28 novembro 2019

HEROÍNAS EM AÇÃO: ZATANNA



 Nem Abracadabra nem Hocus Pocus. É com palavras encantadas viradas do avesso que a Princesa da Prestidigitação salpica o mundo com a magia que lhe infunde o ser. Nos palcos ou fora deles, tem sempre novos truques na manga e nunca se sabe o que poderá tirar da cartola.

Denominação original: Zatanna
Licenciadora: Detective Comics (DC)
Criadores: Gardner Fox (história) e Murphy Anderson (conceção visual) 
Estreia: Hawkman Vol.1 nº4 (novembro de 1964)
Identidade civil: Zatanna Zatara 
Espécie: Homo Magi 
Local de nascimento: Desconhecido
Parentes conhecidos: Giovanni "John" Zatara e Sindella (pais, falecidos); Zachary Zatara (primo); Leonardo da Vinci (antepassado paterno, falecido); Nostradamus (antepassado paterno, falecido); Alessandro Cagliostro (antepassado paterno, falecido); Arion (antepassado materno, falecido)
Ocupação: Mágica, ilusionista, ocultista e aventureira
Base operacional: Berço das Sombras, nas cercanias de Gotham City.
Afiliações: Ex-parceira de John Constantine, é também ex-membro da Liga da Justiça da América, da Liga da Justiça Sombria, das Sentinelas da Magia e dos Sete Soldados da Vitória.
Némesis: Allura
Poderes e parafernália: Zatanna é uma Homo Magi, subespécie humana detentora da capacidade inata de manipular magia. A sua singular estrutura genética permite-lhe canalizar tanto a magia que lhe impregna o ser como aquela que aprendeu através do estudo das artes arcanas.
Rendendo tributo ao seu saudoso progenitor, o grande mágico Zatara, Zatanna recita palavras invertidas para conjurar os seus feitiços. Este peculiar método designa-se encantação mnemónica ou logomancia. A título exemplificativo, para deter um veículo em movimento o comando vocal seria "aráP" ("Pára" dito às avessas).
Nem sempre Zatanna necessita, porém, de recorrer à encantação mnemónica para invocar os seus sortilégios. Em múltiplas ocasiões provou ser capaz de fazê-lo falando normalmente. Como último recurso em situações desesperadas, pode também lançar feitiços - especificamente de autorregeneração quando ferida com gravidade -  escrevendo as palavras encantadas com o próprio sangue.
Se não usados, os poderes mágicos de Zatanna aumentam exponencialmente. Em contrapartida, o seu uso excessivo poderá exauri-los ao ponto de prejudicar-lhe a saúde. Quando isto sucede, repouso prolongado é a única forma eficaz de restaurá-los.

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Zatanna transforma balas em aviões de papel.
Por favor. não tentem fazer isto em casa!
Por tudo isto, a exata extensão dos poderes daquela que é considerada uma das feiticeiras supremas do plano corpóreo permanece uma incógnita. Sabe-se, todavia, que o seu robusto inventário de habilidades inclui controlo elemental, aumento da massa corporal, hipnose, levitação, telepatia, telecinesia, transmutação, projeção astral e manipulação de memórias alheias.
Nos primórdios da sua colaboração com a Liga da Justiça, este seu último talento, em particular, foi determinante para derrotar a Sociedade Secreta de Supervilões. Num audacioso plano, o grupo conseguira trocar de corpos com os heróis descobrindo no processo as suas identidades civis. Coube então a Zatanna eliminar essas memórias dos inimigos da Liga.
Em Crise de Identidade (saga já aqui esmiuçada), foi também Zatanna quem alterou a personalidade do sádico Doutor Luz e apagou as memórias dos membros da Liga opositores dessa controversa medida. Por conta disso, a sua amizade com o Batman - um dos lobotomizados - saiu profundamente abalada.
Especula-se que o sentimento de culpa que ela carrega desde esse incidente a impede de alcançar o pleno potencial das suas já de si formidáveis capacidades. A intensidade dos poderes de Zatanna parece, com efeito, oscilar em função dos seus níveis de confiança.
Quanto mais fragilizada a sua autoestima, menos eficazes são os feitiços de Zatanna. Condicionalismo evidenciado nas sucessivas falhas que cometeu durante a sua breve aliança com os Sete Soldados da Vitória, porventura a fase mais conturbada da sua carreira heroica.
Não obstante, o único limite comprovado aos poderes da Mestra da Magia consiste na impossibilidade de ressuscitar defuntos. À parte isso, as suas capacidades parecem cerceadas apenas pela sua imaginação.

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Zatanna agiganta-se para combater o Mal.
Diletante do ilusionismo e da prestidigitação, os espetáculos de Zatanna arrancam sempre arquejos de espanto às plateias fascinadas. Aquilo que estas tomam por elaborados truques são, afinal, manifestações de pura magia.
Mesmo fora dos palcos, Zatanna é inseparável da sua cartola e da sua varinha de condão. Se se tratam de meros adereços ou de pontos focais para os seus feitiços é um dos segredos mais bem guardados da Mestra da Magia. De cuja cartola tanto pode sair um coelho como um portal para outra dimensão.
Como qualquer mágico que se preze, Zatanna nunca pára de surpreender. O que também consegue fazer graças à sua destreza no combate desarmado. Desengane-se, pois, quem a toma por indefesa se privada da sua magia.
Ainda pessoa de palmo e meio, Zatanna aprendeu com o pai técnicas de autodefesa. Já adulta, foi treinada em diversas artes marciais por ninguém menos que o Batman.
Zatanna herdou também do seu pai o misterioso Berço das Sombras. Trata-se de uma vetusta mansão, tradicionalmente instalada nas cercanias de Gotham City, que lhe serve de lar e base operacional. Além de albergar um infindável número de relíquias e artefactos místicos, o Berço das Sombras possui propriedades sobrenaturais.
Apesar de fisicamente localizada no nosso mundo, a casa parece vinculada a outro plano de existência e possuir vida própria (tem por hábito expulsar hóspedes inconvenientes). Na sua imponente biblioteca repousam centenas de obras místicas  e tratados sobre o Ocultismo, que Zatanna estuda com afinco. Sempre ciente de que a prática do Bem é a magia mais poderosa.

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Zatanna dá boas-vindas a Mary Marvel,
antiga hóspede do Berço das Sombras.
Fraquezas: Conjurar os seus feitiços e sortilégios por meio de palavras e frases invertidas é um método que requer enorme concentração por parte de Zatanna. Ou não fosse a encantação mnemónica a mais complexa das artes místicas, somente ao alcance de magos superiores. Sendo também esse o momento em que ela fica mais vulnerável a eventuais ataques.
Do conhecimento da generalidade dos seus adversários, esse constrangimento aos poderes de Zatanna é frequentemente explorado por eles. Uma das táticas mais eficazes consiste em amordaçá-la e/ou vendá-la, já que ela precisa pronunciar ou ler as suas palavras encantadas para invocar a magia.
Alguns, como o Exterminador, optam por medidas ainda mais drásticas. Certa vez, o vilão direcionou um violento golpe ao fígado de Zatanna, induzindo-lhe a regurgitação e impedindo-a, desse modo, de recitar os seus encantamentos reversos.
Ironicamente, a Princesa da Prestidigitação é também suscetível à magia mais poderosa do que a sua. Se o seu oponente for um deus ou um mago de nível superior, dificilmente ela sairá vencedora do duelo. Ademais, a energia negativa emanada de certos reinos místicos, como o Inferno, não só interfere profundamente com a magia de Zatanna como lhe provoca intenso sofrimento físico.

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Sortilégios amordaçados.


Filha da magia

Zatanna foi criada em 1964 pelo escritor Gardner Fox (perfil disponível neste blogue) e pelo artista Murphy Anderson quando a DC decidiu reforçar o seu panteão com uma heroína com poderes mágicos.
Em harmonia com as releituras de outras personagens clássicas da editora, como o Flash ou o Lanterna Verde, Zatanna era a declinação de um conceito preexistente. Nesse sentido, convencionou-se que seria a filha de Geovanni Zatara, um lendário mágico da Idade de Ouro há muito relegado para a obscuridade.
No momento de definir o visual de Zatanna, Murphy Anderson atribuiu-lhe uma indumentária inspirada na do pai, trocando apenas as calças por umas insinuantes meias de rede. Em conjunto com o fraque e a cartola, este acessório ajudou a fazer de Zatanna um expoente de sensualidade. A despeito das várias mudanças de uniforme no rolar das décadas, esta sua primeira versão continua a ser a mais icónica.

Murphy Anderson (1926-2015) criou
o icónico visual de Zatanna.
Mesmo não sendo um conceito inédito, Zatanna possuía algumas especificidades interessantes. Desde logo o facto de a sua natureza mística destoar entre a fornada de heróis com origens científicas da Idade de Prata. Se o imaginário da Idade de Ouro ficou impregnado de magia e Ocultismo, o da Idade de Prata invocava essencialmente elementos da ficção científica. Sendo o Lanterna Verde um caso paradigmático: de herói místico passou a agente policial intergaláctico. Zatanna, pelo contrário, manteve viva a tradição familiar de usar a varinha de condão para salvar o dia.
Vítima do sexismo que à época fazia escola na cultura popular, Zatanna viu também as suas capacidades serem frequentemente diminuídas, de modo a prevenir o ofuscamento dos seus ocasionais apêndices masculinos. Apesar dos seus incríveis poderes, a Mestra da Magia via-se amiúde reduzida à vexatória condição de donzela indefesa.
Zatanna fez o seu debute em Hawkman nº4 (novembro de 1964), numa história intitulada The Girl Who Can Split in Two (A Rapariga que Pode Dividir-se em Duas), e cuja trama girava em redor da sua obstinada demanda pelo pai misteriosamente desaparecido há vários anos. A esta sua primeira aparição na série periódica do Gavião Negro (outro dos heróis reimaginados na Idade de Prata) seguiram-se participações noutros títulos da Editora das Lendas precedendo o seu reencontro com Zatara, em Justice League of America nº51 (1967).

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A sensacional estreia de Zatanna em Hawkman nº4 (1964).
À crescente notoriedade da Princesa da Prestidigitação não correspondeu, porém, um desenvolvimento dos aspetos relacionados com o seu passado. Zatanna parecia, ao invés, fadada a ser apenas uma personagem genérica, espécie de pau para toda a obra requisitado sempre que era preciso incluir elementos místicos numa história.
Prova disso foi o seu reconhecimento tardio como membro de pleno direito da Liga da Justiça da América. Apesar das suas recorrentes colaborações com o grupo, Zatanna só seria oficialmente admitida cerca de uma década mais tarde.
Com a inclusão de Zatanna no organograma da Liga da Justiça coincidiu a sua primeira mudança de visual. A Mestra da Magia passou então a apresentar-se com um traje negro cingido ao corpo e adornado por uma longa capa vermelha. Mais tarde seria revelado que este seu novo figurino (detestado pelos fãs) replicava o de Sindella, a mãe que julgava morta (ver texto seguinte).

Quando trocou os palcos pela Liga da Justiça.
Zatanna adotou um novo visual.

Em paralelo às suas aventuras ao lado da Liga da Justiça, durante esta fase Zatanna ajudou também o Super-Homem a compreender melhor a sua vulnerabilidade à magia. Eram, de resto, comuns as suas colaborações com outros heróis a braços com ameaças sobrenaturais.
No entanto, à medida que a relevância de Zatanna nas histórias da Liga ia aumentando, os seus poderes iam encolhendo. Até ao ponto em que conseguia apenas manipular os quatro elementos primordiais. Constrangimento que não a impediu de ser eleita líder do grupo - o primeiro membro não fundador a exercer o cargo.
Curiosamente, esta nova alteração de estatuto veio acompanhada de uma segunda mudança de visual. Parecendo ter descartado de vez a cartola e as meias de rede, a Princesa da Prestidigitação envergava agora um uniforme negro e azul de mangas largas e com uma capa branca, que se tornaria a sua imagem de marca durante a Idade de Bronze.

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Novas funções, novo uniforme.
Quando, em 1984, o elenco clássico da Liga da Justiça foi parcialmente substituído por membros mais jovens, Zatanna, a par de Aquaman, foi uma das representantes da anterior geração a permanecer no grupo. Que seria no entanto desmantelado pouco tempo depois, no início dos eventos narrados em Lendas. Na nova Liga da Justiça entretanto formada deixou de haver lugar para a Mestra da Magia.
Zatanna passou por profundas transformações na continuidade pós-Crise nas Infinitas Terras. Além de uma amizade cunhada com Bruce Wayne nos tempos de infância, o grosso das suas histórias foi publicado sob o selo Vertigo, a linha de temáticas adultas da DC. Durante essa fase, Zatanna recuperou o seu visual original (apesar de ter tingido o cabelo de loiro), tornou-se parceira e amante de John Constantine e reforçou a sua influência entre a comunidade mística.
Em 2010, Zatanna foi pela primeira vez contemplada com uma série em nome próprio. Após o seu cancelamento precoce ditado pelo reboot Os Novos 52, a Mestra da Magia juntou-se à recém-formada Liga da Justiça Sombria, espécie de filial esotérica da Liga da Justiça. O grupo teve, porém, existência efémera e, por estes dias, Zatanna prefere explorar sozinha as encruzilhadas da vida e do mundo sobrenatural.

Zatanna and John
Zatanna e John Constantine escreveram juntos
 fábulas de magia e sedução.

Zatanna e a Liga da Justiça Sombria.

Meu pai, meu herói

Zatanna é a filha única do malogrado casal composto por Giovanni Zatara, um mágico aventureiro de origem italiana, e Sindella, membro da tribo de feiticeiros conhecida como Homo Magi. A jovem herdou da mãe a afinidade com a magia, e do pai a costela aventureira.
Após o nascimento da filha, Sindella encenou a própria morte para poder regressar ao santuário secreto do seu povo, situado algures na Turquia. Apesar de viúvo, Zatara criou sozinho a pequena Zatanna.
Enquanto os dois viajavam juntos pelas sete partidas do mundo, Zatara ensinou a filha a aprimorar os seus talentos místicos. Zatanna idolatrava o pai e sonhava um dia seguir-lhe as pisadas nos palcos.
Anos mais tarde, Zatara evaporou-se da face da Terra devido à maldição que Allura, uma cruel feiticeira extradimensional, lançou sobre Zatanna. Uma maldição que a manteria separada do pai durante vários anos.
Sozinha no mundo, Zatanna embarcou numa infrutífera busca por Zatara. Encontrou, no entanto, os seus diários, que a inspiraram a abraçar uma bem-sucedida carreira como ilusionista. Com a sua sensualidade e carisma a fazerem dela um espetáculo dentro do espetáculo.

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Zatara e Sindella,  a magia corria
 nas veias dos pais de Zatanna.
Auxiliada pela Liga da Justiça da América, Zatanna conseguiu finalmente reverter a maldição de Allura e reencontrar o pai pouco antes da reunião de ambos com Sindella. A felicidade familiar foi, porém, novamente desfeita quando Sindella morreu ao resgatar a filha do santuário dos Homo Magi.
Ainda destroçada por essa tragédia, pouco depois Zatanna assistiria, impotente, ao martírio do pai, para salvá-la das garras da Grande Besta do Mal.
Na esteira desses fatídicos eventos, Zatanna, de coração enlutado, suspendeu a sua atividade heroica. Após uma temporada dedicada quase exclusivamente a estudar os segredos do Berço das Sombras, o ancestral lar do clã Zatara, a Princesa da Prestidigitação procurou um novo começo em São Francisco. Na ensolarada urbe californiana vem procurando levar uma vida normal ao mesmo tempo que tenta preservar o equilíbrio entre luz e trevas no seio da comunidade mística. Mas trilhando sempre o caminho iluminado pelo exemplo do seu maior herói: Geovanni Zatara.

Zatanna putting on a show
O palco é o habitat natural de Zatanna.

Miscelânea

*Além de Princesa da Prestidigitação, Zatanna é também usualmente cognominada Mestra da Magia, Dama da Magia, Zanna ou simplesmente Z;
*Criação de Fred Guardineer, o mágico Zatara, pai de Zatanna, é uma das personagens mais antigas do Universo DC. A sua estreia teve lugar em Action Comics nº1, a mesma edição histórica que, em junho de 1938, apresentou o Super-Homem ao mundo, sinalizando de caminho o início da chamada Idade de Ouro dos super-heróis. Tal como a filha, Zatara ganhava a vida como ilusionista sem que o público suspeitasse que não eram truques mas magia real aquilo com que ele o brindava nos seus espetáculos. Os poderes de Zatara eram, porém, consideravelmente mais limitados do que os de Zatanna. Já a sua aparência evocava a de Mandrake, o mestre do ilusionismo imaginado por Lee Falk em 1934, e do qual era um assumido pastiche. Para entrelaçar os passados de Zatanna e Bruce Wayne, um retcon estabeleceu que Zatara era um velho amigo de Thomas Wayne, tendo-lhe inclusivamente apresentado a sua futura esposa, Martha. Em virtude dessas alterações retroativas, Zatanna e Bruce partilharam a infância em Gotham City;

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Zatara hipnotiza bandidos em Action Comics nº1 (1938).
Qualquer semelhança com Mandrake não será decerto
mera coincidência. 
*Antes mesmo do supracitado retcon, a infância de Zatanna era pontuada por múltiplas contradições. Na sua primeira aparição, em Hawkman nº4 (1964), a filha de Geovanni Zatara afirmava que o seu pai estava desaparecido há alguns anos. Contudo, em Justice League of America nº51 (1967), ela revelou aos seus companheiros de equipa que haviam passado vinte longos anos desde a  última vez que vira o pai. Mas as inconsistências não se ficam por aqui. Em Secret Origins nº27 (1988), Zatanna afirmava que o pai havia desaparecido logo após o seu 18º aniversário. Isto já depois de, em Justice League of America nº163 (1979), ter sido por fim revelada a identidade da sua mãe, que a abandonou à nascença. Ora, se tanto esta última circunstância como a ausência de Zatara durante duas décadas forem tomadas como verdadeiras, tal significaria que Zatanna crescera órfã. O que colide com a informação revelada em diferentes histórias que davam como ponto assente ela ter sido criada pelo pai. Assim sendo, é mais razoável presumir que o sumiço de Zatara terá coincidido com o 18º aniversário de Zatanna, corroborando a tese original de que os dois apenas teriam estado separados por alguns anos;
*Zatanna e Zatara são descendentes diretos de Leonardo da Vinci, o visionário artista italiano que viveu nos séculos XV e XVI. Foi, aliás, depois de decifrar os diários desse seu ilustre antepassado - escritos de trás para frente - que Zatara descobriu a sua habilidade inata de invocar magia. O ramo paterno da árvore genealógica de Zatanna inclui ainda outras celebridades históricas conotadas com o Ocultismo. A saber: Nostradamus ( médico e profeta francês do século XVI); Alessandro Cagliostro (alquimista e curandeiro italiano do século XVIII) e Arion, o mago supremo da Atlântida;
*No baralho de Tarô - arte que Zatanna também domina - de Madame Xanadu, a Mestra da Magia surge sugestivamente representada como a Ilusionista;
*No Universo Amálgama (mescla dos universos Marvel e DC ocorrida em finais dos anos 1990), Zatanna foi fundida com a Feiticeira Escarlate, originando Wanda Zatara, a Feiticeira Branca;

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Wanda Zatara, a Feiticeira Branca.
*Senhora de uma beleza exuberante, Zatanna derrete corações à sua passagem. Entre aqueles que sucumbiram aos seus encantos avultam vários notáveis da Editora das Lendas. Com o Flash Barry Allen, por exemplo, Zatanna manteve um curto affair quando eram ambos membros da Liga da Justiça e o Velocista Escarlate se recompunha ainda da morte da sua esposa. Devido ao passado em comum, Zatanna mantém igualmente uma forte amizade com o Batman. Apesar de ambos terem em tempos discutido a possibilidade de transporem a relação para um novo patamar, concordaram que a devoção do Homem-Morcego à sua missão seria um enorme entrave, optando por permanecerem apenas bons amigos. Foi, no entanto, com John Constantine, seu ex-parceiro de aventuras, que Zatanna viveu o seu mais tórrido e duradouro romance. Mais recentemente, no contexto dos Novos 52, a Princesa da Prestidigitação partilhou os seus afetos com Jason Blood, o alter ego humano do demónio Etrigan;
*A confirmar o seu estatuto de sex symbol, o Comics Buyer's Guide atribuiu a Zatanna o 4º lugar na sua lista das cem mulheres mais sensuais dos quadradinhos. Surgindo, de resto, como a personagem feminina da DC mais bem cotada na tabela, superando a própria Mulher-Maravilha.

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A cumplicidade entre o Cavaleiro das Trevas e a Princesa da Prestidigitação.

Noutros media

Um episódio de Batman: The Animated Series apropriadamente intitulado Zatanna foi, em 1993, o cenário da estreia da Princesa da Prestidigitação no segmento audiovisual, no qual tem já presença de relevo.
Essa sua primeira versão animada tinha a particularidade de ser desprovida de poderes mágicos. Zatanna é descrita como uma simples ilusionista em digressão por Gotham City que mantém uma velha amizade com Bruce Wayne.
Com grau variável de importância, Zatanna tem sido desde então uma habitué nas séries animadas baseadas no Universo DC, mas também em jogos de vídeo. Mais modesta é a sua participação em produções em ação real. Smallville apresentou-nos a única versão de carne e osso da personagem. Serinda Swan vestiu o fraque de Zatanna nas últimas três temporadas da série que revisitava os tempos de juventude do Homem de Aço.
Mais próxima do cânone, a versão televisiva de Zatanna era a deslumbrante filha do mágico Zatara e uma mestra das artes arcanas.
Ainda sem espaço no Universo Cinematográfico DC, no início deste ano correram rumores - entretanto desmentidos - sobre uma possível participação de Zatanna em Esquadrão Suicida 2. Entretanto, os fãs sonham com o dia em que a magia da Princesa da Prestidigitação salpicará o grande ecrã.

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Zatanna ao lado do Homem-Morcego em
 Batman: The Animated Series (cima)
 e interpretada por Serinda Swan em Smallville.