27 junho 2015

GALERIA DE VILÕES: MONGUL



  Pela sua natureza brutal e implacável, o Senhor do Mundo Bélico representa uma enorme ameaça à paz intergaláctica. Inimigo jurado do Homem de Aço, em incontáveis ocasiões teve os seus planos de conquista por ele travados.

Nome original da personagem: Mongul, The Elder
Licenciadora: DC Comics
Criadores: Len Wein (história) e Jim Starlin (arte)
Primeira aparição: DC Comics Presents nº27 (novembro de 1980)
Local de nascimento:  Desconhecido
Parentes conhecidos: Mongul II (filho) e Mongal (filha falecida)
Afiliação: Mongul II foi em tempos membro da Tropa Sinestro
Base de operações: Mundo Bélico

A primeira aparição de Mongul em DC Comics Presents nº27, numa história datada de 1980 que contava ainda com a participação especial do Caçador de Marte. 

Armas, poderes e habilidades: Na sua versão primordial, introduzida ainda na Idade do Bronze dos Quadradinhos, Mongul era descrito como virtualmente invulnerável e fisicamente mais forte do que o próprio Super-Homem. Consequentemente, as derrotas do vilão às mãos do Homem de Aço eram ocasionadas pela astúcia deste último que, invariavelmente, encontrava maneira de abortar os esquemas do Senhor do Mundo Bélico. Na única vez em que o Super-Homem logrou superiorizar-se a Mongul num combate corpo a corpo, o herói kryptoniano tombou inconsciente, logo depois de o mesmo ter acontecido com o seu oponente.
  Ao seu formidável poderio físico, Mongul somava habilidades de teletransporte, vestígios de telepatia e a capacidade de disparar rajadas energéticas de elevada potência através das mãos e dos olhos. O vilão dispunha ainda de tecnologia que lhe permitia encolher os seus adversários, colocando-os de seguida em cubos de inversão dimensional. Estes sofisticados dispositivos de contenção eram concebidos para serem à prova de fugas. Para isso, os cubos distorciam a realidade percecionada pelos que neles eram aprisionados, além de absorverem quaisquer poderes usados no seu interior.
  Na sua versão moderna, retocada no pós-Crise, Mongul começou por aparentar ser ligeiramente menos poderoso do que o seu predecessor. Ideia desfeita quando o vilão derrotou alguns pesos-pesados do Universo DC (com a Mulher-Maravilha à cabeça) e chacinou diversos elementos da Tropa Sinestro com o intuito de os expropriar dos seus anéis energéticos.
  Exímio estratega e proficiente em múltiplas artes marciais, Mongul tem, contudo, no Mundo Bélico a sua mais temível arma. Trata-se de um gigantesco satélite artificial móvel criado muito tempo atrás por uma raça de conquistadores espaciais chamados Warzoons. Apetrechado com um vasto arsenal que incluí canhões laser e mísseis termonucleares, o Mundo Bélico dispõe de poder de fogo suficiente para pulverizar um planetoide.

O Mundo Bélico (qualquer semelhança com a Estrela da Morte da saga Guerra das Estrelas será decerto mera coincidência).
   

Biografia: Apesar dos créditos pela criação da personagem serem frequentemente imputados apenas a Jim Starlin, Mongul foi, na verdade, uma conceção do escritor Len Wein. Questionado sobre este facto no decurso de uma entrevista à The Krypton Companion, Lein  foi perentório: "Bem, Starlin foi o autor dos esboços, mas o conceito foi desenvolvido por mim". Acrescentando ainda: "A ideia era criar um vilão que pudesse igualar ou até suplantar o poderio físico do Super-Homem".
 Com efeito, foi nesses termos que o vilão alienígena foi descrito na sua estreia em DC Comics Presents nº27. Mongul era o regente tirânico do Mundo Bélico, um colossal satélite artificial que percorria a galáxia em busca de escravos que pudessem ser usados como gladiadores em arenas mortíferas. 

Len Wein reclama a paternidade de Mongul.

  Depois de uma das suas naves esclavagistas capturar o Homem de Aço, Mongul promoveu um combate entre o herói e Draaga, um seu rival que cobiçava o trono do Mundo Bélico. Quando o Super-Homem se recusou a tirar a vida ao seu adversário, Mongul resolveu travar ele próprio um combate com o kryptoniano. Que foi salvo in extremis de uma morte brutal pela intervenção do Clérigo. 
  À medida que os súbditos de Mongul se começaram a revoltar contra a sua tirania, o vilão foi sobrepujado por Draaga e viu o trono do Mundo Bélico ser usurpado por ele. Por entre um arrazoado de juras de vingança, o tirano apeado fugiu do planeta.

Figurino clássico de Mongul.

  Na posse de uma reduzida parcela da tecnologia do Mundo Bélico e acolitado somente por algumas dezenas de esbirros, Mongul conseguiu conquistar um pequeno planeta onde se exilara. Foi nele que seria casualmente encontrado pelo Supercyborg (um dos quatro falsos Super-Homens que reclamaram o  legado do herói após a sua a morte às mãos de Apocalypse). Reconhecendo o seu ódio mútuo pelo Último Filho de Krypton, o impostor cibernético propôs uma aliança a Mongul.
  Em troca da sua lealdade, o Supercyborg ofereceu a Mongul um novo Mundo Bélico para governar. Perante a recusa do orgulhoso alienígena em ser seu subalterno, o Supercyborg obrigou-o à força a participar no seu esquema..
  A bordo de uma gigantesca nave espacial, Mongul rumou então à Terra, tendo como alvo Coast City. Com a cidade na mira, o vilão lançou um ataque massivo que a obliterou, assim como a quase totalidade dos seus habitantes. 
  De seguida, a nave expeliu centenas de milhares de nanitas que, em poucos minutos, construíram um colossal motor para servir aos intentos do Supercyborg. Mongul, entretanto, esperava pelo momento certo para trair o seu amo. O qual se proporcionaria após um ataque fracassado a Metrópolis com mísseis e a subsequente retaliação levada a cabo pelo verdadeiro Super-Homem (regressado entretanto dos mortos),  secundado por Superboy e Aço (dois outros émulos do herói kryptoniano).

O Supercyborg obrigou Mongul a participar no seu infame esquema.

  O referido ataque a Metróplis tinha como objetivo sentenciar a cidade a idêntico destino ao sofrido por Coast City, para lá instalar um segundo motor  que transformaria a Terra e seus habitantes numa nova versão do Mundo Bélico. Caso fosse acionado o único motor construído, o planeta sairia da sua órbita e despedaçar-se-ia. E foi justamente isso que Mongul ordenou aos seus asseclas que fizessem.
  Ao consciencializarem-se das funestas intenções do vilão, o Super-Homem (praticamente sem poderes) e a Supergirl tentaram travá-lo. Os seus esforços resultaram, porém, infrutíferos, tendo ambos sido prontamente subjugados por Mongul.
 Simultaneamente, Aço confrontou o Supercyborg numa desesperada - e bem-sucedida - tentativa de impedir o acionamento do motor. Ciente da traição de Mongul e do iminente fracasso dos seus planos, o Supercyborg permitiu o acesso do Lanterna Verde Hal Jordan ao motor, vendo nele um veículo de fuga. 
  As coisas, porém, não correram como previsto: enraivecido pela destruição da sua cidade e pelo extermínio dos seus cidadãos, o Lanterna Verde investiu violentamente contra Mongul. Apesar de a pele amarela do alienígena anular os poderes do anel energético de Hal Jordan, este conseguiu ainda assim derrotá-lo e encarcerá-lo. Logo depois, foi a vez de o Supercyborg ser neutralizado pelo Super-Homem.

Além do Super-Homem, Mongul tem também um longo historial de confrontos com Lanternas Verdes.

 Transportado para uma prisão de máxima segurança especificamente concebida para albergar meta-humanos, Mongul revelou-se, porém, um recluso difícil de conter. Durante um motim, o vilão conseguiu evadir-se e, sedento de vingança, rumou à Costa Oeste dos EUA.
  Indiferente ao facto de Hal Jordan - o humano que o humilhou - já não ser o Lanterna Verde responsável pela proteção do nosso mundo,  envolveu-se numa feroz batalha com Kyle Rainer (o sucessor de Jordan). Foi, no entanto, apanhado de surpresa pelo facto de o anel energético do novo Lanterna Verde o conseguir ferir. Com a ajuda do Super-Homem, Kyle Rainer conseguiu conter o vilão e levá-lo de volta ao cárcere de onde escapara.
  Algum tempo depois, quando voltou a conseguir evadir-se, Mongul resolveu abandonar de vez a Terra, tendo sido, todavia, impedido pelo Flash de o fazer.
  Confinado no nosso planeta, Mongul marinou o seu ódio aos seus carcereiros até ser aliciado pelo demónio Neron que, a troco da sua alma, se prontificava a amplificar-lhe os seus poderes (eventos ocorridos na saga A Vingança do Submundo, publicada em 1995 pela Abril brasileira). Vendo nisso uma assunção do seu fracasso, o ex-soberano do Mundo Bélico declinou a oferta de Neron e ameaçou matá-lo. Foi, no entanto, Mongul quem acabou morto às mãos do demónio, que aproveitou o ensejo para lhe subtrair a alma.
  Facto que, contudo, não ditou o fim do legado maligno de Mongul. O seu filho, Mongul II, deu-lhe continuidade, tornando o Universo um lugar menos seguro.

Nota final: Não obstante Mongul ter sido introduzido na cronologia da DC anterior a Crise Nas Infinitas Terras, a sua existência não foi apagada da nova realidade resultante dos eventos nela retratados. Alguns elementos referentes à história da personagem no período pré-Crise foram, porém, alterados ou suprimidos, pelo que deverão ser considerados apócrifos. 

São sempre renhidos os combates entre o Homem de Aço e o Senhor do Mundo Bélico.
   
Noutros media: Na lista dos cem melhores vilões dos quadradinhos de todos os tempos, divulgada em 2009 no site IGN, Mongul quedou-se no 41º lugar. A sua estreia fora da banda desenhada ocorreu em 2001, na série de animação Justice League. Marcaria igualmente presença na sua sucessora, Justice League Unlimited (2004-2006). Em ambas as produções o ator Eric Roberts emprestou a voz ao déspota do Mundo Bélico.
  Em 2008, Mongul II participou no episódio inaugural de Batman: The Brave and the Bold. Dois anos depois, a versão original da personagem voltaria a dar um ar da sua graça em Young Justice.
   Pelo meio, em 2009, Mongul foi o principal antagonista do Homem de Aço e do Cavaleiro das Trevas no filme de animação Superman/Batman: Public Enemies (lançado apenas em DVD).

Tirania personificada.

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