31 outubro 2014

HEROÍNAS EM AÇÃO: CRISTAL




    Antiga X-Man e atual agente da S.H.I.E.L.D., a heroína mutante conhecida como Cristal foi fruto de uma iniciativa multimédia conjunta da Marvel Comics e de uma editora discográfica visando promover uma estrela do disco sound. Mesmo tratando-se de uma personagem datada, logrou resistir à passagem do tempo, conquistando lugar cativo na mitologia da Casa das Ideias e no coração dos fãs.

Nome original da personagem: Dazzler 
Licenciadora: Marvel Comics
Primeira aparição: The Uncanny X-Men #130 (fevereiro de 1980)
Criadores: Tom DeFalco/Roger Stern (história) e John Romita, Jr. (arte)
Identidade civil: Alison Blaire
Local de nascimento: Gardendale, Long Island (Nova Iorque)
Parentes conhecidos: Carter Blaire (pai falecido), Katherine Blaire (mãe, também conhecida como Barbara London), Lois London (meia-irmã) e  Longshot (ex-marido)
Afiliação: Ex-membro dos Gladiadores (grupo de lutadores mutantes que atuavam num teatro subterrâneo de Los Angeles) e dos X-Men. É atualmente uma operacional ao serviço da S.H.I.E.L.D.
Base de operações: Móvel
Armas, poderes e habilidades:  A habilidade mutante de Cristal consiste em converter vibrações sónicas captadas pelo seu organismo em vários tipos de luz. Esta habilidade parece operar numa vasta gama de frequências, incluindo o espectro audível. No entanto, a heroína prefere usar sons musicais como fonte de alimentação dos seus poderes. Não só por serem mais agradáveis aos seus ouvidos, mas também porque asseguram uma menor aleatoriedade. Donde resulta um maior controlo de Cristal sobre as suas habilidades, permitindo-lhe assim definir a cor, frequência, intensidade e duração dos feixes luminosos por si produzidos. Além, claro, de os conseguir direcionar com precisão para um determinado alvo.
  Originalmente, Cristal apresentava-se apetrechada com um leitor de cassetes customizado que lhe providenciava a música de que necessitava para ativar os seus poderes. Mais tarde, passou a envergar um traje especial - concebido pelo Professor Xavier - que lhe permitia armazenar os sons por ela absorvidos. Com o tempo, Alison desenvolveu a capacidade de acumular os sons captados no interior do seu corpo, libertando-os em pequenas porções sob a forma de luz ou de energia.
  Cristal consegue gerar um plêiade de efeitos luminosos: desde simples padrões multicoloridos para abrilhantar os seus concertos até à projeção de lasers ou de pulsos de luz estroboscópica que cegam e/ou afetam temporariamente o equilíbrio dos seus oponentes. Com algum esforço e concentração, Alison consegue ainda produzir hologramas tridimensionais de pessoas ou objetos, bem como erguer escudos defletores que a protegem de ataques com projéteis ou rajadas energéticas. Graças aos seus olhos polarizados, ela não é encandeada pela luz, própria ou alheia. Do mesmo modo, um sofisticado sistema natural de ecolocalização, permite-lhe detetar sons impercetíveis ao ouvido humano antes de os absorver e transformar em energia.
   Um fluxo ultraconcentrado de fotões sólidos é, todavia, a mais poderosa manifestação das suas habilidades mutantes. Devido à enorme quantidade de energia necessária à sua geração, no passado a heroína relutava em usar esse poder, sob pena de ficar exaurida. Aquando da sua passagem pelos X-Men aprendeu, contudo, a fazê-lo em segurança. Durante o mesmo período demonstrou ser capaz de manipular o espectro eletromagnético, por forma a criar radiação de micro-ondas com considerável potencial destrutivo.
    Alison é também uma atleta de topo que aperfeiçoou as suas técnicas de combate corpo a corpo em resultado do treino recebido no Instituto Xavier para Jovens Sobredotados. Hábil patinadora, nos primórdios da sua carreira era comum usar patins magnéticos acoplados às suas botas, os quais lhe permitiam mover-se a grande velocidade.
    Recentemente agraciada com um misterioso dom de ressurreição, tudo indica que Cristal não pode ser morta através dos métodos convencionais.

Rainha da pista de dança e justiceira nas horas vagas.

Histórico de publicação: Tendo como referência um projeto análogo envolvendo a banda de rock Kiss, na reta final da década de 1970 - numa altura em que o disco sound já vinha perdendo terreno para outros géneros musicais - a editora discográfica norte-americana Casablanca Records decidiu patrocinar uma iniciativa multimédia com o fito de lançar uma nova cantora. Com efeito, desde 1977 que os Kiss dispunham de duas séries próprias (e extremamente populares) de banda desenhada que ajudavam a promover o grupo. Um caso de sucesso que a Casablanca Records pretendia replicar para daí retirar proventos. Nesse sentido, firmou uma parceria com a Marvel Comics, incumbida de conceber uma super-heroína que seria uma espécie de Rainha do Disco Sound. Em paralelo, a Casablanca Records introduziria no mercado uma nova estrela musical. Esta plataforma multimédia ficaria completa com inclusão da Filmworks, sob cujos auspícios seria produzida uma longa-metragem protagonizada pela nova personagem.

Desde 1977 que os Kiss vivem aventuras aos quadradinhos.

   Definidos os moldes e objetivos do projeto, Jim Shooter, à época editor-chefe da Marvel, logo apresentou um primeiro esboço do conceito: na sua versão primitiva, a personagem (ainda sem nome atribuído) seria uma cantora com o poder de obrigar qualquer pessoa a dizer a verdade. No entanto, Shooter também logo se deparou com a primeira dificuldade à realização do projeto: nenhum dos principais argumentistas ou ilustradores da Marvel queria ter nada a ver com ele.
     A solução encontrada passou por contratar o ex-argumentista da Archie Comics, Tom DeFalco. O qual introduziu diversas alterações ao conceito original desenvolvido por Shooter: em alternativa à capacidade de levar as pessoas a dizerem a verdade, DeFalco sugeriu que a personagem tivesse poderes baseados na luz. Aprovada a ideia, coube a John Romita, Jr. desenhar o visual de Dazzler (assim crismada pelo argumentista Roger Stern e que, em tradução literal, é sinónimo de "deslumbrante" ou "estonteante").
    Como modelo para a conceção da aparência da nova personagem, Romita, Jr. usou inicialmente Grace Jones, uma exótica manequim, cantora e atriz afro-americana muito em voga na época. Contudo, a Filmworks pretendia aproveitar o projeto para promover a também modelo e atriz Bo Derek. Nesse sentido, impôs alterações ao visual de Dazzler, plasmando as características fisionómicas da curvilínea protagonista de Bolero (1984).

Bo Derek, a beldade que serviu de modelo aos criadores de Cristal.
   
  A Casablanca Records, por seu turno, insistiu para que Dazzler fosse promovida através de participações especiais nos principais títulos da Marvel: The Fantastic Four, The Amazing Spider-Man e The Uncanny X-Men. Tratando-se de uma mutante, foi, aliás, neste último que a heroína debutou, em fevereiro de 1980.

A estreia de Cristal em The Uncanny X-Men #130 (1980), título talismã para a personagem.

  Os responsáveis da editora discográfica continuaram, não obstante, a exigir sucessivas alterações conceptuais, designadamente no que à aparência e personalidade da personagem dizia respeito. Facto que motivou os diversos cancelamentos temporários do projeto que precederam o abandono definitivo do mesmo por parte da Casablanca Records, alegadamente por razões financeiras. Perante este revés, à Casa das Ideias não restou outro remédio se não apostar numa série mensal estrelada pela sua nova coqueluche.
    Fazendo no fé no testemunho de Tom DeFalco, o lançamento de um título próprio de Dazzler foi adiado cinco ou seis vezes, antes da sua materialização em março de 1981.Isto porque, nesse ínterim, a Marvel (já depois de a Filmworks ter desertado do projeto) afadigou-se na busca de produtores cinematográficos dispostos a investirem num filme baseado na personagem. Mesmo sem lograrem êxito nessa sua demanda, Jim Shooter e Stan Lee resolveram avançar com o lançamento da série mensal intuindo o sucesso da mesma.
    Assim, Dazzler #1 foi editado no sentido de espelhar as transformações operadas no Universo Marvel e para se enquadrar no novo formato de publicações compostas por 22 páginas. Outra das alterações introduzidas no conteúdo do número inaugural da série consistiu na exclusão de Ciclope (então líder dos X-Men) como convidado especial e na inserção da benjamim dos pupilos do Professor X, Kitty Pryde (futura Lince Negra). Como bónus, o referido volume continha igualmente a origem de Dazzler, entretanto estrategicamente distanciada do universo disco sound, numa altura em que era já evidente a sua decadência.
   Numa aposta de alto risco, Jim Shooter deliberou que Dazzler #1 fosse colocado à venda somente em lojas de comics especializadas, contornando dessa forma o tradicional circuito de distribuição comercial. Resolução com tanto de inédita como de audaciosa, considerando que à data a indústria dos quadradinhos atravessava uma fase conturbada.
    Com mais de 400 mil exemplares vendidos (correspondendo a mais do dobro da média de vendas desse tipo de material), Dazzler #1 saldou-se num estrondoso sucesso. Facto a que não foram decerto alheias as participações, ao longo dos seus cinco primeiros números, de algumas personagens de charneira da Marvel: Homem-Aranha, X-Men, Hulk, Doutor Destino e até mesmo Galactus abrilhantaram com a sua presença as histórias da neófita heroína. Que, por sua vez, retribuiu a cortesia levando ocasionalmente o seu glamour a títulos como The Avengers ou The Uncanny X-Men.

O primeiro número de Dazzler valeu um recorde de vendas à Marvel.

   Malgrado o seu sucesso comercial, Dazzler não escapou a críticas. Muitos eram os leitores que desaprovavam o enfoque dado nas histórias da personagem a aspetos da sua vida pessoal e familiar em detrimento de sequências de ação mais consentâneas com o género super-heroico. Também o facto de a heroína usar a mesma indumentária quando atuava em palco ou quando combatia malfeitores mereceu duras críticas por parte de alguns fãs.
     A esse propósito Tom DeFalco teceu, anos depois, as seguintes considerações: "Havia nessas críticas uma hipocrisia intrínseca por parte de alguns leitores: ao mesmo tempo que clamavam por conceitos inovadores, exigiam que Dazzler se conformasse aos esterótipos preexistentes no género".


Tom DeFalco.

   John Romita, Jr. abandonou o título ao fim de três edições, sendo substituído por Frank Springer. DeFalco, por sua vez, manteve-se como argumentista da série até ao seu sexto número. Continuou, porém, a supervisionar o trabalho desenvolvido pelo seu sucessor, Danny Fingeroth. Este e Springer formariam uma dupla criativa estável até Dazzler #27 -dois números depois de o título passar a bimestral em virtude da quebra de vendas registada. Esta nova periodicidade de publicação, aliada às muitas modificações sofridas pela personagem (Springer convertera-a numa aspirante a atriz em Los Angeles), tornaram-na ainda menos apelativa tanto para os seus atuais leitores como para os novos.


John Romita, Jr.
   Perante este quadro precário, a Marvel procurou revitalizar a série interligando-a com uma graphic novel ( Dazzler, The Movie, a quadrinização do guião do filme nunca realizado da personagem) e uma minissérie estreladas pela heroína. Se a primeira foi aclamada pela crítica e pelos leitores, a segunda redundou num fiasco.
     Com as vendas em queda livre, a Marvel apostou as fichas todas na dupla composta pelo argumentista Archie Goodwin e pelo desenhista Paul Chadwick , que assumiram a produção de Dazzler a partir do seu 38º número. Eliminado o subtexto que caracterizava anteriormente as suas histórias, Dazzler aproximou-se mais do conceito genérico de super-heroína, ganhando de passagem um novo uniforme. Nada disso foi, porém, suficiente para salvar a série, que acabaria cancelada em 1985.
     Depois de ter sido equacionada a hipótese de conceder a Dazzler o estatuto de fundadora do X-Factor (equipa inicialmente formada pelos cinco X-Men originais), a ideia seria descartada devido à decisão de ressuscitar Jean Grey. A alternativa passou por integrá-la nos X-Men, ao lado dos quais atuou até aos primeiros anos da década de 1990, altura em que se eclipsou. Seguiu-se uma longa travessia do deserto, interrompida apenas por esporádicas aparições em histórias alheias. Seria, pois, preciso esperar até ao dealbar do presente século para assistirmos ao regresso triunfal de Dazzler. Com o lançamento de The New Excalibur, a heroína mutante voltou a assegurar presença regular no Universo Marvel. Quando a série foi cancelada, Dazzler tornou-se coadjuvante no título onde se estreou: The Uncanny X-Men.
    Em fevereiro de 2010, chegou às bancas norte-americanas uma edição especial estrelada por Dazzler, escrita por Jim McCann e com arte a cargo de Kalman Andrasofszky. Um par de anos volvidos, a personagem reapareceu, (agora na qualidade de operacional da S.H.I.E.L.D) novamente nas páginas de The Uncanny X-Men. É,pois, caso para dizer que a boa filha a casa torna...
   
A graphic novel que retrata o filme nunca feito de Cristal.
     
Biografia: Filha única do casal Carter e Katherine Blaire, Alison nasceu em Long Island, um subúrbio de Gardendale, Nova Iorque. Os seus progenitores tinham uma relação tensa, uma vez que o seu pai era um austero estudante de Direito, ao passo que a sua mãe se considerava um espírito livre tendo na música a sua grande paixão. Em consequência dessas diferenças de personalidade, Katherine acabou por abandonar o companheiro quando Alison ainda mal gatinhava. Foi, pois, com a ajuda da avó paterna de Alison que o seu pai a conseguiu criar e educar.
   O abandono de Katherine deixou profundas marcas emocionais em Carter, que optou durante muitos anos por guardar segredo do episódio junto da filha. Quando, já adolescente, ela começou a sonhar com uma carreira ligada à música, o pai - agora um respeitado juiz - opôs-se veementemente e tentou direcioná-la para uma trajetória de vida similar à sua. Alison interiorizou então a ideia de que, um dia, conseguiria conciliar ambas as carreiras. Para essa decisão contribuiu o encorajamento recebido por parte da sua avó paterna, mais benevolente relativamente às suas veleidades artísticas.
   Alison frequentava o liceu quando as suas habilidades mutantes se manifestaram pela primeira vez. Aspirante a cantora, tinha-se voluntariado para atuar num espetáculo musical organizado na sua escola, durante o qual descobriu que, a partir de sons, conseguia gerar variados efeitos luminosos. No entanto, a sua plateia em delírio julgou tratarem-se de efeitos especiais. Uma assunção comum antes de Alison, alguns anos volvidos, revelar a sua natureza mutante. Esse foi, de resto, um dos segredos mais bem guardados da sua vida: mesmo os que lhe eram mais próximos - incluindo o próprio pai -ignoravam que Alison era, na verdade, uma homo superior.
    Em vésperas de entrar para a universidade - e para desespero do pai- , Alison começou a explorar mais ativamente os seus poderes luminosos e os seus dotes musicais, relegando para plano secundário os estudos. Com efeito, em plena cerimónia de entrega dos diplomas do liceu, a jovem comunicou ao seu progenitor que não pretendia ingressar na faculdade de Direito que ele escolhera para ela. Mesmo sem a bênção e o apoio monetário paternos, Alison estava determinada em tentar a sua sorte no mundo da música.

Os poderes luminosos de Cristal proporcionavam experiências extáticas aos seus fãs que, contudo, desconheciam que a  diva do disco sound era uma mutante.

   Alison sabia que a sua habilidade mutante de converter som em luz seria uma mais-valia para as suas performances artísticas. De facto, os estonteantes efeitos visuais que abrilhantavam os seus espetáculos logo atraíram a atenção de diversas discotecas e clubes noturnos nova-iorquinos. Adotando o pseudónimo Cristal e confecionando o seu próprio guarda-roupa (que incluía um colar com um pendente em forma de bola de espelhos herdado da sua mãe), Alison tornou-se uma das cantoras mais badaladas da cidade. Contudo, quer o seu público quer os proprietários dos estabelecimentos onde atuava, desconheciam em absoluto a verdadeira origem dos seus poderes. Apesar de alguma especulação em torno do assunto, Alison conseguiu convencer todos que se tratava de uma sofisticada tecnologia de efeitos especiais.
     Foi precisamente num dos seus espetáculos que se cruzou pela primeira vez com os X-Men, sob ataque de elementos ligados ao Clube do Inferno. Furiosa com a inusitada interrupção da sua atuação, Cristal usou as suas habilidades para neutralizar os atacantes, deixando acidentalmente um deles em estado catatónico. De seguida ajudou os heróis mutantes a encontrarem a benjamim da equipa, Kitty Pryde.
    Apesar de ter considerado excitante essa experiência ao lado dos X-Men, Cristal declinou o convite dos pupilos do Professor Xavier para se juntar à equipa, receando que o preconceito em relação aos mutantes prejudicasse a sua fulgurante carreira musical ( o que viria efetivamente a acontecer anos mais tarde).

Ao lado dos X-Men, Cristal ganharia um novo visual e um maior controlo dos seus poderes.

    Nada que a impedisse, ainda assim, de desenvolver paralelamente uma carreira de combatente do crime, ao mesmo tempo que ia travando conhecimento (mais ou menos amistoso) com outros super-heróis. Numa época em que muitos ainda questionavam o seu posicionamento moral, Cristal manteve uma fugaz parceria com Escudo Azul e um ainda mais fugaz romance com o Anjo. Enfrentou também vários pesos pesados vilanescos: Doutor Destino, Encantor e Terrax (o brutal arauto de Galactus). Pelo meio foi coagida a juntar-se ao Clube do Inferno, cuja Rainha Branca (Emma Frost) cedo percebeu o potencial dos poderes da jovem.
    Num golpe do destino, Alison descobriu por acaso que a sua treinadora vocal era, afinal, a mãe que a abandonara ainda bebé. Com essa descoberta veio um conjunto de revelações bombásticas: depois de abandonar a filha e o companheiro, Katherine mudara-se para a Costa Oeste, assumira a identidade de Barbara London e constituíra nova família. Alison ficou também ao corrente do passado de toxicodependência da mãe, dos abusos por ela sofridos às mãos do seu novo companheiro e da existência de uma meia-irmã de seu nome Lois London. Ela e Alison logo se tornaram inseparáveis.
    Outro ponto de viragem na vida pessoal e profissional de Alison ocorreu quando ela revelou publicamente a sua condição de mutante. Contrariando as suas expectativas, a reação por parte dos fãs e da imprensa foi bastante adversa. Em consequência disso, Alison viu sucessivas portas fecharem-se-lhe em Nova Iorque levando-a a migrar para Los Angeles na esperança de aí poder encetar uma carreira como atriz. Acabaria, no entanto, por se juntar durante a sua estada na Cidade dos Anjos aos Gladiadores, um grupo de combatentes mutantes que lutavam entre si até à morte num teatro subterrâneo para diversão de humanos endinheirados. Uma experiência que também não terminou da melhor maneira: depois de ter sido drogada e obrigada a combater com o Fera, Alison abandonou os Gladiadores. Sob diversos nomes falsos, passou então a trabalhar como empregada de mesa em restaurantes da cidade.
    Algum tempo depois, Alison regressou a Nova Iorque e procurou a ajuda do Professor Xavier. Este forneceu-lhe um novo uniforme que lhe permitia não só armazenar sons como também amplificava as suas habilidades mutantes. Recebeu também de Wolverine treino intensivo em técnicas de sobrevivência e combate corpo a corpo.Findo o qual, uma revigorada Cristal se tornou membro de pleno direito dos X-Men.
    Ao lado dos pupilos de Xavier, Cristal conheceu Longshot, um herói mutante oriundo de um mundo extradimensional e seu futuro marido. Para ficar junto dele, a jovem abandonou a Terra e os X-Men durante alguns anos.

Cristal na sua segunda passagem pelos X-Men.

   Regressaria, no entanto, ao nosso planeta e aos X-Men após uma sucessão de contrariedades (incluindo uma gravidez interrompida) que haviam ditado o fim do seu casamento com Longshot. Apenas para ser arrastada para o épico conflito que opôs os seus companheiros de equipa aos Vingadores. Na sequência do cisma mutante daí resultante, Cristal foi recrutada pela S.H.I.E.L.D. com a missão de localizar e descobrir os desígnios da fação extremista liderada por Ciclope.
     
Alison Blaire, agente da S.H.I.E.L.D.
Noutros media: Na lista das 100 Mulheres Mais Sexys dos Quadradinhos divulgada pelo Comics Buyer's Guide, Cristal quedou-se pela 83ª posição. Embora, como vimos, tenha sido produto de uma fracassada iniciativa multimédia, a heroína mutante poucas oportunidades tem tido noutros meios de comunicação que não os quadradinhos. No seu currículo constam apenas algumas participações em séries de animação estreladas pelos Filhos do Átomo: X-Men: Pryde of The X-Men (1989), X-Men: The Animated Series (1992-1997) e Wolverine and the X-Men (2009). Exceto pelo episódio-piloto da primeira (no qual surgia integrada na equipa), nas restantes duas foi apenas coadjuvante.

Um estrela musical literalmente dotada de luz própria.

3 comentários:

  1. Gosto da cristal e apendi muita coisa.
    Excelente post.

    ResponderEliminar
  2. Gozado que conheci essas histórias ,já em seu finalzinho,como me divertida com o cachorro Cerberus
    e seu dono AHAHAHAHAHH

    ResponderEliminar
  3. Michael Carvalho Silva12 de maio de 2020 às 20:31

    Cristal é de longe uma das super-heroínas mais lindas e deslumbrantes da Marvel e ela marcou minha infância no início da década de oitenta do século vinte quando eu acompanhava as histórias dela na saudosa revista "Heróis Da TV" da Editora Abril. Grace Jones e Bo Derek também foram duas inspirações maravilhosas e inesquecíveis para essa grande e belíssima personagem feminina da Casa De Idéias que é como a nossa querida Marvel costuma ser chamada sem contar também que a nossa amada e eterna Cristal finalmente foi interpretada no cinema pela deslumbrante e encantadora atriz americana Halston Sage no filme "X-Men: Fênix Negra" após uma longa espera que durou exatos quarenta anos para finalmente se concretizar.

    ResponderEliminar