03 agosto 2016

HERÓIS EM AÇÃO: VISÃO




  Encarnação moderna de uma personagem homónima da Idade do Ouro, serviu inicialmente de instrumento de vingança de Ultron contra Hank Pym e os Vingadores. Equipa que depois o acolheria de braços abertos, ajudando-o a desvendar parte dos segredos do seu passado. Com a Feiticeira Escarlate formou um dos mais poderosos e inusitados casais dos quadradinhos, com muito melodrama à mistura.

Denominação original: Vision
Licenciador: Marvel Comics
Criadores: Roy Thomas (história) e John Buscema (arte conceitual)
Primeira aparição: The Avengers nº57 (outubro de 1968)
Identidade civil: nenhuma
Local de nascimento: Brooklyn, Nova Iorque
Parentes conhecidos: Ultron ("pai"/criador), Jocasta ("irmã"/ "madrasta"), Simon Williams/Magnum ("irmão"), Wanda Maximoff/Feiticeira Escarlate (ex-mulher), Thomas e William Maximoff ("filhos" falecidos), Virginia ("esposa"), Viv ("filha") e Vin ("filho" falecido). Possui ainda numerosa prole com Eve, sua contraparte feminina criada pelo Alto Evolucionário.
Afiliação: Vingadores (além de já ter assumido a liderança da equipa, integrou várias das suas divisões especiais, como os Vingadores da Costa Oeste ou, mais recentemente, o Esquadrão Unidade dos Vingadores).
Base de operações: Atualmente a residir num pacato subúrbio de Arlington, ao longo dos anos foi inquilino dos vários quartéis-generais dos Heróis Mais Poderosos da Terra, o mais emblemático dos quais foi a Mansão dos Vingadores.
Armas, poderes e habilidades: Exceto pelo facto de que todos os seus órgãos, tecidos e fluidos são sintéticos, o corpo robótico do Visão é uma réplica exata do organismo humano. Num processo em tudo similar ao da fotossíntese levada a cabo pelas plantas, a Joia Solar incrustada na testa do androide absorve constantemente (até mesmo durante a noite, embora com menor eficácia), a energia ambiente do astro-rei que lhe serve de combustível. Permitindo-lhe igualmente converter esse acúmulo de energia em rajadas óticas de radiação infravermelha ou de micro-ondas. Processo que, em casos extremos, pode ser efetuado diretamente através da Joia Solar, amplificando desse modo a potência das descargas, ainda que comprometendo outras funções do sistema, inclusive as vitais.
Graças às suas células especiais ativadas ciberneticamente e que lhe permitem interagir com uma dimensão desconhecida, o Visão pode regular a seu bel-prazer a própria densidade corporal: da intangibilidade de um fantasma à  rigidez de um diamante num piscar de olhos. Quando opta pelo primeiro estado, consegue atravessar superfícies sólidas - como paredes, corpos ou objetos - e voar. Já o segundo dota-o de invulnerabilidade e de superforça proporcional ao aumento da sua massa. Quando esta atinge o seu pico máximo, a força do Visão ronda as 90 toneladas.
Equipado com uma mente computorizada, o Visão é um tecnopata por excelência. Por outras palavras, consegue conectar-se e interagir com sistemas informáticos, deles extraindo informação que processa velozmente antes de armazená-la na sua base de dados. Sendo uma inteligência artificial, possui um raciocínio analítico que faz dele um exímio estrategista dotado de uma apuradíssima cultura tática. Atributos que lhe valeram, em tempos, a liderança dos Vingadores.
Após a Era de Ultron, os protocolos latentes do Visão foram ativados, sendo o seu corpo agora formado por milhões de nanitas. Cada um deles carrega uma cópia da sua inteligência artificial, bastando portanto apenas uma dessas unidades microscópicas para recriar o corpo do androide caso este seja danificado ou mesmo destruído.
Treinado pelo Capitão América, o Visão é também proficiente no combate corpo a corpo, possuindo resistência, velocidade e reflexos sobre-humanos intrínsecos à sua natureza robótica.
Toda esta vasta gama de poderes e recursos fazem do Visão um dos mais formidáveis seres do Universo Marvel capaz de ombrear com outros titãs como Thor, Hulk ou o Príncipe Submarino. Facto que faz dele um aliado de peso ou um adversário de respeito.

Na sua forma espectral, o Visão consegue voar.


Fraquezas: No passado, a obsessão do Visão em tornar-se humano deixou-o profundamente transtornado ao ponto de lhe provocar uma crise existencial com funestas consequências tanto para ele como para aqueles que o rodeavam. Fase durante a qual usou a sua tecnopatia para assumir o controlo da rede mundial de computadores e dos sistemas de defesa com o objetivo de assegurar a paz na Terra.
Paradoxalmente, o androide tem na sua rigidez diamantina outra das suas fraquezas. A partir de determinado limiar, torna-se mais e mais difícil ao Fantasma de Pedra mover a sua densa massa corporal. Quando esta atinge o seu pico de densidade, ele torna-se literalmente inamovível como se de uma montanha se tratasse.

Quem disse que os androides não choram?

Histórico de publicação: Na senda das versões contemporâneas de outros ícones da 9ª Arte (casos do Lanterna Verde Hal Jordan ou do Tocha Humana Johnny Storm), o Visão que conhecemos é na verdade uma declinação de um conceito elaborado na chamada Idade do Ouro dos Quadradinhos (1938-1955). No entanto, além do nome, o primeiro Visão pouco mais tinha em comum com o atual (ver texto seguinte).
Em meados de 1968, Stan Lee (à data, editor-chefe da Marvel Comics) e o escritor Roy Thomas decidiram avançar com uma nova adição ao elenco dos Vingadores. Enquanto o segundo pretendia trazer de volta o Visão original, a preferência do primeiro recaía sobre um androide. A solução de compromisso encontrada consistiu na conceção de um novo Visão, personagem robótica apenas vagamente inspirada no seu antepassado da década de 1940.
O processo criativo não foi, todavia, isento de peripécias. De modo a realçar a natureza fantasmagórica da personagem, Thomas advogava que o Visão deveria ser totalmente branco. Pretensão que esbarrou nas limitações técnicas que, à época, caracterizavam a impressão gráfica, sobretudo no que às publicações coloridas dizia respeito. Se a ideia de Thomas tivesse sido implementada, a personagem surgiria com os contornos indefinidos nas páginas das revistas, assemelhando-se efetivamente a uma assombração ou a uma miragem. Opção estética que, conforme veremos mais adiante neste texto, seria duas décadas depois, recuperada por John Byrne.

Roy Thomas, um dos "pais" do Visão moderno.

Perante a impossibilidade de apresentar um Visão totalmente branco, Thomas optou pelo vermelho para dar cor à pele sintética do androide (embora, numa fase inicial, esta assumisse um tom alaranjado por conta dos citados problemas de impressão), já que não queria que ele fosse verde como o Hulk ou azul como os Atlantes.
Apesar de a sua criação ter sido muitas vezes comparada com o Mister Spock de Star Trek, Roy Thomas nega perentoriamente até hoje ter ido buscar inspiração a uma série televisiva com a qual estaria na altura pouco familiarizado. Admitiu, no entanto, ter sido influenciado pelas estórias de Adam Link. Personagem idealizada em 1939 por Otto Binder, foi um dos primeiros robôs benignos introduzidos na literatura baseada na ficção científica. Género onde, tradicionalmente, androides, robôs e outras inteligências artificiais surgiam retratados como escravos mecânicos ou como armas de destruição massiva. Outra comparação inevitável é com o Tornado Vermelho, androide da rival DC cuja estreia oficial precedeu num par de meses (em agosto de 1968) a do Visão. A despeito das evidentes parecenças entre ambos, continua por provar a existência de algum tipo de plágio.
Dados os retoques finais no visual e na personalidade, o novo Visão debutou em outubro de 1968 nas páginas de The Avengers nº57, sendo acolhido com grande entusiasmo pelos leitores. Mesmo tendo o androide sido apresentado nessa sua primeira aparição como um veículo para a vingança do terrorista cibernético chamado Ultron*.

A estreia do Visão  em The Avengers nº57 (1968).

Volvidos quase dois anos, em abril de 1970, o número 75 da série regular dos Vingadores assinalou o regresso da Feiticeira Escarlate** às fileiras da equipa. Num ápice, a filha de Magneto perdeu-se de amores pelo circunspeto Visão, assim nascendo um dos mais improváveis - e melodramáticos - romances da história dos quadradinhos, entrelaçando os destinos de um androide e de uma mutante.
Entrevistado em 2015 por Marcus Errico, autor do livro The Secret Origins of Vision and Ultron: An Oral History (As Origens Secretas do Visão e de Ultron: Uma História Oral), Roy Thomas explicava assim o que esteve na base dessa sua arrojada ideia: "Intuí que algum tipo de ligação sentimental ajudaria a desenvolver o potencial da Feiticeira Escarlate, aumentando dessa forma a sua preponderância no seio de uma equipa onde ela era muitas vezes incompreendida e até secretamente temida pelos seus companheiros. Em meu entender, o Visão seria o candidato ideal porque a sua racionalidade exacerbada serviria de contraponto à volatilidade emocional de Wanda. Um romance entre ambos teria igualmente o condão de colocar em evidência a faceta mais humana do Visão, que eu vinha já explorando com uma minúcia cada vez maior. Havia ainda a circunstância de ambos participarem apenas em The Avengers. Portanto, foi essencialmente por razões práticas que eu decidi juntá-los.".


Visão e Feiticeira Escarlate: o poder do amor.

Escassos meses antes de abandonar o título mensal dos Heróis Mais Poderosos da Terra, Roy Thomas deixou na ar a ideia de o Visão ter sido afinal construído a partir do corpo do Tocha Humana original (também ele um androide). Pista plantada em The Avengers nº93, mas que só seria seguida, vários anos depois, por Steve Englehart, nos números 134 e 135 da série. Com a bênção do antecessor, Englehart glosou com mestria o mote por ele lançado, vertendo desse modo alguma luz sobre o denso mistério que envolvia até então a origem do Fantasma de Pedra.
Atada esta ponta solta no passado de uma personagem que se tornara entretanto uma das arquitraves dos Vingadores, o casamento do Visão com a Feiticeira Escarlate ficou marcado para junho de 1975, com a cerimónia a ter lugar em Giant-Size Avengers nº4. Em consequência da sua crescente popularidade entre os leitores, entre 1982 e 1986, o casal teve direito a duas efémeras séries próprias. Na segunda das quais Wanda deu à luz dois gémeos - Thomas e William Maximoff - concebidos através de meios arcanos.
Agora ao serviço dos Vingadores da Costa Oeste (título escrito e ilustrado por John Byrne***), em 1989 o Visão sofreu uma profunda metamorfose cujas repercussões se fazem sentir até aos dias de hoje. Objetivando colocar em evidência a natureza robótica do herói, Byrne apagou-lhe a memória e eliminou-lhe os padrões cerebrais humanos, despojando-o assim de qualquer vestígio de emoção. Publicado em West Coast Avengers nº42 a 45, o arco de histórias Vision Quest mostrava como esta desumanização do androide prejudicava severamente o seu relacionamento com a Feiticeira Escarlate, revelando de uma penada que os filhos de ambos não passavam afinal de construtos imaginários gerados pelo poder mutante de Wanda.
O maior choque para o leitores ficaria no entanto reservado para uma sequência de duas páginas em que era mostrado o desmantelamento peça a peça do Visão. Imagens que alteraram radicalmente a perceção de uma personagem que, até aí, sempre fora mais perspetivada como um ser humano sintético do que como uma simples máquina.

Sem cor. Sem emoções.
Assim era o Visão de Byrne,

Desde o primeiro momento presença assídua nas histórias dos Vingadores e nas principais sagas da Casa das Ideias, em novembro do ano passado o Visão ganhou nova série a solo. Com histórias do estreante Tom King ilustradas pelo espanhol Gabriel Hernandez Walta, The Vision dá a conhecer a nova vida do herói, agora convertido num típico pai de família suburbano. Com a particularidade de a sua esposa e filhos serem na verdade androides por ele projetados.

Visão e a sua família imaginária.

*Prontuário de Ultron disponível em http://bdmarveldc.blogspot.de/2014/12/galeria-de-viloes-ultron.html;
**Prontuário da Feiticeira Escarlate disponível em http://bdmarveldc.blogspot.com/2014/05/heroinas-em-acao-feiticeira-escarlate.html
*** Perfil de John Byrne disponível em http://bdmarveldc.blogspot.com/2015/01/eternos-john-byrne-1950.html


Aarkus, o antepassado extradimensional




Criação de Joe Simon e Jack Kirby (a mesma dupla genial que, no ano seguinte, apresentaria ao mundo o Capitão América), o primeiro Visão estreou-se em novembro de 1940, numa história de apenas quatro páginas publicada em Marvel Mistery Comics nº13. Ao longos dos tês anos imediatos, ele seria, de resto, um habitué nesse título de charneira da Timely Comics. Tendo feito igualmente participações episódicas noutras séries regulares incorporadas no cardápio editorial daquela que foi a precursora da Marvel - especificamente, em Kid Comics.
Também conhecido como Aarkus, o Visão da Idade do Ouro era um agente policial oriundo de uma dimensão paralela chamada Mundo de Fumo (Smoke World, no original). Enquanto procurava um local apropriado para exilar um perigoso malfeitor sob sua custódia, Aarkus foi acidentalmente contactado por Markham Erickson, um cientista norte-americano obcecado em encontrar vida inteligente extraterrestre. A convite dele, Aarkus mudou-se de armas e bagagens para o nosso planeta, onde assumiu as funções de combatente do crime.

O Visão original teve as suas histórias
 publicadas pela Timely Comics.
O leque de poderes do Visão original era bastante distinto do da sua versão moderna: à capacidade de voar e de projetar ilusões de si mesmo, somava a habilidade de produzir gelo e de se teleportar para onde quer que houvesse fumaça.
Durante a II Guerra Mundial, Aarkus foi temporariamente induzido pelas Força do Eixo a afrontar os Aliados. Erro que no entanto remediaria com a ajuda dos Invasores. Após esses eventos, o bisonho alienígena pareceu ter-se esfumado da superfície da Terra. E, de facto, foi isso que aconteceu. Já este século, foi revelado que ele habitava os esgotos subterrâneos de Nova Iorque, servindo de guardião a um Cubo Cósmico extraviado.
Coadjuvante na saga X-Men: Legacy (2012), onde começou por opor-se ao mutante Legião antes de a ele se aliar, Aarkus acabou confinado no departamento médico da Escola Jean Grey para Estudos Superiores após ter mergulhado num desconcertante coma. Ao despertar dele, transcorridos largos meses, acedeu ao pedido do Soldado Invernal para que o ajudasse a transportar os restantes Invasores para o planeta Kree, onde se encontrava sequestrado o Príncipe Submarino.
Ficando então os leitores a saber que, durante a II Guerra Mundial  - e com o consentimento dos heróis -, Aarkus havia apagado as memórias que os Invasores dele conservavam, por forma a ocultar a localização de uma antiga e poderosíssima arma Kree.

Figurino do Visão nos anos 1990.

Origem:
Ultron, a monstruosidade cibernética projetada pelo Vingador fundador Henry Pym, rebelou-se contra o seu criador depois de, inadvertidamente, ter adquirido senciência. Em busca de um veículo para a sua vingança, o maléfico robô raptou o Professor Phineas T. Horton, inventor do androide que, nos anos 1940, ficara conhecido como Tocha Humana. O plano de Ultron consistia em usar o corpo do Tocha Humana como matriz para a construção de uma nova inteligência artificial.
Coagido pelo seu captor, o cientista reconfigurou as células Horton, responsáveis pelos poderes incandescentes da sua criação. Graças a essa modificação, o novo androide poderia regular a densidade da sua massa corporal.

Ultron rejubila com a sua criação.
Ao descobrir que Horton não eliminara por completo as memórias do Tocha Humana, Ultron puniu a traição do cientista com a morte. Encarregando-se ele próprio de reprogramar a mente computorizada do androide. No processo, as memórias originais da criatura foram substituídas pelos padrões cerebrais de Magnum (Wonder Man, no original), um recém-falecido supervilão que fizera parte dos Mestres do Terror.
Em seguida, Ultron ordenou ao seu novo servo que atraísse os Vingadores para uma armadilha mortal. A primeira a avistar a criatura, quando esta invadiu o seu apartamento, foi a Vespa. Que, horrorizada, a descreveu como uma "visão da própria morte" aos seus colegas de equipa. Foi pois desta forma que o androide obteve o nome com que se notabilizou na História da Nona Arte.
A Vespa foi a primeira a ser assombrada pelo Visão.
Tirando proveito do desnorte do Visão, os Vingadores conseguiram subjugá-lo, transportando-o de seguida para o laboratório científico de Hank Pym, para que este o examinasse. Desses exames resultou a descoberta de que estavam em presença de um construto de Ultron, investido da missão de destruí-los.
Persuadido pelos Vingadores a trair o seu amo, o Visão ajudou-os a derrotar Ultron. Altruísmo recompensado com sua admissão nas fileiras da equipa. Que, dessa forma, reforçou o seu contingente de vilões regenerados.
Algum tempo depois, o misterioso viajante temporal conhecido como Immortus revelaria aos Vingadores que usara o poder do seu Cristal da Eternidade para dividir o Tocha Humana original em duas entidades distintas. Significando isto que, contrariamente ao que se imaginava, Ultron não usara o verdadeiro corpo do Tocha Humana como matéria-prima para a construção do Visão. Fazendo tudo parte de um intrincado plano para induzir um relacionamento entre o androide e a Feiticeira Escarlate de molde a evitar que esta gerasse descendência biológica. Se tal se verificasse, o nível de poder dos filhos de Wanda faria perigar o próprio equilíbrio cósmico.
Anos mais tarde, o mesmo Immortus manipularia um punhado de agentes federais corruptos para que capturassem e desmantelassem o Visão. Depois de os Vingadores terem recuperado os destroços do seu companheiro, Hank Pym reconstruiu-o o melhor que pôde. Contudo, Magnum (agora um Vingador), não autorizou que os seus padrões cerebrais fossem novamente usados para dotar o androide de emoções. A par dos severos danos infligidos à sua pele sintética durante o processo de desmantelamento, deste facto sobreveio uma versão esbranquiçada e desumanizada do Visão. Personagem cujo passado continua a encerrar muitos enigmas por decifrar e que, a julgar pelo seu presente, reservará muitas surpresas no futuro.

Nos Vingadores, o Visão encontrou
 um lar, uma família e o amor da sua vida.
Apontamentos:

* Tratando-se de um androide, a nacionalidade do Visão permanece indeterminada. Isto apesar de poder ser considerado um nova-iorquino de gema, na medida em que foi construído num laboratório sediado no Brooklyn. Visando tornear complexas questões jurídicas e diplomáticas - e atendendo ao seu estatuto de Vingador - , o Governo dos EUA entendeu, no entanto, atribuir-lhe provisoriamente a cidadania americana;
* Em Avengers Forever (saga em 12 capítulos publicada originalmente entre dezembro de 1998 e novembro de 1999), os Vingadores reunidos por Immortus visitam um futuro possível onde os marcianos estão em guerra com o nosso mundo. Entre os poucos heróis remanescentes que formam a última linha defensiva da Terra, está a robô Jocasta (outra das criações de Ultron) cujo novo visual e poderes são muito semelhantes aos do Visão. Acrescendo o dado curioso de ela estar grávida do Homem-Máquina;
*The Vision é o título de um conto da autoria de Jonathan Lethem - parte integrante da sua coletânea Men and Cartoons -, no qual uma das personagens se veste e age como o Visão na infância, continuando a fazê-lo na idade adulta.

O Fantasma de Pedra.

Noutros mediaPouco conhecido ainda do grande público, por via da sua participação em duas das mais recentes megaproduções dos Estúdios Marvel (Avengers; Age of Ultron e Captain America: Civil War), o Visão começa a ganhar notoriedade fora dos quadradinhos. Interpretado em ambos os filmes pelo ator britânico Paul Bettany, a sua origem cinematográfica apresenta, contudo, algumas nuances.relativamente à história clássica.
Conforme é mostrado na sequela dos Vingadores, o androide foi criado para servir de recetáculo ao próprio Ultron. Outra diferença reside no facto de, em vez da Joia Solar, o Visão ser portador de uma das Joias do Infinito cobiçadas por Thanos. Facto que lhe deixa antever um papel importante em capítulos vindouros da saga.
Antes da sua estreia no grande ecrã, o Visão fizera apenas pequenas aparições em séries animadas da Marvel, quase todas tendo os Vingadores como cabeça de cartaz. E já lá vão três anos desde que isso aconteceu pela última vez, em Avengers: Ultron Revolution.
Não sendo, portanto, de admirar que o herói sintético continue a ser um ilustre desconhecido para quem não está suficientemente familiarizado com a mitologia da Casa das Ideias.Espero, por isso, que este artigo ajude à descoberta desta fascinante personagem.

Paul Bettany como Visão num cartaz promocional de
Avengers: Age of Ultron (2015).

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