21 março 2018

GALERIA DE VILÃS: RAINHA BRANCA


  Como Rainha Branca do Clube do Inferno ou ao lado dos X-Men, à sua maneira lutou sempre em prol da revolução mutante. Telepata poderosa de passado trágico e nebuloso, a sua personalidade dúbia faz dela uma incógnita indecifrável. 

Denominação original: White Queen
Licenciadora: Marvel Comics
Criadores: Chris Claremont (história) e John Byrne (história e arte conceitual)
Estreia: X-Men nº129 (janeiro de 1980)
Identidade civil: Emma Grace Frost
Local de nascimento: Boston, Massachusetts
Espécie: Homo superior (designação científica para indivíduos portadores do gene X)
Parentes conhecidos: Winston e Hazel Frost (pais), Christian Frost (irmão), Adrienne Frost (irmã, falecida), Cordelia Frost (irmã) e Irmãs Stepford (também conhecidas como Irmãs Cuckoos, as trigémeas têm em Emma Frost uma figura maternal embora sejam na verdade seus clones).
Ocupação: Ex-dançarina exótica, ex-Rainha Branca do Clube do Inferno, ex-presidente do Conselho de Administração da Frost Internacional, ex-vice-reitora do Instituto Xavier para Jovens Sobredotados, ex-diretora da Academia de Massachusetts, é atualmente professora da Nova Escola Xavier para Mutantes, terapeuta sexual encartada e aventureira.
Base operacional: No seu mapa de localizações temporárias pontuam geografias tão díspares como Nova Iorque. São Francisco, Canadá ou Genosha.
Afiliações: Clube do Inferno, Frost Internacional, Cabala, Satânicos, Geração X, Quinteto Fénix e X-Men
Armas, poderes e habilidades: Telepata de Classe Ómega (o máximo na escala utilizada para classificar os detentores de poderes psíquicos), a Rainha Branca já demonstrou reiteradas vezes ser capaz de proezas extraordinárias ao ponto de rivalizar com o próprio Professor Xavier.
No seu extenso índice de habilidades telepáticas avultam, por exemplo, a leitura de mentes, a telecinesia, a projeção astral, de rajadas e escudos psiónicos, a cura de traumas, a camuflagem psíquica, bem como a alteração de memórias e perceções alheias.
Efeito da sua mutação secundária, a Rainha Branca adquiriu num passado recente a capacidade de transmutar os seus tecidos orgânicos numa substância com características similares às do diamante. Quando assume essa forma, o seu corpo torna-se translúcido e virtualmente indestrutível conservando, porém, total flexibilidade acrescida de força sobre-humana.

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Um coração de gelo num corpo de diamante.
Exímia no combate astral, a Rainha Branca está longe de ficar indefesa se privada dos seus poderes no plano terreno. Ou não fosse ela uma atleta treinada que domina várias técnicas de autodefesa.
Aliando a sua exuberante sensualidade a um quociente de inteligência acima da média, a Rainha Branca é extremamente persuasiva, circunstância que faz dela uma hábil manipuladora mesmo quando não recorre aos seus talentos mutantes.
No que a competências técnicas concerne, a sua reconhecida vocação pedagógica constitui uma mais-valia para o corpo docente de qualquer instituição de ensino. É também altamente qualificada no campo da Eletrónica, tendo já projetado diversos aparatos para, entre outros fins, amplificar os seus poderes mentais.
Levando em consideração estes e outros recursos que a Rainha Branca tem à sua disposição, não é pois de espantar que quase todos prefiram tê-la como aliada em vez de inimiga.
Fraquezas: Quando assume a sua forma diamantina, Emma Frost tem os seus poderes psiónicos desabilitados, apesar de permanecer imune a ataques telepáticos. Desenvolveu também problemas de alcoolismo após ter assassinado a sua irmã Adrienne (ver Geração X, o elo perdido), adição de que parece nunca ter-se curado por completo.

A Rainha Branca é uma das cinco telepatas
 mais poderosas do mundo.

Conceção e histórico de publicação

Outro produto de sucesso com a assinatura da dupla-maravilha composta por Chris Claremont e John Byrne, na sua estreia em X-Men nº129 (edição datada de janeiro de 1980 que correspondia a um dos capítulos iniciais da ovacionada Saga da Fénix Negra), Emma Frost havia já sido entronizada como Rainha Branca do Clube do Inferno, título através do qual se notabilizaria no imaginário coletivo.
Facto menos consabido, foi a um antigo episódio da popular série de espionagem britânica Os Vingadores (no ar entre 1961 e 1969) que Claremont foi beber inspiração para criar o Clube do Inferno (Hellfire Club) e as suas voluptuosas Rainha Negra e Rainha Branca.
Investida, no referido episódio, da missão de se infiltrar numa poderosa sociedade secreta que cultivava o hedonismo ao mesmo tempo que urdia planos de dominação mundial, a escultural Emma Peel - que, com John Steed, coprotagonizava a série - criou a sensual persona Rainha do Pecado. Envergando um corpete negro, uma coleira e botas de cano alto a condizer, a sua insinuante indumentária serviu de modelo àquelas que fariam da Rainha Negra e da Rainha Branca (que mais não é que uma declinação da primeira) dois dos maiores símbolos sexuais da banda desenhada.

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X-Men nº129 (1980) apresentou
 a Rainha Branca aos fãs dos Filhos do Átomo.
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O insinuante figurino da Rainha do Pecado (cima)
 inspirou os paramentos
 das Rainhas do Clube do Inferno.
Sempre como vilã, após o epílogo da Saga da Fénix Negra, a Rainha Branca continuou a ser presença assídua nas histórias dos X-Men e, paralelamente, nas dos Novos Mutantes, onde surgia acolitada pelos seus Satânicos (vide respetivo prontuário infra).
Em busca de redenção após a chacina dos seus pupilos, a Rainha Branca desempenhou papel capital em Phalanx Covenant (Aliança Falange), saga em que ajudou a salvar a próxima geração de mutantes de um tenebroso destino. Em virtude disso, tornar-se-ia personagem central em Generation X, spin-off dos X-Men que serviu também para revisitar o passado de Emma Frost anterior à sua filiação no Clube do Inferno. Nesta fase seriam ainda apresentadas as suas duas irmãs, Adrienne e Cordelia, a primeira das quais ficaria inextricavelmente associada a um dos momentos definidores da carreira da Rainha Branca.
Ao cancelamento de Generation X seguiu-se, na viragem do século, uma revitalização dos títulos estrelados pelos Filhos do Átomo. Em 2001, Emma Frost reapareceu em New X-Men como professora da população Homo superior de Genosha, nação imaginária conhecida em tempos por escravizar mutantes e que, depois de libertada, era agora governada por Magneto.
Na sequência de um ataque dos Sentinelas a Genosha, os X-Men resgataram Emma Frost dos escombros fumegantes da capital e perceberam que ela tinha sofrido uma mutação secundária que conferia à sua pele a densidade e aparência de um diamante.
A ideia de Emma Frost se unir aos X-Men foi sugerida por um fã a Grant Morrison. Até aí, o escriba britânico de New X-Men não tinha qualquer intenção de incluí-la na série. A recente morte de Colossus deixara, contudo, uma vaga por preencher na equipa, o que motivou Morrison a acolher a sugestão, criando para esse efeito a mutação secundária de Emma Frost.
Integrada nos X-Men, Emma envolver-se-ia romanticamente com Ciclope quando o casamento deste com Jean Grey atravessava uma profunda crise. A série revelaria também mais alguns segredos do passado de Frost, designadamente a turbulenta relação que ela mantivera na puberdade com o seu austero progenitor, assim como a sua cumplicidade com Christian, o seu irmão homossexual. Elementos que seriam posteriormente desenvolvidos em Emma Frost, série em nome próprio que, ao longo de 18 edições, revisitou capítulos até então desconhecidos da história familiar da ex-Rainha Branca do Clube do Inferno.

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Quando o impensável acontece: Emma Frost nos X-Men.
Personagem central no terceiro volume de Uncanny X-Men, Emma Frost viu a sua lealdade aos X-Men ser testada uma e outra vez, ao mesmo tempo que participava como convidada especial noutros títulos estrelados pelos Filhos do Átomo.
Após as mortes de Jean Grey e do Professor Xavier, nos últimos anos Emma Frost, agora uma das mais poderosas telepatas à face da terra, tem vindo a reforçar a sua influência na nova revolução mutante conduzida por Ciclope. Independentemente do que o futuro lhe vier a reservar, ela será a eterna Rainha Branca que, mesmo destronada, conserva intacta a sua majestade.

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Ciclope e Rainha Branca 
personificam a nova revolução mutante.
Origem

Nascida em berço de prata, no seio de uma das mais abonadas e conservadoras famílias de Boston, com raízes na Velha Albion, contrariamente ao que seria expectável Emma Frost não teve uma infância de sonho. Muito pelo contrário.
A segunda de três irmãs (todas portadoras do gene X), Emma tinha no seu irmão mais velho, Christian, o seu confidente e único amigo. Em virtude da sua recém-assumida homossexualidade, Christian era no entanto o alvo preferido das judiarias de Winston, o abusivo patriarca do clã Frost.
Se em casa a atmosfera era praticamente irrespirável, a escola era território ainda mais hostil para a pequena Emma. Aluna medíocre e desajeitada, era sistematicamente humilhada pelas suas colegas no seleto colégio feminino que frequentava. Assim transformada numa pária social, já adolescente, encontraria consolo num jovem e compassivo professor chamado Ian Kendall, por quem se perderia de amores.
Foi também durante essa atribulada fase da vida de Emma que os seus poderes telepáticos despontaram. Quando aprendeu a controlá-los, usou-os para ler as mentes das pessoas que a rodeavam, o que lhe permitiu obter excelentes notas.

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A jovem Emma Frost e o seu irmão Christian.
Entretanto, após anos de tensões acumuladas, a família Frost começou finalmente a desmoronar. Às constantes retaliações do pai, inconformado com a homossexualidade do primogénito, Christian respondia com o consumo de drogas e várias tentativas de suicídio. Perante a passividade da mãe, entupida com calmantes e cada vez mais alheada da dolorosa realidade circundante, Adrienne, a filha mais velha, começou a evidenciar uma personalidade psicopática, ao passo que Cordelia, a problemática benjamim, tudo fazia para chamar a atenção.

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Como muitas adolescentes, Emma
 teve uma paixoneta por um professor.
Incapaz de continuar a suportar semelhante calvário, Emma fugiu de casa, numa altura em que ignorava ainda a real origem e extensão dos seus poderes. Após algumas semanas a viver na rua, conheceu Troy, um jovem simpático pelo qual ela se apaixonou e que a convidou a morar com ele. O casal, no entanto, não viveu feliz para sempre.
Troy tinha uma avultada dívida para com um agiota, que prometia matá-lo caso não a saldasse. Temendo pela vida do namorado, Emma simulou o próprio rapto para extorquir dinheiro ao pai. Porém, as coisas não correram como planeado e Troy acabou mesmo executado pelos comparsas do agiota. Enfurecida, Emma usou os seus poderes mentais para projetar ilusões, levando dessa forma os bandidos a matarem-se uns aos outros.
Outra vez entregue à sua sorte, Emma resolveu dar nova guinada na sua vida. Depois de ter tingido o cabelo de loiro (uma das suas marcas registadas), usou o dinheiro do seu resgate para se mudar para Nova Iorque. Matriculada na Universidade Empire State, revelou-se uma aluna brilhante obtendo dois graus académicos: um mestrado em Sexologia e um bacharelato em Gestão Empresarial.
Numa altura em que os mutantes começaram a vir a público, Emma descobriu por fim a origem das suas habilidades. Mas também o doloroso estigma do preconceito. Depois de ter usado os seus poderes para ilibar o namorado de um crime que ele não cometera, foi rejeitada por ele devido ao facto de ser portadora do gene X.
Convidada a trabalhar como dançarina exótica no Clube do Inferno, grémio elitista que tinha por membros alguns dos indivíduos mais ricos e poderosos do planeta, Emma Frost foi abordada pelo Professor Xavier, que pretendia recrutá-la para os seus X-Men. Face à recusa de Emma, Xavier apagou da mente da jovem a memória do encontro.
Pouco tempo depois, Emma tornou-se aliada e amante de Sebastian Shaw, também ele um Homo superior e proeminente membro do Conselho dos Escolhidos. Aquele que era o núcleo duro do Clube do Inferno conspirava secretamente para impor uma nova ordem mundial livre de mutantes.
Com a ajuda de Frost e de outros mutantes infiltrados na organização, Shaw levou a cabo um golpe palaciano que culminou na execução dos membros do Conselho dos Escolhidos.
Entronizada Rainha Branca do Clube do Inferno, Emma Frost usou o seu cargo de presidente-executiva da Frost Internacional (conglomerado por ela fundado pouco tempo antes) para financiar as atividades subversivas do Rei Negro e restantes Lordes Cardinais.


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De stripper a Rainha Branca do Clube do Inferno.
O primeiro de muitos confrontos da Rainha Branca com os X-Men ocorreu quando ela tentou recrutar Kitty Pryde para a sua Academia de Massachusetts, instituição rival da Escola Xavier. Durante o processo, ela e os agentes do Clube do Inferno capturaram e torturaram vários pupilos do Professor X, nomeadamente Tempestade, Colossus, Wolverine e Fénix (codinome pelo qual atendia então Jean Grey).
Começava assim a lendária rivalidade entre o Clube do Inferno e os X-Men, e a ainda mais lendária rivalidade entre Emma Frost e Jean Grey.

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Tempestade torturada às mãos da Rainha Branca.

Caracterização e evolução

Emma Frost evoluiu de uma das mais perigosas antagonistas dos X-Men para uma das mais devotas defensoras da causa mutante. Pela qual, de resto, à sua maneira muito peculiar, sempre se bateu.
Contudo, mesmo depois de tantos anos ao lado dos X-Men, prevalecem ainda dúvidas sobre o que terá realmente motivado a ex-Rainha Branca do Clube do Inferno a unir-se aos seus velhos inimigos. Terá sido essa a forma por ela encontrada para expiar os seus pecados (alguns deles certamente imprescritíveis)? Ou apenas um meio para atingir um fim maior - e, quiçá, maligno - ainda por desvelar?
Emma Frost detém, com efeito, uma das personalidades mais dúbias do Universo Marvel. Devido aos seus dons telepáticos, as suas verdadeiras intenções permanecem imperscrutáveis para qualquer um. Até mesmo para aqueles que, como Ciclope, com ela mantiveram um relacionamento íntimo.
Epítome de frieza e calculismo, Emma Frost consegue como ninguém dissimular as suas emoções mesmo nas situações mais críticas. Recorrendo para esse efeito a um desarmante sarcasmo, ou até mesmo ao humor negro.

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Que segredos se escondem
 no coração de Emma Frost?
Por tudo isto, foi naturalmente com desconfiança que Emma Frost foi acolhida por alguns dos seus novos companheiros de equipa. Consciente de que o lastro de suspeição é difícil de enxaguar, ela não se tem, porém, poupado a esforços para provar a sua lealdade aos X-Men.
A par da ambiguidade moral que a caracteriza, Emma Frost teve desde sempre na sua ousada indumentária outra das suas imagens de marca. Curiosamente, aos olhos dos detratores da excessiva sexualização das personagens femininas da BD, configura, contudo, uma exceção.
Embora erotizado, o visual da Rainha Branca é consentâneo com a sua índole. Sendo mesmo apontada por certos setores feministas como modelo de mulher emancipada que, em vez de rejeitá-las, usa a seu favor as convenções sociais que oprimem a sexualidade das descendentes de Eva. Figura bíblica que ela tão bem imitou ao fazer Ciclope cair em tentação...

Satânicos: anjos ou demónios?

Versão simétrica dos Novos Mutantes arregimentados por Charles Xavier, os Satânicos (Hellions, no original) eram um grupo de mutantes adolescentes recrutados e treinados pela Rainha Branca na sua Academia de Massachusetts. Patrocinados pelo Clube do Inferno, da sua formação primordial faziam parte Apache (irmão mais novo de Pássaro Trovejante,o primeiro X-Man morto em combate), Roleta, Empata, Tarot, Jato e Olhos-de-Gato.
Apesar de os pupilos de Emma Frost terem antagonizado os Novos Mutantes em diversas ocasiões, na maior parte do tempo a relação entre as duas equipas invocava mais uma rivalidade entre escolas. Chegando mesmo alguns dos Satânicos a namoriscarem com os seus adversários.
Privados de uma vida normal devido aos seu talentos especiais, ao longo dos vários anos em que permaneceram juntos os Satânicos estabeleceram entre si fortes vínculos afetivos. Uma família de proscritos que seria desfeita numa noite fatídica.
Num gesto de desagravo que objetivava apaziguar a tensão entre o Clube do Inferno e os Filhos do Átomo, Emma Frost organizou uma festa na sua escola para a qual convidou a equipa dourada dos X-Men, à época liderada por Tempestade.

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A primeira turma de Satânicos.
O evento seria contudo violentamente interrompido pelo ataque de robôs Sentinelas às ordens de Trevor Fitzroy, também ele um mutante filho de um membro do Círculo Interno do Clube do Inferno.
Do banho de sangue que se seguiu resultaram as mortes de praticamente todos os Satânicos. Apache e Empata foram os únicos sobreviventes.
Também ela gravemente ferida por Fitzroy, a Rainha Branca ficou em estado comatoso, do qual emergiria apenas ao cabo de vários meses.
Em consequência deste trágico incidente, a Academia de Massachusetts foi encerrada e os Satânicos tornaram-se mártires improváveis da causa mutante. Culpando-se pelo sucedido, Emma Frost juntar-se-ia anos mais tarde aos X-Men. Como mentora da Geração X (vide texto seguinte) procurou redimir-se das suas falhas e conquistar a confiança do restante corpo docente do Instituto Xavier.
Criados por Chris Claremont e Sal Buscema na esteira do sucesso obtido pelos Novos Mutantes, os Satânicos (atualmente extintos), fizeram a sua primeira aparição em junho de 1984, nas páginas de New Mutants nº16.

Geração X,  o elo perdido

Coincidindo com o enorme apelo popular suscitado à época pelos títulos estrelados por mutantes, em finais de 1994 a Marvel Comics lançou novo spin-off dos X-Men.
Sucessora dos Novos Mutantes, a Geração X (Generation X) recuperava a fórmula de um coletivo de heróis adolescentes portadores do gene X, que pretendia refletir a complexidade das relações entre a comunidade Homo superior e a maioria humana. No entanto, esgotavam-se aí as semelhanças entre as duas equipas.
Diferente dos Novos Mutantes, a Geração X não era tutelada pelo Professor Xavier, tampouco fora formada no seu Instituto para Jovens Sobredotados. Em vez disso, o grupo operava sob a liderança bicéfala (e nem sempre harmoniosa) do X-Man Banshee e da - aparentemente - regenerada Rainha Branca. Como quartel-general tinha a Academia de Massachusetts entretanto reabilitada.

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Uma nova geração de mutantes
 para o 3º milénio.
Por causa destas inovações (ou apesar delas), a Geração X afirmou-se prontamente junto dos fãs e não tardou a ter direito a uma bem-sucedida série mensal em nome próprio, marcada por uma boa dose de humor e irreverência.
Reflexo desse sucesso quase instantâneo, em 1996 foi produzido um obscuro telefilme epónimo, que assinalou igualmente a estreia da Rainha Branca em ação real (ver Noutros media).
Conceito desenvolvido por Scott Lobdell e Chris Bachalo, a Geração X estreou-se em X-Men nº317 (outubro de 1994), quando estava em marcha o diabólico plano da Falange (uma raça de conquistadores alienígenas dotada de uma mente coletiva) para assimilar todos os mutantes, começando pela próxima safra de Homo superior.
Originalmente, a Geração X era composta por Derme, Câmara. Jubileu (a benjamim dos X-Men), Suplício, Escalpo, M e Sincro. Esta última sucumbiria às mão de Adrienne Frost, o que, por sua vez, levou a Rainha Branca a assassinar a própria irmã. 
Após o fim trágico dos Satânicos, Emma Frost viu-se novamente impotente para impedir a morte de uma das suas discípulas, aumentando assim o sentimento de culpa que a atormenta desde então.
Embora se propusesse formar a próxima leva de X-Men,  a Geração X seria desmantelada pouco tempo depois, tendo apenas Câmara transitado para a equipa sénior. 

Trivialidades

*Princesa do Gelo era o pseudónimo usado por Emma Frost quando trabalhava como stripper no Clube do Inferno;
*Emma adotou o branco como imagem de marca depois de o seu irmão Christian ter comentado ser essa a cor que mais a favorecia enquanto ela experimentava um vestido para o baile de finalistas do liceu;
*Durante o longo período em que controlou o corpo do Homem de Gelo, Emma Frost usou as habilidades mutantes do seu colega de equipa de formas que ele nunca imaginara sequer serem possíveis;
*Singular a vários níveis, Emma Frost é também um dos raros casos de portadores do gene X a terem desenvolvido uma mutação secundária. Especula-se que o primeiro a fazê-lo terá sido o Fera, quando teve o seu corpo recoberto por uma espessa pelagem azulada;

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As sucessivas metamorfoses do Fera,
um dos X-Men fundadores.
*Num flashback narrado pela própria, Emma Frost descreveu de forma pormenorizada a temporada que teria, alegadamente, passado numa instituição psiquiátrica para onde fora enviada pelos pais. Relato inconsistente, no entanto, com a sua biografia oficial, onde não existe qualquer registo que o comprove. Ao que parece, Emma ter-se-á inspirado na provação do seu irmão Christian para fabricar essa história, por forma a obter a compaixão dos seus jovens pupilos;
*Do currículo amoroso de Emma Frost fazem parte celebridades como Namor, o Príncipe Submarino, Tony Stark (o Homem de Ferro),  Sebastian Shaw (o ex-Rei Negro do Clube do Inferno) e Ciclope. De momento encontra-se, no entanto, solteira após o fracasso da sua relação com o ex-líder dos X-Men;
*Na lista das cem mulheres mais sensuais da banda desenhada organizada pelo Comic Buyer's Guide, Emma Frost encerra o respetivo Top 5, logo atrás, ironicamente, da sua arquirrival Jean Grey. Ciente da importância da sua beleza como arma de sedução e instrumento de poder, Emma admitiu ter já realizado várias cirurgias plásticas e não dispensa o uso de saltos altos em qualquer circunstância.


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Jean Grey e Emma Frost:
rivais em poder e sensualidade.

Noutros media

Por conta da apreciável popularidade de que gozava há vários anos na banda desenhada, foi sem surpresa que, em 1989, a Rainha Branca integrou o elenco de X-Men: Pryde of the X-Men, série animada que marcou a sua estreia no segmento audiovisual. Nesta versão, ela fazia parte da Irmandade de Mutantes e, entre outras originalidades, era capaz de voar.
Quase sempre com papel de relevo, a Rainha Branca participaria nos anos seguintes em várias séries animadas dos X-Men, como Wolverine and the X-Men (2009) e X-Men Anime (2011). Ao passo que, na primeira, surgia como membro de pleno direito dos X-Men, na segunda teve a sua personalidade suavizada, revelando uma faceta mais empática que contrastava com a sua proverbial frieza.
Ainda pelo pequeno ecrã, mas agora em ação real, em 1996 Finola Hughes foi a primeira atriz a emprestar corpo à Rainha Branca, no telefilme Generation X, que deveria ter servido de episódio-piloto para uma série nunca produzida da Geração X.

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Finola Hughes foi a primeira atriz
a encarnar a Rainha Branca.
Não tivesse sido pelo abandono de Bryan Singer da cadeira de realizador de X-Men 3, e logo em 2006 a Rainha Branca teria feito a sua estreia cinematográfica - ao que consta, interpretada por Sigourney Weaver. Papel que cinco anos mais tarde seria assumido em X-Men: First Class por January Jones.
Misturando elementos clássicos e modernos da personagem, nesta sua nova encarnação a Rainha Branca, além dos seus talentos telepáticos, possuía a capacidade de transformar o seu corpo em diamante e era consorte de Sebastian Shaw, o Rei Negro do Clube do Inferno.
Embora fisicamente ausente de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014), a Rainha Branca é citada por Magneto como sendo uma das mutantes que haviam perecido na sequência dos experimentos científicos realizados pelas Indústrias Trask. Vicissitude que, pelo menos em teoria, inviabiliza a participação da vilã em vindouros capítulos da franquia dos Filhos do Átomo.

January Jones como Rainha Branca
 em X-Men: First Class.