Convocada para deleite dos fãs, a mais titânica batalha do século XX opôs os campeões da Marvel e da DC, inaugurando uma nova era nas relações entre as duas editoras. Um sonho impossível tornado realidade e a pedra angular de um admirável legado comum que importa celebrar em tempos de rivalidades exacerbadas.
Título original: Superman versus The Amazing Spider-Man
Licenciadoras: Marvel Comics / DC Comics
País: EUA
Autores: Gerry Conway (argumento), Ross Andru (ilustrações) e Dick Giordano (arte-final)
Data de publicação: Janeiro de 1976
Categoria: Crossover
Protagonistas: Super-Homem, Homem-Aranha, Lex Luthor e Doutor Octopus
Coadjuvantes: Lois Lane, Mary Jane Watson, J. Jonah Jameson, Morgan Edge, Ned Leeds, Jimmy Olsen, Betty Brant e Steve Lombard
Cenários: Metrópolis, Nova Iorque, Tanzânia e satélite do Gangue da Injustiça
Edições em português
Edições em português
Ainda inédito no retângulo lusitano, aquele que foi o "pai" de todos os crossovers teve a sua primeira versão em língua portuguesa a cargo da brasileira EBAL. Inserto na coleção Almanaque dos Heróis, de periodicidade anual, em 1977 Super-Homem contra o Incrível Homem-Aranha foi lançado em formato gigante idêntico ao original.
Em janeiro de 1986 (data em que se assinalava o 10º aniversário do primeiro lançamento em terras do Tio Sam), foi a vez da Abril republicar este volume histórico. Que, em março de 1993, seria reeditado pela última vez sob os auspícios da mesma editora. Desta feita no número inaugural da série trimestral Grandes Encontros Marvel & DC, na qual eram revisitadas outras iniciativas editoriais conjuntas das duas arquirrivais. Ambas as edições da Abril foram lançadas no chamado formatinho económico e distribuídas em Portugal.
A edição da EBAL era praticamente um fac-símile da original. |
Crónica de um sonho (im)possível
Quando se reuniram em 1975 para produzir uma adaptação do clássico O Feiticeiro de Oz, a Marvel e a DC abriram um precedente e criaram a expectativa da iminente realização de um sonho que povoava a mente de 99,99% dos fãs de super-heróis: ver as personagens das duas gigantes dos quadradinhos juntas numa mesma história.
Curiosamente, nos anos que antecederam este primeiro empreendimento conjunto das duas companhias alguns dos seus assalariados trataram de oferecer ao leitores um aperitivo daquilo que se tornaria corriqueiro na cultura nerd: os crossovers. Para os menos versados neste tipo de jargão, trata-se de uma técnica literária (traduzível como "intersecção") que consiste em inserir num mesmo evento fictício personagens provenientes de núcleos diversos, desprovidas de qualquer relação anterior entre si.
Um desses tímidos ensaios ocorreu em dezembro de 1972, nas páginas de Justice League of America nº103. Escrita por Len Wein, a história em causa mostrava como, após dominar as mentes de um grupo de foliões fantasiados na noite de Halloween, o vilão Félix Fausto lhes concedida superpoderes. Por conta disso, a Liga da Justiça teve de medir forças com sósias do Capitão América, Homem-Aranha e outros heróis da Marvel.
Apesar desta e de outras brincadeiras inócuas, apenas em 1975 começou a ganhar forma aquele que era um sonho tido como impossível. Nesse ano, David Obst, agente literário da privança de Stan Lee, resolveu levar a sério as exigências dos leitores por um crossover Marvel / DC.
A primeira coprodução oficial Marvel/DC (cima) e o cameo do Capitão América numa história da Liga da Justiça. |
Perante a descrença dos mandachuvas da Marvel e da DC no que à exequibilidade de tal ideia dizia respeito, Obst não desanimou e continuou a tentar levar água ao seu moinho. Até que, por fim, lá conseguiu arrancar a ferros um princípio de acordo entre as duas editoras com vista à realização de uma joint venture perspetivada como uma dádiva para os leitores.
Importa ressalvar, porém, que o referido acordo só foi possível graças à amizade que unia Stan Lee e Carmine Infantino desde os tempos em que, durante a Idade de Ouro, ambos haviam colaborado na mesma tira diária.
David Obst foi o piloto da mudança nas relações entre Marvel e DC. |
Por outro lado, desde que, em 1971, assumira a liderança da Editora das Lendas, Carmine Infantino levara a cabo uma série de profundas mudanças. E também assegurara algumas contratações tão vultuosas quanto controversas. Além de ter garantido os préstimos de Neal Adams, um dos mais promissores artistas da sua geração, e de Denny O'Neill, escriba virtuoso, Infantino conseguira desfalcar a Casa das Ideias de dois dos seus maiores talentos: Jack Kirby e Gerry Conway. Proeza que, naturalmente, em nada contribuiu para a melhoria das relações entre as duas concorrentes.
Descartada a produção de uma longa-metragem, a alternativa natural foi o lançamento de uma história aos quadradinhos que pusesse frente a frente os campeões da Marvel e da DC. Concordando ambas com a paridade das suas participações no projeto.
Foi, pois, ao abrigo desse acordo de cavalheiros que a DC indicou Gerry Conway para escrever a história. Uma escolha que, diga-se de passagem, nada teve de inocente. Além de já ter sido argumentista tanto do Super-Homem como do Homem-Aranha, Conway era também uma espécie de broche na lapela de Carmine Infantino, conhecido pela sua feroz competitividade em relação à Casa das Ideias (ainda que a recíproca não fosse verdadeira).
A arte ficaria a cargo de Ross Andru - então ao serviço da Marvel após uma longa temporada na DC - e que, tal como Conway, tinha a particularidade de já ter trabalhado nas histórias dos dois heróis que iriam protagonizar o crossover.
Ficou igualmente estipulado que Stan Lee e Carmine Infantino supervisionariam todo o projeto, com este último a ficar também responsável pela conceção da respetiva capa, a qual seria arte-finalizada por Ross Andru.
Um dos segredos de bastidores mais bem guardados prende-se, de resto, com o trabalho desenvolvido por Ross Andru. Por respeito ao seu colega de ofício, só muitos anos mais tarde Neal Adams revelaria ter sido secretamente incumbido de retocar o rosto do Super-Homem em várias sequências da história. Processo idêntico aplicou John Romita Sr. às expressões faciais de Peter Parker. Por contraste, Gerry Conway dispôs de ampla liberdade na estruturação da narrativa, que poucos ajustes sofreu.
Os comentários de Stan Lee e Carmine Infantino ao primeiro crossover das editoras que lideravam. |
Ao colocarem de lado as suas diferenças, a Marvel e a DC transmitiram à sociedade estadunidense um importante sinal de união em tempos conturbados. Um gesto difícil de reproduzir no atual ambiente de animosidade entre os fãs das duas editoras. Que não se assumindo como inimigas mortais, voltaram a estar de costas voltadas após três décadas de cooperação. Sendo Superman versus The Amazing Spider-Man pedra angular desse legado comum que, agora mais do que nunca, importa evocar.
A conceção da icónica capa de Superman versus The Amazing Spider-Man (cima) e a página de abertura com a respetiva ficha técnica. |
Enredo
Em Metrópolis, o Super-Homem trava o rasto de caos e destruição deixado por um robô gigante controlado por Lex Luthor. Apesar de capturado pelo Homem de Aço, o vilão consegue enviar um pequeno dispositivo roubado dos Laboratórios S.T.A.R. para uma das suas bases secretas.
Simultaneamente, o Homem-Aranha derrota a quadrilha do Doutor Octopus após uma gorada tentativa de assalto a um banco nova-iorquino.
Transferido para uma prisão federal de segurança máxima projetada para acomodar supervilões, Octopus tem Luthor como companheiro de cela. Da admiração mútua e do desejo comum de destruírem os homens responsáveis pelos seus recorrentes fiascos nasce então uma aliança entre os dois malfeitores. Combinando a sua genialidade científica, Luthor e Octopus rapidamente engendram um plano de fuga que os devolve à liberdade.
No dia seguinte, Peter Parker, fotógrafo freelancer do Daily Bugle, acompanhado da sua namorada, Mary Jane Watson, comparece a uma conferência de imprensa que antecede o lançamento do ComSat, um sofisticado satélite meteorológico capaz de alterar os padrões climatéricos. No evento marcam também presença os repórteres do Daily Planet e da rede WGBS, Clark Kent e Lois Lane, vindos expressamente de Metrópolis para fazer a respetiva cobertura noticiosa.
Afoita como sempre, Lois Lane trepa ao cimo de um andaime para melhor poder observar o satélite, mas escorrega e cai de uma altura de vários metros antes de ter a queda amparada por Peter Parker. Perante o olhar desconfiado de Mary Jane, Lois agradece ao jovem fotógrafo por lhe ter salvado a vida.
Subitamente, porém, Luthor entra em cena disfarçado de Super-Homem e dispara uma rajada ótica sobre as duas mulheres, teletransportando-as para local desconhecido.
O momento em que Luthor, disfarçado de Super-Homem, sequestra Lois e MJ. |
Culpando-se mutuamente pela abdução das suas caras-metades, o Super-Homem e o Homem-Aranha envolvem-se numa acesa discussão, observada de longe por Luthor e Octopus.
Ciente da enorme desproporção de poderes entre os dois heróis, Luthor usa uma pistola de raios para infundir o Escalador de Paredes com radiação similar à de um sol vermelho. Deixando desse modo o Homem de Aço vulnerável aos golpes de um furioso Cabeça de Teia.
Quando a radiação se dissipa e o Super-Homem recupera a sua invulnerabilidade, os dois heróis percebem ter sido ludibriados e deduzem que Luthor e Octopus estão por detrás do ardil. Ambos concordam então em unir esforços para recapturarem os seus inimigos e resgatarem as suas namoradas. Acordo selado com um vigoroso aperto de mão que deixa o Cabeça de Teia a ver estrelas.
Depois do confronto, a reconciliação selada com um vigoroso passou bem. |
Vencido o oponente com a preciosa ajuda de elementos da tribo Masai, os dois heróis voam para a órbita terrestre - com o Homem-Aranha a fazê-lo aos comandos de uma nave roubada da base africana de Luthor. É lá que se encontra estacionado o satélite abandonado do Gangue da Injustiça onde Luthor e Octopus estão aboletados.
Graças ao dispositivo programador furtado por Luthor dos Laboratórios S.T.A.R., ele e Octopus assumiram o controlo do ComSat, que pretendem usar para interferir com a atmosfera terrestre e chantagear os governos mundiais. Numa singela demonstração do potencial destrutivo da máquina, Luthor dispara uma combinação de raios laser e de ondas sónicas sobre a superfície terrestre. Ato contínuo, violentos terramotos e furacões irrompem um pouco por todo o globo.
Enquanto o Super-Homem fica aturdido depois de ser atingido em cheio por uma rajada sónica de alta intensidade, o Homem-Aranha tomba inanimado quando o sistema de suporte vital do satélite é comprometido.
Tão logo recobra a consciência, o Homem de Aço investe sobre o Doutor Octopus, arrancando-lhe dois dos seus tentáculos mecânicos. Já o Escalador de Paredes prefere recorrer à psicologia para semear a discórdia entre os dois vilões.
Os heróis contra-atacam. |
Enquanto o Homem-Aranha se encarrega de neutralizar os dois vilões, o Super-Homem voa a supervelocidade para a Terra a fim de impedir que um gigantesco maremoto arrase a Costa Leste dos EUA.
De regresso a Nova Iorque, os dois heróis congratulam-se mutuamente pelo êxito da sua parceria antes de levarem os respetivos némesis sob custódia.
No epílogo, Clark Kent e Lois Lane participam num animado encontro duplo com Peter Parker e Mary Jane Watson.
Segundo Round
Ao abrigo do memorando de alternância entre as duas editoras, em julho de 1981, cinco anos após o lançamento da história original, coube à Marvel assumir a produção do segundo encontro entre o Super-Homem e o Homem-Aranha. Descrita como a "sequência espiritual" da batalha do século, Superman and Spider-Man foi escrita por Jim Shooter (com base numa premissa de Marv Wolfman) e desenhada por John Buscema, contando ainda com uma luxuosa equipa de arte-finalistas onde pontificavam, entre outros nomes sonantes, Joe Sinnott, Terry Austin e Bob Layton.
Em vez de um volume especial, a história foi publicada em Marvel Treasury Edition nº28 e surpreendeu pela escolha dos antagonistas: Doutor Destino (tradicionalmente associado ao Quarteto Fantástico) e Parasita, vilão clássico do Homem de Aço, porém menos afamado do que Brainiac ou Zod, que se perfilavam como candidatos mais óbvios. Previsivelmente menos impactante do que a sua antecessora, a história contava ainda, à laia de bónus, com as participações especiais da Mulher-Maravilha e do Incrível Hulk.
A primeira edição em português ficaria por conta da brasileira RGE, em 1982. Seguindo-se, sete anos mais tarde, a inevitável republicação com a chancela da Abril. Sendo que apenas esta última desembarcou na ocidental praia lusitana.
O reencontro do Homem de Aço e do Escalador de Paredes em Marvel Treasury Edition nº28 (1981). |
Apontamentos
*Ausente do cânone das duas editoras que o produziram, este primeiro encontro entre o Homem de Aço e o Escalador de Paredes tem sido, contudo, referenciado em vários títulos da Marvel no curso dos anos. A primeira vez que tal aconteceu foi em What If? nº1 (fevereiro de 1977), quando o alienígena conhecido como Vigia agraciou os leitores com pequenos vislumbres de universos paralelos. Num deles, era possível ver o Homem-Aranha prestes a ser atingido na face pelo punho cerrado do Super-Homem (identificado apenas pela manga azul do seu uniforme). Levando inclusivamente o Vigia a interrogar-se se aquele duelo teria tido lugar na realidade primordial ou numa qualquer realidade alternativa. Também Avengers Forever nº8 (julho de 1999) inclui um flashback que mostra a fuga de Lex Luthor e do Doutor Octopus da prisão. Mais recentemente, em Mosaic nº4 (janeiro de 2017), uma das memórias do Homem-Aranha mostra-o a golpear repetidamente o torso do Super-Homem camuflado nas sombras;
Entre as memórias do Homem-Aranha esmiuçadas por Mosaico figura o seu duelo com o Super-Homem (2ª imagem a contar de cima). |
*Paralelamente ao confronto dos protagonistas, Superman versus The Amazing Spider-Man proporcionou também o encontro de vários coadjuvantes. Num deles, ambientado num bar, Morgan Edge e J. Jonah Jameson (respetivamente, presidente executivo da rede WGBS e diretor do Daily Bugle), queixam-se da estranha propensão de Clark Kent e de Peter Parker para desaparecerem em situações de crise. Recorde-se que, à época, Clark trabalhava como pivô no principal telejornal da WGBS (celebrizada como Rede Galáxia, no Brasil), ao passo que Peter colaborava como fotógrafo freelancer daquele que é um dos mais influentes jornais nova-iorquinos;
*Dirigindo-se aos puristas, no prefácio de Crossover Classics - série antológica que compila alguns dos encontros Marvel / DC realizados ao longo dos anos - Gerry Conway esclarece que a ausência de explicação para a presença do Super-Homem e do Homem-Aranha no mesmo universo fora deliberada por não ser esse o objetivo da história. A despeito disso, o The Official Crisis on Infinite Earths Crossover Index, publicado em março de 1986, situa os eventos na Terra Crossover, realidade divergente onde as personagens de ambas as editoras coexistem. Posteriormente, a Marvel designaria essa mesma realidade de Terra - 7642;
*O satélite devoluto que, na história, serve de esconderijo à dupla Luthor / Octopus pertencera outrora ao Gangue da Injustiça. Conceito desenvolvido em 1974 por Len Wein e Dick Dillin, tratava-se de uma organização criminosa muito ativa durante a Idade de Bronze, e que tinha na Liga da Justiça a sua principal adversária. Sucessivamente desmantelada e reconfigurada, dela fizeram parte arquiduques do crime, como o Joker ou próprio Luthor, além de um apreciável rol de vilões menores, nomeadamente o Ladrão das Sombras ou o Capitão Bumerangue;
*À boleia do sucesso de Superman versus The Amazing Spider-Man, a Marvel e DC promoveram múltiplas sinergias até ao início deste século. Um longo e prolífico ciclo de cooperação editorial encerrado com chave de ouro, em 2003, com o magnífico JLA/Avengers. E que teve o seu ponto mais alto em 1996, com o lançamento da Amalgam Comics. Sob o selo desta editora gerida conjuntamente pela Marvel e pela DC foram publicados vários volumes especiais estrelados por personagens amalgamadas, como o Super-Soldado (mescla do Super-Homem com o Capitão América) ou o Garra das Trevas (resultado da fusão de Batman e Wolverine).
JLA/Avengers, o último crossover Marvel /DC. |
Vale a pena ler?
Obra capital na história da 9ª Arte, Super-Homem versus Homem-Aranha temperou com a sua mística o imaginário de toda uma geração e ocupa um lugar muito especial na memória afetiva dos leitores da velha guarda. Em particular daqueles que tiveram o privilégio de lê-la no formato original, dada a sua abordagem cinematográfica.
A despeito das suas especificidades, "A batalha do século" é uma típica narrativa da Idade de Bronze: simples, eficaz e um pungente apelo à suspensão da descrença. Com a dinâmica dos seus protagonistas a ser alimentada pela nobreza ostensiva do Homem de Aço e pelo sentido de humor do Cabeça de Teia. Os dois representam também duas eras diferentes. O primeiro dos super-heróis, o Super-Homem é um símbolo da Idade de Ouro da banda desenhada, ao passo que o Homem-Aranha, surgido na Idade de Prata, é o maior ícone desse período histórico. O confronto entre ambos metaforiza, no fundo, o sempre latente conflito entre o velho e o novo.
Ver Luthor e o Dr. Octopus nos seus uniformes clássicos e isentos dos enfadonhos psicodramas que marcam as histórias atuais - as mais das vezes, eivadas de relativismo moral - é um salutar lembrete de tempos menos insalubres, em que heróis e vilões não se confundiam.
Além de um divertido exercício de escapismo, Superman versus Homem-Aranha definiu ainda os preceitos para futuros crossovers. Cuja fórmula, salvo honrosas exceções, consiste ainda hoje em fazer os heróis medirem forças entre si antes de as unirem para enfrentar um inimigo comum. Exemplo que deveria ser presentemente seguido pelas editoras que produziram este clássico e que têm no cancerígeno sectarismo dos seus fãs uma das maiores ameaças ao seu futuro. Mas talvez as respostas aos problemas atuais possam ser encontradas no passado. Afinal, este não tem de ser apenas o refúgio espiritual de nostálgicos desencantados com o desvirtuamento dos seus ídolos de infância.
Texto bem elucidativo. Particularmente gosto mais do encontro entre os super-heróis ocorrido em 1981, ainda que pese o Hulk fora da proporção correta. Para mim, tanto os desenhos como o roteiro estão mais maduros; a troca involuntária de papéis entre Kent e Parker nos jornais onde trabalham e a ausência da briga entre ambos os poderosos contribuiu muito para a trama. Nota dez e meio.
ResponderEliminarRaramente as sequelas superam os originais e, na minha opinião, o segundo encontro entre os campeões da Marvel e da DC não foi exceção à regra. Considero que o ponto fraco da trama reside na escolha dos vilões. Doutor Destino parece deslocado e o Parasita é uma personagem menor no Universo DC. De todo o modo ambas as histórias cumpriram com louvor o seu duplo intento: satisfazer os leitores e melhorar as relações institucionais entre duas editoras concorrentes. Grato pelas tuas observações.
EliminarSempre ouveram disputas amigáveis entre as duas editoras quando os editores se conheciam e tratavam sobre o assunto,isso foi diminuindo e cessou totalmente com a entrada de Joe Quesada como editor chefe,pelo menos esses são os rumores.
ResponderEliminarAs publicações mensais de Portugal são todas importadas de outras nações e são lançados apenas álbuns lançados pela levoir.
Obrigado pela atenção Dunamis.
Olá, Rici. Começo por agradecer-te pelo tempo dispensado à leitura da minha resenha daquele que foi o "pai" de todos os "crossovers" Marvel/DC. Ao que consta, a relação entre as duas azedou quando Joe Quesada - que, por sinal, se transferira da Editora das Lendas - foi escalado para editor-chefe da Casa das Ideias e lançou uma polémica campanha de marketing que consistia em oferecer uma revista da Marvel em troca de uma revista rasgada da Distinta Concorrente. Com esse gesto provocatório Quesada colocou um ponto final em quase 30 anos de cooperação entre as duas companhias, hipotecando qualquer possibilidade de a mesma vir a ser retomada a médio prazo. Na verdade, ao longo dos anos têm sido várias as editoras portuguesas a publicarem títulos mensais da Marvel e da DC. Da Agência Portuguesa de Revistas nos anos 80 à Abril/Controljornal na década seguinte, passando pela Devir, já este século, nenhuma dessas iniciativas editoriais sobreviveu, no entanto, às vicissitudes de um mercado tão exíguo como o português. Sendo que, presentemente, algumas séries periódicas da Marvel em português europeu são distribuídas pela filial espanhola da Panini Comics. Sempre ao dispor. Abraço.
Eliminar