03 março 2018

FÁBRICAS DE MITOS: CHARLTON COMICS


 Fundada atrás das grades, foi uma incubadora de talentos ímpar na sua autossuficiência. Alcançou glória efémera na Idade da Prata graças ao seus "heróis de ação"que inspirariam os Watchmen, de Alan Moore.

Reis da Sucata

Menos glamorosa e com contornos mais invulgares do que as de outras editoras surgidas em plena Idade do Ouro, a história da Charlton Comics começou a escrever-se em 1923. Nesse ano, seguindo as pisadas de tantos outros dos seus conterrâneos, um jovem italiano chamado John Santangelo cruzou o Atlântico à conquista do Sonho Americano.
Desembarcado em Nova Iorque com a sua mala de cartão, Santangelo começou por garantir o sustento a trabalhar como pedreiro antes de se estabelecer como empresário da construção. Estávamos em 1931 e, por esses dias, o rádio era ainda uma vibrante novidade. Mercê desse facto, em muitos lares continuava a ouvir-se música através de gira-discos, grafonolas e outros aparelhos similares. Cuja deficiente acústica nem sempre permitia aos ouvintes acompanharem as letras das suas melodias favoritas.

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Apesar do apregoado
 em anúncios publicitários como este,
 o som das grafonolas e afins 

deixava muito a desejar.
Ocorreu então ao ladino Santangelo, dono de um apurado faro para o negócio, que não faltariam porventura interessados em comprar as letras impressas das canções mais populares. E, se bem o pensou, melhor o fez: pouco tempo depois do seu momento eureca, Santangelo arrecadava já bom dinheiro com a venda de brochuras contendo esse tipo de material.
Havia apenas um pequeno senão: Santangelo não pagava direitos de autor pelas letras que disponibilizava ao público. Processado pela Sociedade Americana de Compositores, Autores e Produtores, de nada lhe valeram em tribunal as suas alegações de que ignorava em absoluto ter cometido uma infração.
Apesar dessas proclamações de inocência, em 1934 Santangelo seria mesmo sentenciado a um ano de prisão efetiva. Pena que cumpriria integralmente na Penitenciária Estadual de New Haven, no estado vizinho do Connecticut; não muito longe de Derby, a pequena cidade para onde ele e a sua cara-metade se haviam mudado tempos atrás, e que viria a acolher a sede da Charlton Publications.
Durante essa sua curta estadia atrás das grades, Santangelo travou amizade com Edward Levy, um ex-advogado a cumprir pena ligeira por crimes de colarinho branco, e que sabia reconhecer uma boa ideia quando lha apresentavam.
Visto que ambos seriam em breve restituídos à liberdade, Santangelo e Levy tornaram-se sócios no que viria a ser um negócio legal de divulgação de letras de canções e das novas tendências musicais. Ambos tinham filhos chamados Charles e, por isso, concordaram em batizar a futura editora de T.W.O. Charles Company.
Numa opção estratégica que se revelaria decisiva para o êxito do empreendimento, Santangelo e Levy adquiriram uma gráfica industrial e uma robusta frota de camiões. A primeira asseguraria a impressão das publicações, a segunda a sua distribuição um pouco por todo o país. Fazendo assim da T.W.O. Charles Company um caso único de autossuficiência no panorama editorial norte-americano.
Da edição à distribuição passando pela impressão, a empresa controlava toda a cadeia de produção a partir do seu quartel-general em Derby. Se por um lado isso lhe conferia uma importante vantagem sobre a concorrência, por outro encorajava uma menor exigência no que à qualidade do material produzido dizia respeito, já que a T.W.O. Charles Company não tinha de prestar contas a quem quer que fosse.

Panorâmica aérea da antiga sede da Charlton Publications, em Derby.
Demolida em 1999, no seu lugar existe hoje um centro comercial.
Quando tudo ficou finalmente a postos, no início de 1942 a T.W.O. Charles Company lançou Hit Pareder, um dos primeiros e mais duradouros magazines musicais publicado ininterruptamente ao longo de meio século. Embora especializada nesse tipo de material, o catálogo da nova editora incluía originalmente livros e revistas de palavras cruzadas.

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Fenómeno de longevidade, o magazine musical Hit Parader
 seria publicado pela Charlton até 1991.
Renomeada Charlton Publications em 1945, no ano seguinte a editora decidiu lançar a sua própria linha de histórias aos quadradinhos. Contrariamente a outras fábricas de mitos que continuavam a laborar a toda a brida, fê-lo no entanto com o exclusivo propósito de manter as suas gigantescas rotativas a funcionarem em contínuo, dado que qualquer pausa acarretaria custos proibitivos.
Assim nasceu a Charlton Comics, com a mediocridade inscrita no seu código genético. Salvo por uma outra pequena pepita, ao longo da sua história notabilizar-se-ia por vender pechisbeque e outras bugigangas de reduzido valor. Dito de outro modo, a Charlton Comics nunca foi uma editora de topo porque nunca aspirou a tal.
Preferindo seguir tendências a criá-las, a Charlton Comics navegou sempre ao sabor das caprichosas correntes do mercado: quando, na viragem da década de 50, os contos de terror estiveram na berlinda, a editora prosperou por conta deles; quando, a meio da década seguinte, as histórias de guerra perderam o seu apelo devido à impopularidade do conflito no Vietname, as suas vendas ressentiram-se.
Há, ainda assim, que lhe reconhecer o mérito de, por contraponto a muitas das suas concorrentes, ter conseguido manter-se à tona entre as cíclicas borrascas que fustigaram a indústria dos comics. Chegando mesmo a crescer em contraciclo. Quando, no final da II Guerra Mundial, as histórias aos quadradinhos entraram em declínio levando à falência de muitas editoras, a Charlton, escorada na sua autossuficiência e no ecletismo das suas publicações, não só resistiu à crise como aumentou a sua lucratividade.
Importa por outro lado ressalvar que, apesar do ecletismo do catálogo da Charlton Comics (no qual cabia uma impressionante variedade de géneros abrangendo desde romance adolescente a façanhas do Velho Oeste passando pela ficção científica), os super-heróis estiveram durante muito tempo subrepresentados nele. Sobrevindo este facto de a editora os ter encarado sempre como um subproduto, logo ainda mais descartável do que os restantes.


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Quatro dos títulos mais emblemáticos
 da Charlton Publications.
Apesar desse seu diminuto apreço pelo género super-heroico, a Charlton já antes se aventurara na publicação de material dessa natureza. Em setembro de 1944, tinha chegado às bancas Yellowjacket, uma antologia de historietas de terror e de super-heróis com o selo da Frank Comunale Publishing Company.
Era comum nos primórdios da indústria dos quadradinhos as editoras mudarem frequentemente de nome, por forma a contornarem o racionamento de papel imposto pelo esforço de guerra e/ou para ludibriarem o Fisco. Escusado será dizer que a Charlton Comics não fugiu à regra tendo criado, além da já mencionada Frank Comunale Publishing Company, várias outras subsidiárias. Casos da Children Comics Publishing (vocacionada para o público infantil, publicou Zoo Funnies, um dos títulos de charneira da editora), da Charles Company Publishing ou ainda da Frank Publications.

Yellowjacket nº1 (1944) incluía as primeiras histórias
 de super-heróis publicadas pela Charlton.
Mantendo-se fiel ao seu perfil low cost - e sempre sob a liderança bicéfala de Levy (diretor executivo) e Santangelo (diretor financeiro) - ao longo dos anos seguintes a Charlton Comics compraria ao desbarato personagens detidas por editoras moribundas ou a braços com graves problemas de tesouraria. Entre as vítimas da sua necrofagia contam-se a Superior Comics e a Mainline Publications (fundada em tempos por Joe Simon e Jack Kirby, criadores do Capitão América), tendo ainda reclamado para si parte dos despojos mortais da Fawcett Comics*. A sua aquisição de maior monta seria, contudo, o Besouro Azul, antigo porta-estandarte do Fox Features Syndicate.
Outra das práticas pelas quais a Charlton Comics se tornou tristemente notória foi a dos baixos salários pagos aos seus colaboradores. O que não a impediu de conseguir arregimentar, na primeira metade da década de 50,  talentosos artistas e escritores aliciados pelo maior controlo criativo que a editora lhes proporcionava. Entre eles pontificavam algumas futuras lendas da Nona Arte, como Steve Ditko (cocriador do Homem-Aranha). Joe Gill (escriba prolífico) e Dick Giordano (ilustrador virtuoso e futuro editor-chefe da DC Comics). Vindo este último, como mais adiante se perceberá, a ficar inextricavelmente ligado ao curto apogeu da Charlton Comics.
Sinalizando o despontar do que se convencionou designar como a Idade de Prata da banda desenhada, em 1956 a DC Comics reformulou alguns dos seus ícones clássicos, como o Flash e o Lanterna Verde. Influenciada pelo renovado vigor assim infundido ao género super-heroico, logo em 1960 (antecipando-se à revolução trazida pela Marvel Comics a partir do ano imediato) a Charlton criou de raiz o seu primeiro super-herói: o Capitão Átomo.

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O visual original do Capitão Átomo.
Já com Dick Giordano a ocupar o posto de seu editor-chefe, entre 1965 e 1968 a Charlton Comics viveu aquele que a generalidade dos fãs e dos historiadores da Nona Arte consideram ter sido o ponto mais alto da sua carreira. Muito por conta, note-se, dos seus "heróis de ação" (action heroes, no original), designação atribuída por Giordano à nova safra de justiceiros fantasiados da editora. Além do Capitão Átomo e de uma versão recauchetada do Besouro Azul, dele faziam parte também Pacificador, Questão, Thunderbolt e Mestre Judoca, citando apenas os mais populares.
Reflexo dessa inédita aposta num género que até então sempre menosprezara, a Charlton Comics adquiriu, em paralelo, os direitos de licenciamento de Flash Gordon e do Fantasma ao King Features Syndicate. Duas personagens consagradas que, naquela época, eram sinónimo de boas vendas.
Pela mão de Dick Giordano, chegaram ainda à Charlton Comics Jim Aparo**, Dennis O'Neill (que escrevia sob o pseudónimo Sergius O’Shaughnessy) e todo um contingente de novos talentos dos quadradinhos que tiveram na editora a rampa de lançamento para as suas meteóricas carreiras. Transformada num alfobre de estrelas em ascensão, por lá passariam anos mais tarde os "galácticos" John Byrne e Jim Starlin.

Dick Giordano (1932-2010) capitaneou
 uma revolução de veludo na Charlton Comics.
Qual fogo-fátuo, o sucesso dos "heróis de ação" da Charlton Comics esfumou-se num abrir e fechar de olhos. Antes ainda da saída de Giordano para a DC no ano seguinte, em 1967 viram os seus títulos mensais serem cancelados sem apelo nem agravo. Chegava assim ao fim o curto estado de graça de uma editora que nunca foi provida dela.
Naquele que seria o seu derradeiro esforço para reviver o seu panteão super-heroico, em 1973 a Charlton Comics lançou E-Man, cujo tom humorístico das histórias captou inicialmente a atenção dos fãs. No entanto, o seu débil desempenho comercial ditaria o cancelamento da sua série ao fim de uma dezena de números publicados.
Em consequência desse revés, ao longo do resto da década de 1970 a Charlton Comics limitou-se a publicar histórias de terror (das quais os leitores pareciam não se cansar) e a reeditar material antigo do seu inventário. Especializou-se igualmente nas adaptações de séries televisivas que por aqueles dias faziam furor. Casos, por exemplo, de Bionic Woman e The Six Million Dollar Man. Prodigalizando sempre a costumeira mediocridade que, à parte o pequeno parêntesis acima descrito, foi sempre a imagem de marca da editora.

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Da TV para a BD. 
Quando se adivinhava já o seu canto do cisne, em 1983 a Charlton Comics aceitou vender à DC, por uns módicos 30 mil dólares acrescidos de royalties, os seus "heróis de ação" que vinham acumulando poeira numa qualquer gaveta. Segundo consta, ter-se-á tratado de um presente oferecido pelo então Vice-Presidente Executivo da DC, Paul Levitz, a Dick Giordano em reconhecimento pelo excelente trabalho que ele vinha desenvolvendo na Editora das Lendas.
Certamente mais do que uma infeliz coincidência, o cerrar definitivo de portas da Charlton ocorreria pouco tempo depois, em 1985. No ano seguinte,  Alan Moore expressou o seu desejo de usar os antigos "heróis de ação" da Charlton em Watchmen, aquela que seria a magnum opus do controverso escritor britânico, e uma das sagas mais memoráveis da história da Nona Arte. Intenção que esbarrou contudo na renitência dos mandachuvas da DC em alienarem a título definitivo ativos recém-adquiridos, e aos quais reconheciam potencialidades. 
Assim, não restou a Moore outro remédio senão criar pastiches descartáveis para a sua história. O Capitão Átomo transformou-se no Doutor Manhattan, o Besouro Azul no Coruja e por aí afora.

Duas faces da mesma moeda:
 os "heróis de ação" da Charlton e os Watchmen, de Alan Moore.
Quanto aos verdadeiros "heróis de ação" da Charlton, tiveram sortes diferentes. Ao passo que Capitão Átomo, Besouro Azul e Questão obtiveram lugar de destaque na mitologia da DC, de Mestre Judoca ou Pacificador restam apenas ténues reminiscências (vide texto seguinte).
Numa deliciosa ironia, seriam pois os mesmos super-heróis de que a Charlton Comics tanto desdenhou a salvá-la do ostracismo a que parecia irremediavelmente condenada.
Epitáfio inglório para uma editora cuja história é um compêndio de oportunidades desperdiçadas, mas cuja "mística" sobrevive ainda na memória afetiva de muitos fãs. E também de antigos colaboradores. Como Dick Giordano que, certa vez, resumiu de forma lapidar o legado da Charlton Comics: "Se assim o tivesse desejado, a Charlton poderia ter ombreado com a DC. Poderia ter produzido material de melhor qualidade por metade do preço. Poderia ter virado o jogo a seu favor e revolucionado a indústria dos quadradinhos. Mas os seus donos preferiram ser os reis da sucata."

*http://bdmarveldc.blogspot.pt/2017/09/fabrica-de-mitos-fawcett-comics.html
**http://bdmarveldc.blogspot.pt/2015/10/eternos-jim-aparo-1932-2005.html

Heróis de Ação

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Falar em panteão super-heroico da Charlton Comics poderá soar um tudo-nada exagerado. Quanto muito,  a editora dispôs brevemente de um lote de justiceiros fantasiados que, se não tivessem sido adquiridos pela DC, estariam muito provavelmente fadados ao oblívio. Sorte a que nem todos lograram, ainda assim, escapar.
Foi, no entanto, por intermédio dos seus "heróis de ação" que a Charlton conseguiu ser mais do que uma mera nota de rodapé na história da Nona Arte. Sendo por isso da mais elementar justiça corrigir alguns equívocos no que à propriedade original dessas personagens concerne. Isto porque, sendo verdade que nem todos correspondem a conceitos originais da editora, também não é menos verdade que alguns continuam a ser erroneamente creditados à DC, como se sempre tivessem sido sua pertença.
Importa por isso dar a conhecer um pouco melhor alguns dos lendários "heróis de ação" da Charlton Comics, mormente aqueles que serviram de modelo aos Watchmen, de Alan Moore.

Besouro Azul (Blue Beetle): Sem dúvida o mais acarinhado dos "heróis de ação" da Charlton, pertenceu originalmente à Fox Comics. Apesar da assinalável popularidade de que gozou durante a Idade do Ouro, não conseguiu reeditá-la sob o selo da nova editora. Joe Jill e Steve Ditko foram por isso incumbidos de desenvolver uma sua nova versão que debutou em Captain Atom nº83 (novembro de 1966). A nova velha personagem depressa conquistaria a simpatia dos fãs. Em Watchmen (saga e filmes já aqui esmiuçados) teve como contraparte o Coruja. Prontuário detalhado em http://bdmarveldc.blogspot.pt/2015/09/herois-em-acao-besouro-azul.html ;

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Ted Kord,
o segundo Besouro Azul.

Capitão Átomo: O primeiro super-herói original da Charlton Comics e um dos poucos com superpoderes. Também ele saído da imaginação da dupla Joe Gill/Steve Ditko, na sua estreia em Space Adventures nº33 (março de 1960) surgia com um uniforme azul na capa e um dourado no interior da revista. Um erro de impressão que atesta bem o descaso com que este ramo da Charlton Publications tratava os seus produtos. Na DC, o Capitão Átomo teve a sua identidade civil e visual alterados.  Foi nele que Moore se inspirou para criar o Doutor Manhattan. Podem saber mais sobre este herói em http://bdmarveldc.blogspot.pt/2013/05/herois-em-acao-capitao-atomo.html ;

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Os três uniformes do Capitão Átomo na Charlton.

Mestre Judoca (Judo Master): Mestre das artes marciais e ex-veterano da II Guerra Mundial, foi uma criação de Joe Jill e Frank McLaughlin. Estreou-se em Special War Series nº4 (novembro de 1965), ganhando pouco tempo depois um parceiro juvenil chamado Tigre. Após diversas modificações impostas pela DC, na sua versão mais recente é uma mulher chamada Sonia Sato;

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Lutador invencível.

Pacificador (Peacemaker): Dividia o seu tempo entre o trabalho diplomático como emissário dos EUA na Conferência de Genebra e o combate ao crime como um implacável vigilante urbano. Conceito desenvolvido por Joe Jill e Pat Boyette, fez a sua primeira aparição em Fightin'5 nº40 (novembro de 1966) antes de ganhar um título próprio que duraria apenas 5 números. Serviu de modelo ao cínico Comediante dos Watchmen;

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Paz armada.

Questão (Question): Mesmo sem nunca ter tido direito a uma série em nome próprio, esta criação de Steve Ditko (vista pela primeira vez em junho de 1967, nas páginas de Blue Beetle nº1) foi um dos mais bem-sucedidos "heróis de ação" da Charlton. Popularidade reforçada aquando da sua passagem para a DC, onde ganhou finalmente um título só para si. Teve o seu figurino e modus operandi replicados por Rorschach;

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Justiça sem rosto.

Sombra da Noite (Nightshade): Único elemento feminino do contingente original de "heróis de ação", conseguiu na DC (onde começou por ser integrada no Esquadrão Suicida) a notoriedade que lhe faltou na Charlton. Criação de David Kaler e Steve Ditko, esta teleportadora capaz de gerar sombras vivas estreou-se em Captain Atom nº82 (setembro de 1966). Foi uma das três heroínas clássicas que estiveram na origem da Espectral dos Watchmen (as outras duas foram Lady Fantasma e Canário Negro);

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Sombra viva.

Thunderbolt: Após atingir o ápice físico e mental, este órfão americano criado por monges tibetanos enveredou por uma carreira como combatente do crime. Tendo feito a sua primeira aparição em Peter Cannon, Thunderbolt nº1 (agosto de 1966), os créditos da sua criação pertencem a Peter Morisi. Ozymandias foi diretamente baseado nele, porém nunca conseguiu vingar na DC. É atualmente propriedade da Dynamite Entertainment;

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Ás de ação.

E-Man: Uma entidade alienígena composta por pura energia que podia assumir forma humana. Criado por Nicola Cuti e Joe Staton foi introduzido em E-Man nº1 (outubro de 1973). O registo humorístico das suas aventuras contribuiu em larga medida para o seu efémero sucesso. Apesar de não ser sido incluído no lote de personagens vendidas à DC, a First Comics tentaria revivê-lo nos anos 80;

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A ciência do humor.

Filho de Vulcano (Son of Vulcan): A resposta da Charlton Comics ao Poderoso Thor, da Marvel. Sempre que gritava "Vulcano, ajuda-me!", o repórter de guerra Johnny Mann transformava-se no formidável campeão dos Deuses Romanos. Estreou-se em Mysteries of Unexplored Worlds nº46 (maio de 1965) e teve em Pat Masulli e Bill Fraccio os seus autores. Adquirido pela DC, esteve em grande plano na saga Guerra dos Deuses (War of the Gods, 1991) antes de passar o manto a um Vulcano adolescente.

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Gladiador dos tempos modernos.

Um grande bem-haja ao meu bom e talentoso amigo Emerson Andrade. É da sua autoria a magnífica montagem que abre este artigo. 




















































4 comentários:

  1. Muito obrigado por nos oferecer esse belo texto como de costume Dunamis,faltam me adjetivos para descrever o quão maravilhado fico com suas entradas nesse site.

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    1. Caro Rici, muito me lisonjeiam as tuas simpáticas palavras acerca do trabalho amadorístico que aqui venho desenvolvendo. Sou eu, no entanto, quem tem de estar grato a ti e a todos os que se dão ao trabalho de ler os meus escritos, que espero continuarem a ser merecedores do vosso interesse. Abraço.

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  2. Parabéns e muito obrigado por este excelente texto.

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  3. Interessante história de quem só não foi grande porque não quis. Num tempo em que as grandes editoras estão dilapidando - moralmente falando - seus acervos, enviadando-os e mudando seus gêneros e etnias, é sempre saudável ler sobre um tempo em que a maioria dos homens era homem e a maioria das mulheres era mulher. Ótimo texto, o que não é nem de longe uma surpresa.

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