IMA (Ideias Mecânicas Avançadas). Fundou ainda o Gangue do Esqueleto, cujo comando confiou ao mercenário Ossos Cruzados.
Armas, poderes e habilidades: O intelecto superior do Caveira Vermelha, aliado ao seu génio inventivo, compensam em grande medida a ausência de superpoderes. Estratega exímio, mesmo quando ainda habitava o seu corpo original, o vilão era um assassino altamente treinado e versátil, proficiente em várias artes marciais e técnicas de autodefesa (embora nunca tenha estado à altura do Capitão América neste capítulo), bem como no uso de diferentes tipos de armas e explosivos.
Era no chamado Pó da Morte que o Caveira Vermelha tinha, porém, a sua arma mais infame. Produzido a partir de uma fórmula secreta patenteada pelo próprio, tratava-se de um composto químico que, inalado ou  em contacto com a pele, matava um homem adulto em poucos segundos. Uma morte tão rápida quanto agonizante, pois a substância - quase sempre armazenada num cigarro adaptado - asfixiava e desfigurava as suas vítimas, conferindo-lhes a tétrica aparência de uma caveira vermelha.
Durante o macabro processo, o Caveira Vermelha gostava de assobiar ou de ouvir na grafonola a Marcha Fúnebre, de Chopin. Tanto o Pó da Morte como esse seu mórbido gosto musical são imagens de marca que remontam aos primórdios da sua carreira criminal, na chamada Idade de Ouro dos quadradinhos.
Perito em espionagem e ações subversivas, originalmente o Caveira Vermelho era também um mestre do disfarce, mérito que lhe valeu a alcunha de Agente das Mil Caras.


Um assassino de classe mundial
 ao serviço do III Reich.
Anos depois do seu pretenso regresso do Além-túmulo, quando o seu corpo alquebrado pela velhice dava sinais de querer ceder, o Caveira Vermelha, com a ajuda do geneticista renegado Arnim Zola, transferiu a sua psique para um clone do Capitão América. Processo que o dotou das excecionais aptidões físicas do seu némesis: força, resistência e reflexos sobre-humanos, além de longevidade expandida.
Sempre que um corpo sofre danos severos, tudo o que o Caveira Vermelho tem de fazer é transferir a sua mente para um novo. Alcançando, por essa via, uma espécie de imortalidade limitada.
Fraquezas: Apesar de habitar o corpo geneticamente aprimorado de Steve Rogers, o Caveira Vermelha possui, grosso modo, as mesmas vulnerabilidades de qualquer ser humano. A sua obsessão pelo Capitão América - que, não raro, lhe tolda o raciocínio -, assim como a sua arrogância - que o leva por vezes a subestimar os seus oponentes - são, contudo, os seus pontos fracos mais notórios.

O Caveira Vermelha foi
 um oficial superior das SS.

A raiz do Mal

Quando, em outubro de 1939, a Timely Comics (antecessora da Marvel) lançou o seu primeiro título periódico de banda desenhada, Marvel Comics (posteriormente renomeado Marvel Mystery Comics), a neófita editora fundada por Archie Goodwin não dispunha ainda de qualquer super-herói patriótico.
Ainda antes da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, em consequência do ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941, Joe Simon e Jack Kirby, em resposta à propaganda nazi, criaram o Capitão América. O Sentinela da Liberdade seria, de resto, o primeiro herói da Timely a possuir uma série mensal em nome próprio.
Com efeito, Captain America nº1 apresentou ao mundo o Capitão América mas também aquele que seria o seu némesis: o Caveira Vermelha. Quais gémeos siameses separados à nascença, as duas personagens teriam os seus destinos para sempre entrelaçados.
Antítese perfeita do Capitão América e dos valores e ideais por ele simbolizados, o Caveira Vermelha, epítome da tirania e da opressão, deveria ter feito em Captain America nº1 a sua primeira e única aparição, na medida em que fora projetado para ser um vilão descartável.

Captain America nº1 apresentou aos leitores
 o primeiro herói patriótico da Timely
 e o Caveira Vermelha original (em baixo, desenhado pelos seus criadores). 

Um magnata americano do ramo da aeronáutica simpatizante do nazismo, George Maxon foi o primeiro alter ego do Caveira Vermelha. Visando o derrube do governo federal dos EUA, o vilão dedicava-se a assaltar bancos a fim de reunir os recursos financeiros necessários à consecução do seu desígnio. Esta primeira versão do Caveira Vermelha, ignorada por muitos, faria a sua última aparição em Captain America nº3, edição datada de maio de 1941.
Com uma imagem que pretendia simbolizar o terror nazi, a conceção visual do Caveira Vermelha teve no entanto a mais inusitada - e doce - das inspirações. Reunidos numa esplanada para trocar ideias sobre o futuro arqui-inimigo do Capitão América, Joe Simon e Jack Kirby repararam como, ao espalhar-se sobre as bolas de gelado, a cobertura de chocolate quente formava o que parecia ser uma figura humana. Repararam também que a cereja colocada no topo invocava uma caveira vermelha e, num momento eureca, estava encontrado o nome de guerra para aquele que seria o primeiro supervilão da Timely - e um dos mais antigos da história da 9ª Arte.
Agora um superagente nazi de origem germânica, o Caveira Vermelha foi reintroduzido em outubro de 1941, nas páginas de Captain America nº7. Na história, Johann Shmidt reclamava ser o verdadeiro Caveira Vermelha, de quem George Maxon havia sido um mero peão.


Captain America Comics Vol 1 7
Novamente sem honras de capa, aquele que foi apresentado como
 o verdadeiro Caveira Vermelha debutou em Captain America nº7.


Evolução

Depois de, durante a Idade do Ouro, o Caveira Vermelha ter sido um dos supervilões mais temidos e populares da banda desenhada, com o final da Segunda Guerra Mundial, tal como o Capitão América, perdeu o seu propósito e foi relegado ao ostracismo. Ambos seriam fugazmente revividos a meio da década de 1950, coincidindo com o dealbar da Idade da Prata, e quando a Timely Comics cedera já lugar à Atlas Comics (outra das antepassadas da Marvel). Nesta fase, o Caveira Vermelha, ainda que privado da formidável máquina de guerra nazi, surgiu mais perigoso do que nunca, assumindo-se como o legítimo herdeiro de Hitler.
A ação do Caveira Vermelha durante a Idade do Bronze ficaria marcada pela sua nova orientação ideológica (era agora um agente comunista ao serviço da URSS) e pelas suas ocasionais escaramuças com outros supervilões do Universo Marvel, nomeadamente com o Rei do Crime e com o Doutor Destino. Quando o seu plano para matar o Capitão América fracassou, um decrépito Caveira Vermelha pereceria nos braços do seu inimigo de sempre.

Capitão América versus Caveira Vermelha:
Duelo (I)mortal.
Uma vez mais regressado ao mundos vivos, o Caveira Vermelha da Idade Moderna apresentou-se muito diferente das suas versões pregressas. Com a sua mente transferida para um clone do Capitão América, de uma penada recuperara a sua juventude e adquirira novas e extraordinárias capacidades. Perseguindo os mesmos objetivos de sempre, recorria agora aos negócios e à política para alcançá-los.
No rescaldo dos eventos da Guerra Civil (saga já aqui esmiuçada) e do regresso de Bucky Barnes como Soldado Invernal, o Caveira Vermelha engendrou um esquema para assassinar o Capitão América. Apesar de ter sido bem-sucedido nesse desígnio, voltaria a ser derrotado pelo seu velho inimigo de sempre, cujo escudo passara a ser portado por Bucky.
Mais recentemente, o Caveira Vermelha roubou o cérebro do falecido Professor Xavier, ganhando uma panóplia de poderes psiónicos. Com a ajuda dos seus S-Men (formados por pessoas que sofreram às mãos de mutantes), está apostado em erradicar os Homo Superior da face da Terra.

Origem

Personificação do Mal aos olhos do mundo, o Caveira Vermelha é o fruto amargo do desamor e do desespero. Nascido num qualquer vilarejo alemão nos alvores do século XX, Johann Shmidt teve com progenitores um casal de humildes camponeses. Hermann Shmidt, o pai, era um beberrão rude e violento que transformava a vida da sua submissa esposa, Martha, num autêntico calvário.
Quando Martha morreu ao dar à luz o primeiro rebento do casal, Hermann culpou o recém-nascido pela fatalidade e tentou afogá-lo. Apesar de ter sido impedido de fazê-lo pelo médico que assistira o parto, Hermann cometeria suicídio poucos dias depois.
Enquanto crescia num orfanato, o pequeno Johann levava uma vida solitária e marcada pela crueldade das outras crianças para com ele. Aos 17 anos o rapaz fugiu da instituição, passando a sobreviver nas ruas graças à mendicidade e a pequenos furtos. Por conta desta existência miserável, passou curtas temporadas atrás das grades, entremeadas por trabalhos braçais que, a muito custo, lhe garantiam o sustento.

Johann Schmidt (Earth-616) Red Skull Incarnate Vol 1 1 00
A vida foi madrasta para
 o pequeno Johann Shmidt.
Johann era ainda um jovem adulto quando conseguiu emprego na mercearia de um judeu, por cuja filha, Esther, se perdeu de amores. A rapariga tinha sido a primeira a tratá-lo com bondade, mas quando Johann lhe declarou os seus sentimentos acabou rejeitado.
Tomado pela fúria, Johann assassinou Esther, abandonando o local do crime com um misto de sentimentos: aterrado pelas consequências do seu ato e, simultaneamente, aliviado por ele. Afinal de contas, o seu primeiro assassínio tinha-lhe permitido, por fim, extravasar parte da raiva que vinha acumulando em relação à humanidade. É possível que este episódio tenha estado também na origem do seu visceral antissemitismo.
Segundo a versão oficial da narrativa propalada pelo Caveira Vermelha e pela propaganda nazi, Johann Shmidt terá conhecido Adolf Hitler logo após a ascensão deste ao poder, quando trabalhava como paquete num hotel.
Chamado à suíte onde o Fuhrer se encontrava hospedado, Johann presenciou o momento em que Hitler vociferava com um oficial da Gestapo devido à fuga de um espião inimigo. A meio da violenta reprimenda, Hitler ter-se-á apercebido da presença de Johann e, apontando para ele, afirmou ser capaz de criar um melhor agente nazi a partir de um reles paquete de hotel.
Observando mais de perto Johann, o Fuhrer intuiu a natureza devassa do rapaz e resolveu passar das palavras aos atos, recrutando-o para as suas SS.
No entanto, insatisfeito com o progresso da instrução tradicional que estava a ser ministrada a Johann nas SS, Hitler encarregou-se de treiná-lo pessoalmente para ser o seu principal lugar-tenente. No final, o líder nazi presenteou-o com dois adereços que se tornariam a sua imagem de marca: um uniforme paramilitar em tons esverdeados e uma grotesca máscara de caveira. Desse dia em diante, o Caveira Vermelha passou a ser a face do terror nazi numa Europa fustigada pela guerra.
Nos primeiros anos da II Guerra Mundial, o Caveira Vermelha disseminou o caos e a morte um pouco por todo o Velho Continente, comandando pessoalmente operações militares e ordenando a pilhagem e destruição de muitas vilas e aldeias - que amiúde culminavam no extermínio das respetivas populações. As suas atrocidades bélicas estendiam-se também aos mares após reunir uma poderosa frota de submarinos que torpedeavam, sem distinção, vasos de guerra inimigos e navios mercantes.
O efeito propagandístico das ações do Caveira Vermelha foi de tal ordem que o governo dos EUA - recém-entrados no conflito - não perdeu tempo a criar, no quadro da Operação Renascimento, o seu primeiro supersoldado sugestivamente crismado de Capitão América.

O Caveira Vermelha inspirou a criação do Sentinela da Liberdade.
Orgulhoso das façanhas militares do seu protegido, inicialmente Hitler acedia a todos os seus pedidos. Foi assim que o Caveira Vermelha obteve financiamento para a construção de uma vasta rede de bases secretas equipadas com armamento e tecnologia de ponta.
A despeito de sempre ter admirado Hitler pela sua visão ideológica, o Caveira Vermelha recusava ver-se a si mesmo como um subalterno. Chegando mesmo a ameaçar o poder do Fuhrer depois de ter executado vários dos seus conselheiros mais próximos, tornando-se dessa forma o segundo homem mais poderoso do III Reich.
Apesar desse acúmulo de poder, no Capitão América o Caveira Vermelho encontrou um adversário à sua altura. Os dois enfrentaram-se variadíssimas vezes no decurso da II Guerra Mundial até à derradeira batalha travada nos últimos dias do conflito no bunker do vilão.
Encurralado pelo Sentinela da Liberdade, o Caveira Vermelha acabaria soterrado pelos escombros do seu bunker após a explosão de uma granada. Sem tempo para se inteirar do estado do seu arqui-inimigo, o Capitão América bateu em retirada devido ao início de um bombardeamento aliado.
Enquanto choviam bombas à superfície, o moribundo Caveira Vermelho era exposto a um gás experimental que o deixaria em animação suspensa. Condição que só seria revertida mais de duas décadas depois, quando, à semelhança do seu némesis, o vilão despertou num mundo muito diferente daquele que conhecera. Mas, ainda assim, um mundo que valia a pena conquistar e que depressa reaprendeu a temê-lo.

Rubras faces do do terror

Além do já referenciado George Maxon - empresário estadunidense que, durante a II Guerra Mundial, operou em terras do Tio Sam como um agente nazi às ordens do verdadeiro Caveira Vermelha - a máscara do antigo acólito de Hitler foi usada por um trio de indivíduos sem nada em comum entre si, exceto o ódio ao Capitão América e aos valores por ele representados.
Em 1953, quase uma década após a pretensa morte de Johann Shmidt, Albert Malik, um agente do KGB, assumiu a identidade do Caveira Vermelha. A partir da sua base na Argélia, Malik planeou e executou um sem-número de operações de espionagem e subversão em nações adversárias da União Soviética, mormente nos EUA.
Nos anos imediatos, o falso Caveira Vermelha enfrentou por diversas  vezes os impostores que, à época, se faziam passar pelo Capitão América e pelo seu adjunto juvenil Bucky Barnes, igualmente dados como mortos desde os últimos dias da II Guerra Mundial.

George Malik, o Caveira Vermelha soviético.
No entanto, mesmo após os falsos heróis terem sido colocados em animação suspensa devido aos efeitos colaterais da fórmula adulterada do Soro do Supersoldado que haviam inoculado em si mesmos para replicar as habilidades sobre-humanas do verdadeiro Capitão América, Malik prosseguiu com as suas atividades terroristas. Seria, de resto, ele o responsável pela morte dos pais de Peter Parker (o Homem-Aranha), quando, em plena Guerra Fria, estes foram expostos como espiões ao serviço do governo americano.
Malik acabaria por sua vez morto às mãos do Carrasco do Submundo, um sanguinário vigilante que respondia perante o verdadeiro Caveira Vermelha, entretanto revivido e nada lisonjeado com a usurpação de identidade por parte de um agente comunista.
Anos mais tarde, seria a vez de Sinthea Shmidt, a filha do Caveira Vermelha original anteriormente conhecida como Pecado (Sin, em inglês), reclamar o legado nominal paterno depois de ter tido a face horrivelmente desfigurada. Quando a sua aparência foi restaurada, a jovem retomou o seu lugar ao lado do pai e esteve diretamente envolvida na conspiração para assassinar o Capitão América no pós-Guerra Civil.

Sinthea Shmidt, a filha
 do Caveira Vermelha.
No Universo Ultimate, dimensão paralela que acomoda a versão modernizada da mitologia Marvel, o Caveira Vermelha é o filho desconhecido do Capitão América. Pouco antes do seu desaparecimento, Steve Rogers mantivera um fugaz romance com uma mulher chamada Gail Richards, do qual, sem que ele soubesse, resultou uma gravidez.
Devido aos vestígios do Soro do Supersoldado que lhe foram transmitidos pelo pai, o menino nasceu com excecionais aptidões físicas. Assim que teve conhecimento da sua existência, o governo americano reclamou a posse da criança e passou a treiná-la numa base militar secreta para ser o novo Capitão América.
No entanto, sem que os seus precetores se apercebessem, à medida que crescia o rapaz desenvolvia uma personalidade psicótica. Ainda adolescente, usou uma faca de cozinha para esfolar o próprio rosto até restar apenas cartilagem ensanguentada, tomando assim o aspeto de uma caveira vermelha. Em seguida escapou da instalação onde havia crescido isolado do mundo. Não sem antes massacrar todo o pessoal que lá trabalhava.
Num ato de rebelião contra o sistema que o criara, o jovem Caveira Vermelha assassinou o Presidente Kennedy antes de empreender uma campanha de terror à escala planetária, que culminaria vários  anos depois com a sua morte às mãos do próprio pai.

O Caveira Vermelha do Universo Ultimate
 é o filho perdido de Steve Rogers.

Trivialidades

*Pressentindo a derrocada iminente do III Reich, o Caveira Vermelha projetou vários robôs gigantes que mandou enterrar em diferentes pontos do globo. Batizadas de Hibernantes (Sleepers, no original) essas formidáveis máquinas de guerra permaneceriam adormecidas até serem ativadas pelo próprio Caveira. Algo que o vilão não perdeu tempo a fazer quando regressou ao mundo dos vivos, espalhando o caos e a destruição antes de ser detido pelo Capitão América. Ignora-se, no entanto, se ainda restarão mais Hibernantes à espera de serem despertados;
*Foi em Captain America nº297 (setembro de 1984) que o Caveira Vermelha revelou pela primeira vez o seu verdadeiro rosto. Embora nessa edição os leitores tenham podido ver apenas a sua face engelhada, na seguinte, quando o vilão revisitou o seu passado, o semblante jovem de Johann Shmidt foi mostrado em diferentes momentos da história;´
*O Caveira Vermelha foi involuntariamente responsável pela formação daquela que, ainda hoje, é considerada uma das mais icónicas parelhas heroicas dos quadradinhos: Capitão América e Falcão. Manipulado pelo vilão para atacar o Sentinela da Liberdade, Sam Wilson acabaria por tornar-se o seu mais duradouro parceiro no combate ao crime;

Caveira Vermelha, Hitler e um dos Robôs Hibernantes.
*Devido ao passado nazi do Caveira Vermelha, ao longo dos anos foram vários os supervilões que recusaram aliar-se a ele. O Rei do Crime, por exemplo, considerou ser seu dever patriótico impedir que o ex-esbirro de Hitler se instalasse em Nova Iorque. Filho de judeus assassinados durante o Holocausto, Magneto, depois de ter trabalhado em conluio com o Caveira Vermelha na saga Acts of Vengeance (Atos de Vingança), enterrou-o vivo. O Mestre do Magnetismo deixou-lhe, contudo, água suficiente para várias semanas, o que permitiu a sobrevivência do Caveira Vermelha até ser resgatado por Ossos Cruzados. Até mesmo malfeitores de outras editoras, como o Joker (da DC) repudiam o Caveira Vermelha. No crossover de 1996 Batman and Captain America, o Príncipe Palhaço do Crime sabotou os planos do Caveira Vermelha para fazer detonar uma bomba atómica em Nova Iorque. Ficando célebre a frase então proferida pelo risonho arqui-inimigo do Batman: "Posso ser um criminoso, mas sou um criminoso americano!";
*Em Terras Tupiniquins, o Caveira Vermelha começou por ser batizado simplesmente de Caveira pela EBAL, sendo mais tarde renomeado de Crânio Vermelho pela editora Bloch. Foi também esse o nome usado na dobragem brasileira da série animada The Marvel Super Heroes (vide texto seguinte);
*Na lista dos cem maiores vilões de sempre, organizada pela Wizard - magazine especializado em quadradinhos e cultura popular - o Caveira Vermelha surge na 21ª posição, à frente de grandes expoentes de malevolência como Fénix Negra (Marvel), Darkseid (DC) ou Drácula.


Noutros media

Foi através do segmento reservado ao Capitão América em The Marvel Super Heroes  que, em 1966, o Caveira Vermelha fez a sua transição para o audiovisual. Essa foi, aliás, a primeira de muitas séries animadas da Marvel onde vem participando desde então.
Depois de, surpreendentemente, não ter marcado presença em Captain America, folhetim cinematográfico produzido pela Republic Pictures que, em 1944, assinalou a estreia do Sentinela da Liberdade no grande ecrã, o Caveira Vermelha voltaria a ser omisso nos dois telefilmes do herói produzidos em 1979: Captain America e Captain America II: Death Too Soon.

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O Capitão América à mercê do Caveira Vermelha em Marvel Super Heroes (1966).
Com efeito, a sua estreia em produções de ação real registou-se apenas em 1990. Foi em Captain America, película de baixo orçamento lançada diretamente no circuito de vídeo. Interpretado por Scott Paulin, esta primeira encarnação cinematográfica do inimigo jurado do Capitão América apresentava diferenças substantivas relativamente à sua contraparte canónica. Começando pela respetiva nacionalidade, pois, em vez de alemão, o vilão era agora retratado como um fascista italiano que servira de cobaia em experimentos genéticos conduzidos pelos nazis durante a II Guerra Mundial, ficando para sempre física e mentalmente deformado.
Numa abordagem mais fiel ao cânone, em Captain America: The First Avenger (2011), o Caveira Vermelha - agora representado por Hugo Weaving (o inolvidável Mr. Smith da trilogia Matrix) - voltou a ser um superagente nazi aspirante a conquistador mundial. Sendo também o antagonista principal do Capitão América num filme inserido no Universo Cinemático Marvel e onde não faltaram elementos icónicos como o Cubo Cósmico.

Red Skull in Captain America (1990)

21 anos separam estas duas imagens:
em cima, Scott Paulin em Captain America (1990);
em baixo, Hugo Weaving em
Captain America: The First Avenger (2011).
Apesar de fisicamente ausente de Captain America: The Winter Soldier (2014), o Caveira Vermelha foi referenciado na sequela depois de ter, aparentemente, morrido no final do primeiro filme. Circunstância que seria desmentida já este ano, em Avengers: Infinity War, filme no qual o vilão - a quem Ross Marquand emprestou corpo - fez uma breve participação. Justificada pelos autores do enredo com o facto de ele ter sido o primeiro a encontrar uma Joia do Infinito.
O tempo dirá que papel estará reservado ao Caveira Vermelha na próxima fase do Universo Cinemático Marvel...

Na BD ou no cinema,
o Cubo Cósmico é outra das obsessões do Caveira Vermelha.