Celebrizado através da banda desenhada, da televisão e do cinema, a verdade é que o Mascarilha começou por ser ouvido antes de ser visto. Isto porque as primeiras aventuras do justiceiro mascarado do Velho Oeste foram vividas num folhetim radiofónico de 1933.
Nome original: The Lone Ranger (devido a dificuldades de tradução, no Brasil recebeu o nome de Zorro e, em Portugal, de Mascarilha)
Primeira aparição: Rádio WXYZ de Detroit (no estado norte-americano do Michigan), em janeiro de 1933
Primeira aparição nos quadradinhos: Em setembro de 1938, a King Features Syndicate lançou um conjunto de tiras do Mascarilha publicadas num jornal diário dos EUA. Em 1948, em parceria com a Dell Comics, a Western Publishing fez chegar às bancas uma série regular de BD que, inicialmente, compilava essas mesmas tiras. As primeiras histórias inéditas da personagem só surgiriam em 1951.
Criadores: As opiniões dividem-se sobre a quem deve ser atribuída a "paternidade" do herói: se a George W. Trendle (proprietário da estação de rádio onde o Mascarilha debutou), se a Fran Striker (o primeiro argumentista da série radiofónica). Tudo indica, contudo, que a personagem terá sido idealizada pelo primeiro e desenvolvida pelo segundo.
Licenciadoras: Rádio WXYZ (1933-1954), King Features Syndicate (1938-1971 e 1981-1984), Western Publishing/Dell Comics(1948-1962), Gold Key Comics (1964-1977), Topps Comics (1994) e Dynamite Entertainment (2006 até à atualidade)
Identidade civil: John Reid (o primeiro nome do Mascarilha só seria revelado aquando do 20º aniversário do seu programa radiofónico, em 1953)
Local de nascimento: Algures no Texas (EUA)
Parentes conhecidos: Dan Reid (irmão falecido) e Dan Reid Jr. (sobrinho)
Filiação: Ex-membro dos Texas Rangers (força policial cuja jurisdição se restringe ao estado do Texas e que tem como função, entre outras, capturar criminosos foragidos)
Base de operações: Texas
Armas e habilidades: Exímio cavaleiro, atirador e lutador corpo a corpo, o Mascarilha possui ainda apuradas competências detetivescas. Raramente se separa dos seus dois revólveres Colt .45, cuja munição se resume a balas de prata.
Ontem como hoje, as balas de prata são uma das imagens de marca do Mascarilha, dentro e fora dos quadradinhos. |
História de publicação: Remonta a 1938 a primeira incursão do Mascarilha na banda desenhada. Nesse ano, a King Features Syndicate iniciou a publicação num jornal diário de tiras do já célebre cowboy mascarado. Inicialmente, o argumento era da autoria do próprio Fran Striker mas os constrangimentos de tempo logo ditariam a sua substituição por outros escritores, como Bob Green.
Até 1971 as referidas tiras foram publicadas ininterruptamente. Após um ínterim de dez anos, em 1981, foi lançada uma segunda série das mesmas, agora sob a égide do New York Times Syndicate, e que se prolongaria por três anos. Dois desses arcos de histórias seriam compilados em 1993 pela Pure Imagination Publishing.
Antes, em 1948, pela mão da Western Publishing (em parceria com a Dell Comics) o Mascarilha tivera direito ao seu primeiro título regular de BD que, até 1951 (ano em que foram produzidas as suas primeiras histórias inéditas), se limitava a compilar as tiras anteriormente publicadas pela King Features Syndicate. Entre 1948 e 1962 foram lançados 145 números da série. Pelo meio, em 1951, foi a vez de Tonto estrelar um título próprio, o qual, por sua vez, teve 31 números. Menos do que os 34 da série que, a partir de 1952, teve como protagonista, nada mais nada menos, do que Silver, o icónico cavalo do Mascarilha.
A partir de 1964, já depois de desfeita a parceria entre a Western Publishing e a Dell Comics, foi relançada a série The Lone Ranger, agora com a chancela da Gold Key Comics. No entanto, a mesma só apresentaria material inédito a partir de 1975, limitando-se até aí a reeditar histórias antigas da personagem. Com apenas 28 números publicados, esta segunda série do Mascarilha chegaria ao fim em 1977.
Seguiu-se um longo interregno de 17 anos que se prolongou até 1994, ano em que a Topps Comics produziu uma minissérie em quatro edições, intitulada The Lone Ranger and Tonto, escrita por Joe R. Lansdale e desenhada por Timothy Truman. Uma das novidades introduzidas por esta saga foi a caracterização de Tonto, agora transformado num adjuvante sarcástico e espirituoso.
Após esse projeto editorial, somente em setembro de 2006 a Dynamite Entertainment relançaria o Mascarilha nos quadradinhos, sob o formato de uma minissérie em seis números. Devido ao seu êxito, a editora decidiu apostar numa nova série regular do herói, a qual seria, logo no ano seguinte, nomeada para os Eisner Awards, na categoria de melhor série. A consagração definitiva ocorreria, contudo, dois anos depois, quando a revista True West lhe atribuiu o prémio de Melhor Banda Desenhada de Cowboys de 2009.
Até 1971 as referidas tiras foram publicadas ininterruptamente. Após um ínterim de dez anos, em 1981, foi lançada uma segunda série das mesmas, agora sob a égide do New York Times Syndicate, e que se prolongaria por três anos. Dois desses arcos de histórias seriam compilados em 1993 pela Pure Imagination Publishing.
Antes, em 1948, pela mão da Western Publishing (em parceria com a Dell Comics) o Mascarilha tivera direito ao seu primeiro título regular de BD que, até 1951 (ano em que foram produzidas as suas primeiras histórias inéditas), se limitava a compilar as tiras anteriormente publicadas pela King Features Syndicate. Entre 1948 e 1962 foram lançados 145 números da série. Pelo meio, em 1951, foi a vez de Tonto estrelar um título próprio, o qual, por sua vez, teve 31 números. Menos do que os 34 da série que, a partir de 1952, teve como protagonista, nada mais nada menos, do que Silver, o icónico cavalo do Mascarilha.
Capa de um dos números de The Lone Ranger com a chancela da Dell Comics (data desconhecida) |
A partir de 1964, já depois de desfeita a parceria entre a Western Publishing e a Dell Comics, foi relançada a série The Lone Ranger, agora com a chancela da Gold Key Comics. No entanto, a mesma só apresentaria material inédito a partir de 1975, limitando-se até aí a reeditar histórias antigas da personagem. Com apenas 28 números publicados, esta segunda série do Mascarilha chegaria ao fim em 1977.
Seguiu-se um longo interregno de 17 anos que se prolongou até 1994, ano em que a Topps Comics produziu uma minissérie em quatro edições, intitulada The Lone Ranger and Tonto, escrita por Joe R. Lansdale e desenhada por Timothy Truman. Uma das novidades introduzidas por esta saga foi a caracterização de Tonto, agora transformado num adjuvante sarcástico e espirituoso.
Após esse projeto editorial, somente em setembro de 2006 a Dynamite Entertainment relançaria o Mascarilha nos quadradinhos, sob o formato de uma minissérie em seis números. Devido ao seu êxito, a editora decidiu apostar numa nova série regular do herói, a qual seria, logo no ano seguinte, nomeada para os Eisner Awards, na categoria de melhor série. A consagração definitiva ocorreria, contudo, dois anos depois, quando a revista True West lhe atribuiu o prémio de Melhor Banda Desenhada de Cowboys de 2009.
Em 2006, pela mão da Dynamite Entertainment, o Mascarilha regressou à riblata com uma série premiada. |
Biografia: Especula-se que o Mascarilha tenha sido inspirado no capitão John R. Hughes, um Texas Ranger que, nos primeiros anos do século passado, perseguiu e capturou o bando de malfeitores que assassinara um seu companheiro numa emboscada. Na sequência dessa façanha, logo em 1915 o escritor Zane Grey dedicou-lhe o seu livro The Lone Star Ranger.
Com efeito, as semelhanças entre a história do capitão Hughes e a origem do Mascarilha são notórias: o nome original do herói (The Lone Ranger) deriva do facto de ele ter sido o único sobrevivente de um grupo de seis Texas Rangers chacinados numa emboscada montada por uma perigosa quadrilha, chefiada pelo temível Bartholomew "Butch" Cavendish .
Entre os Rangers mortos estava Dan Reid, irmão mais velho de John. A despeito de algumas cambiantes ao longo dos anos, a sua origem tem como premissa esse episódio.
John Reid é encontrado à beira da morte por Tonto, um índio a quem, por sua vez, ela salvara a vida no passado. Noutra versão da história, os dois eram amigos de infância e reencontraram-se quando Tonto salvou Reid de índios renegados. Comum a ambas as versões, o facto de Tonto ter reconhecido Reid graças a um anel que lhe dera em sinal de gratidão por lhe ter salvado a vida.
Depois de curado por Tonto, Reid resolve levar os seus algozes à justiça. Mas decide fazê-lo sob uma nova identidade, pelo que passa a usar uma máscara de cabedal preto (feita do colete usado pelo irmão no dia do massacre).
Tonto, entretanto, cavou uma sexta sepultura na qual colocou uma cruz de madeira com o nome John Reid inscrito. Pretendia assim simbolizar a morte do homem e o nascimento da lenda do Mascarilha.
Mesmo depois de ter capturado e entregue às autoridades Cavendish e os seus cúmplices, o Mascarilha prossegue a sua cruzada contra o crime, tendo Tonto como parceiro de aventuras.
Sentenciado a prisão perpétua pelos seus crimes, ao fim de vinte anos Cavendish consegue evadir-se da prisão e parte no encalço do Mascarilha para se vingar. Os dois homens reencontram-se no desfiladeiro onde ocorrera a emboscada em que perdera a vida o capitão Dan Reid e os demais Texas Rangers.
Acompanhado pelo seu sobrinho adolescente, Dan Reid Jr., o Mascarilha deslocara-se ao local para visitar a sepultura do seu irmão, quando foi surpreendido por Cavendish que, do alto de uma ravina, dispara sobre o herói, atingindo-o de raspão. Mesmo ferido, o Mascarilha consegue escalar a ravina enquanto Dan dispara as suas armas para manter Cavendish ocupado.
Uma intensa luta corpo a corpo entre o Mascarilha e Cavendish culmina com a queda deste último do alto da ravina. Perante o vilão moribundo, o herói remove a sua máscara para que este o reconheça como um dos Rangers por ele assassinados anos atrás.
Com Cavendish morto, Tonto remove a cruz com o nome de John Reid, deixando as restantes cinco.
Adicionalmente a esta narrativa, os criadores do Mascarilha acrescentaram algumas diretrizes que ajudaram a definir a essência e a conduta da personagem:
* O Mascarilha nunca é visto sem a máscara (por esse motivo, nas suas histórias, ele nunca é detido pelas autoridades);
* Quando dispara as suas pistolas, o Mascarilha nunca atira a matar, procurando, ao invés, tentar apenas desarmar os seus oponentes da maneira mais indolor possível;
* A fim de evitar acusações de racismo ou xenofobia, os seus adversários são sempre cidadãos dos EUA (apesar de se terem verificado algumas exceções a esta regra);
* Nas sequências tendo como cenário os característicos saloons do Velho Oeste, o Mascarilha nunca é mostrado a ingerir qualquer bebida alcoólica ou a fumar;
* Obedecendo à mesma lógica assética, os vilões das suas histórias nunca são representados com glamour;
* O Mascarilha só usa balas de prata (extraída de uma mina particular secreta), à laia de lembrete metafórico para a preciosidade da vida humana, que deverá por isso ser preservada a todo o custo. Este elemento, a par da emblemática banda sonora das séries televisivas e do grito ""Hi-Yo, Silver! Away!" dado enquanto parte no seu cavalo branco em direção ao horizonte, contribuíram para lhe conferir o estatuto de ícone da cultura popular norte-americana.
Noutros media: Além dos 2956 episódios do seu folhetim radiofónico emitido pela WXYZ, o Mascarilha teve várias transposições para o pequeno e grande ecrãs. Assim, a primeira série televisiva estrelada pelo justiceiro mascarado data de 1939. Produzida pela Republic Pictures, teve a particularidade de ter vários atores a interpretarem a personagem principal, mantendo assim o mistério quanto à sua verdadeira identidade, apenas revelada no derradeiro episódio.
Foi, contudo, a série televisiva The Lone Ranger, que a estação ABC manteve no ar durante quase uma década (1949-1957) que catapultou o Mascarilha para a ribalta mundial. Com Clayton Moore a representar o herói em quatro das cinco temporadas da série (o ator foi substituído na terceira por John Hart, devido a disputas contratuais, regressando nas duas últimas), foram exibidos 221 episódios. Na quinta e última temporada, estes foram filmados a cores pela primeira vez.
Clayton Moore (esq.) e Jay Silverheels deram vida ao Mascarilha e ao Tonto numa mítica série televisiva. |
O primeiro dos cinco filmes (um dos quais, lançado em 2003 como telefilme) do Mascarilha realizados até ao momento, remonta a 1956. Os títulos, porém, nunca primaram pela originalidade, visto que The Lone Ranger foi comum a três deles. E isto inclui a mais recente incursão do herói mascarado do Velho Oeste na 7ª arte. Já este ano, chegou aos cinemas de todo o mundo mais uma adaptação cinematográfica de uma história octogenária, com Armie Hammer a dar vida ao Mascarilha e Johnny Depp a interpretar de forma singular o seu companheiro Tonto.
Jonhnny Depp (Tonto) e Armie Hammer (Mascarilha) no filme The Lone Ranger (2013). |
No campo da animação, onde o Mascarilha também deu cartas ao longo dos anos, a série mais popular foi transmitida pelo canal norte-americano CBS, entre 1966-68, fazendo as delícias de miúdos e graúdos de várias gerações.
O Mascarilha cavalgando Silver na sua mais popular série de animação. |
Sempre gostei do Mascarilha e aprendi muito.
ResponderEliminarExcelente post. :)